One-Shot: Uma garota misteriosa escrita por raamoura


Capítulo 1
Capítulo 1




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Eu estava cansado. Já faziam mais de 12 horas que eu não parava pra descansar, o que sinceramente eu acho ridículo agora. Deveria pelo menos ter parado pra comer. Agora estou com sono, com fome e com sede. Ótimo.

Olho pro painel do carro e vejo que já passa das 3 da manhã. Eu preciso parar pra descansar.

Volto minha atenção pra estrada e vejo uma moça caminhando na beira da estrada, bom... ao menos parece uma moça. Caramba, o que uma mulher faz na estrada a essa hora? Ainda mais sozinha?

Vou encostando o carro e começo a andar bem devagar ao lado dela.

— Moça? – digo assim que abaixei o vidro do carro.

Ela não me respondeu, mas vi que estava machucada. Alguma coisa deve ter acontecido e era alguma coisa grave. Ela não parou, e pude ver ela tremendo.

— Vem, entre no carro, eu te ajudo.

Ela me olhou. Era linda. Cabelos castanhos, olhos cor de chocolates, pele branca.

— Não vou machucá-la.

Ela pareceu pensar por alguns minutos e suspirou. Destravei a porta do carro e ela entrou ainda calada.

Ok, sei que é burrice deixar uma pessoa estranha entrar no carro e se ela estava na estrada a essa hora alguma coisa tinha, mas meu bom coração falou mais alto.

Voltei a acelerar um pouco o carro e percebi ela olhar para o velocímetro.

— Então, o que faz a beira da estrada a essa hora da manhã e sozinha? – tento arrancar algo dela.

Ainda permanecia calada, mas notei que seus olhos ainda não deixaram o velocímetro que passava dos 100 por hora.

— Tem medo de velocidade?

Assim ela me olhou.

— Pode acontecer um acidente. – disse.

Uau, que voz linda.

— Não se preocupe, sou um bom motorista.

— Eu também costumava ser. – disse simplesmente.

— Porque, costumava? Não dirige mais? – pergunto interessado.

Ela balança a cabeça em negação.

— Não mais. – disse simplesmente.

Depois disso continuamos em silencio. Eu queria saber mais dela e vou fazer mais uma tentativa.

— Como se chama?

Ela pensa um pouco e depois olha pra mim dando um meio sorriso.

— Isabella. Isabella Swan.

Já ouvi esse nome antes, mas onde?

— Bom, Isabella. Meu nome é Edward Cullen. É um prazer conhece-la.

Ela ri um pouco.

— O prazer é todo meu. – ainda me olhando ela suspira. – Sinto muito por estar sendo tão... hum... chata. – ela ri um pouco – É que eu fiquei com medo de você ser um maluco.

Agora eu ri.

— Sem problemas. Afinal... a hora que nos esbarramos não era a das mais adequadas pra se fazer amizades.

— Concordo. – ela desvia meus olhos pra estrada. – Obrigada.

— De nada.

Conversamos mais algumas coisas e soube que ela era estudante de medicina, estava no seu quinto ano na faculdade e tinha vindo justamente com um grupo da faculdade pra fazer pesquisas nas cidades vizinhas.

Contei a ela também da minha vida um pouco, que eu era engenheiro civil e que estava indo pra uma obra que estava sob minha responsabilidade.

Bella, como pediu pra ser chamada, era uma garota bem legal. Alem de ser linda, mas sinto que tem algo que ela não esta me contando.

— Pra onde esta indo Bella?

— Pra casa. Em Forks.

— É pra onde estou indo. Sempre morou lá?

— Uhum, meu pai é cherife da cidade.

— Uau, ele não vai querer me matar por aparecer com você lá a essa hora lá não né?

Já estávamos quase chegando. Graças a deus, eu estava incrivelmente cansado.

Ela riu.

— Não. Ele não é tão bravo assim. Vai agradecê-lo por me ajudar.

Chegamos a cidade e ela pediu pra deixá-la na frente de uma rua.

— Bella, posso te levar até a porta da sua casa.

— Não, tudo bem. Já fez muito. Obrigada Edward. Adorei te conhecer.

Sorri de lado.

— Também adorei te conhecer Bella. – penso por um momento. – Podemos nos encontrar amanhã, quem sabe? – diga sim.

Ela só sorriu e começou a caminhar pela rua que provavelmente dava pra casa que ela morava. Segui caminho pro hotel que eu tinha reservado um quarto e assim que passei pela porta do quarto, capotei na cama.

Na manhã seguinte eu acordei cedo, apesar de ter dormido bem tarde. Levantei, fiz minha higiene pessoal, tomei meu café da manhã e fui rumo ao meu trabalho. O que não saia da minha cabeça era Isabella. Ela era tão linda, incrivelmente linda. Sorriso encantador, olhos intensos.

— Edward, cara... Faz uma hora que eu to aqui tentando chamar tua atenção cara. Da pra prestar um pouco de atenção?

Emmett era meu melhor amigo desde sempre e já estava aqui pra me ajudar com a obra do shopping novo de forks.

— Foi mal, emmett... é que não estou conseguindo tirar uma coisa da minha cabeça.

Ele se sentou na minha frente e colocou as mãos sobre a mesa.

— Me deixe adivinhar. É mulher?

Ri um pouco.

— É... Bom, conheci ela ontem.

— Mas tu não chegou aqui ontem, homem?

— Cheguei, peguei ela no caminho pra cá.

— Como assim?

Contei toda a historia pro emmett e ele ficou me olhando esquisito.

— Como disse que ela se chamava?

— Isabella Swan, por que?

— Isabella Swan? Filha de Charlie Swan, o cherif?

— É. O que tem?

Emmett se levantou e me olhou estranho.

— Edward, isso é impossível.

— Ah, qual é. Acha que ele vai me matar por querer sair com a filha dele?

— Não, Edward, você não me entendeu. É impossível você ter falado com ela.

— Como assim impossível?

— Isabella morreu há exatos 3 anos. Na alto estrada enquanto dirigia. Todo mundo comenta isso aqui nessa cidade.

Meu corpo todo gelou.

— Como assim, Emmett. Eu falei com ela, ficamos mais de 3 horas no carro. Ela me disse que estava cursando medicina...

— Sim, ela cursava medicina e parece que ela sofreu o acidente enquanto foi fazer uma pesquisa numa cidade com uns amigos, eu não sei.

Como assim? Eu não estou ficando louco.

— Emmett, pode parar de graça vai. Já intendi que esta querendo me zoar.

Ele suspirou e pegou meu notebook e digitou alguma coisa nele.

— Aqui.

Olhei pra onde ele apontava.

ACIDENTE FATAL EM ALTO ESTRADA MATAM 5 ESTUDANTES UNIVERSITARIOS

Nessa manhã de fevereiro (23) foi encontrado um carro capotado na estrada. Os peritos dizem que o carro estava em alta velocidade quando aconteceu o acidente. Haviam cinco pessoas no seu interior. Entre eles estava a filha do cherife Charlie Swan, Isabella Marie Swan...

A reportagem dizia mais algumas coisas, mas eu só olhava pra foto dela que estava abaixo da matéria.

É impossível. Não tem como. Ela estava com as mesmas roupas.

Se... Ela está morta, então... O que estava no carro comigo?

Saí do escritório, sem dar atenção ao Emmett que gritava meu nome. Fui correndo pro carro e parti rumo ao cemitério de forks.

Assim que cheguei lá olhei pro coveiro eu acho e já fui logo perguntando a cova de Isabella.

— Cova 396.

Fui procurando fileira por fileira e por fim, na ultima eu encontrei. Fui me aproximando devagar e avistei a lapide.

Isabella Marie Swan

Filha amada. Amiga querida.

13/09/1992 – 23/02/2013

 

— Não pode ser.

— Descobriu?

Virei assustado em direção aquela voz.

— Você...

— Eu sei, agora você vai gritar e sair correndo dizendo que viu um fantasma? – ela estava sentada ao lado de sua cova.

— Hum... – eu estava com certo medo, lógico. Tem uma pessoa morta na minha frente. – Não.

Ela ergue uma sobrancelha.

— Não é o que parece.

— Olha, isso é confuso ta? Eu te vejo na alto estrada e do nada descubro que a mulher que eu fiquei conversando dentro de um carro sozinho está morta.

Vejo um lampejo de tristeza passar por seus olhos.

— Eu sei... – ela suspira.

— Por que aceitou minha carona?

 - Eu queria voltar pra casa. Não conseguia voltar. Sempre que eu tentava eu voltava pro mesmo lugar, aí você apareceu e eu tentei. E funcionou. – ela meio que sorriu.

— Não imaginou como seria pra mim depois? Tipo eu ficar perturbado pro resto da vida?

Ela pensou um pouco.

— Não pensei, desculpe.

— Por isso disse que não dirigia mais e porque ficava olhando pro velocímetro do carro né?

— Uhum.

Fiquei em silencio pensando nessa loucura.

— Eu queria te agradecer. Obrigada por ter me trazido de volta. Agora posso ficar em paz.

Pensei um pouco.

— Hum, de nada.

Ela sorriu e foi sumindo.

Olhei mais uma vez pra lapide e sussurrei pro vento.

— Adeus, Isabella.

Comecei a caminhar pra fora do cemitério.

FIM


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