Olho pro campus da escola meio receiosa pelo o que poderá acontecer. Eu sou cantora virtual no "youtube", assim como meu irmão. Somos como fogo e água, mas nesses momentos, entramos em um consenso, coisa que quase nunca acontece: Sabemos que algo pode acontecer ao nos mostrarmos. Algo como várias pessoas vindo em nossa direção. Isso seria bem problemático. Marinette, que observava nosso comportamento, coloca a mão em nossos ombros, dizendo: 

— Bem... nós só viemos agora para dar uma olhada nas coisas. - e indicando ao motorista com uma piscadela, ela continua: - Vamos indo então.

— Mas onde estamos indo?! - pergunta Kosuda, meio desconfiado.

— Vocês já vão saber. - Diz a jovem, sorrindo.

O carro volta a se movimentar e vai até uma cafeteria. O nome me parecia familiar: Maid Latte. Chego ao lado da janela e observo bem o local. Só então consigo reparar: Este era o café em que minha mãe e meu pai costumavam trabalhar. Meu pai, o cozinheiro e minha mãe, a garçonete. Era uma época boa... o problema é que acabou. Odeio relembrar isto... Ao se abrir a porta do carro, percebo que Lucy, uma das amigas da minha mãe, estava na porta nos aguardando. Dou um sinal com a mão, tentando dar um olá. Positivamente, a garota retribui o aceno com um sorriso. Chegando ao seu lado, dou-lhe uma forte abraço e entramos. Kosuda, que é meio intrometido, vai no meio de uns garotos que, mais tarde, iriam a mesma escola que nós. Depois de um tempo, Lucy olha para Marinette e lhe pede, com um olhar, permissão para contar uma notícia. Desconfiada, pergunto:

— O que as duas planejam?

— Bom... como eu posso dizer? - ela fica por um tempo em silêncio, enquanto pensa. - Já era plano da sua família fazer isso, mas eu não pude falar pra você mais cedo. Você vai ser uma das "Maid" do café por tempo limitado. Só se você aceitar eu lhe colocarei permanentemente.

Como se meus olhos brilhassem, respondo-lhe:

— Mas é claro! Eu adoraria!

Rindo um pouco ela explica as regras e depois nos avisa sobre o horário. Percebendo, tiro Kosuda do meio do mais novo grupo de amigos dele e o coloco no carro. Certamente, este garota é apenas uma criança sem disciplina. Palavras da Marinette. Novamente, o carro se movimenta e não demora muito para que cheguemos á escola. Desta vez, o sinal já batera e nós estávamos pelo menos uns três minutos atrasados. Ao perceber isto, desço do carro quase caindo e começo a correr. Afinal, estávamos do outro lado da rua. Acontece que, no momento em que eu estava no meio da pista, o sinal subitamente mudou do verde para o vermelho. Ao notar isso, percebo que um carro vem em alta velocidade em minha direção. Corro o mais rápido que posso, porém sei que nada adiantará. Não conseguirei chegar antes dele. Nesse momento em que me encontrava em desespero, sinto que minha mão é puxada para frente com uma força considerável, lançando-me para a calçada. Sinto meu coração á mil. Paro para respirar um pouco e, só então olho para cima com objetivo de ver quem fizera aquilo. No meu pensamento, ao certo seria um guarda ou até mesmo o meu irmão, porém me deparo com um adolescente que provavelmente tomava o mesmo rumo que eu. Com muito cuidado, o garoto me oferece ajuda. Aquilo era muito gentil da parte dele, pois, ao me levantar, vejo que seu braço estava meio arranhado. Após fazê-lo, pergunta:

— Você está bem? Se machucou?

— E-eu estou... - respondo, ainda assustada. - Mas e você? Vi que seu braço...

— Ah! isso? - Cortando minha fala para que eu não me preocupe, ele ri um pouco, mesmo sentindo a dor e disfarçando com um sorriso, continua: - Não é nada. Acredite, já estive em situações piores... És nova aqui, não?

— Sou. Meu nome é Kaori. Prazer. - digo meio receiosa sobre sua reação em relação à esta informação.

— Meu nome é Hayato. O prazer é meu. - Responde ele, incrivelmente sem reações bruscas.

Kosuda vem ao meu encontro e pergunta:

— Já achou um "colega"? - Enquanto faz o sinal de aspas.

— Não! - Respondo, enquanto dou um tapa de leve em sua cabeça. - Aliás, nós tínhamos que ir fazer a inscrição. Então vamos.

— Tchau! - Grita Hayato, enquanto vê-me desaparecer no meio do campus.

Ouço, porém não demonstro nenhum sinal em resposta.