Ilusório escrita por SoraHeart


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

(E só pra contas: essa é uma fanfiction com fortes insinuações à Draco/Ginny e Draco/Pansy, mas não é tão "casal" assim. É só pra não ser uma gen. bgs



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Ilusório

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Prólogo

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Maio de 1942 – Katowice, Polônia.


Havia um revólver na palma da sua mão, e pessoas à sua frente.
Você, então, atira e atira; seus ouvidos já estão acostumados com o som agudo das bombas explodindo, das balas disparando e batendo contra o chão.

(E se você fosse como os homens bons que conheceu, estaria chorando por matar todas aquelas pessoas.)

Tufos de cabelos em diferentes cores cobriam rostos ensangüentados e machucados no chão de terra. Olhares são lançados com estranho pesar para eles, para logo serem esquecidos, por que você é Draco Malfoy e as pessoas da sua família têm grande histórico de penderem para o mau – e não era como se isso lhes parecesse tão ruim assim.

Não era como os outros e por seus motivos que você estava lutando ali, sentia muito (bardzo, bardzo ¹) medo do que fora incumbido de fazer. Matar pessoas.

Sua família havia traído a Inglaterra e a Polônia, e agora estavam lutando por Hitler e seus ideais. Preconceito, traição e maldade aos montes. Era muito mais íntimo do que para fazer falsa justiça com as próprias mãos.

Ninguém sabia, mas você no fundo do fundo sempre soube (escutou) que sua família trairia a qualquer um se preciso; mas você não acreditava.

 

xxx

 

Os sapatos-botas batiam como se estivessem marchando no chão, pisoteando pessoas e coisas aleatórias pelo caminho. Pequenas plantas e fios de cabelo amortecem os barulhos; três revólveres presos a sua cintura e muita munição nos bolsos e presilhas da farda, outra arma era segurada com força em suas mãos.

Apesar do tecido grosso do uniforme militar que usava você sentia muito frio e muito medo. E sentiu muito mais ao perceber que algo se prendera em volta de seu calcanhar direito.
Uma respiração descompassada e quente contra o couro dos seus sapatos; olhou para baixo e viu cabelos vermelho intensos e a pele que revestia os braços era muito branca.

 

Não conseguia nem ao menos mover a si mesmo, e queria fazer com que largassem de seu calcanhar. Apertou com mais força os dedos em volta da arma e cerrou os olhos rapidamente, a garota ainda respirava com força e vontade (e você pensa que ela deveria estar morta).

Por fim conseguiu puxar a perna com força – sem machucá-la – e ela continuou respirando sem mover nem um músculo. Viu que o peito subia e descia rápido demais, perto do alcance de seus braços finos havia uma mochila branca com papéis igualmente brancos caídos.

Então você se abaixa e se aproxima vagarosamente dela, a arma ainda segurada com força em sua mão esquerda com o cano muito perto do rosto dela (por precaução, Draco). No rosto e nos braços haviam manchas de sangue, a ponta do nariz salpicada de leves sardas e a boca muito seca e pálida coberta por grãos de areia.

 

Czek... ²” ela tenta dizer algo e tudo sai baixo demais, você não entende. Ela tenta esticar os braços, e a única coisa que consegue é mover com dificuldade os dedos. Você busca a mochila branca e a traz rápido para perto, e mesmo assim não deixando de estar desconfiado. Mas não a entrega à ela, suas mãos buscam os papéis dentro dela e vê fotografias em preto e branco e cartas escritas em inglês.
Sua boca se contorce em um resmungo e deposita a mochila e seus benditos papéis bem ao seu lado, e não larga a arma de jeito nenhum. Por quase um minuto você pondera com convicção enquanto a garota no chão ainda respira como se essa fosse a única coisa a se fazer no mundo.


Você pensa e pensa e pensa e pensa e pensa por minutos. Até que os sons das bolas de canhão começam á explodir abruptamente e vê a garota à sua frente estremecer e tentar falar algo. Mas ela não fala nada, os lábios se movem para cima e para baixo; pensa que talvez ela tivesse algum problema com a voz e por isso estivesse ali no meio de tantos mortos.
Com a mão direita sobe para os seus cabelos e o alisam para traz, fios em um tom loiro-prateados começavam à cair sobre a testa e atrapalhar sua visão. Busca o revólver e o segura em mãos, os antigos pensamentos retornam à sua cabeça e você então bufa sentindo raiva. (como seria sentir raiva de si mesmo por ajudar alguém, Draco?)

A palma direita de sua mão se fecha contra o braço muito fino dela e com certa grosseria tenta puxá-la, a pressão que faz em seus braços a faz tremer e tentar dizer algo novamente.


xxx

 

Andavam há quase cinco minutos e já havia percebido que ela era pesada demais para ser conduzida por um só braço. Puxou-a mais para cima, conseguindo apoiá-la vagamente em seus ombros e logo continuando á andar.

(Ela parecia uma boneca não tão leve como uma, e não conseguia se mexer. De qualquer forma)

 

O sol se fazia presente no céu e na temperatura, apesar de haver fumaça demais pelos canhões e fogueiras próximas. As suas pernas doíam vagamente, um dia de morte e cansaço ainda estava por sua metade; e ao pensar que aquilo seria apenas o começo o fez querer fugir e decepcionar a sua família.

 

Mas não existe espaço para desistências, você pensa e então anda mais ainda. Fugindo para algum abrigo com a garota que estranhamente não conseguia falar em seus ombros.

 

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Dicionário:

Bardzo - do polônes: muito.
Czekaj - do polonês: espere. (Era a palavra que a garota não conseguiu completar)


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Notas finais do capítulo

Nossa senhora, meu Deus do céu. (?) Simplesmente não acredito que finalmente consegui terminar o prólogo da minha long pro Across! Demorei pra caramba, mas terminei. Espero que tenham gostado dessa coisa – é, e eu simplesmente não sei que rumo essa história irá tomar -q –, porque eu até que gostei de escrevê-la e tenho milhares de cenas na mente já.

Outra coisa; essa fic é meio angst. Não, é sério. Cof cof, dou presentinho para quem adivinhar quem é a menina que o Draco estranhamente salvou. -n



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