Argh.

Viro minha dose de whisky de uma só vez, pensando em como é um saco ser obrigado a ir em todas essas festas e confraternizações dos Jogos e aguentar muita gente chata e colorida. Bom, ao menos tem bebidas. Mas penso também em como essa festa é desnecessária. Katniss e Peeta venceram, ótimo, bonitinho. Mas, Katniss está... está... fodida. Sim, é a palavra correta. Eu sei muito bem que foi muito errado ela ter feito aquele truque com as amoras. Foi um truque de mestre, eu devo admitir. Assim como o meu truque com o campo de força da Arena em que eu venci. Mas, por causa disso, perdi minha família inteira.

Enfim, vão fazer essa festa porque eles venceram. Sendo que quando eles recuperarem a aparência, vai ter a Coroação, que vai acarretar outra festa! Não sei pra quê tanta festa. Mas, como eu já pensei antes, vai ter bebida, então eu não vou reclamar.

- Haymitch Abernathy! - A voz aguda e estridente carregada de irritação e repreensão me irrita imediatamente. - Largue esse whisky e vá se arrumar agora!

- Vá se arrumar agora! - Faço uma imitação de sua voz e de seu sotaque ridículo, a irritando mais ainda. É inevitável rir. Eu simplesmente aprecio a arte irritá-la.

- Haymitch! - Ela me repreende novamente.

- Não enche, Trinket. - Peço, mesmo sabendo que ela não vai parar até que eu esteja pronto, afinal, a esperança é a última que morre.

- Haymitch, por favor. - Effie pede com mais calma e suavidade, se aproximando de mim, e pousando uma mão hesitante em meu ombro. - Facilite as coisas, você as vezes parece uma criança.

- Ok, Effie. Ok. - Me levanto, impaciente. E saio andando, ela me acompanhado e me dando instruções.

- Ótimo. Cinna já deixou seu traje em seu quarto. Você tem pouco mais de uma hora para se arrumar, certo? É mais que o suficiente. - Ela fala tudo num fôlego só, e depois de, eu acho, analisar meu cabelo, ela continua: - E arrume esse cabelo, Haymitch. - Effie me deixa em meu quarto, e sai em direção ao dela.

Depois de tomar banho, enrolo uma toalha na cintura, e penteio meu cabelo. Visto o terno que Cinna deixou para mim. Gosto de Cinna, ele sabe que eu odeio extravagâncias, e respeita isso. Lembro do perfume que Effie me deu de presente de aniversário na semana passada, e resolvo usá-lo. Bom, agora só falta a droga da gravata, que eu realmente não consigo fazer o nó. Só me resta pedir ajuda para a criatura cor-de-rosa que deve estar terminando de se arrumar no quarto ao lado.

Bato na porta antes de entrar, já que Effie só falta me bater quando eu não bato na porta. "Você não tem educação?" Ela sempre reclama.

- Oi, Haymitch. O que quer? - Pergunta a escolta, que está usando uma peruca dourada, e um vestido preto e justo, que vai até os joelhos. Mas não é nada básico, é todo brilhante, afinal, isso é a Capital. Até que hoje ela não está tão ridícula.

- Err... Minha gravata... Como sempre - Sorrio sem graça - Pode dar o nó para mim? - Peço, mas ela continua parada no mesmo lugar, me fitando. Ah, sim, claro, onde estão as palavras mágicas? - Por favor. - Ela dá um sorrisinho e caminha até mim.

- Você nem merece isso, sabia? - Ela diz, sem muita seriedade, quando termina.

- Hm, obrigado. - Ela apenas sorri.

- Está na hora. Vamos!

~~*~~

Estou sentado no bar da festa, bebericando minha quarta dose de whisky. Quarta? É pouco para mim, não é? Foi Effie. Ficou no meu pé, controlando cada gota que eu bebia. Mas quando as amigas dela chegaram, começaram a falar algo sobre a coleção de inverno que Cinna estava desenhando. Estavam tão concentradas e empolgadas com o assunto, que eu saí e Effie nem deu pela minha falta.

Decido que é hora de procurar algum conhecido, para não ficar só. Chaff, quem sabe. Estou andando pelo mar de pessoas dançando uma música sobre festas e bebidas. Então, sinto alguém segurar meu braço. Quando me viro, vejo que é Effie. Talvez ela tenha vindo me dar uma bronca, mas tem algo de diferente nela, não sei. Talvez seja só a bebida começando a fazer efeito em mim.

- Haymitch - É a única coisa que ela fala antes de se aproximar demais, e como se não bastasse, cola os lábios nos meus. Imediatamente, eu a seguro pelos ombros e a separo de mim, no mínimo, bastante surpreso.

- Mas o que é isso, hein, Trinket? - Pergunto, num misto de surpresa e irritação.

- Um beijo, oras! - Ela responde cinicamente, me puxando pela gravata, voltando a me beijar, rebolando o quadril com a música. Afasto ela novamente.

- Está louca? - Ela responde apenas com um "Aham, por você", e volta a me beijar, segurando meu rosto, fazendo com que eu não me afaste. Effie aprofunda o beijo, e eu sinto gosto de whisky quando nossas línguas se esbarram. Miss Trinket bêbada? Então, eu consigo afastá-la. - Effie, você está bêbada.

- O quê? Não! - Ela franze a testa e parece pensar, enquanto rebola com a música, seus braços envolvendo meu pescoço. - Bem, talvez um pouco. Eu fico... - Ela dá uma risadinha, e continua a sentença num tom confidencial. - safada, com whisky. - Ela fala, e morde o lábio de baixo.

- Percebe-se. - Resmungo. Effie está rebolando mais ainda, roçando seu quadril em mim, enquanto canta a música que começou, parecendo animá-la mais ainda. Ela canta mais como se estivesse mandando um recado para mim.

I've been drinking, I've been drinking.
I get filthy when that liquor get into me.
I've been thinking, I've been thinking.
Why can't I keep my fingers off it, baby, I want you. Nah, nah
Why can't I keep my fingers off it, baby, I want you. Nah, nah

- Gostoso. - Ela murmura em meu ouvido, me deixando arrepiado, porém me fazendo rir, também. Afinal, isso é ridículo, ela está realmente muito bêbada, apesar de estar falando e andando direito.

- Você está bêbada, princesa. Vamos subir, você toma um banho e dorme. - Falo suave, sendo compreensivo com ela, afinal, sou eu quem sempre a faz passar vergonha com esse tipo de situação.

- Não, Haymitch. - Ela fala com tanta firmeza que poderia estar sóbria, não fosse o fato dela ter tomado meu rosto em suas mãos, me beijando novamente. Sinceramente, está começando a ficar difícil resistir. Ela está conseguindo me envolver. Esse perfume... Oh, sim, o perfume doce e floral dela. Está me envolvendo, me deixando inebriado.

Por um momento, cedo ao beijo dela, pousando minhas mãos em seu quadril, que se move conforme a música. Mas logo, eu volto ao meu juízo e afasto Effie de mim.

- Effie, vamos subir, você tem que descansar, boneca. - Digo, como se estivesse tentando persuadir uma criança. Mas ela começa a distribuir beijos pelo meu pescoço. "Awn, está usando o perfume que eu te dei de presente!", ela murmura. -É, estou, mas Effie, assim não dá. Eu estou ficando desconfortável com isso. - Ela ri.

- Então porque ainda está com as mãos em minha cintura? - A escolta indaga. - Parece bem à vontade. - Ela continua - Oh, vamos, Mitch, não faça desfeita. - Ela pousa suas mãos em minha nuca, e me puxa para outro beijo. Mas eu a afasto novamente.

- Olhe Effie. Chega, ok? Você está muito bêbada, vamos subir. - Falo, autoritário.

- Você fala assim, como se estivesse no auge da sobriedade, não é, Abernathy? - Ela pergunta, irônica. - Eu aposto meus sapatos mais caros que você bebeu, e não foi pouco, nesse intervalo de tempo em que você ficou longe de mim. - Mesmo bêbada, ela continua igual no quesito de me repreender pela minha bebida.

Effie continua cantando e dançando - dançando não, rebolando, se esfregando em mim - e eu tento me controlar com essa situação.

And we be all night.
And everything alright
No complaints for my body, so fluorescent under these lights.
Boy, I'm drinking, parking in my lot seven eleven.
I'm grubbing on the rope, grubbing if you scared, call that reverend.
Boy, I'm drinking.

- Eu bebi, sim, e não fui o único aqui. - Digo, me referindo à ela. - Mas eu não estou nesse estado de embriaguez que você está. E também não faço coisas desse tipo quando estou bêbado. Vamos. - Quando faço menção de conduzí-la para longe daqui, ela me puxa, e depois de sussurrar em meu ouvido: "Eu sei que você está adorando.", me beija novamente. E eu sei muito bem que ela está se referindo à um certo volume que cresce inevitavelmente, embaixo de minha calça.

Não dá, não dá mais para resistir à ela. Tem uma série de fatores que contribuem com isso, e o aroma dela é o principal. Sem falar do jeito que ele está dançando, que é bastante... sugestivo. Enfim, apesar de saber quais são suas intenções - e as consequências caso eu faça o que ela quer -, não consigo resistir à Effie, de modo que eu mesmo a puxo para mais perto, e aprofundo o beijo, enquanto sinto seus dedos se enterrando em meus cabelos.

Enquanto eu distribuo beijos e mordisco pelo seu pescoço, vou a conduzindo para um lugar mais reservado, onde as luzes não cheguem. Muito menos os olhares de alguns curiosos que assistem à cena - e tentam digerir o que acabam de ver: Haymitch e Effie, que sempre estão implicando. É que todos aqui nos conhecem, somos da equipe dos vitoriosos. Ainda bem que à essa altura da festa, muitos estão embriagados, ou ocupados demais fazendo o mesmo que eu e Effie estamos fazendo, mas quero privacidade, minha vida já é entregue demais à Capital, e pelo menos agora, quero ter privacidade.

Prenso Effie na parede, e ela geme com o impacto. Agora eu lhe retribuo os beijos com a mesma intensidade, e ela suspira entre os beijos, provavelmente satisfeita por ter conseguido o que queria. Mas eu estou realmente pensando se eu devo fazer isso, por que depois ela provavelmente vai dizer que eu agarrei ela. Pouco importa. Começo a passear com as mãos pelas curvas de seu corpo, e vejo-a ficar arrepiada, com os olhos fechados, desfrutando da sensação. Mas, ela abre os olhos num súbito, e me afasta dela.

Effie me encara com seus belos olhos azuis - que só agora eu reparei o quanto são bonitos - arregalados, ofegante. Quando estou começando a pensar que por algum motivo ela recobrou o juízo, ela se pronuncia, me repreendendo:

- Haymitch, isso aqui não! - Ela diz.

Ah, sim, modos. Ela sai da Effie, mas a Effie não sei dela.

Effie agarra minha mão, e me conduz até o elevador, onde quando as portas se fecham, a escolta não perde nenhum segundo. Ela se estica para alcançar e distribuir beijos em meu pescoço, já que por um milagre, hoje ela está usando um salto baixo em comparação com os que ela costuma usar.

Aos beijos, quando menos esperamos, as portas se abrem, e estamos no décimo segundo andar do Centro de Treinamento. Não sei, o álcool também está agindo em mim, de modo que apenas vou conduzindo Effie para algum lugar, agora, minhas mãos já apalpam todo o corpo dela, sem problema nenhum, enquanto ela já está desabotoando minha camisa. Eu a prenso novamente na parede de algum cômodo que eu realmente não sei qual é, estou muito ocupado para isso.

Enquanto me beija intensamente, desliza uma de suas mãos pelo meu peito, abdômen, até minha calça. Quando percebo que ela está querendo tirá-la, prendo suas mãos na parede, acima de sua cabeça, apenas para provocá-la. E então, deixo sua boca, e desço os beijos até o seu colo. Logo, logo, perco a paciência, e com a mão livre, abro o zíper de seu vestido, tirando-o com facilidade, deixando Effie vestida apenas em uma lingerie da mesma cor do vestido. A escolta enlaça suas pernas em meu quadril, e sou obrigado a soltar suas mãos para segurá-la.

Quando dou uma olhada ao redor, percebo que estamos na cozinha. Ok, serve. Carrego e sento-a na mesa de mogno - já esperando que ela me repreendesse por isso, mas acho que ela não vai se preocupar, e, Oh, alguma coisa caiu no chão e quebrou. Mas eu estou pouco me importando com o que quer que eu tenha quebrado. Me encaixo entre suas pernas e começo a distribuir mordidas pelo pescoço de Effie, que está com olhos fechados, suspirando. Quando tiro seu soutien, saboreio a pele clara e macia de seus seios, e ela geme de satisfação. Sim, é realmente muito bom ouví-la assim.

- Haymitch... - Murmura quando eu me livro de sua calcinha. Sinto que ela está abrindo minha calça, e dessa vez, eu não faço nada para impedí-la. Então eu tiro sua peruca, e ela protesta, mas eu não me importo, e jogo a peruca em um canto qualquer, logo depois, soltando seus cabelos naturais, que caem em ondas douradas em seus ombros.

- Então você é loirinha, hm? - Brinco, por estar descobrindo a cor natural de seus cabelos, bagunçando-os. Effie sorri.

Enquanto distribuo beijos e mordidas pelo seu pescoço, sinto suas mãos por dentro de minha cueca, apertando meu membro, fazendo movimentos para cima e para baixo. Quando acaricio sua intimidade, sinto-a vacilar nos movimentos, e gemer baixinho. Eu sei muito bem o que ela quer.

Então eu a penetro, devagar. Suas unhas se cravam em minhas costas. Dói, mas o prazer é maior. Começo a me movimentar lentamente. Effie arfa, suspira. Afundo meu rosto em seus cabelos, inalando seu aroma doce. Ela pede mais força e velocidade depois de um tempo, e eu acato seu pedido, ouvindo-a gemer em meu ouvido.

Ah, é bom ouvir isso.

~~*~~

Abro os olhos, e minha cabeça está latejando. Ressaca. Vou me situando aos poucos. Estou deitado no chão da cozinha do décimo segundo andar, vestido apenas em minha calça, como assim? Vejo pela janela que a madrugada está sendo cortada pelos primeiros raios de sol do dia. Quando olho ao redor, vejo que o resto de minha roupa está espalhado pelo chão. E... tem uma mulher loira deitada ao meu lado, vestida apenas em uma lingerie preta que realça a clareza de sua pele. Oh, sim, agora eu entendo tudo.

É melhor eu acordá-la.

- Err... Hm... Ei, acorda.... - Sussurro em seu ouvido enquanto acaricio seus macios fios dourados. - Acorda, docinho. - Agora eu a sacudo levemente. Então ela suspira, e tira os cabelos do rosto. Quando a mulher se vira ficando de frente para mim, o susto que ambos levamos é imediato.

- Haymitch??! - Ela arregala os olhos, e vejo que está se controlando para não gritar.

- Effie??! - Não acredito no que estou vendo. É Effie, e ela está sem peruca, sem muita maquiagem, e... sem roupa.

- C-como... como diabos essa... merda aconteceu? - Ela pergunta, se sentando e levando a mão à cabeça. Deve estar com dor de cabeça. Acho que ela também bebeu...

E é quando eu me lembro da noite anterior. A última coisa que eu me lembro é de Effie... Effie completamente embriagada, rebolando ao som daquela música, me provocando, tentando me agarrar, enquanto eu tentava resistir. Me seguro para não rir quando chego à conclusão que foi ela que teve a "iniciativa".

- Bom, - começo, me sentando. - a última coisa que eu me lembro é de você rebolando na minha frente quando começou a tocar Drunk In Love. Ah, sem falar que você tentou me agarrar várias vezes. E você insistiu até que eu não resistisse mais. - Ela está boquiaberta, e se levanta, seus olhos azuis arregalados e vidrados em mim
- E depois disso, não me lembro de nada. Mas está muito óbvio, tudo que aconteceu aqui, não é? - Digo, gesticulando ao redor, as roupas jogadas no chão, o jarro com flores amarelas que costumava ficar em cima da mesa todo estilhaçado no chão.

- HAYMITCH! - Ela grita, mas respira fundo, se controlando. Eu me levanto também. - Isso é tudo mentira! Foi... foi... eu... Eu nunca faria uma coisa dessas! - Ela parece estar tentando não se desesperar.

- Wow, wow, wow, querida. Não diga isso. Ninguém tem certeza do que vai acontecer no minuto, no segundo seguinte. E eu estou falando a verdade. Vamos lá, qual é a última coisa que você se lembra?

- Eu... Eu... estava bebendo com... Com... Emmanuel e uma amigas. Whisky. Não me lembro de quantas doses eu bebi, mas tenho certeza que foram mais de quatro. Depois eu não me lembro de mais nada. - Ela fala, como uma criança que acabou de aprontar.

- Então, isso já dá a certeza que você bebeu, bebeu, e bebeu, até ir atrás de mim, e fazer tudo aquilo aí eu te disse. - Digo, tentando não rir. Ela se desespera.

- Mas Haymitch, eu... Eu nunca faria isso, Haymitch! Não é possível! - Ela retruca, gesticulando desesperadamente.

- Ei, o que foi que eu já te disse? Que absolutamente ninguém tem certeza do que vai acontecer bem no segundo seguinte. - Falo, e a expressão da escolta vai rapidamente de desespero à fúria.

- Mas eu tenho certeza do que vou fazer no próximo segundo! EU VOU TE DAR UNS TAPAS, HAYMITCH! - Ela então, avança em mim, e sinto o primeiro tapa atingir minha bochecha, mas eu seguro seus pulsos, e a prenso contra o balcão. Não quero levar outros tapas. Effie tem a mão mais pesada do que pensei.

- Porque exatamente você quer me dar uns tapas? Porquê você bebeu demais? Porquê você ficou rebolando? Porquê você tentou me beijar até conseguir? - Levanto minha voz, sabendo que estou com a razão, fazendo-a parar de se debater. Depois de me encarar por alguns segundos, com a respiração ofegante, seu peito subindo e descendo, colado ao meu, ela finalmente me responde.

- Por que... Você cedeu às minhas tentativas de te beijar. - A voz dela sai num fio.

- E como eu poderia resistir? - Falo, quase involuntariamente, me arrependendo do que acabei de dizer. Assim ficou parecendo que eu já sentia alguma atração por ela. Efffie cora e se concentra em olhar para baixo.

Então eu a solto, e começo a recolher minhas roupas do chão, vestindo-as. Logo depois, pego o vestido preto de Effie, e lhe entrego. Ela continua concentrada em olhar para o chão.

- Vamos sair daqui, antes que os Avoxes cheguem. - Digo

- Sim, mas antes... Haymitch... Hm... Desculpe pelo tapa. - A escolta pede desculpas, hesitante.

- Tudo bem, princesa. Não tem problema.

- Então tudo bem. - Ela sorri, envergonhada.

- Sabe, eu fico me perguntando... - Um riso me escapa. - Porque você foi logo me escolher? Pra fazer tudo aquilo, sabe? - Rio novamente. Effie cora, e coloca seu vestido.

- Vai dormir, Haymitch. - Effie diz com um pequeno sorriso nos lábios. Ela fecha o zíper.

- Ok, ok. - Coloco uma mão em suas costas e vou guiando-a até o corredor. Quando chego em frente à porta de meu quarto, antes de entrar, resolvo irritá-lá só para não perder o costume. - Desfrute da ressaca, docinho.

Ela revira os olhos, e depois que eu lhe indico alguns comprimidos a seu pedido, cada um se dirige ao seu quarto.

Eu tento dormir, mas não consigo de imediato. A pergunta que eu fiz mais para brincar com Effie acabou me deixando com uma pulga atrás da orelha. Por que ela veio agarrar logo à mim? E ainda insistiu tanto?

Isso faz com que eu volte atrás e repense todas as atitudes de Effie comigo. Ela está sempre me repreendendo por qualquer besteira, mas sempre está do meu lado, tipo, literalmente, em todos os lugares, eventos e ocasiões. E... sempre cuidado de mim quando eu fico mais bêbado que o habitual.

Bem, talvez seja apenas implicância e insistência típicas de uma pessoa embriagada.

Mas também pode ser que ela sinta algum tipo de atração por mim, e tenha feito aquilo encorajada pelo álcool. Sabe, como dizia a música de ontem "Embriagada de amor". Rio baixinho. Não que ela me ame, afinal, isso seria estranho.

Bom, se for o caso dela sentir algum tipo de atração por mim, eu estou definitivamente motivado a descobrir. Não sei, talvez agora eu esteja atraído por ela.