Harry estava agora deitado em sua cama, no Largo Grimmauld, nº12. Pensava a respeito de tudo que havia vivido durante esse longo dia que ia acabando, e quanto mais pensava a respeito, mais tudo lhe parecia difícil de acreditar. Mas ele já havia visto muito no mundo mágico para achar que era absurdo. O que mais lhe incomodava era o fato de vir sonhando com os olhos daquela Hermione que nunca havia visto. Não podia ser coincidência.

Após o interrogatório daquela manhã, houve uma intensa conversa entre eles e Kingsley sobre tudo aquilo. Agora sabiam que ela não estava mentindo, mas ainda havia a possibilidade de ela apenas achar que tudo aquilo era verdade. A cogitação de serem irmãs gêmeas foi descartada ainda antes do almoço, pelo feitiço de sanguinem fratris, não havia nenhum parentesco entre elas. A varinha da outra Hermione foi confiscada e passava por análises, e a garota havia ficado sendo vigiada em um quarto da ala dos aurores.

 Rony e Hermione foram para A Toca, e Harry para casa. Harry já imaginava a repercussão de tudo aquilo. Muitas pessoas haviam visto o duelo entre ele e a garota, e com certeza percebido a aparência dela. Quanto tempo demoraria para Rita Skeeter escrever um artigo ridículo e distorcido de tudo aquilo?

Mas Harry tinha preocupações mais urgentes, dali a dois dias estaria voltando a Hogwarts, e a vista de estar retornando para lá depois de tudo que aconteceu não era nada menos que nervosismo. Todos os pais do país pareciam achar que a queda de Voldemort havia tornado a escola o lugar mais seguro novamente, e Harry não discordava. Se encontrar com a velha escola era mais do que ele podia pedir.

Então Harry lembrou de algo.

— Monstro! – Gritou Harry.

E com um estalo Monstro apareceu no quarto, já fazendo uma reverência exagerada que tocava o seu nariz no chão.

— O que meu amado mestre desejar, basta mandar que monstro irá fazer.

— Monstro, eu esqueci de comprar minha nova Firebolt, eu perdi a minha fugindo dos comensais ano passado. Preciso que você compre uma para mim no Beco Diagonal.

— O que meu mestre Potter desejar.

— Tome o dinheiro, e tenha cuidado. – Disse Harry com carinho, fazendo os olhos do elfo brilharem úmidos.

Então Harry saiu do quarto, desceu as escadas. Estava na hora.

 Chegando à cozinha se aproximou da lareira, tirou as duas varinhas das vestes – Uma em cada mão – Pegou um pouco de pó de flu e jogou nas chamas, que se tornaram verdes. E entrando gritou:

— Gryffindor Cave. – E desapareceu nas chamas.