No Roses escrita por AleyAutumn


Capítulo 1
1


Notas iniciais do capítulo

Em homenagem a minha querida amiga Natalia que ganha mais um aninho nesse décimo dia de abril.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/687198/chapter/1

 

1

Os dois se olharam de lado e suspiraram, Rebekah tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo que se desfazia a medida que avançavam pelas ruas geladas de Veneza, nenhum dos dois se preocupava em correr para chegar até seu alvo. Rebekah suspirou e Niklaus a olhou de lado esperando que a irmã não se manifestasse, algo que ela não fez e ele rolou os olhos quando ela o fez novamente tentando chamar a atenção dele. Os dois se encararam e Niklaus a pressionou com o olhar esperando que a irmã falasse sem que ele precisasse questionar nada, ele odiava essa mania feminina.

— Não é nada Niklaus. – ela o olhou intensamente e a expressão dele mudou para irritada – Não gosto desse lugar, demoramos muito tempo para poder atravessar isso aqui. Barcos o tempo inteiro. – apontou para o rio no meio da cidade e Niklaus e riu.

— Você se tornou uma vampira para atravessar um rio dentro de um barco em Veneza, irmã? – o loiro colocou as mãos dentro dos bolsos do imenso casaco que usava e olhou para o outro lado do imenso rio que os separava do outro lado da cidade.

— Essa cidade afunda cada vez mais. – a loira resmunou olhando para os pés cobertos pela água gelada, de fato as chuvas haviam aumentando o nível de água e era quase impossível não ter os pés cobertos por ela – É bom que essa vadia esteja aqui ou teremos problemas sérios quando a encontrarmos.

— Vamos ter problemas de um jeito ou de outro. – ele resmungou e surgiu no alto de um prédio encarando a cidade completamente iluminada.

— Seja mais discreto Niklaus. – ela pediu aparecendo ao lado dele que a penas ergueu uma sobrancelha dando um olhar irônico – Não precisamos de mais problemas do que os que já temos, olhe esse lugar. – resmungou rolando os olhos – Cheio de prédios, é impossível entrar em um lugar desses de maneira discreta.- se aproximou da beirada calculando a distancia do rio e viu a ponte ao longe.

Niklaus apenas deu um sorriso zombeteiro e se lançou pelo ar parando sobre o conjunto de apartamentos do outro lado, Rebekah o imitou dando um sorriso de escárnio ao ver que ele a encarou intensamente aprovando a atitude dela. Os dois saltaram do prédio e novamente passaram a caminhar pelas ruas que estavam alagadas devido a um temporal na noite anterior, não era grande coisa, mas fazia com que eles fossem menos silenciosos do que desejavam, embora pudessem ir facilmente pelas varandas e telhados, mas devido a grande quantidade de apartamentos acabariam tendo seu segredo sombrio revelado e logo as noticias correriam alertando as bruxas e os vampiros próximos.

— Acha que essa mulher sabe mesmo dizer por quanto tempo a mamãe vai ficar presa até retornar? – Rebekah perguntou ansiando por ver Esther, Niklaus apenas fez uma careta pensando no que a mãe estaria tramando dessa vez.

— Acredito que sim Bekah, mas nós temos objetivos diferentes. – ele a lembrou novamente e ela suspirou concordando com um aceno.

Os dois chegaram em frente a casa, era bem alta e como todas as outras da região já que as famílias italianas eram bem grandes. Não se surpreenderia se a maioria dos prédios que vissem ali fossem casas e não apartamentos. Klaus soube que teria problemas, afinal uma bruxa não os deixaria entrar facilmente no local e então foi por isso que sem um único aviso ele rasgou as roupas de Rebekah e a sujou com seu próprio sangue assim como a si mesmo.

Bateu na porta tentando não chamar a atenção dos vizinhos e encenou o medo enquanto Rebekah ofegava e engasgava se apoiando nele, o rosto vermelho enquanto ela abria um sorriso malicioso com a cabeça baixa. A porta se abriu e os olhos verdes da mulher que a atendera ficaram cheios de terror, imediatamente ela convidou os dois para dentro de sua casa e sentiu a surpresa lhe invadir quando viu que os dois estavam sérios encarando tudo ao redor.

— Onde está Melissa?- Niklaus questionou.

— O quê? – sussurrou e olhou para Rebekah e só então percebeu que nenhum dos dois tinha ferimento algum – Saiam de minha casa. – abriu a porta – Ou chamarei a polícia.

— Não sairemos coisa nenhuma, onde está Melissa?- a loira a questionou novamente e a mulher suspirou.

— Melissa partiu hoje de manhã. Satisfeitos? Disse que tinha alguém na cidade atrás dela e decidiu desaparecer. – a mulher virou o rosto em direção ao fim do corredor, os olhos de um castanho assustadoramente profundos provocou um arrepio em Niklaus, ela o encarava com tanta fúria e medo que ele precisou de alguns segundos para voltar a falar.

— Para onde ela foi?- Niklaus a questionou notando o chá fumegante de verbena na mesa de centro da sala.

— Eu não sei. – falou de maneira firme enquanto novamente os olhos se voltavam para o local.

Rebekah arqueou a sobrancelha e foi até o local verificando ele e dando de ombros ao notar que era um quarto de bebê, o mesmo estava completamente silencioso e ela não se incomodou de ir averiguar o local. Acreditou que o filho provavelmente era da bruxa e não da amiga, e achou que a essa altura os dois deveriam estar bem longe do local.

Niklaus perdeu a paciência e a única coisa que os olhos escuros da mulher foram capazes de registrar foi o fogo tomando as paredes, ela gritou e teve a boca tapada pelo loiro que não se comoveu com o terror da mulher, Niklaus sabia que ela já estava em seu limite, ela não seria tão estúpida a ponto de perder a vida pelo segredo de uma bruxa que se quer teve a decência de a proteger direito.

— Eu contei oito respirações nesse prédio. – ele informou vendo o pavor dela – Está vendo? Oito pessoas morrendo por sua culpa. – ele sussurrou cruelmente.

A mulher passou a penar na própria filha recém-nascida que dormia no quarto ao lado, se ela dissesse teria uma chance de sair do local rapidamente depois de salvar sua filha.

— Ela voltou para os Estados Unidos. – avisou – Flórida.

Klaus de um pequeno sorriso ao ver o local completamente em chamas e sem cerimônias a jogou no chão fazendo com que a cabeça dela batesse contra o piso a deixando desacordada, Rebekah fugou o seguindo para fora e deu um olhar duro para o irmão.

— Não acredito que saímos de nossa casa para vir aqui e ouvir isso. Uma ligação bastava. – a loira resmungava.

— Por que tantos privilégios de um imortal para ficar preso sempre em um mesmo lugar Bekah? Estamos na Itália. Se divertia. – ele riu deixando a feição o mais debochada possível e então ficou sério ao ouvir o barulho.

Rebekah entrou em choque e se moveu para entrar na casa que incendiava completamente chegando aos andares superiores assustando os moradores do prédio..

— Niklaus é um bebê! – ela o avisou e ele rolou os olhos sem realmente se importar com o fato – Niklaus é apenas uma criança!  A tire logo de lá! Eu estou pedindo! – ele a olhou sem realmente entender o motivo do desespero de Rebekah e logo compreendeu, ela sempre fez o estilo familiar sonhando em ser eterna, mas ao mesmo tempo ter a vida americana dos sonhos.

Isso o dava náuseas.

— Rebekah é só mais um humano. – ela o olhou com fúria evidente tendo seu braço ainda segurado enquanto ouvia o choro de desespero da criança.

Niklaus a encarou atentamente, os olhos azuis e brilhantes da irmã, a pele pálida e as bochechas rosadas. O mesmo rosto, a mesma garota que um dia ele prometeu proteger e amar. Rebekah estava pedindo algo simples não é? Ela não precisava saber disso, não ainda. A viga em chamas acima dos dois caiu e Niklaus a empurrou para longe a fazendo afundar no rio congelante da cidade enquanto todo o resto da casa caia com os habitantes ainda dentro do local sendo consumidos pelas chamas. Rebekah voltou para a superfície com os olhos completamente vidrados no local, vendo-o se tornar pó com um único som preenchendo todo o local, o do fogo estalando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "No Roses" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.