Compartilhados escrita por Dorothy of Oz


Capítulo 28
O Baile - parte 4 (Final)


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiieeee, gracinhasssss!!! Tudo bem?

Bom, eu não tenho muito o que comentar nesse capítulo, mas ele tem uma música tema (que vai mais pelo ritmo do que pela letra idajdhsjsbdaj) e é Dusk ‘Till Dawn, do Zayn com a Sia (maravilhosos), aqui o link:
https://m.youtube.com/watch?v=X930_IyhGfo
Eu penso nessa musica mais na parte do Ben, então você pode colocar ela logo no começo do capítulo e só por uma vez, ou ficar pondo pra tocar varias vezes, vocês quem sabe.

Aaahh, e esse “final” do título é final do baile, não da história djmwdjisnsjdakdjs, só pra esclarecer. O cap ficou curtinho, mas tá intenso!

Muito obrigada a Mareena, a Nana, a Mona Vanderwaal e a Mariana Oliveira (Ma, me desculpa, na resposta do seu comentário, o corretor corrigiu pra “Marinaaa”, vai saber o porque, e eu só vi depois, sorry mesmo! :( ) pelos comentários maravilhosos!! ♥

Enfim, eu espero que gostem, boa leituraaaaa ♥



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[Leia as notas iniciais, por favor ♥]

 

O Baile - parte 4 (Final)

 

Encarou a cena que ocorria em sua frente por mais alguns segundos, antes de desviar o olhar e direciona-lo para o céu escuro. Riu com escárnio, baixo, como se não acreditasse que aquilo estava acontecendo. Deu meia volta, precisava tomar ar, a atmosfera parecia ter se reduzido a algumas moléculas de oxigênio. Começou a andar para longe do baile, para longe dela, para longe deles.

A cada passo, sentia a raiva aumentar mais em seu peito, junto com um turbilhão de sentimentos, nenhum deles bom. Queria gritar, sentia que podia enlouquecer. Nunca tinha sido deixado levar por um sentimento como aquele que estava sentindo por sua vizinha antes... daquilo. Nunca tinha se permitido uma coisa dessas. Estava feliz deixando que passassem a mão em seu corpo e ele passasse as suas em outros, sem permitir infiltrar mais fundo.

Mas naquele mês, algo tinha mudado. Ele sentia sua vizinha passar por cada camada que precisasse sem ela ao menos saber. Ele sentia, mas não fazia nada para impedir. Talvez nem quisesse.

Apenas naquele momento, andando e passando a mão nos próprios cabelos parecendo querer arrancá-los, se arrependeu disso. Se arrependeu de tudo que tinha feito naquele mês. De ter atirado aquela comida nela, de permitir que ela se aproximasse de sua prima, de ter gastado sua tarde e sua mente com a droga daquele baile. Não devia ter feito nada daquilo, devia ter deixado aquela festa ser destruída, talvez poupasse o que estava sentindo agora.

Quando chegou perto de uma árvore, não aguentou. Fechou os punhos e socou a madeira escura. Uma. Duas. Três vezes. Virou-se e encostou as costas na superfície áspera de um jeito brusco, escorregando até o chão e apoiando o braço nas pernas. Respirou fundo, sentindo os dedos de mão direita arderem, doerem. Eles estavam arranhados, em vários tons de vermelho. Alguns pequenos pontos se abriam, permitindo passagem para o líquido surgir.

Passou uma mão na outra para limpar aquilo. Tentou respirar fundo mais algumas vezes. Não soube se ficou lá por mais alguns minutos ou por horas, de qualquer jeito, parecia mais. Levou a mão no bolso interno do paletó. Tirou de lá a correntinha fina enrolada em suas mãos. Colocou em frente os seus olhos, o pingente pendendo e girando lentamente em volta de si mesmo. Benício sentiu seus pensamentos voltarem para algumas horas antes naquele mesmo dia.

Estava tão confuso, somente sua mãe para ajudá-lo a colocar os pensamentos no lugar. Quando ela tomou distância, indo para algum lugar da casa, ele soube o que fazer. Digitou uma mensagem para sua vizinha e seguiu para o carro, dando as direções para Armando. Chegou na joalheria do shopping não sabendo exatamente o que queria. Passou os olhos por todas aquelas vitrines, a atendente mostrando outras tantas joias. Estava quase desistindo quando viu.

Outra mulher colocava o colar no vidro em frente da loja. Ele se aproximou e ela lhe entregou para que pudesse ver melhor. A corrente era fina e dourada, o pingente era uma rosa dourada aberta, pequena, com pequenos pontos brilhantes pelas pétalas, parecendo gotas de água.

Se lembrou de quando eles eram pequenos, quando ele a viu decidindo uma parte importante de sua vida. Benício era novo demais para compreender a gravidade do que tinha sentido naquele dia, então tratou de esconder no mais fundo de sua mente. Mas agora entendia. Foi ali que ele a viu pela primeira vez.

Poderia não ser bom com as palavras, mas aquele colar brilhando no pescoço de Marjorie diria tudo que ele não conseguia.

Agora, com sua mão sangrando, sua roupa provavelmente suja e dentro dele pior que tudo aquilo, sentiu lágrimas queimarem seu rosto, ardendo, seu lábio inferior tremendo. Percebendo isso, riu de si mesmo e enxugou o rosto com raiva. Embolou a corrente em sua mão e arremessou o mais longe que pôde na escuridão daquela noite, deixando o metal dourado cair no gramado.

Que se ferrasse tudo aquilo.

Se levantou, não iria ficar ali como um miserável sentindo pena de si mesmo. Passou a mão pela roupa, como se limpasse toda aquela situação. Seu rosto tomou faces totalmente novas. Uma mistura de sarcasmo, ódio, indiferença. Não tinha sido sempre assim? Agora só estava mais visível.

Colocou as mãos nos bolsos da calça, começando a caminhar lentamente para o baile. Seus lábios formaram um sorriso de lado ao chegar lá e receber os olhares dos alunos. Não falou com ninguém, mas era perceptível que algo estava diferente. Agora eles percebiam, não? Se dirigiu até a mesa de bebidas e por um momento desejou que aquele ponche fosse batizado.

Estava servindo o líquido num copo vermelho quando sentiu mãos delicadas envolverem seu braço. Se virou, encontrando sua vizinha com sorriso encantador para ele. Por um momento não conseguiu falar nada, até que flashes do momento atrás do ginásio voltaram em sua mente e sua vista escureceu.

⁃ Ben, onde você estava? - perguntou antes de baixar o olhar, parecendo envergonhada. Benício teve que se segurar para não revirar os olhos. - Estava te procurando em todo lugar. - o garoto tomou um gole antes de responder. É, não estava batizado.

⁃ Bom... me achou. - sorriu sem mostrar os dentes antes de começar a caminhar para longe dali. Sentiu a mão de sua vizinha em seu ombro e quis desviar de seu toque, estava irritando-o.

⁃ Não acha que precisamos conversar? - ela ainda disse com a voz suave. Ele estalou a boca.

⁃ Não, para mim está tudo bem claro. - bebeu mais um gole, sua vizinha franziu o cenho, se aproximando dele com preocupação.

⁃ Por que está assim? Aconteceu alguma coisa? - pela primeira vez, Benício riu com vontade e sarcasmo.

⁃ Você ainda pergunta? - riu mais uma vez. - Você deveria parar de perder tempo desenhando aqueles vestidinhos de merda e investir na carreira de atriz, você é boa nisso. - ela o encarou com a boca aberta, ofendida. Começou a se formar um grupo de pessoas em volta deles.

⁃ Como ousa falar assim comigo? - Ben sorriu e a encarou balançando a cabeça em negativo.

⁃ Ah, Marjorie. - suspirou o nome dela. - Você se acha grande coisa, mas no final é só uma cadela fútil.

Ele virou o rosto pela força dos cinco dedos da mão da garota marcando sua pele. Sentiu seu rosto arder e teve certeza que pelo menos uma de suas unhas haviam o arranhado. Tudo aconteceu muito rápido. Praticamente todos daquele baile prenderam a respiração, só digerindo o que estava acontecendo.

Marjorie havia lhe dado um tapa.

Passou a língua pela bochecha, mal acreditando naquilo. Lentamente virou o olhar para sua vizinha, que segurava sua própria mão e o olhava com os olhos arregalados num misto de tristeza e surpresa. Lentamente essa expressão foi substituída por raiva.

⁃ Eu não permito... - começou pronunciando cada sílaba demoradamente. - ...que você fale assim comigo. - ele levantou as sobrancelhas.

⁃ Não permite? - riu, desdenhando e se aproximou dela, para falar em seu ouvido. - Eu posso não ser bom, Marjorie, mas você é podre.

Ela se afastou dele, com os olhos arregalados e começando a adquirir uma umidade e um tom avermelhado. Suas mãos estava juntas no tronco, como para se proteger. Não sabia o que falar. Parecia que todas as palavras tinham sido arrancadas dela. Ela só olhava para ele, na esperança de que seus olhos transmitissem as perguntas que não conseguia dizer. Satisfeito com a reação de sua vizinha, Benício passou por Marjorie, esbarrando em seu ombro de um modo quase torturante e tomando outra direção, enquanto ela ainda permanecia olhando para frente, chocada.

Ele parou lado a lado de uma telespectadora de todo esse show e segurou em seu braço levemente. Olhou para frente um segundo antes de virar e abaixar a cabeça para olhá-la nos olhos.

⁃ Está livre hoje? - perguntou sério, alto o suficiente para quem estava perto ouvir.

Evelin sorriu encantadoramente para ele.

⁃ Claro. - virou-se na mesma direção que ele e enroscou em seu braço, os dois, então, começando a caminhar até a saída. Os alunos abriam caminho para eles passarem.

Marjorie sentiu suas pernas fraquejarem e sua garganta apertar e doer. Só conseguiu encarar o nada por alguns segundos. Estava despedaçada. Demorou algum tempo para se tocar de onde estava novamente. Sem olhar para ninguém, começou a correr em qualquer direção antes que caísse ali no meio daquelas pessoas. Ouviu algumas vozes chamando seu nome mais de uma vez, mas não parou.

A iluminação diminuía em sua volta conforme ela corria e ganhava distância do baile. Sentiu seu penteado se desfazer e os cachos modelados baterem em suas costas.

Longe de tudo e de todos, finalmente se permitiu chorar, provavelmente melecando todo seu rímel e maquiagem. Uma vez começado, não conseguia mais conter as lágrimas correndo pelo seu rosto.

Ouvir aquelas palavras de Benício foi pior do que tudo que havia imaginado. Ele parecia tão frio e superficial, como se tivessem voltado a um mês atrás, só que infinitas vezes mais doloroso. Porque antes seu coração não estava completamente tomado pelo seu vizinho.

Porque antes ela não havia tomado a decisão de dar uma chance aos dois.

Agora tudo doía com uma intensidade que ela não sabia ser possível.

Do nada, tropeçou na barra de seu vestido e caiu, sentindo suas mãos arrastarem na grama pontuda e na terra pedregosa. Com muito custo e sem muitas forças, se levantou, se autoexaminando. O vestido que ela demorara para desenhar agora estava arruinado na parte do joelho e todo sujo de terra e grama. A palma de suas mãos ardiam.

⁃ Mas que merda! - gritou e sentiu seu rosto molhar mais.

Estava se sentindo enjoada, perdida. Soube naquele momento que precisava ir embora. As palavras de seu vizinho ainda pareciam ecoar em seus ouvidos. “Cadela fútil”, “vestidinhos de merda”. Era isso que ele achava esse tempo todo? Não aguentava mais pensar naquilo.

Começou a caminhar até as saídas, agradecendo por não encontrá-lo no meio do caminho. Se recompôs e enxugou as lágrimas, indo para a entrada da escola. Não tinha ninguém ali além de Antônio, que ficou preocupado com o estado da garota, mas ela lhe garantiu que estava tudo bem e pediu para que não contasse para ninguém. Depois de muito relutar, Antônio finalmente liberou a garota, já que provavelmente achou que ela estava chorando pelo vestido rasgado.

Marjorie, então, suspirou e começou a descer as escadas da escola abraçando o próprio corpo, não queria que ninguém a visse. Não queria ter que encontrar com os olhos preocupados e questionadores de Manuel, de Betsy, ou ficar na casa ao lado da de Benício, que provavelmente estava com Evelin naquele momento. Queria fugir de tudo e de todos que a lembrassem de todo aquele mês.

Chamou um táxi, sabendo onde iria. Deu o endereço ao homem, que chegou ao destino rápido. Desceu e pagou o taxista, que lhe havia sido muito gentil e perguntado se estava tudo bem. Sem aguentar, desabafou tudo o que tinha acontecido para ele durante todo o trajeto. Ao deixá-la em seu destino, o senhorzinho lhe desejou boa sorte e disse que tudo se resolveria. Ele parecia ser uma ótima pessoa.

Tocou a campainha e encolheu com o vento gelado que passou pelo seu corpo. Logo a porta se abriu e a senhora arregalou os olhos ao ver a menina ali.

⁃ Majô? - ao ouvir a voz de sua avó, Marjorie desatou a chorar novamente. Sem entender nada, Emília puxou sua neta para um abraço apertado e começou a trazê-la para dentro em silêncio, só deixando a menina desabar.

Era isso. O tão esperado baile realmente havia sido perfeito. O lugar ficou lindo, a playlist perfeita, a comida realmente ótima e a animação dos alunos a mil. Era tudo o que ela tinha esperado, era para considerarem aquela a melhor festa que a escola já tinha visto que ela tinha trabalhado tanto.

Realmente, deu tudo certo.

Agora só tinham que saber o que fazer com os dois corações partidos que foram resultado de tudo isso.

 


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Notas finais do capítulo

AAAAAHHHH, EU SEI
NÃO MELHOROU NADA SIANISWNUSNWSN

De novo, perdoa a minha (insira um palavrão aqui) e não desiste de nós!

O que vocês estão sentindo, me digam ♥

Milhões de beijosssss, até o próximo ♥



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