Bernardo a enlaçou de vez pela cintura, tirando-lhe os pés do chão, trazendo-a para seu colo….  Enlaçados compartilharam do maravilhoso sentimento de amar e ser correspondido, sem se importar com os olhares de admiração, inveja … e até censura.

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Eles nem se importaram em jantar, a viagem até a praia não foi longa.  O casal não parava de tagarelar, e era dificil manter um foco num assunto só. Culpe a ansia, a necessidade que ambos tinham em ter um ao outro e recuperar o tempo perdido.

Emília comentou vagamente sobre seus casos complicados, omitindo as ameaças, ao menos por ora. Conhecia o marido e não o queria neurótico.. não hoje que chegara de viagem. Atualizou sobre Gema, Pedro… O fez rir das suas piadas sem graça…  Até ousaram um dueto (se  é que pode chamar assim)  ao cantarem algumas músicas que tocaram na radio….

Estacionaram próximo a praia do arpoador , mais para perto da pedra para ser mais exata  e aproveitaram trocar a vestimenta.

Emília cobriu a areia com um  enorme lençol da cama do casal que ela trouxe de casa junto com as outras coisas. Arrumou com certo esmero sobre uma pequena tanga, as frutas, algumas bebidas que decidiram comprar, bem como alguns aperitivos para passar a noite.

Bernardo a auxiliava, por vezes admirando o zelo, bem como o carinho com o qual Emilia organizou a noite. Sempre tão ocupados, era difícil um momento a dois.

A praia estava razoavelmente vazia, Quase não se ouvia barulho algum…. a não ser vai e vem da água cristalina que banhava o mar de Ipanema.

Aninhada ao peito aconchegante de Bernardo, Emília apenas observava o céu estrelado e apreciava a brisa noturna que ajudava a espalhar ainda mais o seu cabelo

Não eram necessárias palavras, ficaram bom tempo só curtindo a companhia do outro, apesar de Bernardo estar preocupado por sentir Emilia um tanto tensa.

ー Juro que não queria, mas começo a me preocupar ー Ele diz sério, um tanto atencioso.

ー São coisas que nao gostaria de falar agora, pode entender isso? ー Ela se ajeita para pode fita-lo num angulo melhor ー Mas eu juro que eu não queria estar em nenhum lugar agora que não seus braços ー Emília sorrir e se mostra sincera, e ele se dar por satisfeito por ora.

A Satorini voltou a admirar o céu estrelado, então apontou para a direção de onde estavam as “três marias”.

ー Está vendo a constelação de Orion? Ela é tão linda não acha? ー Desconversou

ー É belissima, apesar de não entender muito ー Ele se deu por vencido

ー Sabe qual lenda que mais gosto? É a que diz que eles se gostavam…  Dizem que Orion foi um gigante e valente caçador. Artemis, a deus da lua e da caça se enamorou por ele, quase se casou. Por causa do amor, ela deixou de cumprir seus afazeres, como iluminar o ceu noturno por exemplo ー

ー Isso deve ser uma falha enorme... - Ele zombou

ー Depois diz que não entende, me deixa teminar, Bernardo ー Ela ralhou e o Sartorini se obrigou a segurar o riso e “fingir” escutá-la ー Obviamente Apolo, irmão da deusa, não ficou muito contente, até porque, sua irmã jurou ser virgem para sempre. Um belo dia, Apolo vendo que Orion nadava pelo mar, desafiou sua irmã a acertar nada mais de um um ponto entre as ondas. Orgulhosa e sem saber se tratar de Orion, ela dispara a flecha e Orion acaba morrendo ….  A lenda continua dizendo que ele estava apenas fugindo de um escorpião que sua mãe, Gaia, enviou para mata-lo. ー Ela suspira ao terminar

ー E você acha essa tragédia bonita? ー Bernardo perguntou intrigado

ー Não a história em si, mas a lição que ela me traz…. ー

ー Que lição? ー ele quis saber.

ー Que não estamos imune a machucar quem amamos. Ás vezes, uma atitude que nos beneficia, em que só vemos o nosso ângulo, pode ferir quem a gente mais ama…  ー

ー Devo me preocupar com esse comentário “despretensioso” ? ー

ー Não, é só uma história ー Ela sorriu ーÉ a minha constelação favorita

ー Uhum … ー Ele não parecia estar muito convencido ー

ー Mas que bobinho, ta grilado por bobagem ー Zombou, e se virou um pouco mais para o lado, agora de frente para ele, ainda aninhada. E pousou uma das mãos em seu peito, acariciando a pele nua.

As carícias eram vagarosas, e Emília pode sentir o corpo de Bernardo começar a responder pelo singelo toque, admirou-se pela necessidade dele em tê-la.

Sabendo do que ele gostava, continuou a alisar a pele do peito masculino, alisando e provocando os mamilos. Desceu os lábios pelo pescoço forte, depositando um beijo ali, com direito a leves chupões. Ela desceu mais e Bernardo não precisava ser vidente para prever aonde estariam aqueles lábios tentadores…

ー Emília, você não pode, disse estar com infecção ーTentou controla-la, a voz ja rouca

ー Isso não quer dizer que a sua esposinha não possa te fazer “feliz” ー Sorriu de modo malicioso…..

ー Aqui e agora? ー Surpreendeu-se

ー Seremos cuidadosos ー Ela piscou de modo matreiro, num impulso mudando a posição e ficando sobre Bernardo.

Emília desceu ainda mais os lábios, até abocanhar um dos mamilios masculinos e atiça-lo ainda mais com a língua e os dentes.

Bernardo gemeu, acariciando seus cabelos e sentindo a tortura que era ter essa mulher tão cordata apenas para ele.

ー Como te amo, Emilia ー Ele declarou, perdido em seu frenesi..

Diante desse desabafo, ela não respondeu nada.

Era desconcertante. Profundo demais. Bernardo confundia sua dedicação com carinho, amor. E ela sentiu uma pontada de dor ao pensar em como ficaria quando soubesse de toda a verdade.

Talvez, como um pedido de desculpas, Emília intensificou os carinhos. Beijando seu umbigo, e refazendo uma trilha de beijos vagarosos por seu peito, e barriga, até chegar naquele monumento ao desejo feminino. O sexo num local publico parecia estar instigando a necessidade de ambos. Não tardou para ela baixar a roupa intima que Bernardo usava, deixando em liberdade aquela coisa pontuda em sua direção.

Longo, grosso, e rijo, avermelhado na larga ponta triangular, despertou o desejo de Emília de provar tudo aquilo.

Ela nunca sabia de onde vinha à vontade e a coragem, mas ela aproximou o rosto, passando a língua suavemente sobre a ponta, onde brilhava úmido por aquele mesmo liquido salgado.

Bernardo fechou os olhos, gemendo, e ela fez de novo. Deslizou a língua pelo comprimento todo, sentindo o gosto e o calor, depois, muito suave, beijou a glade, beijos curtos, e tímidos, pois era a primeira vez em sua vida que eles faziam tal loucura

ー Por favor, Emília ー  Ele pediu, a beira de uma convulsão de prazer. Seus dentes estavam trincados pela força que fazia em se controlar.

Mas nem era preciso pedir, incentivada, ela entreabriu os lábios, e colocou um pedaço. Colocou o membro o mais fundo que conseguiu, sem engasgar e chupou, como quem suga um doce, ansiosa pelo sabor adocicado.

Bernardo grunhiu uma espécie de grito e ela fez de novo.

ー Emília… ー Ele puxou os cabelos, mostrando-lhe como queria, sem poder se conter. Os quadris estreitos se movimentavam contra sua boca ditando o ritmo, e ela adorou sentir aquilo tudo, aquele descontrole todo, sendo só por sua causa.

A maioria das mulheres detestavam tal ato, mas ela adorava. Era delicioso! Sentia entre as pernas, uma viscosidade que escorria pelas coxas, e sequer havia sido tocada. Um pulsar doloroso, de ser possuída, um vazio que apenas ele poderia preencher.

Mesmo querendo mais para si mesma, continuou, os sons de sucção inconfundíveis, assim como os gemidos de Bernardo!

Querendo ouvir seus gritos pela satisfação de ser ela a causadora, aprofundou os movimentos, chupando rápido e voraz, levando uma das mãos que antes seguravam a base do pênis, para baixo, e tocando os testículos, apertando-os entre os dedos.

ー Diabos...não faça isso! ー  Ele gritou, puxando seus cabelos a ponto dela reclamar de dor, mas não parar.

Ela não se fez de rogada, chupou e lambeu com força e intento, arrancando dele gritos furiosos e um gozo intenso, que derramou dentro de sua boca grande quantidade de sêmen.

Emília engoliu tudo, cada gota, desfrutando tanto disso que estava novamente palpitante e quente.

ー Emília, chega, Não vou aguentar ー Ele implorou, sorrindo cafajeste, quando ela parou.

Ela fechou os olhos com força sentindo a palpitação crescer e Bernardo sentou-se pondo uma das mãos entre suas pernas ao entender qual era o problema.

Ela agarrou seus ombros, colando o corpo ao dele quando os dedos longos acharam o lugar certo, e a trouxeram novamente ao clímax.

Não precisou muito, ela estava hiper sensível, e bastou um dedo longo dentro em uma massagem firme e movimentos sobre o clitóris inchado e ela quebrou em seus braços, mordendo, gemente, xingando e lamentando a má sorte em deixar-se levar.

Ele riu quando ela se acalmou, abraçando-a contra ele.

ー Não ria de mim ー Ela pediu a cabeça escondida em seu ombro, os cabelos escondendo sua expressão exausta.

ー Não estou rindo de você, embora, não deva xingar seu marido desses nomes feios.. ー Debochou e ela se encolheu em seus braços, talvez sem lhe dar atenção. – Vem, deita comigo ー

Num misto de vergonha tardia e sentimento de culpa, ela manteve o rosto escondido em seu peito.

Conversaram animosidades por um tempo, Bernardo a abraçava, mantendo-a contra si, afagando-lhe as mechas onduladas.

ー Mais relaxada? ー Ele deixou perguntar

ー Nada como uma dose de você ー Ela sorriu ー Com fome?

ー Faminto ー Ele assentiu ー

Começaram a degustar da pequena ceia preparada por Emília, enquanto tagarelavam. Emília quase sentiu pena ao ver Bernardo um tanto desconfortável ainda.

ー Sua irmã quer que você almoce com ela amanha ー

ー Vou  pedir pra ela aparecer  na mamãe amanha, assim almoçamos todos juntos. O que acha ? ー

ー Hum.. Enfrentar um almoço com a sogra? O que não faço por você, hm ? ー Ela brincou.

ー Aham… Será muito desagradavel ー Ele riu ー Mas agora nós poderiamos fazer outra coisa ー Ele se levantou, puxando-a pela mão

ー Bernardo, não! Não quero me molhar ー Protestou, mas ele não me lhe deu ouvidos. E saiu correndo com ela em direção ao mar.

O encontro foi mega proveitoso, e eles curtiram aquele momento o quanto pode. Bernardo foi o primeiro a dar sinais de que pegaria no sono.

Ele tinha enlaçado o braço sobre a cintura feminina, e aconchegou o peito contra as costas macias dela. Emília sentiu Bernardo quase ronronando

ー Bernardo ? ー

ー Hum…  ー Respondeu sonolento ー

ー Quero te contar uma coisa …  ー Isso o despertou, e ela se virou, ainda deitada, para ficar de frente para ele.

ー Luis é meu pai ー Falou sem delongas

ー Uhum.. Também o considero muito ー Ele respondeu achando ser bobagem, voltando a fechar os olhos. Emília fez caminho, acariciando a face masculina

ー Não, meu amor, você não entendeu, Luís é meu pai biológico. ー A noticia o despertou de vez já que ele arregalou os lindos olhos castanhos para ela.

ー O que você disse ? ー

ー O que você ouviu.. Ele é o meu pai ー

ー Você está dizendo que o Luis teve um caso com a sua mãe e esse tempo todo… ー Já era até perceptível certa decepção naqueles olhos brilhantes

ー Não, por Deus, não! ー Foi ansiosa em esclarecer ー A história é tão longa Bernardo. Eu fui deixada na porta dos meus pais que me criaram….. ー

Emília contou toda a história que soube por Luis e Vitória. Bernardo foi paciente ouvindo-a.

ー Eu…. Eu nem sei o que pensar. Por que não conversou comigo, Emilia? Eu teria voltado na mesma hora …. ー

ー Bernardo, entenda, não era algo que podia ser dito por telefone. E eu precisava passar por isso sozinha ー

ー Eu sinto muito, meu amor. Sinto que esteja passando por isso. ー

ー Verdade? ー Ela perguntou surpresa e um tanto comovida

ー Claro, por que a surpresa ? ー

ー Luis, Gema, os empregados e a própria Vitória gostam de intitula-la como grande vitima.

ー Mas também a acho uma grande vitima. Tão vitima quanto você, Emilia. Mas minha preocupação agora é com o que você tá sentindo  ー

ー Me sinto tão perdida e confusa, Bernardo….  ー Ela se aconchegou ao peito dele, segurando o choro que estava por vir … ー Me ajuda a me achar...ー

ー Sempre, meu amor… Sempre! ー

Bernardo ficou acariciando as mechas onduladas tão macias e cheirosas..  Seu afago, seu consolo fez que Emília, ja cansada, dormisse quase que imediatamente. Ele ainda custou a dormir, tentando assimilar toda a história que ouviu…. Mas uma coisa era certa, ele procuraria os sogros. Surreal, Luis era seu sogro e isso nao o deixou nenhum pouco triste.

Emília e Bernardo acordaram quase que juntos, a ponto de verem nascer do sol.  Despedindo-se da praia, tomaram mais um banho de mar. E era íncrivel como ao lado dele, Emilia parecia mais animada e até mais leve.  E ela toma unma decisão importante e até egoista… Ela não podia perder aquele homem, nem que pra isso fosse preciso levar pro tumulo a sua atrocidade.

Bernardo dirigia tranquilo de volta para a casa, ambos tinham que se arrumar para o trabalho. Tagarelavam animosidades, perdidos na companhia um do outro. Uma pena ninguém ter percebido a capa do jornal mais popular da classe baixa “jornal da hora” quando passaram próximo a uma banca, que tinha como titulo “ IRONIA? EMILIA SARTORINI, A PROMOTORA QUE ESTÁ ACUSANDO AROLDO DONI, O PAI QUE MATOU E ESTRUPOU A FILHA DE SETE ANOS, TAMBÉM TERIA MATADO O PRÓPRIO FILHO AO PROVOCAR ABORTO. A ASSASSINA TAMBÉM É A PROMOTORA DO CASO DE LEONARDO ONDA DO MAR“

E naquela manhã, a noticia se espalhava entre os meios de comunicação, inclusive internet.  Emilia sequer chegara em casa ainda, mas já tinha uma quantidade razoável de revoltados na porta do Ministério dizendo que lugar de criminosa é na cadeia.