Pray You Catch Me escrita por Carmen


Capítulo 2
Capítulo II - Drunk


Notas iniciais do capítulo

[should I? should I?]
[Point of View: Regina]



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O despertador tilintou num som absurdamente irritante e eu fui obrigada a levantar-me. Logo, a presença de Carmen se fez pelo apartamento e ela abriu minhas cortinas, demonstrando um dia incrivelmente lindo que eu dispersaria dentro da minha sala.

Mas, quem se importa, o dia nunca espera por ninguém!

Tomei meu banho em paz e vesti-me. Saia reta preta e uma blusa levemente transparente azul, adornei meu pescoço com um colar de 3 correntes e pingentes em prata e peguei os saltos em minhas mãos.

Sentei-me a mesa com a companhia da latina mais adorável do mundo e tomamos café. Logo, despedi-me beijando sua bochecha e fui para a empresa. Quando desci do carro em frente ao escritório, agradeci a todos os meus antepassados por ter ar condicionado em minha sala. Como eu odeio esse calor insuportável, embora o dia está

O cumprimento de Belle foi igual ao de todos os dias, o barulho de meus saltos também. A única exceção da monotonia foi quando as portas do elevador abriram e vi um sorriso mais delicado do que o de Robin. Mas logo o encontrei com meu café.

A moça ao seu lado carregava pastas parecia envergonhada de alguma forma ou por alguma razão, achei adorável. Posso ter certeza que minhas sobrancelhas arquearam e observei-a curiosa por alguns segundos.

— Bom dia, srta. Mills. - Robin disse entregando-me o café.

— Cappuccino com chocolate e sem chantilly. - eu disse mais para ela do que para ele. - Grata, Robin. - eu agradeci, agora direcionando meu olhar a ele.

E ele sorriu de volta e logo me apresentou a garota ao seu lado, que me estendeu a mão, num gesto educado.

Seus cabelos possuíam um tom loiro clássico, porém com cachos alongados que desenhavam seu rosto. Seus olhos eram claros, todas as suas expressões delicadas e finas. Lábios, nariz, queixo. Apenas o olhar era forte, marcante.

Mantive o olhar firme encarando-a e ela não desviou. Era um teste e ela passou. Aceitei o cumprimento e sorri quando nossas mãos se soltaram.

— Srta. Swan, é um prazer conhecê-la. - eu disse enquanto meu olhar escapou e correu todo o seu corpo. Ela era magra, alguns centímetros mais alta do que eu, poucos anos mais jovem. Talvez, alguns 5 ou 7 anos.

— Eu quem devo honrar-me. - ela disse levantando o olhar e demonstrando a alegria em estar onde estava - Agradeço pela oportunidade, srta. Mills. - Emma concluiu num sorriso tímido.

Feitas as devidas apresentações, ela e Robin entraram em minha sala logo depois que eu me acomodei. A quantidade de pastas duplicou em segundos e eu sorri: por glória divina eu teria muito trabalho e eles, logo, saíram.

Comecei a trabalhar realmente às 10 horas e parei apenas às 21, num ritmo frenético. Despachei todos os contratos que me eram enviados para a revisão, assinei os documentos que precisavam do meu aval para que circulassem por outros setores da advocacia. Não parei para o almoço, não fui interrompida por ninguém, nem as ligações de Zelena foram atendidas... Até que ouvi batidas em minha porta!

— Pode entrar... - eu disse, ainda sem saber quem era.

— São papéis para oficializar a minha contratação, Robin pediu que eu lhe entregasse ainda hoje... - a voz possuía receio, falhava. Era Emma.

E ela parecia estar com vergonha. Ou medo de mim? Observei-a no vãos entre meu óculos, sorri e peguei a pasta em sua mão. O toque mínimo entre minhas mãos e as dela foi o suficiente para ela corar. E mais uma vez eu, que sempre odiei as pessoas tímidas, achava-a adorável.

Eu nunca fui uma pessoa simpática, mas algo na garota loira, simplesmente, me fazia querer que ela gostasse de mim. Contudo, assim que percebeu que eu a encarava, ela se recompôs em segundos.

Não falei absolutamente nada, apenas assinei com um sorriso irônico nos lábios e devolvi os papéis a ela. E então, quando observei o escritório pela porta de vidro, percebi que não havia mais ninguém.

Já não passou do seu horário, Swan? - eu indaguei.

Ela encarou-me, como quem busca o motivo de uma pergunta ou a resposta nos olhos de quem a fez. Seu olhar era sério, tinha um quê de maturidade e superioridade que eu ainda não havia notado, lhe davam um tom de frieza.

— Quase isso. - ela se limitou a dizer.

— Então, vamos logo. - eu disse, levantando-me e pegando minha bolsa. - Teu horário já chegou ao fim e é oficialmente minha estagiária. - eu disse, sem sorrisos, pousando minha mão em seus ombros.

Seus olhos fitaram todo o meu corpo quando me levantei. O sorriso ainda não desaparecera do teu rosto e então, seu telefone tocou. Desliguei-me do transe e abri a porta de vidro para que pudéssemos sair dali.

Era comum que as pessoas se deixassem levar por minhas curvas, mas nunca admiti esse tipo de situação no ambiente de trabalho, não comigo, porém Emma não incomodava-me de forma alguma. Ela era uma criança deslumbrada, isso era comum até, o diferente era que eu me

Quando cheguei em casa, Carmen já não estava. Ela deixou um bilhete, me lembrando de jantar e dando boa noite.

Banhei-me e logo, fui para cama. E no meio da noite, meu celular toca. Vi que eram quase 3 da manhã. Quem liga a essa hora?

— Alô? - eu disse, ainda com sono.

— Mills? Sou eu, Regina, a Alex! Sua cliente! - ela dizia meio afobada e sua voz parecia mansa demais.

Claro que eu lembrava. Alexandra. A típica garota má que vive arranjando problemas e que a mãe rica faz tudo para que ela não suje as possibilidades de um futuro bom.

— O que aconteceu, Alexandra?

— Então, preciso que você venha me tirar da cadeia. - ela dizia sem preocupação. - Anota o endereço...?

Anotei. Levantei-me, vesti-me e cheguei em 20 minutos na delegacia. Por sorte, eu conhecia algumas pessoas e paguei a fiança da garota. Mas o processo correria e agora, nós teríamos um agravante. E era óbvio que aquilo seria usado contra ela.

— E mais uma vez a advogada mais linda desse mundo me salvou. Mais uma vez. - Alexandra dizia, quando os policiais a liberaram das algemas, com as mãos ao alto e em alto e bom tom. E veio em minha direção. Quando Alexandra me abraçou, senti o cheiro de álcool mais forte do que imaginei que alguém fosse capaz de cheirar.

Acredito que o efeito da bebida de Alex ia aumentando e ela parecia cada vez mais infantil e boba, eu me divertiria com isso, caso ela não fosse minha cliente. A verdade era que realmente simpatizava com a figura intrigante dos Vause, inclusive conhecia a irmã de Alex desde a faculdade.

— Por bem pouco dessa vez, Alex!!! – eu respondi. - Você não tem juízo? Nós duas combinamos que isso não poderia acontecer em hipótese nenhuma! - eu parecia mãe advertindo a filha que fez uma brincadeira de gosto duvidoso. Ninguém nos diz que nós vamos nos prestar a esse tipo de papel enquanto cursamos direto.

Ela pouco se importou com o que falei e continuou abraçando-me.

— Vamos. - eu disse, balançando a cabeça negativamente. - Você precisa de um banho. Ou já tomou um banho de etanol? – ela gargalhou e apoiou-se nos meus ombros. - O dia hoje será longo e nós precisamos estar preparadas.

A verdade é que desde uma quente despedida, até uma fria recepção, desde uma quieta solidão até uma companhia surpresa, o dia não espera por ninguém.


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Notas finais do capítulo

[maybe I'll get drunk, again]



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