Dangerous Woman escrita por Letícia Matias


Capítulo 56
56


Notas iniciais do capítulo

CHEGAMOS AO FINAL DA PRIMEIRA TEMPORADA *-----*
SEM MAIS DELONGAS, FAÇO MEU DEPOIMENTO NAS NOTAS FINAIS. POR FAVOR, NÃO SURTEM!



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Abro meus olhos lentamente me espreguiçando. Olho em volta um pouco desorientada e me lembro de onde estou. Na fraternidade. Kyle não está ali no quarto e eu tenho a leve impressão de que dormi muito mais do que eu deveria. Me sinto descansada mas minha cabeça dói levemente.
Jogo meus pés para fora da cama e estico meus braços acima da cabeça para estralar minhas costas. Gemo quando sinto minhas vértebras estralando deliciosamente e deixo meus braços cairem do lado do meu corpo novamente. Suspiro e me levanto. Vou até a porta do quarto e a abro. O corredor está vazio e silencioso,mas posso ouvir uma música vindo abafada do andar debaixo num volume razoável. Posso ouvir o barulho de uma chuva forte caindo lá fora.
Desço as escadas e vejo que a televisão está ligada para ninguém. Olho para a cozinha minúscula e vejo Matt com uma caneca de café fumegante na mão. Ele está com cara de quem dormiu pouco e vestido todo de preto. Seus olhos me encontram e eu digo tímida:
–Bom dia. -me aproximo da mesa.
–Bom dia. - seu tom de voz não é rude, mas não expressa nenhuma emoção.
Olho para a mesa com pão, presunto e queijo.
–Kyle saiu.
Olho para seu rosto. Ele está com a caneca na boca e toma um gole do seu café.
–Ah tá. - assinto e coloco uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Olho para a mesa novamente.
–Na verdade, foi no hospital ver o pai dele.
Olho imediatamente para Matt e ele diz:
–O pai dele está bem, só passou mal essa manhã e os médicos acharam que ele não ia passar dessa.
Acho estranha a frieza com que ele trata o assunto.
–Kyle está bem?
Matt dá de ombros.
–Acho que sim.
Pego uma caneca vazia em cima da mesa e a contorno para pegar a cafeteira no balcão onde Matt está encostado.
Sirvo metade da caneca para mim e coloco a cafeteira de volta no lugar.
–Onde está o resto do pessoal?
–Vazaram.
–Ah. - olho para meus pés.
Não me sinto confortável em estar sozinha com Matt. Ele age de uma maneira muito estranha comigo.
O silêncio constrangedor se instala na cozinha enquanto beberico meu café. Arrasto uma cadeira para me sentar e o faço, pousando minha caneca de café em cima da mesa.
–Você e Kyle brigaram? -pergunto.
–Ai Deus... - Matt diz.
Olho para seu rosto e sinto a raiva explodir dentro de mim.
–Qual é o seu problema? - levanto-me da cadeira no mesmo instante.
Ele olha para mim surpreso,mas não diz nada.
–Qual é o seu problema? - repito. -Você é sempre grosso comigo e eu só tento ser legal com você. Por que você me odeia tanto?Eu nunca fiz nada pra você, eu... - paro de falar quando percebo que estou histérica e meu telefone começa a tocar no bolso da minha calça.
Estou encarando os olhos verdes de Matt e ele encara os meus de volta. Acho que ele está surpreso com minha explosão, mas está se mostrando indiferente. Minhas mãos estão tremendo devido ao meu nervoso e estou com vontade de chorar.
Dou as costas para Matt e tiro o telefone do bolso. Respiro fundo e deslizo o dedo pela tela.
–Oi boneca.
–Oi. - digo e minha voz falha. Pigarreio e pergunto. -Tudo bem? Como está o seu pai?
–Ah, acho que ele está bem. Está fazendo uma bateria de exames aqui. Posso demorar um pouco. Eu... Ele... Quer te conhecer.
Sorrio e sinto meus olhos arderem tanto pela raiva quanto pelo calor que sinto ao ouvir as palavras de Kyle.
–Sério? - sussurro.
–É, ele... Eu falei de você há alguns dias atrás e ele quer te conhecer. Você não quer vir pra clínica?
–Claro. -digo e fungo.
–Você está bem? - ele parece preocupado.
Respiro fundo.
–Tô sim, só acordei um pouco alérgica. Eu... Dou um jeito de ir.
–Tá bom. Eu... Te amo.
As lágrimas transbordam ainda mais e eu mordo o lábio inferior para não fazer nenhum ruído que possa entregar meu choro para Kyle. É a primeira vez que ele disse isso para mim. E significa tanto pois eu também amo ele. Já tinha me dado conta de tal fato, mas sempre tive insegurança de lhe falar.
–Você ainda está aí? - Kyle pergunta com a voz vacilante e baixa do outro lado da linha.
Sorrio.
–Eu também te amo. - respondo e fungo. - Já estou indo. Qual é o endereço?
Kyle me passa o endereço e eu repito mentalmente para não esquecer.
Quando desligo o telefone, olho para trás e vejo Matt me olhando com os olhos duros. Pego minha caneca de café e a coloco dentro da pia.
–Como está o pai dele?
Olho para Matt ao meu lado e ele olha para o meu rosto. Engulo em seco e minha voz sai rouca.
–Está fazendo alguns exames. Estou... Indo pra lá.
–Sinto em lhe informar que os trens e os metrôs não estão operando hoje. Estão com um problema nas linhas.
Sinto uma sensação de estresse percorrer meu corpo e pesar em meus ombros como uma mochila muito pesada. Sei que não trouxe dinheiro suficiente para pagar um táxi até a clínica.
Fecho meus olhos e apoio meus cotovelos em cima da pia, segurando minha cabeça. Fito a pia de inox vazia.
–Olha, eu sei que você me odeia, mas, por favor, será que você pode me levar?
Não olho para Matt, mas sei que ele está me olhando. Espero o silêncio ser quebrado.
***
O carro de Matt é um carro preto simples e semi-usado. Dentro do carro, sinto cheiro de menta. Os estofados do banco estão limpos e aspirados, não olho no banco de trás porque não quero ser xereta. Matt fecha sua porta enquanto eu coloco meu cinto de segurança. Ainda está chovendo muito e o céu está todo escuro. Ele coloca a chave na ignição do carro e o liga.
–Você não vai colocar seu cinto de segurança?
Ele olha para mim e arqueia as sobrancelhas.
–Isso pode salvar a sua vida, sabia?
–Nossa,você é mais chata do que minha mãe.
Matt coloca o cinto e eu digo:
–Pode me agradecer quando chegarmos seguros. Além do mais, está chovendo muito.
–Eu dirijo bem.
–É,acho que pude ver isso na corrida que você e Jacob apostaram.
Ouço-o respirar fundo,mas encaro o vidro da frente que é limpado a todo momento, puxando a água que se acumula com rapidez.
O carro começa a andar e eu não consigo evitar de pensar o porquê dele me odiar tanto. Eu realmente nunca fiz nada. Nunca falei para Kyle se afastar dele e nunca fiquei entre a amizade deles.
–Posso perguntar uma coisa?
–Se eu falar que não, você vai perguntar do mesmo jeito.
Tento ignorar sua resposta rude enquanto ele contorna um viaduto cheio de carros. O som da chuva é quase que ensurdecedor e está caindo muita água do céu.
–O que eu fiz para você? Por que você se incomoda tanto com a minha presença.
–Sabe de uma coisa? Por que não pergunta pro seu amado Kyle? - ele olha para mim com os olhos duros e olha para frente de novo.
–Por que você não me conta? Estou perguntando pra você
–Não vou ter essa conversa com você.
–Olha, eu nunca fiquei entre a amizade de vocês e...
–Você está entre nossa amizade desde o momento que você colocou os pés no bar onde ele trabalha. -ele me interrompe e olha para mim.
Olho para a rua. Somos os primeiros da fila de carros a esperar o semáforo abrir.A chuva está tão forte que se fosse eu,não conseguiria dirigir. Está quase impossível de se enxergar.
–Estou cansado de todo mundo perguntar o que eu tenho e o porquê da minha cara feia. Porra! Você acha que o Kyle é um santo? Ele sabe muito bem o porquê da minha cara feia. Todos sabem e não sei o porquê estão se fazendo de idiota.
Agora ele que está explodindo comigo e falando num tom de voz alterado.
Olho para o piercing na sua boca que ele morde, tentando controlar o nervoso.
–Que porra! - ele diz.
–Eu não acho que Kyle é santo, mas eu não sei do que você está falando e não consigo entender como posso estar entre vocês dois desde que conheci ele.
Matt dá risada e assente.
–Isso é tudo ótimo. É maravilhoso. Acha mesmo que ele te ama? -ele olha para mim e agora estou prestes a explodir novamente.
O sinal muda de cor, ficando verde mas Matt não faz menção de tornar a dirigir.
–Você é tão burra. Ele só quer te comer. Desde o início ele só queria te comer! - ele grita.
–Cala a boca! -grito de volta e bato em seu rosto.
E paro de repente quando vejo o que fiz.
Matt olha para mim de olhos arregalados e no mesmo instante sinto um ardor no meu rosto, quando sua mão se choca contra o meu rosto.
Minha boca está escancarada e não posso acreditar que ele me bateu.
Vejo seus olhos se suavizarem e ele diz:
–Desculpa eu...
E tudo acontece muito rápido. No mesmo instante ouvimos pneus cantando no asfalto molhado, mas não consigo ver de onde está vindo. Apenas sinto um baque no mesmo instante que algo se choca com uma força incrivelmente forte e violenta contra a traseira do carro. Sinto um líquido quente escorrer pela lateral do meu rosto no mesmo instante que bato minha cabeça no para-brisa. Ouço um grito, talvez ele seja meu.

FIM DA PRIMEIRA TEMPORADA.


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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!! SURTARAM? EU ACHO QUE VOCÊS ESTÃO SURTANDO!
PESSOAL, CHEGAMOS AO FIM DA PRIMEIRA TEMPORADA! E QUE FINAL, NÃO É?
SÓ QUERO AGRADECER A TODOS QUE LERAM ATÉ AQUI, AGRADECER TODOS OS COMENTÁRIOS MARAVILHOSOS E COMPLETAMENTE FUNDAMENTAIS PARA ME INCENTIVAR A ESCREVER. ESCREVER PARECE SER FÁCIL, MAS NÃO É NEM UM POUCO. SEMPRE HÁ OS MALDITOS BLOQUEIOS...
MAS, OBRIGADA POR TODO APOIO, POR TEREM ACOMPANHADO PACIENTEMENTE ATÉ AQUI, POR TODOS OS COMENTÁRIOS E A AMIZADE DE VOCÊS, POR SEMPRE OUVIREM MEUS DESABAFOS SOBRE O CRUSH HSAHUHSAHUSA. MUITO OBRIGADA!
AOS LEITORES QUE APARECERAM UMA VEX OU OUTRA NOS COMENTÁRIOS, AGRADEÇO DA MESMA FORMA E ESPERO QUE VOCÊS ACOMPANHEM A SEGUNDA TEMPORADA TAMBÉM! E NÃO DEIXEM DE COMENTAR GENTE, AMO LER OS COMENTÁRIOS DE VOCÊS! É A MELHOR HORA DO MEU DIA...
OBRIGADA! MUITO OBRIGADA!
FAÇAM SUAS TEORIAS, SUAS APOSTAS... NA SEGUNDA-FEIRA TEM O PRIMEIRO CAPÍTULO DA SEGUNDATEMPORADA!!
AMO VOCÊS E ESTAREI POSTANDO O LINK PARA A HISTÓRIA :)
COM MUUUIITO AMOR,
LÊ ♡