Jardim de Infância Maldito escrita por darkita


Capítulo 8
A fusão de todos os medos


Notas iniciais do capítulo

Peridot descobre que as cisas vão de mal a pior...



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Ametista acordou com o barulho do telefone tocando, ainda tonta de sono atende, era Greg do outro lado da linha parecia impaciente.

— Bom dia dia Greg – Ametista tentou ser o mais gentil possível, não havia falado com ele desde  o funeral – precisa de alguma coisa?

— Sim! – Respondeu – quero saber onde está Pérola e a minha van?

Ametista revirou os olhos impaciente ao ouvir o nome da Pérola.

— Eu não sei de nada, e nem quero saber da Pérola, mas Greg sobre...

— Ametista não quero falar de mais nada – interrompeu Greg - só quero a van que ela me levou sem minha ordem!

— Ela não está aqui e nem a van.- respondeu azeda.

Greg praguejou alguma coisa do outro lado da linha e antes que Ametista falasse mais alguma coisa ele desligou.

Peridot acabara de entrar e viu o semblante indignado de Ametista olhando para o aparelho de telefone.

— Alguma coisa errada com esse aparelho de comunicação?

— Hã? Nada não – respondeu ela largando o telefone na mesa de centro – só o Greg perguntando quando a Pérola iria devolver a van dele.

— O que? –Peridot não entendeu de imediato – a van do Greg!?

— É, parece que ela pegou a van, mas para que ela ia precisar da van dele?

Os olhos de Peridot se arregalaram, um arrepio subiu na espinha dela, sentiu os pés pesados como chumbo.

— Ela não faria... – murmurou para si mesmo – pelas estrelas, ela prometeu que não faria!

— O que foi Peri? - Agora era vez de Ametista perguntar, a amiga estava petrificada, pálida.

— Nada – respondeu rapidamente, poderia estar enganada, melhor não causar alarde, mas para que ela ia precisar da van? Para carregar algo? Ou alguém?

O portal de repente se ativa, Peridot leva um susto como que se esperasse que alguma coisa anormal viesse por ele.

Era Rubi, olhou calada para as duas.

— Alguma novidade? – Quis saber Ametista preocupada pela ausência de Garnet, porque estavam separadas por tanto tempo?

— Nenhuma!

E Safira?

— Safira... está nos aposentos dela e... – Olhava fixamente para o chão. Fez uma pausa tão longa que Ametista a incitou.

— Ela está bem? Vocês nunca ficaram tanto tempo separadas.

— Eu... eu... eu não sei o que está acontecendo com ela, eu não sei mais de nada - explodiu Rubi numa espécie de desabafo – ela simplesmente está lá, parada sem dizer uma palavra, somente parada – ela parecia que ia desabar a qualquer momento – eu não sei o que fazer, dessa vez não sei o que fazer....

Repentinamente começou a chorar, as duas se entreolharam sem saber direito o que fazer geralmente Garnet era a mediadora nessas situações. E Garnet não estava lá, somente uma Rubi desorientada, que tentava não demonstrar fraqueza, mas não conseguia.

— Podemos tentar falar com Safira - sugeriu Peridot, não tinha mais nenhuma ideia além dessa, apesar de sua preocupação principal era saber onde estava Pérola.

— Não sei se vai adiantar de alguma coisa, conheço Safira, estamos mais tempo unidas como Garnet do que quando éramos apenas Gems sozinhas.

— Não custa nada tentar – disse Ametista puxando rubi pela mão – vamos lá.

Um tanto contrariada Rubi seguiu em direção a porta onde abria o quarto delas.

— Safira – chamou – será que podemos conversar?

A porta se abriu, lá dentro o frio parecia dominar tudo, num canto Safira. Seu semblante sério, mão pousadas no colo, parecia não estar lá, estava numa espécie de estado catatônico.

— Veja só como ela está! Alheia a tudo. Eu não devia ter gritado com ela – comentou com um certo ar de culpa – estava nervosa...

Peridot se aproximou de Safira cuidadosamente, e constatou que ela só estava de corpo presente, parecia estar longe. Quando repentinamente a mão de Safira agarra fortemente a mão de Peridot.

Naquele momento ela sentiu que estava sendo sugada para dentro de um vórtice, tudo rodopiou até ser envolvida numa escuridão total.

Arfando, estava de quatro no chão, mas não era o quarto de Safira onde estava agora, era no jardim de infância! Mas como viera parar ali?

— Peridot – uma voz chamou por detrás dos seus ombros.

Ela se virou e viu Safira parada a alguns metros dela, mas não parecia que ela estava lá, alguma coisa usava ela. Olhos vazios como em transe.

— O que estamos fazendo aqui? - Perguntou a gem confusa.

Safira nada disse apenas levantou um dos braços e apontou. Peridot olhou na direção indicada e deixou escapar um gemido. Os olhos foram se arregalando e ela apertou com força as juntas dos dedos contra a boca fechada. Seu rosto estava muito frio e, no limite extremo do terror, sentiu que tinha começado a chorar.

— A barreira não devia ter sido cruzada – pareceu dizer Safira, porem seus lábios não se moveram – as Gems esqueceram da magia desse lugar, da energia má que há nele também. Aqui vivem os espíritos atormentados das criaturas que habitavam esse lugar antes do jardim de infância ser ativado e acabar com todas elas. Nesse local vive também a energia das Gems que foram quebradas e fundidas a força. A fusão desses dois tipos de energia resultou numa força maligna muito perigosa.

 Parecia que as maquinas injetoras do jardim de infância, haviam se transformado num monte pedaços de corpos. E os pedaços estavam se mexendo. Deslocavam-se e, estalando, se combinavam uns aos outros: mandíbulas, pernas, braços, mãos, ossos— via os dentes arreganhados nos crânios de homens e animais. Aqui e ali, os restos de um pé flexionavam as juntas descarnadas. Ah, aquilo estava se mexendo; estava se arrastando...

 — A porta não devia ter sido aberta — disse Safira. Tinha os olhos voltados para baixo porque Peridot caíra de joelhos. A princípio, Peridot tomou a expressão de seu rosto por compaixão. Mas não era absolutamente compaixão, apenas uma espécie medonha de paciência. Ela apontou a pilha de pedaços de corpos que se moviam. — A barreira não foi feita para ser violada. Não esqueça: há mais poder aqui do que você imagina. Isto é um lugar velho e está sempre inquieto. Aqui há muito rancor, dor, ódio vingança, - continuou Safira - elas queriam sair, espalhar o sofrimento que sentem, precisavam de um hospedeiro, um corpo que pudessem usar. Conseguiram, apareceu o hospedeiro perfeito. Toda aquela energia negativa e maléfica está dentro daquele corpo.

— O que posso fazer? - Perguntou desorientada, não fitava Safira mas sentia o olhar dela.

— A alma do hospedeiro está ativa também, porem fraca, ele sofre, obrigam a fazer coisas que ele não quer, a dizer coisas que machucam para desestabilizar suas vítimas. Ele precisa ser detido. De qualquer maneira. – Disse Safira estendendo a mão para ela.

O abafado, enlouquecedor estalar dos ossos e som se sucção dos pedaços de membros. Peridot começou a perder o equilíbrio em seu esforço para se esquivar da mão. Sua própria mão bateu numa pedra solta a derrubou.

Peridot tentou gritar e o mundo rodopiou..., mas ainda ouvia, o chocalhar dos ossos em movimento.

Sentiu como se tivesse emergido de um lago profundo, a respiração acelerada, procurando ar. Abriu os olhos, estava novamente no quarto de Safira, sob olhar assustados de Rubi e Ametista Continuou absolutamente imóvel, esperando que a, realidade, a boa realidade, a abençoada realidade, voltasse a envolvê-la por inteiro.

— O que houve? – Ametista se adiantou – você parecia petrificada.

— É – continuou Rubi – onde está Safira, ela te disse alguma coisa?

Peridot estava confusa e assustada com o que acabou de acontecer, não sabia como explicar, mas não se esqueceu do recado de Safira, ou seja quem tivesse usando ela. Pérola fez uma idiotice muito grande, e ela se sentia responsável, pois sabia da intenção dela e não fez muita coisa para detê-la, como se no seu mais profundo intimo desejasse também saber se aquela experiência daria certo. Mas não deu, e Steven que não deveria estava andando por aí, estava.

— Nada! – Mentiu – mas está bem, está num estado catatônico, não sei direito. Tenho que ir.

Saiu do quarto apressada, não queria alarmar ninguém, ela iria se resolver com Pérola e Steven. Mas antes de sair do templo pegou uma coisa. O desestabilizador que havia construído.


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