Encontro Marcado escrita por Jessica Calazans


Capítulo 51
Capitulo 51


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente quero pedir desculpas pelo longo sumiço, pela minha falra de consideração com vocês leitoras. Acontece que não estou acostumada a escrever, sou insegura demais. Enfim.. espero que me perdoem.



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ー Amor? ー Ele força um sorriso,  muito triste para ser chamado de sorriso ー Sabe o que é mais triste, Emília? Depois de tudo que vivemos, hoje.. Hoje eu só quero que você morra e da pior forma possível! Não sabe o ódio que sinto por essa atrocidade ter dado certo e não ter te levado junto...  ー Ele se afasta, talvez para observar o impacto que suas palavras causaram nela ... Então lhe dá as costas, querendo sair o mais rápido daquele lugar, daquela presença. Pega sua a mala e sem olhar para trás, vai embora.



Sozinha na cama, Emília se joga a tristeza e ao remorso. Ouvindo os próprios soluços que pareciam ser intermináveis. As ultimas palavras martelando em sua mente. E chorou, chorou tanto que a unica solução que lhe parecia cabível era tirar a própria vida.

 

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Vitória finalmente chegava a casa da Emília, o acidente que ocorreu na estrada atrasou e muito a sua viagem.  Foi atendida por Raimunda que autorizou a entrada. Correu pro quarto da filha, mesmo esperando que fosse rechaçada e expulsa da mansão.... Mas a cena que viu lhe cortou o coração… Sua menininha toda encolhida no meio da cama, a expressão cansada e os olhinhos inchados. Era notável que de tanto chorar, acabou por adormecer.



Vitória não quis acordá-la, tentou ajeitar a filha, cobrido-a e se deitou com ela.

 

De frente para Emília, Querendo lhe proporcionar um pouco de afago, Vitória lhe acariciava as madeixas onduladas tentando fazer o sono da filha mais tranquilo, até mesmo lhe entoou uma canção de ninar, igualzinha quando sua menina ainda era um bebê. Contornava os traços do rosto feminino, admirando o quão bela mulher sua pequena se tornou, tentando descobrir como era possível um amor tão grande assim caber no peito… Até que teve um leve sobressalto quando Emília, inconscientemente, se aninhou àquele corpo. Foi quando mais uma vez ouviu a palavra mãe vir daqueles lábios. Era assim que a filha a chamava em seus sonhos, ao menos era no queria acreditar.



ー Estou aqui, meu amor, sua mãe não vai te deixar nunca mais. Nao vou desistir de você! ー e entre lágrimas, lhe fazia cafunés... Acabando por adormecer também.

 

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Bernardo não demorou a chegar na casa de Gema. Optou, ao menos por ora,  encontrar apoio na irmã, assim não preocuparia os pais, mas ele sabia que estava apenas postergando o inevitável.

 

Os brinquedos espalhados pela sala eram a prova da “bagunça” que o sobrinho fez antes de ir para a casa dos avós. Ele memorizou aquela cena antes de subir ao quarto de hóspedes, o que mais queria agora era uma ducha e pensar nesses  novos encalços que o destino resolveu pregar em sua vida.

 

Bernardo permitiu que a água lavasse seu corpo, e livre, se permitiu chorar como se isso pudesse também lavar toda a angústia que sentia.

 

Ele amava aquela mulher, isso era fato incontestável. E talvez por isso a dor da decepção, da frustração era ainda mais latente.

 

Não se sabe por quanto tempo o Sartorini ficou ali.  Mas uma hora a realidade chama…. Tentou encontrar um pouco de paz no quarto do sobrinho, fugindo dos problemas e da tentação de ligar para saber como “Ela” estava. As últimas palavras ditas pesavam em sua consciência. Ele jamais desejaria a morte de alguém, desejaria?

 

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Já estava quase perto da hora do almoço quando Emília finalmente despertou sentindo uma sensação de bem estar, de cuidado… Não demorou a perceber que aquelas sensações vinham dos braços que a acalentavam….. Vitória. E ela não ficou surpresa de ver a mãe ali. Talvez fosse no seu subconsciente.. precisava tanto dela nesse momento, daquele carinho, que não era estranho tê-la ali ao seu lado.

 

Instintivamente, Emília levou uma das mãos ao rosto de  Vitória, lhe fazendo um afago suave.. Não queria acordá-la, apenas senti-la, sentir aquela força poderosa que a enchia de esperança sabe-se lá como, só porque ela estava ali…. Talvez as mães fossem realmente mágicas.



Vitória resmungou algo em seu sono trazendo a filha á realidade. Um sono pesado diga-se de passagem, já que trabalhou toda a noite. Confusa, a promotora fugiu do quarto, daquela presença que perturbava sua mente e coração.



ー Boa tarde, Dona Emília! Quer que eu lhe prepare algo para comer? O almoço ainda não está totalmente pronto ー

 

ーNão, Raimunda! Eu não quero nada. Só me diz o que aquela mulher está fazendo aqui... ー Nem era necessário especificar Vitória. 

 

ー Desculpe, Senhora… Ela entrou, você estava dormindo, não soube o que fazer ー

 

ー Mais um erro desses, Raimunda… E eu vou saber exatamente o que fazer, demitir você ー Vociferou

 

Raimunda somente assentiu, acuada, e subiu as escadas em direção a quarto da patroa



ー Está indo pra onde, Raimunda? Eu estou falando! ー

 

ー Acordar a senhora Vitória, não é isso que quer? ー Tentou não ser grosseira

 

ー Espere ela acordar, o mal já está feito mesmo ー E Raimunda sabia que não era bem esse o motivo, mas achou melhor não contestar  ーAlguém me ligou ?

 

ー Sim, a senhora Rosa. ー

 

ー Ela disse algo importante? ー

 

 

ー Não, senhora. Mas ela parecia nervosa ー

 

ー Tudo bem, obrigada, Raimunda! ー



A empregada apenas assentiu, voltando pra cozinha. E Emília achou melhor voltar ao trabalho… Enfrentar um leão por dia, não é o que dizem? Tinha um trabalho a zelar.  



Vitória acordou não muito tempo depois e a primeira coisa que viu foram as ligações de Luís, e de imediato retornou. Ele queria receber atualizações do estado da filha.. Já que ligou mais cedo ao saber do ocorrido e soube que Vitória estava lá e as duas dormiam.



 

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O dia correu tenso para Emília que aguardava a ligação do procurador, e nem mesmo o trabalho conseguiu ocupar sua mente. Até que recebeu uma ligação. Para a sua sorte não era o seu chefe e sim um colega que trabalhava na Corregedoria, Enrico... Ela só não sabia se ficava aliviada com isso.



Numa cafeteria perto dali, o colega a esperava. Emília queria aparentar tranquilidade, mas era quase impossível….

 

Quando próximos, se abraçaram, saudosos.



ー Como você está? ー  Foi sua primeira pergunta

 

ー Ah! Você sabe... Toda essa situação tem me deixado tensa ー E o fato dela estar mexendo nervosamente as mãos deixava claro isso…

 

ー Posso imaginar… ー Ele assentiu e nesse momento foi interrompido pela atendente que lhe oferecia o cardápio ー Deseja beber algo, Emília? ー

 

ー Só quero um chocolate quente ーE Enrico assim o fez, fazendo o pedido e liberando a funcionária.

 

ーBom, Emília, você deve saber porque estou aqui, não sabe?  ー

 

ー Acredito que sim…  ー

 

ー Eu nem deveria estar falando sobre isso com você, mas o corregedor já entrou em contato comigo, vim o mais rápido que pude. Ele já instaurou o processo disciplinar e provavelmente o inquérito também… Ele e o conselho vão se encontrar amanhã para decidir sobre seu afastamento provisório… O que você fez, Emília? ー Se fosse outra pessoa ela veria a pergunta como simples interesse pela fofoca, mas ela sabia que a preocupação dele era genuína

 

ーEu…. ー E mais uma vez  eles eram interrompidos, dessa vez pela bebida que chegava .. ー

 

ー Por favor, Emília… Me deixa retribuir o que fez por mim ー Talvez querendo lhe dar um pouco mais de confiança, lhe afagou  a mão sobre a mesa.. E com aquele carinho e o sorriso cativantemente sincero, Emília resolveu se abrir.

 

ーEu só não estava pronta, Enrico.. Consegue compreender isso?  ー Um pouco surpreso com a revelação, com a mão livre ele apanhou a xícara, e bebericou um pouco do capuccino que havia pedido, disfarçando o desconforto. Largando-a em seguida, voltando sua atenção para a dama á a sua frente.

 

ー Não se preocupe, não estou aqui para julgar você ー E parecia ser sincero em seu carinho, em mais um afago na mão macia, levando-a aos lábios para um selo singelo, conseguindo arrancar um pequeno sorriso dela  ー Você já tem uma estratégia? ー

 

ーMais ou menos… ー Respondeu enquanto bebericava sua bebida quente ー Já conversei com meu médico e… Bom, o exame de corpo de delito seria totalmente infrutífero…

 

ー Mas?.... ー

 

ー Bernardo saiu de casa e temo que não vejam isso como mera coincidência, não no mesmo dia em que é publicada uma noticia no jornal dizendo que sua esposa cometeu aborto… ー

 

ー E se conversar com ele? Ser franca? ー

 

ー Acredito que eu seja a última pessoa da face da terra que ele queira ajudar nesse momento ー Ela riu, um riso morbidamente triste.

 

ーEntão o amece….  ーSurpresa, Emília o fitou confusa, sem entender o que ele falava ー Seu marido é diretor de um dos hospitais mais famosos do nosso Estado… Sua condenação seria ruim para ele e para o hospital também…. ー

 

Compreendendo o que ele falava, Emília não pode acreditar na lógica que aquilo fazia. Obviamente o hospital sofreria uma sindicância e Bernardo poderia ser considerado seu cúmplice.

 

A primeira lágrima cai, talvez pela culpa que estava sentindo, mais uma vez ela era um estorvo para a vida de Bernardo e sem contar para a vida de Luís..

 

ー Emília, por favor… ー Ele foi gentil em lhe acariciar a face, enxugando o caminho que a lágrima percorreu…. ー Não queria de modo algum...

 

ー Tá tudo bem, Enrico…. ー E ela sorriu, numa tentativa débil de se fazer acreditar.




A conversa durou até quase a noitinha e Enrico fez questão de pagar a conta e deixá-la em casa.



Enrico e Emília se conheceram na Fundação Escola Superior do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (FEMPERJ) onde ambos cursaram a pós graduação e se prepararam para o concurso do MP.  Não era o que podíamos chamar de grande amizade, mas existia um grande carinho entre eles. E quando Enrico sofreu um processo disciplinar, podendo ser excluído dos quadros, este só fora absolvido porque Emília arriscou a própria carreira ao mentir quando depôs a favor do colega.

 

E dessa vez, Enrico tentaria retribuir o imenso favor.



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A preocupação acompanhou Raul durante todo seu expediente… Como se não bastasse o jeito com que Bernardo saiu do hospital, o mesmo ainda não tinha retornado. E mesmo a ligação do cunhado pedindo permissão para ficar na sua casa, afirmando que estava tudo bem, não o deixou nenhum pouco aliviado.

 

E assim, logo que terminou o expediente, Raul foi imediatamente pra casa. Não sem antes dar a sua palavra a Luis de que ligaria com noticias.

 

Ao chegar, a casa estava silenciosa….. a não ser pelo som de televisão que vinha da sala onde Bernardo e Pedro tiravam uma seresta sobre o colchão que inventaram por ali.

 

A bagunça na sala está maior de que quando saiu…  Raul apenas deixou os dois ali dormindo, sabia que logo acordariam para o jantar… Então desligou a televisão e se dirigiu para o banheiro, afim de um banho.



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Ao chegar em casa, Emília convidou Enrico para entrar, o que ele gentilmente recusou, devido a outros compromissos.

 

ー Ficamos por aqui, não é? ーEla  pergunta meio sem jeito com aqueles olhos que pareciam sempre buscar os seus

 

ー Acredito que sim. Eu vou manter você informada, está bem? ー Ela assentiu positivamente, sentindo os musculos tensos na medida que ele se aproximava, apenas para lhe beijar a tez macia  ー

 

Então ali, eles se despediram. Num abraço e beijo no rosto pra lá de desajeitados.




Quando finalmente entrou na casa, foi logo recebida por Raimunda

 

ー Deseja alguma coisa, senhora? ー A criada perguntou, notando o quanto a patroa estava abatida

 

ー Só um banho quente, Raimunda, por favor! ー

 

ー Pode deixar…. E… hm.. Ela ainda está aqui! ー Informou um tanto desconfortável

 

ー Ela quem? ー

 

Raimunda estava prestes a responder quando Vitoria entrou na sala

 

ー Achei que poderíamos conversar, minha filha… ー




Emília virou-se para trás, surpresa.. Ainda não tinha falado com a mãe depois do ocorrido pela manhã e agora não sabia como reagir



ー Raimunda, vá fazer o que pedi, por favor! ー E nem foi preciso mandar pela segunda vez…. Com os olhos ainda presos na mãe, Emília a analisa. É dificil não admirar aquela postura e elegancia tão natural ー Senta, Vitória ー Seca, quase em ordem, ela indica o estofado assim que Raimunda some de vista, tentando ser educada.

 

Vitória resolve se sentar, já um tanto frustrada pela frieza que a postura da filha impunha. E há alguns assentos de distância, Emília se senta também,  e isso só enfatiza o quanto estava na defensiva.



Ninguém quer dizer nada. O silêncio tem algo de agonizante, mas nenhuma da duas desvia o olhar. E era tão tenebroso que só se ouvia a respiração de ambas. Ou talvez, fosse apenas o subconsciente de mãe e filha, desligadas de tudo que as rodeava, inebriadas pela presença uma da outra.

 

ー E então… Vitória, o que quer de mim ? ー Emília foi a primeira a quebrar o silêncio.

 

ー Tão direta quanto seu pai… ー Emília não sabe se leva isso como elogio ou ofensa, mas se remexe no assento, endireitando a postura, numa tentativa débil de disfarçar o desconforto pela mera referência a palavra  pai.

 

ーE mesmo assim ainda não sei o que ainda faz aqui … ー Ela tenta ser firme

 

ーMinha filha.. Eu só achei que… ー

 

ー Por favor, eu não autorizo nem a Luis me chamar de filha, muito menos você  ー Se Emília reparou alguma surpresa na expressão da mãe, não demonstrou ー Olha, Vitória, eu agradeço por ontem, pelo seu gesto de …. solidariedade, e é só por isso que estou sendo educada até o momento.  Mas isso não muda nada. Não muda o fato....

 

Vitória tenta esconder ao máximo a tristeza que aquelas palavras lhe causam. Humildemente se levanta, dando um fim naquela conversa, surpreendendo Emília

 

ー Eu só achei  que estaria precisando de mim, do meu apoio… Mas acho me enganei…  Não se preocupe, não voltarei a incomodá-la ー Mas antes mesmo que desse o primeiro passo, Emília a interrompe, também de pé.

 

ー Por Deus! É sério isso? É sério que vai bancar a vítima agora? Achou mesmo, Vitória, que a essa altura, você poderia dar uma de mãe cuidadosa e atenciosa depois do que me fez? Jura? ー Por um momento Vitória fica preocupada com o descontrole que a filha aparentava e teve pena, não só por ela , mas por si mesma por se sentir incompetente em não poder ajuda-la ー Onde você estava “mamãe” enquanto eu era maltratada pela aquela mulher que você diz ter sido a melhor opção para mim?  Heim? Onde estava “mamae” nas noites que precisei do seu colo? Acha mesmo que um gesto seu de “CARIDADE” te faria minha mãe agora? Acha mesmo … ー Ela tenta segurar o choro, mas ela não tem controle. Os olhos avermelhados logo se enche enchem de lágrimas e isso é demais para a senhora Ventura.

 

ー JÁ CHEGA, EMÍLIA, CHEGA! ー Vitória  a interrompe, perdendo também o controle, deixando uma Emília muda pela surpresa ー Eu disse que não ia mais tolerar esse tom para comigo, essas ofensas. Queira ou não, sou a sua mãe. Reconheço que fui tola em achar que a situação que você está vivendo te faria mais humilde. Eu devia saber que você é tão orgulhosa, tão egocêntrica, tão ruim quanto sua vó, até quanto eu mesma, já que quer me definir assim… - Ela não sabe de onde tirar forças para continuar aquele discurso, mas sabe ser necessário. Ela também chora, assim como a filha - Se faz de durona, inatingível… Quando na verdade é só uma menina mimada. Esse seu orgulho não vai só afastar as pessoas que te amam de você, mas também vai te proporcionar uma vida solitária e morbidamente infeliz.. E eu sei bem do que falo… Mas me desculpe o transtorno, MINHA FILHA ー Ainda que a culpa a estivesse corroendo por dentro pelas palavras ditas, Vitória se afasta, deixando uma Emília com os olhos ainda mais úmidos, lágrimas a umedecer seu rosto, ainda que de pé e sua postura “inabalável”  

 

ー Ah… E vê se faz sentido castigar Luís com esse seu “não me chame de filha”. Ele não tem nada a ver com isso, acho que culpar a mim já basta.  E tenha certeza que te amo muito, Emília. Não foi, nem por um segundo, gesto de caridade e sim de amor... Espero que um dia você possa acreditar em mim ー Saiu então, definitivamente da sala, afugentando as lágrimas.

 

Sentindo-se mais sozinha do que nunca,  Emília se sentou no sofá para não cair, segurou o choro, mas foi impossível não deixar que lágrimas fizessem seu caminho… Deixou escapar um pequeno soluço de socorro, mais era tarde demais pra sua mãe ouvir.

 

O cansaço emocional era tanto que ali, sobre o encosto do sofá, adormeceu.



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Emília não sabe por quanto tempo cochilou, só acordou com o carinho de Gema sobre seu rosto

 

ー Hey! ー Gema sorriu ao vê-la acordar, estava sentada ao lado delaa beirada do estofado ー Tudo bem? ー  Emília apenas maneou em negativo, sorrindo triste

 

ー Vim te avisar que Bernardo está lá em casa ー

 

ー Presumível ー Ao tentar falar,  a voz quase não saiu.

 

ー Está rouca? ーGema perguntou, surpresa.

 

ー Deve ser toda essa tensão.. ー Justificou

 

ー Tem algo mais acontecendo? ー

 

ー Estou respondendo a um processo administrativo..  ー

 

ーEu gostaria lhe dizer “bem feito”. Mas sinto muito…ー Lamentou sincera ー Você já pensou em contratar um advogado? ー

 

ーSim, mas não passou ninguém na minha cabeça ainda ー

 

ー E aquelas suas amigas na época da faculdade ? ー

 

ー Fala da Carol, Naide e Tamara? ー Gema assentiu ー Carol passou num concurso militar e ta seguindo carreira, Naide passou para magistratura e Tamara passou pra defensoria pública de Porto de Alegre, faz alguns anos que se mudou….ー

 

ー Bom, farei umas pesquisas e te digo…  ーInformou ao se levantar ー Quer que eu te acompanhe até o quarto antes de ir ? ー

 

ー Não vai jantar comigo? ー

 

ー Não, hoje não! Vem, você precisa descansar! ー

 

ー Não se preocupe, ainda vou tomar banho… ー

 

ー Fica bem? ー

 

ー Uhum… ー E então, se despediram…..




Emilia realmente foi tomar seu banho e sem ânimo nenhum para comer, adormeceu antes mesmo do relógio apontar 21 hrs.

 

Já Gema,o chegar em casa, foi recebida  pelos pequeninos braços de Pedro, e era tudo que ela precisava para criar coragem e conversar com o irmão.. Mas ao pensar melhor, achou que por essa noite o aconselhável seria deixá-lo esfriar a cabeça.. amanhã seria outro dia.

 

E com isso o jantar ocorreu normalmente, tendo Bernardo se esforçado para estar presente, até mesmo colocou o pequeno Pedro para dormir… Mas ele mesmo não conseguiu descansar.





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Notas finais do capítulo

Bom.. apenas para resumir a história até aqui. Emília descobriu ser filha de Vitória e Luís, que foi abandonada pela mãe e que o pai não tinha conhecimento da sua existência ... Ela também é irmã de nossa vilã Lucrécia que ainda desconhece o laço fraternal que as une. A relação com o pai esta caminhando, a resistência maior é com a mãe. Bernardo descobriu sobre o aborto provocado por Emília e o casal está passando por uma dolorosa crise...

Até mais sz



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