Melodrama escrita por Mellanie


Capítulo 1
1 — There is no drama in a peaceful death!


Notas iniciais do capítulo

Eu amo o Jhin. E quis escrever sobre ele. Francamente, foi divertido.
Espero que gostem!

Para Kurai ♥ (Espero que não se assuste com o meu Jhin! ;w;)



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Melodrama

 

Abriu seus olhos castanhos e encarou o espelho, seus cabelos pretos quase chegando aos ombros, sem nenhum fio saindo de seu devido lugar. O negro de seus fios parecia tão escuro quanto seus longos cílios. Estava aborrecido. Imperfeito. Ele era imperfeito. Era bonito, é claro que era. Ele definitivamente era um homem que conseguia tirar o fôlego de qualquer mulher, mas ainda assim...era imperfeito. Não era milimetricamente desenhado como deveria ser. Humanos eram imperfeitos. Eles sequer possuíam simetria! Como ele poderia permitir algo assim? Seres humanos eram obras de arte. E para Jhin, eles deveriam ser no mínimo perfeitos. Mas o que poderia fazer se nem mesmo ele era perfeito? Talvez fosse por isso que se recusava a mostrar o rosto e usava a máscara que havia demorado horas e horas criando. Colocou a touca ninja e escondeu parte de seu rosto que restava com a máscara que tinha seu design — que para Jhin, era magnífico. Afinal, seu trabalho era perfeito. Deveria ser perfeito. Essa era sua missão. Tornar o mundo um lugar mais belo. Não importasse o quanto fosse demorar.


Pegou suas pistolas e soprou-as, como se estivesse polindo. Segurou as mesmas com força e então saiu daquele estúdio que poderia ser considerado sua casa. Pisou em alguns cacos de vidro daquele espelho que tanto lhe aborrecia, sentindo um leve sentimento de dor. Mas para Jhin, o sentimento de dor tornava tudo mais memorável. Sentir dor era algo extremamente necessário. Era a dor que tornava as peças teatrais, os contos, os poemas, as histórias, tudo aquilo que era considerado arte, algo muito mais impactante. Algo muito mais... prazeroso. Acreditava que as melhores obras eram criadas com o verdadeiro sentimento de seus autores. Isso queria dizer que ele deveria dar o seu melhor, nem que isso significasse seu próprio sangue. Se isso conseguisse atingir o ápice do que ele queria demonstrar, então era isso que deveria ser feito. O mundo era uma tela em branco, e Jhin era o artista destinado a criar a arte.


Colocou seus pés na terra macia do território Ioniano. As folhas alaranjadas das árvores se mexiam cuidadosamente e algumas mais secas atingiam o chão. Era possível ouvir o canto de alguns passarinhos devidamente encolhidos em seus ninhos. Estava perto de uma pequena vila, mas por algum motivo, aquele local parecia vazio. Estranhamente vazio. Oh, é claro. Era por causa dele que aquele lugar estava vazio. A maioria das pessoas foram avisadas dos assassinatos que estavam ocorrendo e se retiraram do local com a ajuda do governo.


Afinal, Ionia era um estado onde a paz deveria ser preservada acima de tudo. O que para Jhin, era extremamente patético. Ionia era cruel, Ionia tinha assassinos, Ionia também tinha guerras e o sangue de muitas pessoas já foi espalhado por aquelas terras infames. E os orgulhosos ionianos pareciam simplesmente ignorar. Seres humanos patéticos. Com todo aquele sangue que fora derramado sequer conseguiram criar uma obra de arte. E era por isso que Jhin havia mais uma vez voltado para sua nação onde tinha sido criado.


Ouviu um som de folhas sendo amassadas e virou-se exatamente na mesma hora para a direção de onde veio. Segurou suas pistolas, levantando a direita com precisão. Uma garota. Nova, parecia estar em plena adolescência e lhe fitava com uma expressão amedrontada. Jhin analisou-lhe. Seu rosto era em um formato peculiar, não possuía um queixo muito marcado e suas bochechas pareciam ser exatamente simétricas. Os olhos cinzas eram marcados com uma maquiagem leve e os cílios eram longos o suficiente para fazer com que a garota parecesse uma boneca. Seus cabelos eram de um tom castanho claro, e estavam presos em tranças, o que deixava sua aparência mais angelical. Suas bochechas estavam avermelhadas, talvez pelo medo. Talvez alguma pessoa normal pensasse que seria uma pena matar uma garota tão bonita assim. Uma pessoa normal, e este não era o caso de Jhin.


Aquela garota deveria ser sua nova obra de arte. Mirou primeiramente no peito dela. A mesma abriu seus olhos em pavor e Jhin notou que havia feito um "o" com a boca, preparando-se para pedir ajuda ou implorar para que não a matasse. Sequer deu tempo para que ela conseguisse fazer isso. — Você vai performar! Sorria, minha querida, sorria! Eu tocarei seu coração.


— Um. - Atirou, e o sangue manchou o vestido laranja que ela usava. Ela soltou um grito esganiçado com o impacto. — A beleza é a dor. Seus olhos perderam o brilho e ela ficou parada. Afinal, a magia de Jhin era peculiar. Ela primeiro deveria prender a vítima. Sua obra ainda não havia sido acabada. — Dois. Deveríamos dançar? - Desta vez, atirou-lhe em seu pescoço. A bala fez um buraco, e o sangue ainda não havia parado de sair. — Três. Não existe drama em uma morte calma! Cante para mim! - Acertou-a nas pernas. O líquido escarlate escorria por todo aquele chão. Jhin sorriu, preparando-se para o momento final. Seus olhos brilharam em êxtase. — Quatro. Adorável! - Acertou-a na cabeça. Os fios de cabelo da garota balançaram com força à medida que a velocidade da bala acertou-lhe. E então, ela caiu no chão. — Sua vida não tinha sentido antes de mim.


Jhin aproximou-se e tocou no corpo agora devidamente machucado da mesma. Suas mãos percorreram seus cabelos, e Jhin fez questão de soltá-los. Pegou os braços dela e colocou-os sobre seu peito. Tirou a terra que havia na parte da saia do vestido e deixou-a ali. Pegou uma pequena flor avermelhada e colocou sobre os cabelos da garota e cerrou os olhos dela. Sua mais nova obra de arte estava concluída. Deu alguns passos para examinar a sua mais nova criação de longe. Ainda não estava se sentindo satisfeito. Ela era mais uma de suas marionetes, mas ainda assim.. aquilo não estava perfeito! — Essa composição.. precisa de mais alguma coisa. O show nunca acaba, e a perfeição.. nunca é o suficiente.


Deixou o corpo da garota no chão, pegou suas pistolas e novamente partiu, andando em frente.


— A minha audiência espera.


Afinal, seu show estava apenas no início.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero que tenham gostado. hehe ♥



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