Encontro Marcado escrita por Jessica Calazans


Capítulo 31
Capítulo 31




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Já era tarde da noite quando Emília saiu do Ministério, sendo a última funcionária a sair do local. Ela já tinha ligado para Ariel  que estava a caminho, então ela simplesmente ficou ali, em frente ao edífcio, aguardando a chegada do seu motorista. Até que em certo momento, sentiu-se  estar sendo vigiada.  E naquele momento ela quase temeu por sua vida e nunca desejou tanto que se requerimento para sua escolta fosse deferido. Algo que ela antes só fizera por ser o padrão.

 

 

 

Emília estourou a sua cota de agradecimento ao Altíssimo quando Ariel finalmente chegou. Na verdade ela só ficou esperando por alguns minutos, mas pareceram horas intermináveis. A Sartorini entrou no carro, querendo desesperadamente chegar em casa.  Uma pena ela não ter visto Alfredo.  Não saber que era alvo de toda atenção do rapaz.

 

 

Assim que o carro saiu de vista, Alfredo finalmente se fez notar, estava na hora de por em prática seu plano. E devia ser rápido, pois os últimos seguranças começavam a fechar as portas.

 

 

Correu para um ponto mais distante, puxou a arma e mirou para o alto. Apertou o gatilho e disparou três tiros para cima. Os seguranças vieram correndo, como fora previsto. Alfredo foi rápido em se esconder ao fazer o caminho de volta. E assim que os seguranças passaram por ele, o intruso correu até ao Ministério, adentrando ao local. Nem parou para  piscar, já foi pegando o elevador e subiu até o segundo andar. Usava luvas, roupas largas, sobretudo o casaco que era enorme e podia caber dois dele ali. Usava também um boné, e teve o cuidado de manter a cabeça baixa.

 

Alfredo tinha esperança de que a porta pudesse estar apenas fechada e não trancada. Nao era lá muito raro que em certos departamentos o ultimo a sair apenas apagava as luzes, desligava o ar condicionado e fechava a porta, sem mais burocracias!

 

Mas ele se enganou, teve que se utilizar da chave falsa para abrir a porta, voltando a tranca-la por dentro assim que entrou. A porta para a sala da Sartorini era do mesmo mecanismo, Alfredo não teve muita dificuldades! Rapidamente adentrou a sala da promotora!

 

 

Para sua surpresa, a chave estava ali, sobre a fechadura. As gavetas apesar de trancadas, não foram nenhum impecilho.  Ele não acreditou em tamanha sorte! Talvez fosse mero desábito de levar a chave, talvez não pudesse levar por pertencer ao Órgão e não ao funcionário… talvez fosse apenas a desconcentração da Sartorini! Qualquer que fosse a resposta, pouco importava. Sem contar que a sala estava trancada, talvez Emília achasse desnecessario.

 

Foi então que ele deu fim ao seu objetivo ali dentro, ele simplesmente abriu as gavetas e retirou de lá o tão “valioso” exame que Lucrécia queria, tendo o cuidado de manter as luvas para não deixar digitais. Estava prestes a sair quando percebeu a asneira que estava prestes a cometer. Uma coisa era passar pelas câmeras enquanto ninguém está vigiando… outra coisa é passar por elas quando se tem um cara com a bunda enfiada na cadeira e os olhos no monitor… Se bem que.. pelo horário, Alfredo podia apostar que não tinha ninguém vigiando mais nada naquele momento, acreditavam que o local estava vazio.  Mas ele não podia arriscar.. se pôs a pensar...

 

A solução menos pior que ele encontrou foi pular a janela da sala da promotota. A altura não era tão confortável, mas não era assustadoramente grande. Então ele voltou a trancar as portas por dentro, e então, abriu a janela do gabinete de Emília e se amparou pela pilastre. Teve o cuidado de fecha-la, apesar de não poder trancá-la como estava originalmente.  Mas isso não era grande problema.

 

Tentou não olhar pra baixo quando com o ultimo suspiro, ele finalmente pulou.

 

Os olhos ainda fechados, Alfredo quase perdeu os sentidos. Ele caiu sobre o pulso esquerdo e a dor era alucinante, com toda certeza estava quebrado! Seus olhos lacrimejaram e ele quase gritou. Mas ele não tinha tempo para sua dor agora, antes que o segurança pudesse notar algo e fosse verificar o que ocorria, Alfredo já saía dali, xingando até a pobre mãe do filho de Deus. Mas ele estava satisfeito, não falhara em sua missão.




E no dia seguinte, depois de marcar sua consulta com um ginecologista, falar  com Bernardo… Emília foi trabalhar. E se ela e Rosa notaram algo de diferente, não demosntraram. A Beraldini sequer dera falta do exame. Exame o qual ela não tinha nenhum apreço!

 

 

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A hora do jantar de aproximava, o sol começava a se por e a lua ainda se mostrava tímida dando a vez ao inicio do anoitecer.



Vitória tentava domar os cabelos, fitando o próprio reflexo apreensivo pelo espelho. Chegou a se perguntar se ela não estava numa nova franquia de Espelhos do Medo, porque neh.. aquele reflexo não poderia ser seu. Bobagem…..


A campainha tocou, deveria ser Luís que insistira em buscar-lhe.  Vitória preferia que o encontro de ambos continuasse na casa dela, mas o Carmosino insistira não só em lhe buscar, como também, leva-la para jantar.


Por sorte ela já estava pronta, só faltava ajeitar a mechas levemente grisalhas. Crendo estar fazendo a coisa certa, ela desceu para o talvez, seu último encontro com Luís Carmosino.




Luís optou por uma churrascaria que abrira a pouco tempo num bairro próximo. Era um ambiente requintado - como tudo na zona sul - e ainda tinha musica ao vivo..  e das melhores!  Ele estacionou por ali perto depois de uma viagem curta, de pouca conversa, apesar dele ter tentado diversas vezes puxar algum assunto.



O atendente fora gentil, escolhendo uma das melhores mesas para o casal!


O cardápio não foi necessário. Por hora, Luís optou pelo petisco da casa! E pediu ao garçom que indicasse o vinho tinto da melhor safra que o estabelecimento tivesse.



— Por que está tão tensa, Vitória? –  Pelo jeito que os olhos foram de encontro a ele, ele soube que a pegou de surpresa pela pergunta… Ou ela estava muito distraída!


— Ah, Luís! Se você pudesse compreender…  – Ela mal começara, mas já sentia um bolor incômodo na garganta.


— Hey… Ta tudo bem! – Luis foi gentil em tentar acalmá-la, afagando-lhe o rosto e enxugando a primeira lagrima que teimosamente decidiu cair – Que tal dançarmos um pouco? Hm? Como antigamente? Podemos deixar esse assunto sério para depois …


Ele sorriu tão bonito após a sugestão que se o assunto não fosse tão sério, Vitoria não encontraria resistência para recusar.


— Luís… Eu tenho que … –



Ele sequer a deixou terminar. Se pôs de pé lhe estendendo a mão, o mesmo sorriso faceiro a abrilhantar o rosto


— Ora, vamos! É só uma dança, Vitória, não um pedido de casamento –  Luís insistia mais uma vez, e sem querer, um pequeno sorriso escapou dos lábios de Vitória… E bem, ela não podia deixar ele ali em pé esperando. E recusar, seria uma grosseria.. já tinham olhos virados para eles! Vitória sorriu mais uma vez antes de finalmente aceitar.


Luis a conduziu até o centro do salão e imediatamente a melodia começou. Era Por Una Cabeza – Carlos Gardel, um dos tangos mais clássicos de todos os tempos. E Vitória ficou surpresa, fora justamente a musica que ambos dançaram no primeiro encontro oficial. Melhor, ele dançou, ela nao sabia muita coisa.

A melodia começou suave e Luis começou a condução de modo muito delicado, deslizando a dama pelo salão. Conforme a música se intensificava, ele acelerava e colocava passos mais elaborados. Sua condução era perfeita e Vitória nem precisava quase fazer esforço para se movimentar. O toque das mãos masculinas em alguns momentos a fez estremecer e a dança já estava incorporando o clima sensual que envolve o tango.


Conforme a música evoluía, Luís a acompanhava e em nenhum momento desviou seus olhos amêndoas da dama a sua frente, o que provocou uma onda de excitação na Ventura.


A música chegou a seu ápice num rompante de energia e depois foi se dirigindo para o fim terminando de modo delicado e sensível.  A respiração do casal estava ofegante quando fizeram a última pose e ouviram o último acorde. Só aí é que foram perceber que todos olhavam para eles fixamente….




— Você ainda dança como uma menina – Luis foi capaz de elogiar, quando a conduziu de volta a mesa.


— Bondade sua, Luís! – Vitória que já estava corada pela pequeno esforço, ficou ainda mais rubra.  E Não demorou muito para o garçom vir trazer o pedido já feito anteriormente!


— E então, o que queria me dizer de tão importante ? – O sorriso destacando os dentes bem cuidados de Luis, só demonstrava o quanto ele se sentia bem e feliz, ao menos naquele momento, e Vitória sentiu pena....




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