Compartilhados escrita por Dorothy of Oz


Capítulo 16
Caronas e mistérios


Notas iniciais do capítulo

Oiiieeee, gracinhas!!! Tudo bem?

Esse capítulo está um pouco mais curto que os dois últimos, mas está bem importante (aquela carinha). Espero que gostem!

Gostaria de agradecer a Bex Valdez (Yay) e à Mareena pelos comentários sempre tão maravilhosos e cheirosos. Vocês moram no meu coração, meninas! ♥

Boa leitura!! ♥



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Dezesseis

 

Domingo havia passado sem grandes emoções. As menininhas acordaram por volta das nove da manhã, com as energias completamente renovadas. Marjorie já estava acordada e preparava um grande café da manhã, enquanto Benício estava esparramado no colchão, sem perspectiva de acordar tão cedo. As menininhas, então, pularam em cima dele, o assustando. Bela maneira de acordar.

Estavam tomando café quando o celular de Ben tocou e sua mãe anunciou que os pais das garotinhas iam passar pegá-las, por isso elas deviam estar prontas e na frente do condomínio até no máximo onze horas. Dito e feito. Uma a uma foi indo embora, enquanto as que sobravam ficavam brincando de pega-pega na grande área verde que compunha a decoração da portaria do condomínio.

Acabou com Jeff estacionando ali para pegar Charlote, que era a última das garotinhas. Ela deu um abraço apertado em cada um dos dois adolescentes, dizendo que aquele tinha sido o melhor final de semana de todos, e que com certeza iriam fazer mais vezes. Ben ficou feliz, mas não gostou muito da última parte. Sim, tinha que admitir que gostara de cuidar do grupinho, mas estava tão exausto... Podia sentir todas as células de seu corpo implorando por descanso.

Os dois, então, desceram condomínio abaixo em silêncio. Marjorie entrou na casa de Ben para pegar suas coisas e o desenho de Ted. Ben a acompanhou até a porta de sua casa, hesitante.

⁃ Bom... - começou e coçou a cabeça, confuso. Não costumava a fazer muito aquilo, principalmente quanto estava relacionado a sua vizinha. - Valeu pela ajuda ontem e hoje, Marjorie. - ela se virou e arregalou os olhos, mas logo sorriu sarcástica.

⁃ Não se acostume. - piscou para ele e entrou em sua casa enquanto Ben ria.

O garoto entrou em sua casa e subiu direto para seu quarto, tomar um tão merecido banho relaxante. Aconteceu tanta coisa nessa semana, tanta loucura. Que Marjorie nunca soubesse disso, mas ele gostou. Tinha falado coisas que nunca falara, mostrado coisas que nunca mostrara, mas não estava nem aí. Se pegou pensando o que seria dali pra frente e querendo que aquele clima bom não passasse. Um clima de paz que nunca tinha sentido nos dezessete anos de convivência, na maior parte das vezes nada pacífica.

Já estava anoitecendo quando a mente de Ben se iluminou com uma ideia perfeita. Seguiu para fora de sua casa, indo falar com as pessoas que precisava. O próximo passo de seu plano estava prestes a começar.

~*~

Majô acordou no dia seguinte com seu corpo ainda dolorido do final de semana. Aquelas garotinhas a esgotaram, mas até que tinha sido divertido. Olhou para a sua escrivaninha, onde o desenho perfeito de Ted estava estendido e sorriu. Quando imaginaria que o seu tão sem talento - pelo menos era o que achava - vizinho tinha esse dom maravilhoso? Que ele nunca soubesse disso, mas ele era quase melhor que ela. Quase.

Mas enfim, já era segunda feira, o início da semana mais produtiva do baile. Faltavam duas semanas para o grande dia, as decorações deviam estar prontas até sexta, porque depois seriam só os retoques finais. Não estava preocupada, estavam indo muito rápido e tudo iria dar certo.

Respirou fundo. Sentia algo esquisito no seu coração quando pensava muito no baile, mas não era uma sensação ruim. Era como um arrepio de ansiedade, um pulo no seu coração. Sempre sonhou com esse baile, e o sonho ficou mais vívido quando Nate apareceu em sua vida, no começo do ano. Pela primeira vez sentiu que o que acontecera com seus pais podia se realizar para ela e não podia estar mais feliz. Quando pensava em Nate acontecia a mesma coisa de quando pensava no baile.

Eles dois nunca haviam realmente tido alguma coisa, nunca se beijaram para ser mais exata, mas ela nunca tinha sentido nada assim antes dele. Era uma sensação de conforto, muito diferente das coisas turbulentas que sentia quanto a Benício. Se sentia estranha e diferente com o garoto, como se estivesse numa montanha russa muito louca, ainda mais depois dessas últimas semanas. Será que era a sensação de desprezo se intensificando? A garota riu com esse pensamento, mas logo depois franziu o cenho. Por que estava pensando em seu vizinho, afinal?

Balançou a cabeça para afastar os pensamentos enquanto descia as escadas para tomar o café. Pegou o celular para ver as mensagens novas e sorriu quando viu o nome especial estampado na tela. E então veio aquela sensação de baile novamente.

"Bom dia, flor do dia. Aqui ainda é de madrugada. Você me acharia louco se eu dissesse que eu coloquei o celular pra despertar só para eu ser a primeira pessoa na sua mente do dia? Espero que você veja isso antes mesmo, porque senão vai ter sido realmente idiota."

A garota riu e começou a digitar.

"Bom dia, lindo. Se isso é ser louco, por favor, nunca fique são, porque graças a você eu não vou conseguir parar de sorrir hoje. Mas não atrapalhe seu sono de novo, não precisa de mensagem pra você ser a primeira pessoa que eu penso no dia. A menos que você queira mandar, é claro. XOXO"

Majô entrou sorrindo na cozinha, onde seus pais já estavam tomando café e Tereza estava preparando tudo. A garota ficava feliz quando via essa cena de manhã, já que seus pais viajavam muito. Era muito bom ficar com eles.

⁃ Bom dia, todo mundo! - disse animada e deu um beijo na bochecha de cada um. - Mamãe e papai, que bom que vocês estão aqui, já estava com saudades. - os abraçou apertado.

⁃ Nós também, querida. Dói quando ficamos longe de você. - sua mãe disse com um toque de tristeza na voz.

⁃ É, mas agora vocês já estão aqui. - tentou afastar o clima pesado. - Contem, como foi os dias de conferência?

⁃ Ah, foram ótimos. Achamos muitas novidades para a empresa. E saímos um pouco também. - Julieta sorriu sapeca para o marido. Majô riu.

⁃ Vocês sempre se divertem quando saem com o Tio Ber e a Tia Tasha, né? - perguntou se referindo aos pais de Benício.

⁃ Ah, nós somos melhores amigos desde sempre, né... - Arthur, seu pai, falou. - Acredita que sua mãe estava era afim do idiota do Bernardo no começo? - Majô encarou sua mãe boquiaberta, esta apenas levantou as mãos, em rendimento.

⁃ Isso foi antes de conhecer o seu pai de verdade. Bernardo foi feito para a Naty. Agora somos apenas melhores amigos. - Majô ainda estava de olhos arregalados. - É uma longa história... se quiser eu te conto com detalhes algum dia, filha.

⁃ Eu vou querer sim. Parece que tudo que eu sei é que papai era um bad boy e você era toda certinha, mãe.

⁃ Ele ainda é um bad boy. - seu pai, que estava tomando seu café, piscou um olho para sua progenitora e ela riu. Majô fez uma cara de nojo.

⁃ Argh, não. Eu definitivamente não precisava ouvir isso. - seus pais riram alto. Arthur levantou e estendeu mão para Julieta, que a pegou. Ele deu um beijo no topo de sua cabeça. Majô achava esse tipo de cena lindo.

⁃ Mas eu não mudaria nada. - seu pai disse. - Tudo contribuiu para que meu amor por você só aumentasse, boneca. - sua mãe corou como uma adolescente. Majô sorriu.

⁃ Bom, pessoal, eu preciso ir agora. Vejo vocês mais tarde. - deu um beijo nos dois e em Betsy. - Amo vocês demais.

⁃ Também te amamos. - todos disseram. Saiu da mesa e subiu até o banheiro para escovar os dentes. Cinco minutos depois estava pronta.

Abriu a porta, mexendo em sua bolsa para chegar se estava tudo lá. Olhou para frente e parou no lugar, estranhando. Nem Manuel nem o carro estava lá. Franziu o cenho e seu vizinho entrou em seu campo de visão, apoiado no carro, braços cruzados e um pé na lataria. Estava com aquele estilo presunçoso de sempre, tanto na roupa quanto na pose. Aquele estilo que faria qualquer garota derreter. Quando sentiu que sua vizinha estava ali, a encarou e sorriu bonito. Majô franziu mais o cenho, Ben desencostou do carro e os dois começaram a andar ao encontro um do outro, quase cronometrado.

⁃ O que fez com o meu carro, Benício? - ele a olhou boquiaberto.

⁃ O que te faz achar que eu fiz algo com seu carro?

⁃ Sua existência. - Ben riu. É claro que estava se divertindo.

⁃ Você ainda insiste em achar que eu sou o vilão, Majô. Estou decepcionado.

⁃ E você não é? - a garota cruzou os braços.

⁃ Nem vilão, nem mocinho. Diria anti-herói. Você sabe que eu não sou de fazer muito a coisa certa. - a garota revirou os olhos.

⁃ Desembucha, Benício. Cadê Manuel?

⁃ Ele está de folga hoje. Acho que depois dessa semana e de cuidarmos de um mutirão de crianças temos maturidade o suficiente para andar no mesmo no mesmo carro por uns minutos. - ele caminhou de volta até o carro e abriu a porta traseira. - Primeiro as damas. - sinalizou a parte de dentro. Majô estreitou os olhos.

⁃ É pegadinha, né? Se eu entrar vai acontecer o que? Um balde de água gelada? Mingau de aveia?

⁃ Que criatividade, Majô, estou impressionado. Para de desconfiar de mim.

⁃ Não deveria? Mesmo depois desses dezessete anos? - Ben sorriu.

⁃ Garota esperta.

⁃ Pode entrar, Majô. Eu não deixaria ele fazer nada com você. - Armando surgiu do nada, caminhando para entrar na parte do motorista. Majô sorriu aliviada.

⁃ Agora eu vou. - disse e finalmente entrou no carro. Ben revirou os olhos, entrando logo em seguida.

⁃ A gente revisa entre o Manuel e o Armando a partir de agora, tudo bem? - o garoto disse e Majô acenou com a cabeça positivamente. Depois de alguns segundos encarou o garoto, sorrindo.

⁃ Os protetores do meio ambiente ficariam orgulhosos de nós agora. - observou e Ben riu.

⁃ Sim, depois de nos bater pelos últimos anos. - Majô o acompanhou e concordou. E ficaram em silêncio confortável o resto do caminho.

~*~

Finalmente chegaram à escola, se tornando o centro da atenção de todos os alunos. Nunca tinham sido encarados assim desde a primeira vez que foram vistos algemados pela primeira vez, no almoço. Benício e Marjorie saindo juntos de um carro? Pacificamente? Sem estarem discutindo ou quase se matando? Os alunos ficaram em silêncio por um tempo e quando voltaram a se falar, cochichavam sobre o que estava acontecendo com as duas maiores potências escolares, inimigas desde quando se lembravam. Os dois continuavam a caminhar constrangidos até a portaria para António os algemar.

Em algum lugar ali dentro daquela escola, onde o fluxo de alunos era quase nulo, duas pessoas se encontravam.

⁃ Você viu o que acabou de acontecer? - a garota perguntou.

⁃ O que está sendo assunto de toda a escola? Vi sim. - a garota deu um soquinho de leve no braço do garoto, que riu.

⁃ Quer dizer que finalmente está funcionando, não? Eu sabia!

⁃ Sim, mas não significa nada. Não podemos ser precipitados.

⁃ É claro que podemos! Quando isso aconteceria antes disso?

⁃ Não conhece os dois? Eles são inconstantes.

⁃ E daí? Eu sinto que é um passo, amor. Está sendo difícil, sabe? - passou a mão pelo cabelo penteado, triste. O garoto se aproximou e segurou em seu rosto com as duas mãos, fazendo com que a menina olhasse para cima para ver seu rosto, pela altura diferenciada.

⁃ Eu sei. Mas pelo menos a gente se conheceu direito, se nada der certo no final. - a garota o olhou com ternura e se aproximou mais.

⁃ Sim, devemos agradecer a eles afinal. - deu um selinho no namorado e os dois ouviram o sinal bater. - Bom, precisamos ir. Eu saio primeiro. - deu outro selinho. - Tchau, boa aula.

⁃ Boa aula. - e ficou ali olhando sua namorada se afastar. É, não sabia se tudo estava realmente ocorrendo como planejado.

~*~

As aulas passaram lentamente para os dois algemados. A cada troca de aula recebiam mais olhares. Dessa vez parecia que nunca mais ia parar. Agora, na hora do almoço, parecia que o universo havia parado para vê-los e fofocar sobre eles. Sorte que almoçavam na árvore que ficava consideravelmente longe dos olhares clínicos.

⁃ Wow, acho que realmente somos um reality show para eles. - Majô disse.

⁃ Pois é, ainda mais agora.

⁃ Será que foi uma boa ideia virmos juntos? - perguntou insegura e Ben deu de ombros.

⁃ Você se importa? Porque se você quiser a gente para. - Majô balançou a cabeça.

⁃ Não, tudo bem... é que é só... desconfortável.

⁃ Eu sei. - Ben suspirou antes de continuar. - Olha, me desculpa por ter te colocado nisso. A culpa foi realmente minha.

⁃ Não foi, Ben. Foi nossa. Agora a gente tem que arcar com as consequências. Sejam elas quais forem.

⁃ Sejam elas quais forem... - Ben repetiu, pensativo. Por que achava que essa frase teria muito mais significado daqui pra frente?

⁃ E além do mais... não está sendo tão ruim. - alongou o "tão" e deu de ombros, sem olhar para o garoto. Ben riu.

⁃ Eu sei. Minha presença é irresistível.

⁃ Aham... - Majô fez pouco caso e abriu sua bolsa térmica, tirando de lá um enroladinho de abobrinha. Ben fez careta ao olhar aquilo.

⁃ Nossa... você continua trazendo isso para a escola?

⁃ Ah, para de falar como se você não tivesse se deliciado com a pizza de pepino.

⁃ Quem fala "deliciado"? E a coisa realmente boa está aqui, Marjorie. - apontou para sua bandeja. - Hambúrguer da cantina.

⁃ Hambúrguer exige muito do corpo para digerir. Temos aulas depois do almoço, Benício. Deve ser por isso que você sempre dorme. - Ben revirou os olhos. - Além de que deve ser extremamente temperado. - Ben pegou o lanche e estendeu para ela.

⁃ Prova.

⁃ Eu não, tem sua saliva nele.

⁃ Mas um motivo para você experimentar. - sorriu presunçoso. A garota revirou os olhos. - Ah, qual é... eu te desafio. - Majô arqueou as sobrancelhas.

⁃ Me desafia?

⁃ Te desafio. - ele chegou mais perto dela. Majô olhou para o lanche.

⁃ Tudo bem. - pegou o lanche e deu uma mordida, surpreendentemente gostando do sabor. Não era extremamente temperado. Era tudo na medida certa.

⁃ Isso, mastiga bem o hamburguinho da cantina. - Ben disse lentamente, a garota riu e deu um pequeno soco nele, que riu também. - É bom, né?

⁃ É, Benício, você venceu.

⁃ Eu sei. - tirou o hambúrguer da mão da garota e pegou um rolinho de abobrinha dos potinhos da garota, tudo muito rápido.

⁃ Ei! - tentou pegar o rolinho de volta, mas Ben o enfiou rapidamente na boca, rindo.

Na parte coberta do refeitório, Evelin observava aquela cena, com raiva, enquanto almoçava com sua amiga, Sabrina.

⁃ O que está acontecendo com o Ben? Desde que está grudado com aquela garota, nunca mais me ligou.

⁃ Talvez ele só esteja ocupado. - Sabrina tentou amenizar. - Ouvi dizer que ele mudou todo o tema do baile, deve estar tendo muito trabalho para fazer. Ele não deixaria de te ligar do nada, você é a ficante que ele ficou junto há mais tempo.

⁃ Não ouse usar esse verbo no passado, Sabrina. Além do mais daqui a algum tempo eu não vou ser só mais uma ficante dele.

⁃ E como pretende fazer isso?

⁃ Eu conheço o Ben. Logo toda essa história com essa garota passa. Marjorie é tão patética que dói. Não vai ficar no meu caminho por muito tempo.

⁃ Nossa... o que você está planejando?

⁃ Ben gosta de mim. Só que ele ainda não viu. Somos perfeitos juntos.

⁃ Você tem toda razão, Evelin. Tenho certeza que logo ele volta. - Evelin voltou a encarar os dois na árvore.

⁃ Ah, ele volta sim. Por bem, ou por mal.


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Notas finais do capítulo

E aí??? O que acharam?

Gente, não sejam leitores fantasmas, por favor. Sou doidaaaaa pra interagir com vocês.

Quero ver muitas teorias do que está por vir!!

Muito obrigada por ler, desculpa qualquer errinho. :3 ♥

Ps: HOMEM ARANHA HOMECOMING É MARAVILHOSOOOO! (Tom Holland é um lindo/fofo/tudo de bom/simpatia de pessoa ♥) não deixem de assistir!

Não tem muito a ver com a história mas tudo bem. Sbjhabsbhjabssjhbjshb

BEIJOS E ATÉ O PRÓXIMO :* ♥



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