E se for você? escrita por Lívia


Capítulo 13
Never Knew I Needed


Notas iniciais do capítulo

Oi Pessoal ! Sei que estive fora por muito tempo, para terminar outros projetos. Mas estou de volta para dar um ponto final em minhas histórias.



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P.O.V Nick Wilde

Cheguei no meu apartamento , segurando forte a pata  da minha filha . Tirei  a chave do bolso da calça  e abri a porta.  Não acreditei no que os meus olhos estavam enxergando. Devia ter prestado atenção aos sinais de que algo muito estranho estava acontecendo. Começando com o porteiro do prédio , que dirigiu um olhar sinistro para mim e a Alexia,  e isso fez um arrepio subir por toda a  minha coluna.  As conversas sussurradas dos moradores entre os corredores. Até o ar parecia de um filme de suspense psicológico .

Assim que abri a porta do meu apartamento , entrei em alerta , pronto para defender minha filhota e meu território. Havia passado um tornado , com certeza , para ter feito tanta bagunça. Mas o tornado não era uma força da natureza ,e sim  uma coelhinha chamada Judy Hopps.

—Nick? – sua voz saiu melancólica .

Como fui um tolo!

Menti para mim mesmo que tudo estava bem ,que era uma coisa da minha cabeça e que nenhuma surpresa iria acontecer. Errado.

Minha mente queria se manifestar , mas eu não conseguia abrir a boca para falar.

Agora , eu entendi o que Finick havia dito de manhã cedo.

Havíamos combinado de se encontrar no Café Lombardi  que era um lugar acolhedor e bem freqüentado, onde serviam o melhor bolo de maçã com castanhas. Pendurei meu casaco azul marinho de oficial no cabide  e pedi um café au lait acompanhado de uma fatia daquele famoso bolo.

Finnick estava sentado ereto na bancada , não se importando nenhum pouco por ser pequeno. Olhando todas as garrafas coloridas que estavam na enorme prateleira, distraído com seus sentimentos. Aliso o cabeção dele e escuto um resmungo.

— Oi campeão!

— É verdade que adotou uma órfã?! – perguntou , veloz.

—Uau ,as fofocas voam como o vento, hein?!  - exclamei. -Sabe , eu não estou no meu melhor humor para contar toda essa longa história da adoção . E nem quero te dizer o quão complicado foi.

—Você contou para ela?

—Não, ela é uma policial séria em cumprir o seu dever . Conseguiu realizar o seu sonho nesta carreira ; e eu ainda estou começando a  entrar nos eixos e... escuta , cara, eu sinto que não estou preparado para contar tudo a Judy  e ver  a nossa relação perder o controle.

O café estava quentinho e gostoso. O bolo era doce e fofinho , com uma excelente cobertura de açúcar. Depois do primeiro grande gole de café, saboreei o bolo e o café lentamente. Quando acabei de comer o bolo pedi mais um pedaço e uma água com gás ao garçom.

—Nick, é como se fosse um band- aid. Tire rápido!Que tal amanhã você encontrar ela e comprar alguns donuts ?

—Donuts?

—Yeah,Mulheres adoram comer algo doce de manhã ! Conheço a sua namorada de longe, principalmente quando pressente que você está armando alguma coisa como...

— Cala a boca!

— Papai , ela é a minha mãe? – perguntou Alexia , me fazendo voltar a realidade.

Puxei boa parte do ar para dentro dos meus pulmões. Era hora. Me agachei para ficar no mesmo tamanho que Alexia e falei para ela que precisava de um tempo para conversar com a Judy. Ela sorriu e foi andando em direção ao seu quarto,pelo menos foi o que pareceu.

A culpa e o medo me abateram . Não havia sido justo com Judy. Ela notou minha dor e esperou pela minha explicação. Mais uma vez respirei fundo , procurando as palavras certas e acabei me lembrando de uma frase de um livro favorito da tia Clarissa.

“Se a vida era uma guerra parecia ser meu destino combatê-la sozinha.”O livro se chamava Villette e a autora era Charlotte Bronte . 

Confesso que explicar tudo para Judy foi confuso no principio , mas retratei com precisão cada  fato, cada sentimento que me passava na memória. Queria que ela soubesse que ter uma família era meu sonho, não era mais trabalhar da DPZ.

Com uma fisionomia agradável ela ficou parada , escutando , segurando a minha pata. Depois ela me explicou tudo que havia passado dês de as fofocas do pessoal do DPZ, o temor da sua mãe e os pensamentos dela. Parecia que  um peso havia saído das nossas costas.

Mas , eu ainda não estava preparado com o próximo passo dela. Judy tirou do bolso de sua calça de policial uma caixinha de veludo e se ajoelhou diante de mim , e fez o pedido que era para ser meu.

— Nicholas P. Wilde , você sempre foi o meu melhor amigo,  e eu não consigo imaginar viver sem você . Quero você me apoiando  em todos os momentos que virão daqui para frente... quer se casar comigo?

Cobri meu rosto com as minhas patas , pois ele estava banhado em lágrimas de alegria. Eu lhe perguntei se ela tinha certeza em sua decisão, e ela disse que ninguém, nem mesmo o Bogo seria capaz de fazê-la mudar de idéia , e me alegrou novamente ao dizer que queria ter Alexia como filha .

Sem pensar mais , aceitei o pedido e abracei a minha noiva policial . Ouvimos gritos felizes de uma raposinha no corredor, que provavelmente havia ouvido tudo.

Alguns meses depois...

— Pai , agora é a sua vez!       

Estou brincando  de boneca com a minha filha.  Antigamente eu diria : - Eca!

Admito que eu mudei muito. Tentei fazer a melhor imitação de Kristoff enquanto segurava o boneco de plástico que estava segurando as mãos de Anna , sua namorada. Minha filha havia colocado um vestido de noiva nela. E o Kristoff estava vestido ... hmm ... imagino que seja o terno branco do Flynn Rider, quando se casou com a Rapunzel.

Fazendo aquela brincadeira com a minha filhinha , me fez voltar no tempo. No dia do meu casamento.

Depois de subir um lance de escadas , finalmente , chegou o melhor momento da minha vida. Quando abri a porta de madeira do cartório , o sorriso dela foi a primeira coisa que notei. Estava radiante de felicidade e amor em seu lindo vestido de noiva  que destacava a cor dos seus olhos.

—Pela primeira vez foi o noivo que chegou atrasado !–exclamou o juiz.

—Oi, cenourinha ...

—Raposa boba! – e ela deu um soco no meu ombro.

—Ai...

Mesmo com dor , dei um beijo em sua bochecha felpuda.

Demos as nossas patas .Confesso que estava muito nervoso. Meu coração palpitava de tamanha emoção de estar vivendo aquele sonho .

 Estava tão emocionado que não cheguei a ouvir todo o discurso do juiz de cerimônia. O que eu mais queria era ficar olhando para ela e viver aquele momento para sempre.

Mas , consegui dizer aceito e os meus votos nas pausas certas.

—E você , Judy Hopps , aceita Nicholas P. Wilde como seu legitimo esposo na saúde e na doença , na alegria e na tristeza , na riqueza e na pobreza até que a morte os separe?

—Sim. Eu aceito Nicholas P. Wilde com todas as suas falhas na saúde e na doença , na alegria e na tristeza , na riqueza e na pobreza até que nossos corações parem de bater.

— E então . com o poder em mim investido , eu os declaro marido e mulher. Já pode beijar a noiva.

—PAI!

— Hã?? O que foi , meu anjo?

—O Kristoff precisa beijar a Anna.

—Oh, sim. Me desculpe, papai estava pensando...

—No seu casamento com a mamãe!

—Puxa, você acertou em cheio.

Alguém bateu na porta da frente. Quem poderia ser?

—Eu atendo, pai.

Eram Stu e Bonnie, que vieram fazer a festa de aniversário da Alexia.

 Eles se apaixonaram por ela, tanto quanto eu e a Judy. Viraram avós –coruja.  Mas , eu não esperava por uma reunião de família . Além deles, vieram minha tia Clarissa, a coruja.  Zacarias e John Hopper Underwood, que me ajudaram nos papeis de adoção. No fim, o apartamento estava lotado de amigos. Até os colegas do departamento e etc.

No fim, tivemos que levar a festinha de Alexia para a área externa do apartamento.

Quando eu era pequeno, pensava que Zootopia era um lugar frio e sombrio. Onde as presas tinham preconceito dos predadores e você não podia amar quem quisesse. Só que a vida me mostrou o outro lado da moeda. Que não existem apenas seres preconceituosos no mundo. E que existem milhares de espécies diferentes espalhadas por ai. E que temos que amar todos os seres que existem, por mais difícil que seja conviver com eles.

— Eu quero dar o primeiro pedaço ao Chefe Bogo que sempre apoiou os meus pais.

Chefe Bogo pegou o pedaço, tentando conter sua vontade de chorar.

— Tô nem aí. – exclamou, fungando o nariz.

—Ha, você deveria escrever um livro sobre como tratar seus subordinados, senhor.

—Cala boca, Wilde!

Minha filha continuou entregando pedaços do bolo para cada um dos convidados até chegar o último, que ficou comigo.

— O último é o mais gostoso, papai.  – disse, sentando ao meu lado.

—E o mais gordinho de todos.

E rimos.

— Qual foi o seu pedido, minha arqueira?

Ela solta um suspiro e encosta sua cabeça em minhas pernas. E a deixa para que eu comece a fazer cafuné. 

—Que você e a mamãe continuem se amando até a morte.

Judy vem saltitando até nós e escuta o pedido de Alexia.

—Uau! – dissemos ao mesmo tempo.

—Não se preocupe, Alexia. – diz Judy sorrindo e encosta sua cabeça em meu ombro. – Eu e essa raposa boba vamos continuar nos amando até mil anos.

— Não, três milhões, coelha esperta.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado de acompanhar essa história. É muito triste de despedir desses personagens, desse universo e dessa jornada. Espero que surgem novas ideias nesse e nos próximos anos.



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