O carro estava silencioso, o motorista do táxi olhava para frente sem dar atenção a nós que estávamos sentados no banco de trás. Matt olhou várias vezes para mim mas continuou calado. Eu sabia que ele queria me dizer algo mas eu não estava a fim de começar a conversa, então também olhava encarando seu olhar depois voltava a admirar a paisagem que passava pela janela enquanto o carro estava seguindo para meu apartamento. 

— Eu sinto muito - Disse Matt finalmente criando coragem

— Tudo bem - Falei em sinal de paz

— Sério, me Desculpa eu estava cego pela vingança, queria que meus pais pagassem por terem me abandonado. Quando conheci você achei a oportunidade perfeita, você me ajudaria nessa vingança. Mas confesso que quando nos beijamos, quando você pensou que eu fosse Nolan, eu na verdade queria ser naquele momento porque foi a primeira vez que alguém me beijou com amor de verdade, a primeira vez que eu senti carinho na minha vida, nunca senti isso no orfanato onde me deixaram. Eu realmente amei você Henry - Desabafou Matt depois baixou a cabeça

— Eu sei Matt, sinto muito não poder dizer que amei você, eu me apaixonei pelo Cody a primeira vez que o vi, mesmo depois sabendo que ele era filho dos meus inimigos eu ainda continuei o amando. Nolan sempre foi um amigo, mesmo quando eu pensei que você fosse ele, eu apenas sentia carinho. Depois que eu descobri a farsa eu odiei você, muito. Mas todos nós fizemos coisas erradas - Respondi tirando tudo aquilo que estava entalado na minha garganta. 

  O clima parecia ter melhorado. Logo chegamos em frente ao prédio do meu apartamento, Matt e eu caminhamos até o elevador em silêncio, já tínhamos conversado tudo dentro do táxi. Quando abri a porta do meu apartamento notei que estava quieto, Matt veio logo atrás de mim, caminhei até o  quarto, as luzes estavam apagadas e alguma coisa parecia estar se movimentando na cama. Quando acendi a luz me deparei com a cena, Nolan estava praticamente nu enrolado nos lençóis ao lado de Kai, o garoto que me salvou no rio. Tenho que admitir que Kai era realmente lindo, era errado desejar uma pessoa assim mesmo amando outra? Mas Kai assim quase nu era uma perfeição, tive que me conter para não ficar olhando para seu corpo.

— Kai, Nolan? - Falei em voz alta

  Os dois ficaram em silêncio, depois eu fui para a sala enquanto os dois se trocavam, não dava pra conversar naquela situação, além do mais eu ficaria a todo momento olhando para Kai. Assim que os dois já estavam vestidos eles foram para a sala a nosso encontro. Matt estava sentado em uma cadeira próximo a porta ele não queria se envolver nessa conversa. Eu me sentei no sofá e na minha frente no outro sofá se sentou Nolan e Kai, os dois já estavam até sentando perto

— Senhor, me desculpa... Eu não queria - Kai tentou se explicar

— Olha eu não quero explicação, vocês estavam transando na minha cama - Falei com a voz alta 

— Eu sinto muito Henry, mas eu passei minha vida naquela clínica, sempre sonhando com o dia que veria você. Quando você me tirou daquele lugar eu pensei que a gente ficaria junto, mas você me vê como um amigo, aquele que você cuida como um irmão e eu agradeço por isso, você também se tornou um irmão pra mim, mas eu tenho desejos - Agora era Nolan que falava

— Desculpa, eu entendo Nolan, só fiquei surpreso - Falei mais calmo agora

— Senhor, eu peço desculpas, quando eu vim aqui trazer o senhor aquela manhã que eu vi seu amigo Nolan, depois desse dia ele não saiu mais da minha cabeça, eu vim hoje aqui com a desculpa de ver como o senhor estava mas quando ele disse que estava sozinho eu não resisti, eu o beijei, eu o levei pra cama, não coloque a culpa nele, eu que fui o errado aqui - Disse Kai com o rosto um pouco corado

— Kai, eu sou muito grato pelo que você fez por mim, na verdade eu ia te procurar para agradeçer, quero que você seja assistente de Nolan na minha empresa. 

— Como assim meu assistente - Nolan ficou confuso

— Você será meu representante aqui Nolan, eu não poderia confiar em ninguém mais, também vou deixar esse apartamento pra você morar, poderá trazer Kai quando quiser, mas por favor, não vão transar enquanto eu estiver aqui por favor - Falei e todos riram.

  Assim que terminamos a conversa, ficamos um tempo a mais falando sobre outros assuntos, Kai ainda era tímido não nos conhecia muito bem mas apreciou os momentos. A hora passou rápido, eu pedi a Matt que tomasse banho e se vestisse com uma roupa elegante a qual eu tinha alugado, em seguida eu me vesti e pegamos um táxi até a mansão dos Di Laurentis. 

  Tudo estava elegante como sempre, as mulheres nos seus melhores vestidos e os homens em seus melhores ternos. O Convite que eu consegui foi dado a mim pela senhora Mikaelson, ela também estava nos ajudando nessa última vingança. Assim que chegamos na porta a Senhora Di Laurentis arregalou os olhos, ela estava ali cumprimentando todos como sempre, quando ela me viu entrando ao lado de Matt ela arregalou os olhos mas não perdeu a pose, nos cumprimentou como qualquer outro convidado para não fazer cena. Eu apenas sorri enquanto viu sua cara de ódio por dentro.

  Ficamos ali no evento bebendo e encarando os olhares de ódio da senhora Di Laurentis. Quando todos já estavam bem a vontade, Matt pegou o microfone e subiu na escada, todos ficaram olhando esperando alguma apresentação ou músicas, foi quando ele começou com o barraco

— Todos aqui essa noite estão celebrando o aniversário de casamento dos Di Laurentis, ergam suas taças - disse Matt com a voz alta

— Eeeee - todos gritaram e ergueram as taças

— Um brinde aos maiores monstros que existem na face da terra, as pessoas responsáveis pela falência da empresa 5 amigos, sim eles a roubaram depois colocaram a culpa nos Pierce que tiveram de fugir da cidade, isso há muito tempo, também os responsáveis pela desgraça que aconteceu há alguns anos a família Tenner, os incêndios nas industrias dos jhonson, responsáveis pela morte de Tara e aqueles mesmo que me abandonaram em um orfanato quando eu ainda era um bebê, depois que descobriram que eu estava na cidade me internaram em uma clínica psiquiátrica. São a eles que vocês estão brindando essa noite - Falou Matt alto no microfone,

  Os seguranças já estavam prestes a retirá lo dali, mas ao ouvirem o resto da história ficaram parados no meio da multidão que arregalava os olhos e abaixava lentamente as taças, olhando com indignação  para os Di Laurentis, eu também estava surpreso, Matt tinha falado coisas que nem eu mesmo sabia, fiquei ainda mais perturbado com tudo que ouvi mas continuei ali em pé firme. 

— É tudo mentira, ele é um louco estava internado - Gritou a Senhora Di Laurentis

— Louco são vocês, de internar seu próprio filho e eu tenho prova do assassinato de uma mulher, tara é esse o nome dela não é, está tudo aqui já entreguei uma cópia a polícia, ela deve estar chegando aqui a qualquer momento - Falei rindo de canto olhando bem nos olhos da Senhor Di Laurentis que jogou a taça no chão

  A polícia entrou em seguida, ela não teve tempo nem de tirar aquele vestido glamuroso que estava vestindo, foi algemada ali no meio de sua grande festa. Todos os fotógrafos começaram a fotografar para a primeira página de todos os jornais e revistas da cidade. Todos foram se retirando da casa, até que apenas sobrou um policial eu e Matt, o Senhor Di Laurentis foi preso tentando fugir de carro pelos fundos. 

— Bom, acho que meu trabalho está feito - Falei rindo e suspirando aliviado, finalmente tudo chegou ao fim, eu poderia voltar a minha vida normal na minha velha e querida cidade do interior

— Obrigado, por me ajudar com isso, significa muito pra mim - Disse Matt segurando minha mão

— Você vai ficar bem?

— claro, agora tenho essa casa, tenho o dinheiro dos Di Laurentis, eles estão finalmente na cadeia, é claro que vou ficar ótimo 

— Adeus Matt

— Adeus Henry e se um dia vier a New York, venha me visitar

— Eu virei...

  Sai da mansão acompanhado por um policial que me levou até meu apartamento,  chegando lá eu fiz minhas malas, Nolan me ajudou a faze las, mesmo com lágrimas nos olhos por eu estar indo embora outra vez. Eu sairia de viajem hoje mesmo, queria aproveitar a noite para viajar. Assim que arrumei tudo eu dei um abraço em Nolan, ele me agarrou muito forte

— Porque toda vez você acaba indo embora? - Ele disse chorando

— Não fique triste, eu vou vir te visitar, e você também poderá me visitar sempre que quiser - Respondi chorando também, não contive minhas lágrimas

— Nada mais de vingança tudo bem - Nolan segurava meu rosto pra dizer isso

— Não posso prometer nada, mas vou tentar ao máximo - Eu ri

  Nolan deu um beijo em minha boca, eu deixei pois era como um beijo de despedida e eu não poderia negar isso a ele. Nossos lábios ficaram selados por alguns instantes, depois eu sai pela porta e entreguei a chave do apartamento a ele. Nolan ficou na porta até eu entrar no elevador. Cheguei ao térreo o táxi já me esperava na porta, fomos até a clínica. Cody estava me esperando do lado de fora ao lado de sua mãe adotiva a senhora Mikaelson, eles se despediram pude notar a tristeza no rosto da mulher que apenas acenou pra mim. Cody entrou atrás do meu lado, ele me deu um beijo o qual eu era apaixonado, o qual me fazia delirar e viajar, eu retribui é claro. Fomos juntos até o aeroporto e pegamos um avião com destino a minha cidade do interior. 

  Não demoramos muito para chegar. Cheguei na minha casa, agora sim na minha casa, era bom estar de volta. Minha casa era grande, tudo muito espaçoso pois não tinha muitos móveis, Cody jogou sua mala no chão e fomos direto para o banho. 

— Quero transar com você pela primeira vez nessa casa nova - Falou Cody tirando minha camisa

— Quero transar com você o resto da minha vida - Respondi dando um beijo nele daqueles de tirar o fôlego 

  Assim que ficamos completamente pelados, Cody me colocou na parede de costas, ergueu minhas mãos que estavam segurando a parede, e começou a forçar, eu sentia aquela dor misturada com prazer enquanto era beijado por ele. Ele ficou assim por muito tempo, eu soltava gritos de dor e prazer, enquanto ele fazia movimentos me deixando louco. Fomos para a cama depois disso e continuamos lá. 

  Dormimos rápido depois do sexo. quando acordei tinha uma mensagem no meu celular que estava na cabeceira da minha cama. Era de Candy, ela estava vindo pra minha casa, eu deixei Cody dormindo e me vesti tentando fazer o máximo de silêncio para não o acordar. Ouvi quando ela entrou, Candy era minha melhor amiga, tinha até as chaves da minha casa, aliás era ela quem tomava conta daqui pra mim enquanto eu não estava. Candy estava me esperando na cozinha, ela estava sentada no balcão, eu dei um abraço na garota que sorriu 

— Que ótimo ver você de novo - ela disse com o abraço bem apertado

— É ótimo te ver também, mas Candy você não me acordou a essa hora da manhã só pra me ver não é? - Perguntei curioso entregando uma xícara de café para minha amiga, era um café que eu comprei no caminho de casa durante a madrugada

— Você já terminou tudo em New York? 

— Sim, eu não sabia o que encontraria por lá, mas quando eu soube que teria que lidar com vingança, foi fácil demais

— Que bom, é ótimo você ter voltado. Faz alguns dias que aquelas pessoas estão indo a empresa, elas estão dispostas a se vingar de você

— Quem?

— Ora Henry, as pessoas na qual você deu golpe, ou já se esqueceu que tudo o que você tem hoje foi graças aos golpes que você deu

— Você sabe que eu apenas me vingava de certas pessoas, pessoas que na verdade mereciam

— Eu sei, foi com a vingança que você começou, mas foi assim que você conseguiu essa fortuna que você tem hoje, você quer mentir a si mesmo que conseguiu tudo com esforço mas na verdade conseguiu com vingança

— Eu sei Candy, a vingança é um prato delicioso, depois que você experimenta quer provar de novo, e de novo.... Nós vamos conseguir nos livrar dessas pessoas, assim como conseguimos antes

— Que bom ver que você ainda é o Henry 

— Sim Candy, estou ainda melhor - Falei levando a xícara a boca com um sorriso de canto

  Eu disse várias vezes que meus pais me ensinaram a perdoar, mas há momentos e coisas na vida que nos leva a ser vingativos, eu era assim. Mesmo me mudando para uma cidade diferente, mesmo depois de saber sobre o passado de meus pais eu ainda não consegui mudar o que eu sou o que eu me tornei. A vingança já fazia parte da minha vida e não importa onde eu vá ela sempre me acompanha, dessa vez eu teria de lidar com ela mais uma vez, mas para mim isso era uma coisa normal, sim eu posso ter tentando me enganar dizendo que não era assim, mas eu sou... sim eu sou VINGATIVO

                             FIM

                                                        CONTINUA...