Amnésia escrita por SugarBitch


Capítulo 4
Eu Confio em Você




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/686608/chapter/4

Acordei pela manhã com alguma coisa áspera raspando em meu rosto. Abri os olhos e vi um gato branco de olhos azuis em cima de mim.

— Você deve ser o Floquinho... – disse num bocejo e o acariciei.

Me levantei e fui ao banheiro, final do corredor, para escovar meus dentes. Mas espera aí... qual era a minha escova? Não podia me dar ao luxo de errar uma coisa tão boba como essa, poderia causar alguma desconfiança ou no mínimo uma bronca sobre higiene pessoal por usar a escova de dentes de outra pessoa. Então saí do banheiro e dei uma espiada no quarto dos meus pais; ótimo, não tinha ninguém. Isso quer dizer que aquela que não estiver molhada era a minha e, no caso, era a amarela.

Talvez não seja tão difícil assim esconder dos meus pais que estou com amnésia. Mas será que nem meus pais podem saber disso mesmo? Aliás, aquela garota, me chamou de irmãzinha ontem. Será que ela é minha irmã mesmo? Não vi uma quarta escova de dente no armarinho. Será que ela brigou com nossos pais e saiu de casa...? Ou vai ver ela também pode ser minha meia-irmã... fato é que se eu perguntar pra ela ou pros meus pais eles vão descobrir. Bom, qualquer hora eu pergunto para o Kentin, ele com certeza deve saber.

Voltei para o quarto e peguei meu celular que estava em cima do criado mudo, onde ele deixou ontem. Tinha uma mensagem dele dizendo que passaria ás 7:30 para irmos juntos para a escola. Havia uma mensagem da Rosalya também, me desejando melhoras e uma boa noite.

Troquei de roupa, arrumei minha cama e desci as escadas onde encontrei meus pais tomando café.

— Bom dia, filha. Está melhor? – meu pai perguntou ao me ver.

— Bom dia, pai. Estou sim, obrigada.

— Que bom, querida! – minha mãe sorriu – Pega sua caneca, vem tomar café com a gente.

— Ok...

Tá, beleza. Onde ficam os copos e canecas dessa casa? O jeito era abrir qualquer porta do armário.

— Filha? Vai tomar café no prato? – minha mãe perguntou rindo. Droga, errei a porta.

— Acho que ela ainda está dormindo. – meu pai riu também e o jeito era eu fazer o mesmo.

— Quer saber? – respondi – Acho que hoje vou ficar só com a maçã mesmo... – peguei uma da fruteira.

— Só isso, filha? Mas você vai ficar com fome no meio da aula. – minha mãe insistiu.

— Não vou não, mãe, relaxa. Além do mais, logo Kentin vai chegar para irmos juntos pra escola e eu nem arrumei meu material ainda. – disse enquanto subia as escadas.

Além de ser uma ótima desculpa era realmente verdade. Precisava arrumar meu material escolar. Procurei pelos cadernos algum que tivesse anotado as aulas de cada dia; não encontrei (;-;) , então coloquei todos os cadernos e apostilas na mochila e quando desci novamente vi Kentin conversando com meus pais. Ele era tão íntimo da família que nem precisava bater no portão ou tocar a campainha para entrar.

— Bom dia, Lynn. Está pronta? – ele disse ao me ver.

— Sim, vamos?

— Claro! – ele sorriu.

Nos despedimos dos meus pais e saímos. No caminho, Kentin me orientou sobre os outros alunos, da aparência, personalidade e o tipo de relação que eu tinha com cada um para que ninguém suspeitasse de nada. Basicamente eu tinha muitos amigos. Exceto por essa tal de Ambre, Li, Charlotte e Bia.

Disse também que nas hora do intervalo, eu deveria grudar no braço de Rosalya para irmos ao encontro das outras meninas, como eu costumava fazer todos os dias.

— Bem, é basicamente isso. – ele disse ao pararmos em frente ao portão da escola.

— Obrigada...e... quanto a nós... ? – perguntei com cautela.

— Olha, Lynn, tudo bem, não é culpa sua ter se esquecido de seus sentimentos por mim, aliás, é culpa minha. Só não quero que pense que estou querendo me aproveitar disso tudo e...

— Não, tudo bem. – eu o interrompi – Confio em você. E o fato de você dizer isso só reforça minha confiança. Além do mais, você tem me ajudado tanto...

— Lynn, não quero que se sinta obrigada a...

— Está tudo bem, Kentin... – segurei sua mão e olhei profundamente em seus olhos – Eu confio em você.

— Ah, Lynn... você não sabe o quanto fico feliz em ouvir isso. – ele sorriu alegre e aproximou seu rosto do meu para me beijar mas virei a tempo.

— Só... vamos com calma, tá?

— Claro, claro... me desculpe, Lynn.. – ele disse meio envergonhado.

— Tudo bem. – sorri - Vamos?

— Vamos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amnésia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.