No Roses escrita por AleyAutumn


Capítulo 8
8




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8

— Isso não deveria estar acontecendo. - Marcel fechou os olhos com força sentindo os ouvidos latejarem devido a música alta.   

— Eu cansei de dizer que sou visita, não vou resolver nada, Niklaus não está me pagando por isso. - Valerine apoiou a cabeça no ombro de Marcel enquanto olhava os adolescentes pulando em cima do sofá e da mesa de centro caríssima de Niklaus - Não me peça ajuda, o irmão mais velho é você. Se eu precisar resolver algo, vai acabar em morte. - avisou sem se incomodar com isso. 

— Estão gostando da festa? - Natalia surgiu os olhando.  

— Mas é claro que não. - a vampira resmungou.  

— Acabe com isso Natalia, antes que Niklaus volte e nos mate. - Marcel pediu. 

— Os mate. - Lerry corrigiu - Sou apenas uma testemunha ocular e se precisar coloco a culpa nos dois para me livrar. Tudo mundo sabe muito bem que eu não tenho paciência pra lidar com merda adolescente. - os olhos da mulher escureceram e ela focou em um dos jovens – Derruba esse quadro e eu vou reconstruir a moldura usando os seus ossos. Eu fiquei linda naquele retrato.- gritou irritada e Marcel massageou as têmporas tentando se lembrar quando fora a última vez em séculos que sentira uma dor de cabeça. 

— Gente, essa é a minha festa de aniversário. Klaus foi legal em fazer aquela festa, mas é isso aqui que eu quero, agir como uma adolescente normal, ter uma festa normal. - Natalia respondeu os dois que apenas deram de ombros - Não está nos meus planos ser a esquisita exibicionista da escola. 

— Não se esqueça que temos ouvidos sensíveis. Você tem dois minutos pra acabar com essa festa antes que eu faça. - Valerine ditou insatisfeita enquanto massageava os ouvidos doloridos e as têmporas que pulsavam de junto com as batidas de música. 

— Vocês são estraga prazeres. - resmungou e se afastou sorrindo logo sabendo que teria o que queria. 

— E você é um Niklaus com seios. - Marcel resmungou respirando fundo. 

— Eu nunca me senti tão sem moral, não irei intervir. - Lerry passava os dedos rapidamente pela tela do celular tirando dezenas de fotos e as enviando para o loiro. 

Natalia armara uma bagunça épica que vinha acabando com o bom humor dos dois vampiros, no início nenhum deles se incomodou, mas quando o problema atingiu 5 dias já não existia mais nenhum que aguentasse. A própria Natalia já estava se cansando de todo o teatro e ponderava cancelar tudo, mas sabia que Lerry estava em seu limite e que quando ela explodisse Marcel explodiria junto. E ai, ou ela morria ou ela seria levada para Mystic. 

— Eu estou mal-humorado. - o vampiro reclamou sentindo sua irritação aumentar mais ainda a medida que Valerine falava algo.  

— Tem gente de todo lugar aqui, caramba. Olha aquele japonês. Você deveria... 

— Vão embora daqui! - ele gritou, mas foi ignorado pelos adolescentes. 

Os dois viram Natalia surgir com alguma bebidas que jogou para os jovens, um dos garotos entrou em uma armadura que Niklaus havia trazido de Mystic Falls na sua viagem mais recente e isso fez com que os dois mais velhos vissem o problema que se desenrolaria quando o loiro visse o que aconteceu com sua armadura predileta.  

— Que fique claro que ele colocou tudo sobre o seu controle. - a morena resmungou quando a humano se aproximou deles com um sorriso carregado de cinismo, os cabelos bagunçados e a maquiagem completamente borrada.  

— Gente, desçam! Tem pessoas querendo conhecer os meus... irmãos. - os dois estreitaram os olhos e a vampira sorriu.  

— Faço questão de me apresentar a todos. - antes que Marcel piscasse Valerine saltava pelo corrimão, trancava as portas da mansão passando despercebida pelos jovens e então o primeiro grito soou deixando a festa completamente silenciosa forçando a todos a olharem em direção ao local vendo apenas o corpo de uma loira desabar no chão dando a visão de uma morena com a boca ensanguentada e os olhos negros - Amizade pior que essa vocês não conseguiriam. - sorriu. 

E então os corpos começaram a cair aos montes após as centenas de gritos se tornarem dezenas, até nenhum som sair mais de seus corpos exceto de seus ossos estalando e da carne batendo contra o chão aos pés da "aniversariante" que encarava tudo completamente em choque, jamais imaginara que ela era tão volátil, tão perigosa. Valerine não parecia estar para brincadeiras e a cara de Marcel indicava que ele estava da mesma forma. Natalia sentiu medo de ter provocado um ataque de ira em uma vampira descontrolada e um vampiro em fúria. 

— Sua bagunça. - os olhos dela se tornaram completamente negros e sua expressão fora o suficiente para assombrar até Marcel, a cabeça de Valerine latejava de irritação e ela estava dispostas a fazer a poça de sangue a seus pés aumentar mais ainda, ela estava disposta - É melhor limpar isso ou eu arrumo uma duplicata e se não houver uma eu te transformo, consigo uma duplicata e hipnotizo ela pra ficar no seu lugar, invento um sequestro, a merda toda pra Niklaus acreditar em mim. Limpa essa merda. - chutou uma cabeça e se afastou.  

— Valerine! - Marcel gritou e a vampira apenas se virou para ele - Você enlouqueceu? Perdeu o juízo? - o vampiro desceu as escadas correndo olhando os corpos jogados pelo chão.  

— Você deveria ter pensado um milhão de vezes antes de vir me transformar. Não grite comigo! Eu te dei cinco dias para resolver esse problema! Você sabia muito bem que o desfecho seria esse.  

— Gente. - Natalia chamou a atenção dos dois sentindo os ossos gelarem antes de ajeitar o cabelo - Talvez seja melhor... começar a despistar as outras pessoas. logo isso nos trará problemas e é responsabilidade do meu pai. - Valerine suspirou irritada e mordeu os lábios com força antes de disparar para o quarto que lhe cederam. 

— Qual é o problema dela? - Natalia questionou Marcel que tinha um sorriso nos lábios e os braços cruzados, embora ainda estivesse muito infeliz. 

— O de sempre. O escândalo rotineiro de Niklaus ao ver seus quadros preferidos e suas antiguidades destruídas. Pode apostar, antes ela te matando do que se vingando.  

— Marcel... eu quero muito ir a Mystic Falls. - Natalia ignorou os corpos no chão e foi em direção ao irmão - Por favor, eu não aguento mais, sei que tenho outros parentes e é insuportável que minha vida se resuma há apenas quatro pessoas. Eu quero conhecer a Rebekah, a mulher que me deixou viva, a pessoa que me salvou.  

— Não pelo seu bem. - a corrigiu - Rebekah tem seus próprios interesses e acredite que ela não o fez por compaixão.  

— Eu quero a conhecer. Eu tenho o direito de fazer parte completamente da vida de Niklaus assim como ele faz da minha, é meu direito. - ele a olhou e simplesmente riu já cansado de tanta pressão psicológica. 

— Não é você que vai ouvir o escândalo dele.  

— Eu posso fazer um escândalo maior ainda. - colocou as mãos nos quadris - Não se esqueça que fui criada por Valerine, Kol e Klaus. - a jovem abriu um sorriso malicioso.  

— Me irrite e você vai ouvir Lerry gralhar no seu ouvido dia e noite. - a garota recuou com a expressão amedrontada, passar muito tempo com a vampira nunca era um bom sinal, principalmente se ela ficasse entediada - Não vamos esquecer que ela tem um controle muito fraco sobre o sangue e que você pode passar umas boas horas com ela.  

— Klaus mataria ela. - o contrariou esperando que isso fosse o suficiente para lhe dar tempo.  

— E ela se importa? Ele estaria a fazendo um favor.  

—- 

— Você está vendo os cabelos brancos aqui Marcel? Está? Eu não estou! - gritou apontando para a cabeça e o moreno apenas bufou ainda sentindo a cabeça latejar. 

— Você teria 39 anos hoje Valerine, duvido muito que teria algum fio branco nessa sua cabeça. - ele resmungou e Natalia cruzou as pernas enquanto lia uma revista sobre moda. 

— Mas que sapato mais horroroso. - resmungou a deixando de lado e pegando o celular lendo a mensagem que Kol lhe enviara.  

" Espero que não esteja sem um pescoço, estamos em paz, é um bom momento pra vir. Já falou com Marcel? Estive pensando em preparar Rebekah e Elijah, mas eles estragariam tudo e Niklaus desapareceria com você e nunca mais a encontraríamos.

Eu tento, mas você sabe que Marcel é bem teimoso quando quer. Não deixe isso cair nos ouvidos de Klaus, Valerine é uma boa arma quando está com sede e irritada. Eu a vi drenar um vampiro— respondeu. 

" Tenha cuidado, Marcel pode a atrasar e não a deter. Até logo

— Bem e quando meu pai irá vir? - Natalia questionou vendo que Valerine estava incomumente quieta, tão quieta que era assustador enquanto olhava pela janela - Ele disse que quebraria uma maldição, já a quebrou... e quando volta?  

— Niklaus fará testes antes de a expor a qualquer tipo de perigo, acreditamos que em três dias ele provavelmente voltará para casa e logo você terá seu adorado pai de volta e eu ficarei em Nova Orleans até vocês irem para lá e logo sumirei pelo mundo esperando a morte de todos vocês para retornar ao meu lar. - resmungou irritado com os olhos fechados. 

— Você está muito confiante em relação a isso. - a jovem sorriu sem realmente se ofender e se aproximou do moreno se jogando ao lado dele e o abraçando com força - Me desculpe, eu te amo Marcel.  

O moreno paralisou e a abraçou por um breve momento antes de ela se afastar e ele se levantar indo em direção a Valerine que estava inquieta enquanto assistia ao canal de notícias. 

— Oi? - Natalia retirou o celular que roubara de Marcel e discou o primeiro número que estava intitulado como "Gárgula Mikaelson". 

Marcel.— a voz grossa e contida a travou por alguns breves momentos - Arrumou alguma confusão e parou no corpo de uma mulher por engano? Não irei ajudar. 

— Não é Marcel. - o vampiro se calou - Sou Natalia. Fui... criada por Marcel e Niklaus. - se quisesse um dia ser achada caso seus planos falhassem, essa seria a melhor maneira, afinal não sabia quanto tempo mais poderia tentar os levar até o limite até que desconfiassem. Tinha que o deixar curioso – Desde criança. 

Natalia. - ele pronunciou o nome dela lentamente a fazendo se arrepiar - O que posso fazer por você Natalia? 

— É que... Niklaus sumiu e tivemos um problemas por aqui, mas eu não posso dizer nada a ele ou ele vai... me matar afinal coloquei a vida de Marcel em risco e agora ele vai morrer! E eu preciso muito da ajuda de algum de vocês, Marcel não pode desconfiar dessa ligação. Vocês são as únicas pessoas das quais ouvir falar, você, Rebekah e Kol. 

Marcel tem um reino. - ele contestou desconfiado.  

— Ele tinha um reino, mas se envolveu com a bruxa errada. Se desconfiarem do que fez ele pode ser morto... e eu não quero que ele morra. Marcel é a única pessoa que terei, Niklaus irá me odiar para sempre. - a jovem simulou o choro tentando parecer o mais desesperada possível - Por favor. 

Eu ligarei em breve. Atrasarei Niklaus até que consiga resolver o problema. — o moreno prestou solidariedade, mesmo que estivesse desconfiado das informações, ele iria de qualquer forma para averiguar o problema com seus próprios olhos e ela sabia disso - Onde você exatamente está?  

— Em Madri. - o respondeu sorrindo sabendo que se ela nunca chegasse lá, a curiosidade a traria até ela e Niklaus não teria escapatória. 

Do que exatamente precisa? 

— Eu vou entrar em contato com você por outro número, se eu não o fizer mais.... por favor, venha até o endereço que te passarei e salve Marcel. - sussurrou e Elijah fechou os olhos e respirou fundo, veria isso depois. 

Até breve Natalia.  

—- 

— Você fez o que? Matou a corporação policial inteira de Madri! - Marcel gritou e Valerine se encolheu corando envergonhada - Seus amigos antigos Valerine! Como você pode matar centenas de policiais e jornalistas?  

— Matei pois estavam nos cercando por causa dos adolescentes e matei apenas um pouco deles! Coloquei a culpa em outros e fiz um atentado terrorista, além do que todos aqueles corpos foram jogados  no meio da bagunça assim irá parecer que estavam no momento errado e as atenções vão ser desviadas de nós! Eu me cansei de ver aquele bando de jornalistas nos cercando. - Natalia cruzou os braços vendo que Marcel já não possuía controle algum. 

Pelo noticiário Marcel recebera a noticia com grande choque que uma delegacia havia sido invadida e alvejada matando dezenas de policiais, destruindo arquivos e computadores. Logo após se vira algo que fora considerado um atentado terrorista, um grupo de jornalistas e Policias haviam sido chamados durante a madrugada pois receberam a noticia que todos os adolescentes que desapareceram em uma festa estavam presos em um imenso galpão no meio do nada. Valerine se lembrava de ter acuado todos os jornalistas e policiais para dentro do galpão junto aos adolescentes mortos e logo após explodir tudo deixando apenas os bombeiros vivos e hipnotizados com a explicação de terrorismo. Além disso ninguém mais na cidade parecia saber quem era a família Mikaelson já que Valerine se encarregara de matar os que sabiam demais e hipnotizar os que sabiam pouco, logo eles seriam descartados como suspeitos afinal Natalia Mikaelson também era uma das "mortas", pelo menos fora o que a morena escreveu nos arquivos que implantou na delegacia e no IML nos poucos corpos reconhecidos. 

— Foi um plano de mestre! Eu limpei a minha bagunça sozinha! 

— Causando mais bagunça ainda! Valerine você...- Marcel puxou o ar com força enquanto ofegava - Arrumem suas malas, vamos embora.  

— Nova Orleans?  

— Mas é claro que não! Eu não fiquei maluco a ponto de arriscar meu reino por causa de vocês. - o vampiro pressionou o peito - Vamos para Mystic Falls. 

Natalia manteve o sorriso no rosto durante as horas seguintes, os voos, as viagens de taxi e até mesmo durante o sono com um semblante nada afetado. Valerine se encarregara de tomar calmantes que obviamente não surtiram efeito algum, e Marcel apenas apreciou o silêncio após horas incansáveis de barulho e problemas mal solucionados. Ele tinha que admitir que a vampira fizera uma jogada de mestre e que Natalia também estava o fazendo, mas isso não significava que os problemas estavam solucionados, apenas significava que tudo estava pior ainda. E teve sua confirmação quando entrou na mansão Mikaelson dando de cara com a expressão extremamente desagradável de Elijah e Rebekah, para logo em seguida uma de extrema fúria vinda de Niklaus.  

Natalia saltou a frente com todo o cinismo possível e ficou diante de seu criador sorrindo e acenando suavemente com a mão enquanto ignorava o inevitável ataque de histerismo que logo ocorreria.  

— Oi papai!


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