Until the very great end escrita por SheWantsDraco


Capítulo 24
I don't know much about algebra but I know 1 plus 1 equals 2




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Izabelly tinha até se sentido culpada por se afastar das suas amigas e Henrique se sentia da mesma forma, mas os mesmos não tinham culpa de nada. Estavam sendo protagonistas da sua própria história enquanto seus amigos estavam sendo da deles, e antagonistas vinham e saiam o tempo todo. Era normal. E a bebê no colo de sua melhor amiga, demonstrava isso com certeza. Augusto estava na casa de Louise naquele final de semana, e a despedida de Henrique e Izabelly era um churrasco, feito para eles para seus amigos, e aproveitando por Aaron ser primo de Andrea, ele acabou por convidar a advogada de Augusto também. Um lado seu gritava que fazia isso para esfregar no rosto da mulher que ela havia tomado a decisão certa.

Nada assustava Izabelly mais. Ela tinha se tornado tão forte que conseguia olhar para o espelho e até enxergar suas vestes de heroína, mesmo que estivesse longe de ser uma com aqueles superpoderes.

— Onde está Augusto? — Andrea perguntou à Izabelly.

— Ele está na casa da amiga Louise.

— Não é ruim vocês tirarem o garoto da cidade agora que ele achou uma amiga? — Andrea sorriu minimamente, enquanto dava um gole na sua caipirinha. Aquilo era realmente bom. Descia queimando na garganta e essa era a graça da coisa. Perguntaria mais tarde se Henrique não podia passar a receita. Algumas comidas brasileiras eram realmente boas.

— Ele está animado para conhecer outra parte dos Estados Unidos — Belly arqueou a sobrancelha. — E estranhamente está animado para conhecer o Brasil também, cada vez ele demonstra interesse. Esses dias Henrique estava mostrando uns desenhos animados que passava numa TV aberta lá no Brasil. Henrique fez questão de legendar todos eles.

Andrea sorriu. Se o casal soubesse que ela manipulou o juiz para que deixasse Augusto com eles, isso antes da audiência, não sabia se os dois acabariam concordando com a sua atitude, mas do jeito que eram honestos, apesar de desesperados, não aprovariam. Mas, Augusto estava em uma boa casa. Era para isso que ela trabalhava. Então, estava tudo bem.

Naquela noite, Augusto acabaria passando na casa de Louise e quando a casa finalmente esvaziou, eram seis horas da tarde. Henrique sorriu travesso para a esposa quando ele fechou o portão para a última pessoa sair. Pelas suas contas, eles ainda tinham tempo para uma última vez, antes de irem buscar o pequeno Panda e pegarem estrada rumo para San Francisco. Viajar à noite era perigoso? Era sim, mas Henrique sabia que as estrelas poderiam acabar guiando os dois melhor do que a luz do sol. Ridículo? Sim. Mas desde que Henrique vinha sonhando com a avó ultimamente, ele sentia que precisava dirigir à noite para espairecer. As noites anteriores haviam sido difíceis, mas nada que um momento de amor não pudesse colocar todos os astros no lugar certo. Já sozinhos, Belly encarou o tatuado de uma forma tentadora. Quase não tinham tempo sozinhos e agora que, pela ultima vez, estavam a sós naquela casa, nenhum dos dois podia perder a oportunidade. Principalmente Henrique que desde quando viu Izabelly vestida com aquele maldito decote, de manha, sentiu a animação pra fazer alguma coisa. E aquele era o momento que ele esperou o dia todo.

Se tinha uma coisa que ele adorava em seu relacionamento com Izabelly era em como as coisas eram leves quando os dois tinham um ao outro. Eram leves, mesmo quando o céu estivesse desabando em cima deles, estaria tudo bem, porque os dois seriam quem sempre foram um com o outro. Henrique amava saber que ele era de Izabelly e não só de corpo, como de alma também. E ele amava se entregar, e amava saber que era mutuo.

Antes que pudesse respirar, Henrique prensou Belly contra a parede e tacou-lhe um beijo e a cama era longe demais, por isso, foram acabando parar no sofá.

Os beijos subiam pelo caminho de seu pescoço e chegavam no lóbulo de sua orelha conseguiam animá-la, deixando o sul do seu corpo em um estado tempestuoso. As roupas não faziam presentes em mais nenhum dos corpos. Henrique continuou com os beijos suaves e estava naquele maldito joguinho fazia alguns minutos e tudo o que ela queria era que ele fosse rápido. E nem era porque ela estava ansiosa para saírem daquela casa pela última vez e devolver as chaves, e sim porque ela, por Deus, precisava sentir o alívio logo. Henrique tinha uma ideia idiota de que eles precisavam ter dado adeus a casa do jeito certo – do modo quando a estrearam, anos atrás, quando a libido dos dois era quase insuportável. E era até engraçado, aquela casa estava cheia de visita há ao menos quarenta minutos, e agora, estavam no sofá, quase morrendo de vontade um do outro.

— Vai logo, porra. — Belly gemeu, no ouvido do marido, deixando-o numa situação mais desastrosa ainda. Seios intumescidos e com uma expressão de prazer no rosto Belly gemeu mais uma vez.

No final daquela noite não pode deixar de agradecer a todos os santos a ideia maravilhosa de Henrique ter deixado Augusto passar um tempo com Louise. Aquele tempo era para eles. E não poderia ser diferente. Um beijo foi deixado na ponta dos pés de Izabelly e ela riu. E o palavrão, havia deixado Rique extasiado. Era sexy demais.

— Volta com a sua boca para onde ela estava — Belly resmungou. — Nãos se atreva a sair daí até me dar no mínimo dois orgasmos.

Henrique subiu com a respiração ofegante, falando e deixando as palavras caírem quase que dentro da boca da esposa, de tão perto que ela estava.

— Acho que você devia usar essa boca para outra coisa, ao invés de ficar reclamando.

O tatuado sorriu travesso, antes de calar a esposa com um beijo, para que ela não pudesse responder... É claro, ele não podia deixar de provocar. O tatuado adorava provocar.

***

A casa de San Francisco tinha um quintal americano. E a garagem estava aberta, mostrando o carro de Henrique. Eram onze horas da manhã de uma quarta feira e todos podiam dizer que eles precisavam estar no trabalho agora, diferente de estarem no banheiro da suíte da casa, deixando os nervos saírem em formas de lágrimas em seus rostos. Lágrimas de aflição, que tempo depois, viriam ser de felicidade.

Henrique encarava para a esposa com os olhos cheios de lágrimas. Não. Não podia ser uma brincadeira. Tinha que ser um sinal verde. Augusto estava na escola e os dois estavam em casa, torcendo para que aquela merda de teste de farmácia estivesse falando sério, e depois dos quatro terem dado positivo, Izabelly teve coragem de pronunciar a frase em voz alta:

— Estou grávida.

As palavras saíram de sua boca sem que ela conseguisse acreditar. Parecia que ela estava dizendo que os alienígenas invadiram a Terra. Definitivamente não eles estavam no plano dos dois terem outro filho. Estavam muito bem com Augusto que mal tinha um mês direito morando com eles. Mas, quando Izabelly estava na correria da vida, ela completamente se esqueceu de tomar o anticoncepcional. Naquele momento, ela não tinha a mínima ideia do que sentir, mas, em alguns segundos, uma felicidade arrebatadora adentrou em seu peito ao saber que uma criança, naquele exato momento, crescia em seu ventre. Ela só esperava – Henrique também – que Augusto ficasse tão feliz quanto eles estavam.

***

Depois de colocar o café da manhã para fora, o dia de Belly foi razoavelmente tranquilo. Ela foi ao banco resolver o recebimento do dinheiro do festival, que ainda estava enrolado, mas pelo menos, havia sido vendido mais ingressos do que eles esperavam vender, sendo assim, acabaram faturando mais.

Henrique ajudou a esposa depois, dando um banho morno, para que ela pudesse aproveitar o dia melhor, e mesmo ela insistindo dizendo que um enjoo naquela altura do campeonato era normal, ele a fez prometer que ligaria imediatamente caso sentisse mal-estar de novo. Em seguida, escovaram os dentes juntos e a rotina de sempre para se arrumarem, saírem, deixarem Augus na escola e irem para seus trabalhos. Belly havia começado a dar aula de música, e ela só não era professora do marido, porque as aulas sempre terminavam em beijos.

Mas, o dia foi agitado quando o sol se pôs e a hora era a de dormir. Augusto já estava em seu quarto há algumas horas enquanto Belly e Henrique estavam conversando calmamente no quarto, sobre como dar a noticia ao menino, mas seus planos foram adiantados, quando, com sono, Augusto pediu permissão para dormir ali.

O menino vestia seu pijama de carros e tinha uma cara de sono, mesmo tendo confirmado que não conseguia dormir de jeito nenhum, porque tinha algo o incomodando.

— O que houve querido? — Belly perguntou quando ele se deitou no meio dos dois. Era engraçado aquela cena, normalmente era apenas um mais um, Henrique e Izabelly, igual a dois, e agora, era dois mais dois, igual a quatro. Uma vida a mais existia dentro de Izabelly agora.

— Você está doente, mamãe? — O menino perguntou com a sobrancelha arqueada com o rosto franzido em preocupação. De onde ele havia tirado isso? — Papai disse algo sobre enjoo quando estava me buscando na escola e ligou pra você.

— Eu estou bem querido — Isso não pareceu convencer o menino, por isso Izabelly suspirou e contou a verdade, com os olhos atentos de Henrique sob os dois. E ele olhava para aquela mulher com o olhar cheio de admiração. Era incrível como depois de tanto tempo ele ainda continuava apaixonado. Era uma loucura. Quando Belly disse que Augus iria ter um irmão, o menino congelou na expressão e Henrique soube que teria que falar algo.

— Ei, me escute. Eu e sua mãe: nós nunca vamos deixar de amar você. Não estava nos nossos planos termos mais um agora, mas nós o amaremos, tanto quanto amamos você. Não importa se a cegonha trouxe você pra gente ou se você saiu da barriga de sua mãe, você é tão filho quanto seus irmãos. — falar de Leo, mesmo que sem tocar em seu nome, era doloroso. Abria uma ferida que estava começando a se cicatrizar, mas naquele momento, as dores que tinham que ter uma atenção maior, eram as da criança a sua frente.

— Você promete? — Augusto perguntou com os lábios tremendo, dando indícios de quem ia chorar.

—Sim, amor, nós prometemos — Belly respondeu, feliz por ter dito aquilo com firmeza e com um sorriso feliz brincando nos lábios. A melhor coisa do mundo era prometer uma promessa que você sabia que podia cumprir, porque não haveria nada mais certo do que aquilo. E não havia mais nenhuma verdade do que aquela:

Eles começaram como um mais um, somando uma família de dois. Depois veio mais um, que teve que ir embora cedo, voltando a conta mais fácil. Um mais um é igual a dois. E agora, mais um, e ainda mais um, tornando a equação mais bonita de todas: uma família de quatro. Cada um teria seu parceiro agora. 


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