Um amor não correspondido escrita por KayMine


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oiieee pessoitas.
Dessa vez nem demorei tanto né? ^^
Como prometido, fiz um capítulo maiorzinnho, comparado aos dois últimos.
Obrigada pelas pessoas lindas que comentaram no capítulo anterior.
2bj de morango e boa leitura (:



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POV JOAQUIM

— Joaquim! – ouvi a voz de Regina atrás de mim e soltei um grande suspiro, antes de me virar com um sorriso mais falso do mundo.

— Oque foi?

— Não tem o show que farão daqui há duas semanas?

— Olha Regina, o Vicente já disse que temos que dá o melhor de nós e...

— Não é nada disso, apesar que também é uma coisa importante... – ela cortou-me impaciente – Oque eu estou querendo dizer é: Nesse show, você vai oficializar seu namoro com a Priscila. Ou seja: você vai se declarar pra ela na frente de todo mundo.

Eu pisquei os olhos algumas vezes, tentando dirigir tudo oque havia me dito...

Aquilo não podia estar acontecendo...

— Eu não vou! – falei, após um silêncio de dois minutos – Eu não posso... Isso é errado!

— Se esqueceu do que já conversamos, Joaquim? – ela bateu o pé no chão, demostrando impaciência mais uma vez – Isso é tudo pela banda.

— Mais eu acho que eu não quero fazer isso! – irritei-me – Nem pela banda!

— Mais você é muito egoísta mesmo! – pronunciou-se com raiva na voz – Está só pensando em você!

— Isso não é egoísmo! – aumentei meu tom de voz – Eu só não quero que coloque minha vida pessoal no meio! Eu não gosto da Priscila!

— Olha, garotinho... – ela se aproximou de mim, vagarosamente – Não me importa se você gosta ou não gosta, só faça oque eu mandar, está me ouvindo? – seu olhar demonstrava um ódio que brilhava dentro da sua íris.

— Está... – suspirei, tentando arrumar coragem – Está bem... – abaixei a cabeça.

— Bom garoto! – ela riu e deu duas tapinhas na minha cabeça, desajeitando meu gorro. E saiu andando.

— Va... – virei-me rapidamente, dando um esbarrão em outra pessoa. Tal motivo não me levou a completar a palavra.

Segurei seu pulso antes que caísse no chão. Quando vejo, é a Manuela.

— Manu?! – perguntei, estranhando pelo fato dela não estar acompanhada pelo Sandro – Você tá bem?

Ela levantou o rosto, revelando sua face banhada pelas lágrimas.

— Manu... – pronunciei seu nome, com o coração apertado vendo-a daquele jeito... Quando um estalo se vem a minha mente – Você ouviu tudo, não foi? – eu fico decepcionado.

— E-eu... – ela derramou mais algumas lágrimas que prendia – Eu não aguento mais, Joaquim! – ela soltou-se do meu pulso, num gesto de raiva – Minha vida está um inferno... E eu não sou forte como a Isa! Eu não estou aguentando mais! – então Manu começou a chorar copiosamente.

         — Manu... – segurei seu pulso novamente. Foi quando ela se jogou em meus braços. Apertei-a fortemente contra mim, enquanto alisava seus cabelos.

— Eu tenho medo... – ela sussurrou, colocando a cabeça no meu ombro – Medo de perder você! 

Afastei seu rosto e segurei seu queixo com as pontas dos dedos, fazendo-a me encarar com seus olhos inchados.

— Isso não vai acontecer! – disse por fim, indo abraça-la novamente. Mais ela recuara.

— E a Priscila, Joaquim? – em seus olhos formaram mais lágrimas – E se você começar a gostar dela? E se...

Calei-a com um beijo. Segurei seu rosto com delicadeza, enquanto que Manuela se debatia contra mim. Mais por fim cedera, colocando uma de suas mãos no meu ombro e a outra na minha nuca.

Tirei minhas mãos de seu rosto, e segurei sua cintura, trazendo-a pra mim. Senti o gosto salgado se misturar entre meus lábios, e o rosto úmido de Manuela contra o meu.

Mais diante daquilo, nada mais importava, certo?

Errado!

Ao contrário do que eu esperava, meu pensamentos não pararam. Eles se identificaram, com uma força descomunal.

Tantas coisas passavam pela minha cabeça, me deixando zonzo.

Os lábios dóceis e finos de Manuela, ainda se entrelaçavam com os meus. Até que o ar exigiu que nos separássemos. Dei-lhe um selinho, antes do seus lábios se afastar.

— Te amo... – ela declarou, se abraçando comigo mais uma vez.

— Eu também... – falei, sem nenhuma emoção. E balancei minha cabeça negativamente, afastando os pensamentos. Coloquei minha cabeça cima da cabeça da Manuela, já que a mesma era um pouco menor que eu.

Depositei um beijo no topo de sua cabeça, e acariciei seus cabelos.

POV PRISCILA

Às luzes se identificaram pelas janelas abertas. Fechei-as com um semblante de raiva, e anotei mentalmente em brigar com minha vó por abrir as janelas.

E a solidão vazia do quarto voltou.

Entreguei-me as minhas cobertas, abraçando meu travesseiro de lado. Encarei meu celular na cômoda ao lado, quando por fim, suspirei e peguei-o em mãos.

Achei seu nome nos contatos, e fiquei encarando-o, até apertar e começar a chamar.

Chamou algumas vezes, quando ela atendeu.

— Priscila? Já disse mais de mil vezes...

— Que não posso ligar pra você, quando está trabalhando. – a interrompi, com a voz desgastante – Eu já sei! Mais eu preciso de você...

Ouvi um silêncio perturbador do outro lado da linha...

— ... Pra me ajudar a fazer compras... – completei, com um sorrisinho triste.

Mais um suspiro.

— Por favor, mamãe! – pedi, com a voz falha – Eu queria que me ajudasse a comprar roupas legais. Nesse sábado. Depois disso, prometo nunca mais te ligar! Juro!

— Priscila...

Nunca mais! — eu enfatizei, com uma lágrima querendo escorrer. Era claro que aquilo doía. Mais que tudo!

— Porque você tá falando assim, Priscila? Aconteceu alguma coisa? – uma estranha preocupação era transmissível na sua fala.

— Não... – respondi vagamente, mentindo – Só queria saber se podia me acompanhar.

— Aí Priscila... – ela falou, entre pausas – Ok, está bem! Sábado, depois do almoço. – e encerrou a ligação.

Apertei meu celular contra o peito, e dei mais um sorrisinho triste.

— Não vai pro ensaio, Priscila? – meu avô abriu a porta do quarto, colocando só a cabeça.

— Não! Ainda estou indisposta. – me cobrir com o meu cobertor felpudo, e fiquei na posição oposta onde meu avô estava.

Ouvi um suspiro seu, em seguida a batida da porta.

Larguei o cobertor e fiquei sentada na cama, procurando meu caderninho dentre as cobertas, que eu havia deixado lá a pouco tempo.

Quanto tempo perdido
Esperando apenas um sinal
Achei que esse amor
Não seria em vão
Doce ilusão a minha...

Pensar que poderia
Dar certo
E quando eu acho
Que estou perto de te ter
Você diz que não...

Sabe o coração?
Pode está completamente enganado
E o tal príncipe encantado
Pode ser o garoto errado

Sabe o coração?
Pode está completamente enganado
E o tal príncipe encantado
Pode ser o garoto errado

Ao longo da música, fazia pequena pausas e anotações no meu bloco. O timbre que era triste e agudo, se tornou vivo e alegre.

Passei alguns minutos fazendo à música. Até que decidi que iria terminar de fazer os últimos contornos depois.

Deixei o bloco de notas ao lado da minha cômoda e me enfiei nas cobertas novamente.

Fiquei alguns segundos encarando o teto rosado, quando ele desapareceu, dando a imagem do Joaquim. Seu sorriso especial. Às maçãs rosadas, e o seu jeito gentil e atencioso que só ele tinha.

Virei-me para o lado, abraçando meu travesseiro, apoiando meu queixo na ponta, pois o mesmo era muito grande.

Às lágrimas novamente escorreram, apesar de eu tentar enxuga-las. Gesto inútil. Como sempre...

“Vai, come!”

“Não quero!”

“Come!”

O olhar dele era tão suplicante... Eu não poderia dizer não.

“Priscila...” a voz dele soava na minha mente, como dá última vez que ele esteve aqui. Ao meu lado, e eu estava aconchegada em seus braços. Fora constrangedor, mais eu não poderia negar que aquilo de alguma forma me agradou.

Deitei-me na cama de barriga pra cima, com os braços esticados e com os olhos lagrimejando.

Não pode ser assim, como eu vivi
Pois eu imaginei eu e você em uma história tão feliz
Não pode ser assim, não foi assim que eu cresci
Imaginei o amor como um conto de fadas, sempre com um final feliz

Eu continuo seguindo aquela mesma estrada
Tentando entender talvez, talvez por que, talvez por que
Parece que paramos no meio do caminho
O início foi tão lindo, mas sem um final feliz, sem um final feliz
Diferente do que eu sempre quis

Não pode ser assim, como eu vivi
Pois eu imaginei, eu e você em uma história tão feliz
Não pode ser assim, não foi assim que eu cresci
Imaginei o amor como um conto de fadas, sempre com um final feliz

Mas nem toda história tem que ser igual eu e você
Nosso final não foi feliz, mas ele pode ser

E eu continuo seguindo aquela mesma estrada
Tentando encontrar alguém que me faça viver, que me faça viver
Uma história tão bonita, igual a um conto de fadas

Onde o final termina, em pra sempre eu e você, pra sempre eu e você
Exatamente como eu sempre quis

Terminei de cantar, e soltei uma grande quantidade de ar pelas narinas. E fechei os olhos, com às lágrimas pesando sobre eles.

POV JOAQUIM

Eu treinava alguns acordes com o André. O ensaio havia se atrasado um pouco porque o Bira não havia chegado, e nem a Priscila.

— Ei, galerinha! – Vicente chegou anunciando – Acabei de receber um telefone do seu Fortunato. A Priscila não vai vim. Está de repouso!

— Sério? – eu fico decepcionado, sentindo algo estranho no peito.

— Infelizmente sim, Joaquim! – ele bagunçou meu cabelo, com um sorriso torto – Vou tentar ligar outra vez pro Bira. – e foi pra outra parte do estúdio.

Manuela e Júlia haviam ido pro banheiro, e Felipe estava conversando com o Sandro, sentados no sofá.

— Quero bater um papo contigo! – André deixou o baixo de lado e fitou-me, com uma sobrancelha erguida – Vai me contar tudo oque está acontecendo?

— Eu... – abaixei o olhar e soltei um suspiro – Eu me declarei e beijei a Manuela! – estufei o peito, corajoso, e olhei pra André.

André olhou-me com os olhos arregalados e a boca encobria um pequeno “O” torto.

— Você se... – ele deixou a fala no ar, ao mesmo tempo que abriu um sorriso gigantesco – Aêê garotão! – ele fez envergou seu braço, fazendo uma espécie de círculo oval e empurrou minha cabeça ao redor do seu braço, bagunçando meus cabelos.

— Para André. – pedi, tímido. Saí da sua chave e ajeitei meu gorro na cabeça.

— Como foi? Quero saber de tudo!

— Se lembra que ontem eu saí após a Manuela? – ele assentiu com a cabeça e abriu um sorriso malicioso. Fiquei constrangido, mais mesmo assim continuei: – Eu fui atrás dela e... Aconteceu! – abri um sorriso bobo.

— Joaquim, você é meu herói! – ele declarou, e eu soltei uma risada – Mais e a Priscila? – aquela pergunta me desarmou.

Desfiz o sorriso e senti um embrulho percorrer a minha barriga. Ajeitei a faixa da minha guitarra, e olhei pro chão.

— O-oque t-tem a P-Priscila? – estava nervoso e eu não sabia o porque. Pra início de conversa, eu nem deveria está daquele jeito. Era só a Priscila.

— Você falou pra ela? Explicou tudo, como eu havia te dito?

No mesmo momento me lembrei da Priscila dormindo. Sua fisionomia delicada, a feição de sono, a expressão surpresa e constrangida ao me vê ali. O rosto corado...

Balancei a cabeça, tentando afastar os pensamentos sobre aquela garota.

— E-eu não tive tempo. – omito – Pois logo a vó dela me chamou pra almoçar e enfim...

André fez uma feição desconfiada, mais logo dissipou-se.

— Mais como é que vai ficar com a Manuela? – ele me encarou, com uma expressão curiosa e as sobrancelhas erguidas.

— Pra falar a verdade...? – eu respondi, com o pensamento distante – Não sei... – concluí.

— Conseguiu falar com o Bira? – Júlia questionou pra Vicente, entrando juntamente da Manuela na outra parte do estúdio. O pai do André balançou a cabeça negativamente e suspirou logo em seguida.

Logo um pensamento me ocorreu:

“Ei, eu posso falar com o Vicente, o produtor da banda” lembrei-me de ter falado aquilo pra Chloé. O Vicente não estava com um humor maravilhoso, mais não havia outra hora.

Deixei a guitarra no local dos instrumentos, e fui entrando na entrada do estúdio.

Manuela passou por mim com um sorrisinho bobo, e eu contribuí o gesto.

— Vicente...? – me aproximei lentamente, estalando os dedos pelo nervosismo – Será que eu posso trocar algumas palavras com você?

— É claro que sim! – ele deixou o celular de lado e tentou disfarçar o nervoso com um sorriso.

— Queria ter pedir algo...

Vicente arqueou uma sobrancelha, mais assentiu.

— Hoje eu encontrei uma garota que é super fã da C1R! Então eu dei a ideia que ela poderia vim aqui na gravadora. “Um dia com os Cúmplices”, então eu queria pedir a sua permissão e...

— Desculpe, não pude deixar de ouvir! – surgiu Regina pela porta, com um sorriso mais falso do mundo, me interrompendo – Eu acho que isso seria uma ótima ideia! – ela se aproximou – Seria muito bom pra banda. E como eu sou assessora de imprensa, te dou a total permissão de trazer essa garota pra cá.

“Legal, mais quem foi que te chamou mesmo?” eu viro os olhos, irritado com toda sua intromissão desnecessária. Mais como sempre, guardei os meus pensamentos só pra mim e abri um sorriso forçado.

— E com isso, podemos divulgar mais o namoro da Priscila com o Joaquim! – ela completou.

O sorriso some na velocidade da luz.

Mais vem cá... É verdade que você e a Priscila estão namorando?

Sim...

Só aí que eu percebo na emboscada que eu me meti.


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Notas finais do capítulo

Vish, como o Joaquim vai reagir?
Gente, aqui está o link da música que a Pri tava cantando: https://youtu.be/HvZRarjSzhQ

A música é super bonita, e eu achei que combinava com o momento.
Então é isso. 2bj e até a próxima!



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