Paciente 99 escrita por Elliot White


Capítulo 15
O Bebê da Bruxa


Notas iniciais do capítulo

Oiee
Quero agradecer pelos favoritos e a todos os leitores
Boa leitura!



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— Espera, não me diga que estava só esperando a minha menstruação chegar para... aparecer?

— O que eu quero, bruxa... é um filho seu. – Ao responder, o homem foi descendo a extensa escadaria com um sorriso malvado no rosto.

— Um filho meu? Espera, não me diga que... – Minha voz não saiu do jeito esperado. Estava alterada, porém não pretendia demonstrar isso na frente deles. Eu devia parecer inabalável.

Não esperava por esta resposta, tudo que aconteceu comigo aqui foi por causa de um futuro filho? Eu não entendo.

— Não, não irei te violentar se é o que está pensando. Posso ser um demônio, mas mesmo assim deixo uma escolha a minhas vítimas. Sabe, Victory, eu já sofri muito pela minha longa vida, então não quero que inocentes sofram... só os que merecem que sofrerão.

“É aí que o meu filho entra. Eu precisei dele para ficar próximo de você, e o processo fluir naturalmente. Você não precisa ter esse filho comigo, pode tê-lo com o Tagrus. ”

Tag me fitava de longe com um sorriso enigmático.

— Eu sei que é virgem, Vic, mas eu prometo que serei gentil. – Disse o moreno.

— É, eu sou virgem, e com certeza eu não quero perder a virgindade para dar à luz a uma aberração! – Gritei, soltando sem querer o insulto.

— Não me chame de aberração, bruxa. Você sabe bem como é ser incompreendido. – O paciente 99 falou, me olhando. – Seu filho não será um demônio, mas sim um imortal, assim como o Tag e terá os mesmos poderes que nós, talvez mais fortes. Eu só quero ter alguns aliados ao meu lado, o mundo está cada vez mais perigoso. – Ao falar isso, ele sorriu, novamente, sarcástico. – E também passar a vida eterna sozinho é muito chato.

— E se eu disser não? – Questionei.

— Infelizmente isso não é uma opção. Terá seu tempo para pensar, e depois disso o ato acontecerá, conforme a sua decisão. E também não poderá ficar com o seu primogênito, ele será meu. – Enquanto falava, sempre mostrando seus dentes, as cores de suas pupilas transitavam entre várias tonalidades, e suas cicatrizes faciais se moviam quando ele mexia cada músculo – Além disso, se não concordar eu vou até a sua mãe, e a faço uma visitinha. Aquela bruxa. Qual é mesmo o nome dela? Ah, claro, Sunori Kimonno. Uma loira incrível.

Que droga, eles estavam com a minha mãe. Eu não queria ser sodomizada por nenhum desses miseráveis, mas também não poderia deixar ela ser ferida. Tudo bem, ela saberia se defender com seus poderes, no entanto ele é um demônio e é imortal. Tudo que a minha mente fazia era gritar “fuja” e “saia daqui”, porém eu permaneci imóvel, e sem reação, não poderia ter a minha primeira vez assim. E demonstrar ódio por eles só pioraria tudo, o paciente 99 fazia o tipo irritante perturbador. Tudo nessa situação apenas divertia ele.

Tag agora estava calado e de olhar baixo, parecia de repente interessado em seus calçados caros.

— Você é doente. – Afirmei.

— Pelo jeito você não consegue me entender, poucas pessoas entenderiam um demônio. Não tente fugir, ok? Eu não sou muito paciente.

— Não pode me manter aqui presa! – Exclamei.

— Está parecendo presa, jovem? Eu lhe dei as alternativas. Agora é com você! – O demônio respondeu parecendo agitado.

— Mesmo que eu aceite, esse filho pode não nascer. Talvez ele aborte, eu tenho pedras na vesícula. E além disso eu nem sei se sou fértil. – Menti, tentando enrolá-los.

— Acha que eu não pensaria nisso antes? Eu precisava garantir que esse filho nasceria bem. Por isso, injetei essas pedras em você. Não são uma doença, e sim joias mágicas. Garantirá que o bebê nasça com poderes e ainda acelerará a gestação. – O mesmo explicou enquanto Tag assistia quieto e desorientado.

— Só pode estar brincando, quer dizer que eu nunca tive pedras na vesícula? Eu fui parar neste hospital só porque você colocou isto em mim?! – Desabafei, revoltada e indignada por tamanha bestialidade. Isso era inumano.

— Como eu falei, estou te observando há muito tempo. Vou te dar um momento. – Assim que disse isso, o paciente 99 virou as costas e deixou o lugar, voltando ao segundo piso e sumindo.

Um silêncio esclarecedor se alastrou pelo ambiente, e lágrimas surgiram em meus olhos inevitavelmente; Tagrus ainda permanecia parado como uma estátua sem interação.

— Você sempre soube, não é? – Quebrei o gelo, o olhando nos olhos.

Seus orbes negros pareciam saltadas e eu não obtive resposta.

— Sempre soube que essa coisa estava dentro de mim?! – Gritei.

— Sim, eu... Ele me fez coloca-las em você. – Ele respondeu, com as pupilas marejadas e sério.

— Quando? – Questionei, em voz baixa.

— Você foi dopada muitas vezes, Vic, e estava recebendo a medicação que lhe dava sono. – cada vez que o oriental falava, aparentava mais medo.

— Como pôde fazer isso?

— Eu fui obrigado. Do mesmo jeito que ele ameaçou a sua mãe, ele ameaçou o meu irmão. Ele está idoso e no fim da vida. É tudo que eu tenho. É a minha única família, o meu irmão caçula. E ele é apenas um humano mortal, não posso perde-lo. Eu sinto muito.

Por pouco eu não disse “e quem liga para o seu irmão, eu quero mais é que ele morra”, mas me segurei.

— O que significa esse vestido? E essa roupa sua?! Eu já cansei disso tudo! – Extravasei com ele, já estressada e alterada.

— Isso é apenas o desejo dele. Ele pode fazer tudo o que quiser, é um demônio. Ele criou este mundo. – Sua voz grave agora saía falha e um choro se formava em sua expressão.

— Este mundo? O que quer dizer com isso? – Indaguei, confusa.

— Você deve ter percebido que esta noite não havia ninguém no hospital. Ele não ficou vazio, é que você saiu dele. Aqui é uma realidade alternativa criada pelo meu pai.

— Quer dizer que eu não vou poder sair daqui?

— Vai, depois que tiver uma relação comigo ou com meu pai. O único outro jeito de sair daqui é descobrindo o nome dele, mas é impossível.

— Como assim impossível? Você deve saber, Tag. – O instiguei, agora me aproximando do tailandês e me arriscando em intimidá-lo.

— Eu não poderia falar, ele mataria o meu irmão na hora. Acha que é fácil ser o filho dele? Não importa o quão longe eu vá, ele sempre me encontra. É uma maldição. Eu nasci na Tailândia e vim parar aqui, e nunca me livro dele.

“Tudo que ele fez, foi para te atrair para cá. A sua clone, nunca existiu. Ela sempre foi uma miragem criada pelo paciente 99 e te orientou em cada passo, agora ela se foi. ” – Ele discursava confiante e eu o ouvia atenta, mas estava me contendo para não lhe dar um soco. O seu rosto bronzeado agora parecia implorar por uma surra.

— Ela foi só uma miragem? Então como foi que eu a machuquei?

— O quê? Impossível!

— Eu usei a própria ametista contra ela. – Revelei, pensativa.

— Definitivamente não teria como você fazer isso com ela, Victory, ela não é real.

Tag deveria estar blefando e me fazendo pensar que eu estava louca.

—Eu vou embora daqui. – Fui até a mesinha que parecia um criado-mudo onde estava o meu baú e o peguei, já virando as costas para o traidor - Você é um covarde.


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Notas finais do capítulo

Digam o que acharam nos reviews!!
;-;
E aqui vai a esperada foto do Tag:
http://i1206.photobucket.com/albums/bb441/Elriuukk-kun/Misticas/377b66461882493394bfb4949b5d16eb-tagrus_zpsknwkarzh.jpg
E mais uma foto da Vic:
http://i1206.photobucket.com/albums/bb441/Elriuukk-kun/Misticas/Lkk59ZPir6o-victory_zpsjjod84ne.jpg