The mine word: Fire Gates. escrita por gurozu


Capítulo 40
Capítulo Final: O início de uma vida.


Notas iniciais do capítulo

Eai galera, beleza? Trazendo aqui o último capítulo deste livro. Bora lê?



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Pompo me encarou com olhos duvidosos enquanto observava o pai caminhar em direção a casa. Fiz um curto aceno com a cabeça, indicando que poderia prosseguir. Ela soltou minha mão e caminhou a passos rápidos até junto do pai.

Gisele permanecia abraçada a minha cintura, apertando os olhos com força pra não se assustar.

—Já chegamos, querida. Pode abrir os olhos agora.

Ela abriu os olhos, um de cada vez, lentamente. Sua expressão foi de espanto. —Nossa! É tudo tão verde!

—Vai se acostumando, pois tudo que você verá daqui pra frente será verde.

A bagagem que Ponko carregava começou a sacudir de um lado ao outro. —Havia me esquecido. —Disse Gisele, indo em direção a bagagem. Ela a abriu com ambas as mãos e retirou de dentro duas espadas. Uma parecia ser feita de aço, já a outra, de prata, ambas com cabos escuros e linhas de pano amarradas sobre o metal.

—Não sabia que o Ponko tinha essas espadas. —Comentei.

—Não são do Ponko, são minhas.

Ambas as espadas começaram a brilhar e caíram no chão. O brilho deu lugar a forma de duas pessoas, que se revelaram serem Atie e Adreu.

—Desculpe pelo transtorno, senhora. —Desculpou-se Atie, se curvando.

—Não virá a se repetir. —Concluiu Adreu.

—Bem que eu estava sentindo falta de alguma coisa. Vocês duas são muito bem vindas. —Digo.

Ambas olharam a sua volta. —Parece que aqui não existem Garotas de neve, irmã. —Comentou Adreu.

Bem observado, Atie. Senhora, pedimos permissão para explorar o local.

Gisele olhou pra mim, nervosa. —Só não vão muito longe.

Ambas se curvaram e foram embora. Só espero que não destruam nada.

Entramos na casa e logo um cheiro incrivelmente familiar veio de encontro a mim. Ponko e Pompo estavam parados na porta, imóveis. Lá dentro, um barulho de estalo era seguido pelo som de madeira batendo em metal. Uma mulher estava de costas pra eles.

—Bacon. —Disse, talvez alto demais.

Pompo e Ponko se assustaram, assim como a mulher. Seus olhos pareceram saltar no momento em que vira os dois.

P-Ponko? E-E-E Pompo? —Ela olhou pra Gisele e eu, nos ignorando e voltando sua atenção aos dois. —O que vocês... —O bacon estalou, a acordando. —Vocês são dois idiotas. —Ela correu na direção deles e os abraçou, com lágrimas nos olhos. —Como puderam me deixar tão preocupada?!

Nos desculpe, mãe.

Sim, querida, não foi a nossa intenção.

O bacon já estava ficando preto e um cheiro de queimado inundava o cômodo. —Desculpe interromper, mas o bacon está queimando. —Digo.

A mulher correu até o que parecia ser um fogão a lenha e retirou a panela do fogo. Ponko foi ajudá-la, enquanto Pompo veio até mim.

—Essa é minha mãe. —Disse ela.

Alguma semelhança parecia haver. A mulher usava um vestido verde claro com renda branca, com botas de couro e um lenço de pano lhe cobria os cabelos.

—Parece que ela me ignorou.

—Está apenas surpresa. Vou apresentar você quando a hora chegar.

—E eu? —Perguntou Gisele.

—Você também, Gisele. Mas antes... —Ela olha para os dois na cozinha. Nenhum estava preocupado com a panela e sim um com o outro enquanto se beijavam. —Vamos lá pra fora?

—Parece uma boa ideia. —Digo.

O sol estava forte aqui, bem mais do que estava na Cidade dos Endermans. Nos sentamos nos degraus de madeira que havia em frente à porta e começamos a conversar. Só agora que pude perceber o quanto o tempo passou. Saímos daqui simplesmente pra voltar, só que agora noivados, com um filho a caminho e uma pequena criança aos nossos cuidados, além de uma bela história pra contar.

Pompo reclinou a cabeça sobre meu ombro, observando o campo. —Passamos por tanta coisa. Nunca iria imaginar que acabaria assim.

—Ainda não acabou, Pompo. Lembre-se que nunca acabará enquanto estivermos aqui, juntos.

Ela ri. —Talvez... Talvez possamos viver aqui mesmo. Podemos construir uma casinha só nossa é viver juntos até ficarmos velhos.

—É o seu plano?

—Não é um plano, é uma promessa.

—Então é uma ótima promessa.

Pompo levanta o rosto, me beijando. Parecia um sonho, embora aquele pensamento de sempre corresse pela minha cabeça, dizendo que teria sido melhor ir embora.

Gisele começou a puxar minha camisa, enquanto passos em madeira podiam ser ouvidos. —O que está fazendo com a minha filha?! —Perguntou a mãe da Pompo, segurando uma colher de madeira.

—Mãe, calma, esse é o Steve, meu... Meu futuro marido.

—Marido? —Ela olhou pra trás, encarando o Ponko. Ele deu um passo pra trás e concordou. —Essa idiotice veio toda de você.

Já poderia ver outra característica que a Pompo puxou da mãe. Dei um passo a frente, subindo um degrau. —Eu sei que é repentino, senhora, mas eu amo a sua filha, de verdade mesmo, passamos por muito juntos. —Estiquei a mão até a Pompo, a ajudando a se levantar. Coloquei a mão sobre sua barriga. —Iremos ter um filho, senhora. Se não nos quiser, iremos embora, não será problema.

Ela me encarou com olhos que eu já conhecia, os mesmos da Pompo, embora de cores diferentes. Ela colocou a mão sobre a testa e suspirou. —Não posso culpá-los por serem jovens. Também não posso mandá-los embora com minha Pompo estando de fato grávida. Podem ficar, mas antes me digam quem é a pequena aí.

—M-Me chamo Gisele, senhora. Sua filha e o Steve me ajudaram e me adotaram quando eu não tinha quase nada. É uma honra conhecê-la. —Gisele se curvou, mostrando seus modos.

Tudo bem, mas parem de me chamar de senhora, faz sentir-me velha. Podem me chamar de Cidia, os dois, sem exceção, não quero que me chamem de vovó, mamãe, querida e muito menos de sogrinha, entendido?

—Sim. —Dissemos, Gisele e eu, juntos.

—Muito bem, devem estar com fome da viagem. Vou preparar um lanche enquanto vocês se arrumam e... —Ela funga. —Tomam um banho. Principalmente você, Ponko, está fedendo como os porcos do chiqueiro.

Ela voltou a cozinha é Pompo suspirou, aliviada. Parecia que o pior já havia passado.

—Pompo, leve a Gisele e tomem um banho. Preciso falar com o Steve.

—Tudo bem. Vamos, Gisele. —Disse Pompo, a levando pra dentro de casa.

Um silêncio ficou no ar enquanto Ponko observava o campo com a mesma expressão que Pompo fizera a pouco. —Eu lhe contei como cheguei até aqui, certo? Como conheci Cidia e tudo mais. A verdade é que você se provou, Steve. Talvez não totalmente, mas eu lhe respeito mais agora do que no dia em que o conheci.

—Isso era pra ser um elogio?

—Não importa o que é, o que quero dizer é que agora você é da família e a família fica unida. A vida é de vocês, façam o que quiserem, mas, se precisarem de algo, nós estaremos aqui.

—Obrigado, Ponko. Isso significa muito pra mim.

—Não pense que estou lhe dando minha filha, ela ainda é nossa e sempre será. Bem, saberá do que digo quando tiver sua criança. —Ele se levantou, respirando o ar do campo. —Venha, vamos ajudar a patroa.

Visão da Pheal:

O lugar era pequeno e velho, com algumas tábuas já pendendo para a chuva e aos cupins. Uma cama sem colchão se encontrava ao fundo, encontrada na parede, com uma mesa cheia de papéis e um pouco suja de poeira.

—Pode não ser muito, mas é a minha... Digo, nossa casa. Pode deixar suas coisas ali. —Disse Sekka, apontando para um baú que ficava ao lado da porta.

—Sim, tudo bem. —Minha bagagem não era nada mais do que a minha bolsa. Pensando bem eu deveria ter pego algumas roupas na minha casa.

A cabana por si era bem pequena, talvez o meu antigo quarto fosse maior que ela. —Quer se deitar? Deve estar cansada.

—Já que ofereceu. —Deitei-me na cama, que rancheu de um jeito esquisito. O cheiro do Sekka estava presente nas cobertas. —É mais confortável do que parece.

Sekka puxou uma cadeira que estava apoiada no canto direito da cabana e se sentou ao lado da cama. —Me desculpe.

Aquilo me pegou de surpresa. —Por que está se desculpando, Sekka?

—Você tinha uma vida muito melhor na Cidade dos Endermans e eu tirei isso de você. Eu nem sei o que vamos comer amanhã.

Ele abaixou a cabeça, me destruindo ao ver o todo confiante Sekka por quem me apaixonei ser reduzido a um que desiste antes de tentar. Me ergui sobre a cama e puxei para junto de mim, ficando sobre ele.

—Não me importo se você não poderá me dar jóias, uma casa imenssa ou um café da manhã decente. Tudo o que quero é estar com você, não importando o que tivermos de passar.

O beijei, podendo sentir o gosto de suas lágrimas. —Mesmo que diga isso, você é nossos futuros filhos merecem coisa melhor. Não cometerei os erros de meu pai. Vou me esforçar, por você e por eles.

—Esse é o meu Sekka. —Um rangido muito mais alto ocorreu, me assustando. A cama caiu, me levando ao chão. —Ai! A primeira coisa será comprar uma cama nova. —Algo refletiu debaixo da cama, uma rápida piscada. —O que é isso?

—Não era pra ter nada aí embaixo. —Disse Sekka, descendo do que restou da cama.

Estiquei-me para pegar o quer que fosse. Era um saco de couro muito pesado. A puxei, trazendo-a para a luz. —S-São... Diamantes?

O que disse? —Sekka se aproximou, examinando o conteúdo do saco. —Não pode ser. Então ele... —Sekka nunca terminou essa frase.

—Bem... —Disse, erguendo o saco. —Vamos comprar a cama?

Visão da Hedyps:

A viagem demorou bem mais do que eu esperaria. Tivemos que recuar até uma área segura pra desembarcar e depois tivemos de cavalgar até minha cidade natal.

Nada parecia diferente. Estava tudo no lugar de sempre. Algumas pessoas nos olhavam com desconfiança, afinal não era todo dia que Esqueletos vinham a cidade.

Já estava anoitecendo, o que significava que a Gayet estaria em casa com a Hevack. Só de pensar em rever as duas já me comovia.

—Estamos quase lá. —Disse, apontando a próxima esquina. —Virando aqui estaremos na casa da Gayet.

—Tudo bem. —Skel sinaliza pros outros integrantes da caravana.

Chegamos em frente à casa. As luzes das tochas indicavam que estavam em casa. Bati na porta, esperando ser atendida.

—Quem é?! Seja quem for deve ser doido de vir a esse hor... Hedyps?

—Eu mesma.

—Nossa! Pensei que nunca mais voltaria.

Uma sombra surge atrás dela e salta sobre mim, Mr derrubando no chão. —Mana! Mana! Mana! —Gritava Hevack enquando me abraçava.

—Como é bom te ver, irmãzinha.

—E quem são esses? —Peguntou Gayet.

—Ah! Certo, preciso apresentar eles. —Me levanto, colocando Hevack no chão. —Esse é o meu noivo, seu nome é Skel. Os outros são os soldados dele que nos escoltaram até aqui.

—N-N-Noivo?! Não acredito que pode me trocar por esse homem, Hedyps. —Disse Gayet, fingindo choro.

—Bem, posso não estar nas minha melhores condições, mas é uma honra conhecê-la, Gayet, Hedyps falou muito sobre você.

—Hedyps, o que ele é?

—Ele é um Esqueleto. Futuro General da Fortaleza Witywolve.

—É muita informação pra digerir. —Ela coloca a mão na testa.

—Nós vamos voltar pra casa, Mana? —Perguntou Hevack.

—Vamos apenas pegar nossas coisas. Iremos nos mudar.

—Não vai me deixar sozinha de novo, vai?

—Prometo que nunca mais farei isso.

Coloquei Hevack na carroça de suprimentos e pedi ao Skel que fosse na frente.

—Então você vai embora mesmo?

—Vou. É uma chance de dar uma vida melhor pra Hevack. Ela certamente gostará do lugar.

—Se você diz então deve ser verdade. —Ela exita, mas toma coragem e me abraça. —Sentirei sua falta.

—Pode me visitar sempre que quiser. Eu também posso visitar você.

—Imagino que já trará suas crianças quando chegar o dia.

—Pretendo sim. —Soltamos o abraço. —Bem... Pode pegar a sua recompensa.

—Eu adoraria, sabe disso, mas não tem graça quando você deixa eu fazer. Acha que cuidei da sua irmã só pra pegar nos seus peitos? Não pense que nossa amizade vale pouco assim.

—Só você mesmo, Gayet.

Me despedi, indo até minha antiga casa. Encontrei Skel ordenando os soldados que colocassem as coisas sobre as carroças, enquando Hevack ficava agarrada a perna da Kabi. Deu um riso e fui até junto deles.

—Já estamos terminando de carregar suas coisas. Se quiser entrar e pegar algo mais pessoal é só ir. Deixamos patê das mobílias, coisas como as camas e armários, mas pegamos as roupas e os lençóis. —Disse Skel, me informando.

—Obrigada, mas só tem uma coisa que eu gostaria de pegar.

Entrei na casa, passando pela sala e indo até o quarto. Estava tudo em seu lugar, apenas faltando as coisas dos armários e roupas de cama. Fui até minha cama e me abaixei pra puxar um baú. O abri, pegando duas picaretas de ferro, uma presilha de cabelo e dois anéis de ferro. Olhei aquelas coisas, sentindo uma lágrima escorrer. —Mãe... Pai... —Coloquei as coisas de volta no baú e o tranquei. Levei ele até a carroça e o coloquei ao lado de onde a Hevack estava sentada. —Cuide bem disso, irmãzinha.

Ela sabia o que era e tomaria conta. —Cuidarei, Mana.

Saímos da cidade após o amanhecer. Não pude dormir, e não o fiz, não queria perder os últimos momentos neste lugar. Quando saímos, olhei pra trás, dando um último adeus.

Visão da Pompo:

Já era noite e os grilos cantavam do lado de fora. Esfreguei os olhos e olhei a minha volta. Steve não estava lá, apenas Gisele.

Me levantei, meio tonta, coloquei uma calça e saí do quarto. Estava frio, com uma meia lua brilando no céu escuro. Steve estava ali, sentado nos degraus da escada.

Me sentei ao seu lado sem dizer nada. Ele parecia tão sério. —E eu fiz tanto esforço para não acordar você.

—Fiquei assustada quando acordei e não o vi na cama. Bem, não seria a primeira vez.

—Meu susto foi maior. Quando saí, sei de cara com seu pai, complemente nu enquanto bebia alguma coisa.

—Isso realmente seria assustador. Ri um pouco e me apoiei nele. —Eles devem estar compensado o tempo perdido.

—Devem estar compensado até agora.

—Está com ciúmes?

—Estou. —Ele se vira, me encarando. —Quero senti-la em meus braços, beija-la e fazer amor com você até que o sol nasça.

—Isso é romântico, mas meio assustador. Espere apenas algumas semanas, apenas algumas, e poderá fazer o que quiser comigo sem medo de machucar o bebê.

—Eu sei, já falamos sobre isso. —Ele volta a olhar pro campo. —Como está o braço da Gisele?

—Melhor. O remédio que o médico passou parece ter ajudado, mas ela ficará com uma cicatriz.

—Esse é o menor dos problemas. Caso ela piore nos podemos levá-la até... Até... Como se chama o lugar?

—Exblod?

—Isso. Pheal e Sekka estão lá e fica a apenas um dia a cavalo. Um médico lá seria fácil de arranjar.

—Você se preocupa muito. Ela vai ficar bem. —Me levanto, limpando minha calça. —Vamos dormir? Está tarde. Meu pai provavelmente irá "pedir" que você o ajude na fazenda.

—Então vamos. —Ele se levanta.

Uma vela permanecia acesa sobre a mesa da sala. Mandei Steve ir na frente enquanto ía apaga-la. Quando estava voltando, dois olhos claros como a lua me olhavam da janela, desaparecendo logo em seguida. Me assustei, ficando parada alguns segundos.

—Tudo bem? —Perguntou Steve.

—Sim, tudo bem.

Dicidi esquecer disso. Me deitei na cama e Steve passou seu braço por cima de mim. O abracei, adormecendo em seguida.

Sonhei com um campo devastado, havia fogo e destruição. Uma coisa, um ser de aparência grotesca, me agarrava com uma das mãos, enquanto agarrava Steve com a outra. Abaixo de nós, uma criança nos olhava com olhos brancos e chorosos. Não era possível ver o que ou quem ela era, mas, fosse quem fosse, me causava medo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Deixem um comentário. Não gostaram? Deixem um comentário também.
E finalmente chegamos ao fim do segundo livro. Só posso agradecer a vocês pelo apoio, principalmente ao Tion Flix, a Gabyriri, a Tefi12345, a Cabritachan, ao Petter Pan, ao LeonardoSantos e a todos os outros que também leram os capítulos.
Comentem o que acharam do livro e fiquem ligados que no dia 12 de Novembro sairá o prólogo do terceiro livro.
Muito obrigado por tudo e até o próximo livro.