Londres de Sangue escrita por Heitor Campos


Capítulo 7
Fixado




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A biblioteca de Farrington era uma das mais acessadas na cidade, seu dono, Liam Griffthis possuía estabelecimentos por toda Londres. Ele sempre tivera um fascínio por livros, assim como o pai, antigo dono. Muitos dos livros chegavam primeiro em sua loja e rapidamente eram vendidos. As obras escritas por Charles Dickens e os novos contos de Sherlock Holmes faziam com que o local sempre ficasse movimentado. E Mr. Julian sabia aqui era o lugar certo para encontrar o que procurara. Ele vasculhou em diversos corredores, encontrou diversos tradutores, mas nenhum do que desejava. Até que finalmente resolveu perguntar a um dos senhores.

— Olá, tu sabes onde posso conseguir um livro em que traduzas latim? por favor.

— Deixe-me ver, é o detetive Mr. Julian, certo? .  – Diz o senhor.

Ele concordou com a cabeça.

— Sempre quis ter a chance de conhecê-lo. Prazer, me chamo Harrison e trabalho aqui para o Senhor Liam há alguns anos. – Exclama o velho. _ Bom, não sei se ainda temos, faz algum tempo que não vejo um, mas vou ver se consigo algo.

O detetive aparentava pressa, a chance de descobrir o segredo por trás da morte de sua irmã estava cada vez mais perto, ele só precisara descobrir qual o significado de tal mensagem, a quem ela se dirigia e principalmente, quem a escrevera. O mesmo chegou a tentar estuda-la sozinho, mas seu êxito fora em descobrir apenas o suposto nome do autor. A carta continha apenas algumas linhas por escrito e no final dela, havia a palavra “Glasya”. Mr. Julian sabia que muito provavelmente era um nome falso, ele já mais ouvira falar neste nome, mas sabia que com certeza era uma pista.
Ele guardou a carta no bolso de seu casaco no mesmo instante em que vira o homem chegando. 

—Aqui esta. Este sem dúvida é um ótimo tradutor de latim para o inglês, quase não o encontrei.

— Certo, agradeço. Diga-me, Sr. Harrison, onde está o Sr. Liam Griffthis? . Ele costumava ficar aqui, certo? .  

— Não sei se tu sabes, mas depois que dos ocorridos na cidade, ele evitastes bastante aparecer por aqui. – Diz o velho, deixando o detetive constrangido.

— Até mesmo em seus outros estabelecimentos pouco se o virá hoje em dia. Ele deixara outros encarregados de tomarem conta. 

—Entendo, não pude falar com ele desde que tudo acabou, espero que esteja bem.

O detetive então, se levantara do local, quando o velho o segurara forte no braço, o que o deixou assustado, sua respiração parou por alguns segundos, seu coração acelerara. Por um momento ele pensou em soltar-se, quando o velho falara algo.

 _ Só quero que saibas, Mr. Julian; que não o culpo pelo que aconteceu.

Ele não soube o que dizer, não esperava ouvir isto, as pessoas o culparam durante os anos e dizer aquilo o aliviava bastante.

— Que bom que entendes. Mesmo não concordando, fico feliz em saber disto.

O velho o acompanhara até a saída, os dois pararam sobre a porta quando, antes de sair, o detetive virou-se e disse algo.

— O senhor por acaso sabe o que significa a palavra “Glasya”?

Uma pequena expressão de espanto surgira sobre o rosto do velho, o detetive optou não falar com ninguém alem de seu amigo sobre o assunto, mas ele aparentava ser alguém de confiança e principalmente, alguém que poderia dar-lhe informações.

— Tu te referes a um dos demônios do livro de Salomão, certo? .

— Sim, isso mesmo. – Ele concorda, sem ter muita noção do que isto se tratava.

— Glasya, ou melhor; Glasya Labolas é um dos 72 demônios de um antigo livro sobre a goécia. Ele é o autor, no que diz respeito aos homicídios e derramamento de sangue. Diz a todos, as coisas sobre o passado e no que há de acontecer, ele ganha vantagens nas mentes e no amor de amigos e inimigos, causando-lhes o amor entre eles, e se o desejar, incita a cometer homicídios e pode fazer de um homem invisível. – Diz o velho. _ Mas não entendo, porque me perguntastes isto? .

— Apenas curiosidade. Acabo de lembrar já ter ouvido falar neste nome e pensei que poderias me dizer seu significado. E por sorte, estava certo. Enfim, esta ficando muito frio e preciso ir, mas o agradeço muito.

 

Mr. Julian então saíra rapidamente antes mesmo de ouvir o que o velho tinha a falar. Estava com pressa, ele pegara um trem até o bairro onde mora, sua ansiedade não o deixara sossegar, nem mesmo por um instante. Ao aproximar-se de casa, ele teve a impressão de ter visto alguém o seguindo. Na verdade, desde que saístes da biblioteca, o detetive teve a clara certeza de que alguém o vigiava. Mas no momento, isto já não o preocupava mais, pois a solução de seus problemas estava em suas mãos e ele sabia que não poderia perder esta chance.

 


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