Regina passara o resto do dia com Emma conhecendo o instituto... As crianças, os voluntários para o trabalho. Apesar de tudo fora um dia interessante... Agradável e... Diferente é claro. 
Já era fim de tarde quando entraram no táxi de volta pra casa... A casa de Emma não era muito longe da escola. 
A duas desceram juntas do táxi e se sentaram em um banco que tinha na calçada, em frente a casa. 

—Obrigada pelo dia Emma_ ela disse_ foi incrível.
—Fico feliz que tenha gostado_ ela sorriu.
—É um trabalho muito bonito que vocês fazem naquele instituto_ a morena sorriu_ ficarei feliz se puder ajudar de alguma forma. 
—Só a sua presença lá já é uma grande ajuda_ ela garantiu_ não viu como Emily ficou feliz? Ela adorou você.
—Ah, ela é uma menina incrível_ riu_ e muito fofa. 
—Verdade, aquelas crianças, aquele instituto e o balé... São a minha vida_ explicou_ as únicas coisas que faço direito.
—Não vai começar de novo com essa história né?_ Regina fechou a cara.
—Desculpa_ ela fez careta_ já parei. 

Emma pôs novamente um belo sorriso no rosto, não ia estragar aquele dia se lamentando pela vida complicada que tinha... Devia dar graças a Deus por estar viva, e por Regina estar ali com ela. Era mais do que ela poderia pedir. 

—Rê... Eu... Posso te pedir uma coisa?_ Emma perguntou de repente, ficando séria.
—Claro_ ela sorriu_ o que quiser. 
—Eu... Eu posso... _ ela se interrompeu um pouco nervosa.
—Pode o que?_ quis saber curiosa. 
—Posso ver seu rosto?_ ela pediu.
—O que?_ a morena sentiu seu coração se acelerar.
—Se posso... Tocar seu rosto_ ela explicou_ quero saber como você é.

Ela ergueu uma das mãos, esperando que a morena respondesse... Regina ficou em silencio um instante, a fitando com cautela. Lembrou-se de Emily, como tocara seu rosto mais cedo e a ideia de sentir as mãos de Emma em sua face logo lhe agradou.

—Claro_ ela afirmou com um meio sorriso. 

Muito calmamente, Regina segurou as duas mãos da loira... Ela estava séria, concentrada, sentindo o coração batendo depressa. Ela pôs as duas mãos de Emma em seu rosto e em seguida fechou os olhos... Emma fez o mesmo. 
Pondo sua vergonha de lado, Emma começou a tatear o rosto da garota... Primeiro o cabelo bagunçado, sentindo sua textura, fazendo um leve carinho que a fez sorrir. Suas mãos então desceram mais um pouco... Primeiro na testa, depois mais em baixo, seus delicados dedos fazendo o contorno dos olhos e logo em seguida do nariz. Depois então ela lhe acariciou as bochechas. 
Era uma sensação extremamente agradável ter as mãos macias da loira em seu rosto... Não conseguiu conter um suspiro quando sentiu os dedos dela em seus lábios. As mãos de Emma ficaram paradas ali, e ainda de olhos fechados Regina depositou um beijo na ponta do dedo da garota. 
As duas abriram os olhos juntas... A única diferença era que pra Emma tudo continuava escuro, mais seu coração batia loucamente no peito, igualmente o da morena. 

—Você é linda_ ela sussurrou.
—Não tanto quanto você_ a morena respondeu também um tom baixo.

A loira sorriu, deixando que suas mãos caíssem do rosto e pousassem em seu colo... Regina queria que ela continuasse, queria poder continuar sentindo a pele macia dela... A verdade é que teve de se conter naquele minuto pra não fazer algo de que tinha certeza que se arrependeria depois.

—Bom_ Emma disse finalmente pra quebrar o silencio_ acho melhor eu entrar... Já esta ficando tarde. 
—Tudo bem_ ela concordou vagamente a fitando profundamente. 

Emma se levantou um pouco desajeitada, parecia que o pequeno momento entre as duas havia acabado com seu equilíbrio e ela teve medo de despencar no chão. Não sabia bem porque se sentia daquele jeito... Só sabia que gostava da sensação. 
Regina se levantou também, mais não queria ter que ir embora... Todo tempo do mundo não parecia ser o suficiente pra estar com ela... Era irritante. 

—Vou ver você segunda feira na escola?_ ela perguntou.
—Tenho que ir a aula_ a loira sorriu.
—Bom, então até lá_ ela disse meio desanimada.
—Não se preocupe_ ela sussurrou_ vou estar lá te esperando pra me ajudar. 
Ela sorriu_ tchau Emma.
—Tchau Regina. 

A morena se inclinou e deu um beijo na bochecha dela, a fazendo corar envergonhada... Então foi caminhando pra longe dela. E cada passo que dava era como se deixasse pra trás um pedaço do seu coração. 
Enquanto caminhava pra casa um pensamento inquietante lhe passou pela cabeça... Porque lhe agradava tanto a companhia daquela menina? Porque estar ao lado dela a fazia tão bem? Ela sabia a resposta bem lá no fundo, mais se recusou a pensar nela. Era assustador demais... Ela não sabia se estava pronta pra isso. 
Só sabia que queria estar ao lado dela... E isso era o bastante por enquanto.

Em poucos minutos Regina estava em casa, entrou em seu quarto e se jogou na cama, revivendo as memórias do dia... Esperava poder passar o resto da sua noite em paz, mas naquela casa isso era muito difícil. 

—E ai Rê?_ Graham entrou no quarto e se jogou na cama ao lado dela.
—E ai?_ ela resmungou.
—Onde você estava?_ perguntou.
—Por ai_ respondeu simplesmente.
—Sabe que essa resposta ta começando a encher né?_ fez careta.

Sim ela sabia, aquela resposta já não estava colando há alguns dias... Uma hora os irmãos dela e os amigos iam acabar sabendo onde ela passava tanto tempo. Mas não precisava ser agora. 

—Fala ai_ Graham pediu_ estava com uma garota?
Bom, poderia dizer que sim... Mas não precisa dizer quem era a garota. 
—Estava_ confessou.
—E ela é gostosa?_ perguntou rindo_ não pera aí... Regina Mills não pega garotas feias.
—Porque você não vai falar suas asneiras no ouvido de outra pessoa?_ ela disse ironicamente. 
—Tudo bem, tudo bem, não quero perturbar você... Só queria te pedir uma coisa.

Regina se sentou na cama pra poder olhar diretamente por irmão. 

—Me empresta cem pratas?_ pediu cem um largo sorriso. 
—Eu tenho cara de banco? Caixa eletrônico?_ ela perguntou_ por acaso esta escrito aqui na minha testa... Empresto dinheiro?
—Eu quero dar um presente legal pra Anna_ ele disse. 
—Vocês não tinham terminado?_ fez careta.
—Nós voltamos_ explicou_ e eu estou sem grana. 
—E isso não é problema meu_ voltou a se deitar.
—Por favor Rê?_ implorou_ eu vou devolver.

Regina sabia que se não emprestasse o dinheiro, Graham não o deixaria em paz... E também sabia que se emprestasse não veria mais a cor daquele dinheiro... Graham era um perfeito caloteiro. 
Mas entre a paz e o dinheiro... Ela preferia a paz. 

—Na minha carteira_ ela resmungou_ em cima da mesinha... Se pegar mais que oitenta dólares eu juro que mato você... Ou coisa pior.
—Tudo bem_ Graham sorriu.
—Eu sei a quantidade exata de dinheiro que tem ali_ garantiu_ inclusive os centavos... Então cuidado.
—Eu não sou ladrão_ fez careta.
—E eu não sou popular_ sorriu cinicamente.
—Claro_ fechou a cara_ e também não é convencida, idiota e...
—Se ficar me insultando eu vou mudar de ideia...
—Ta bom fui. 

E Graham sumiu correndo pela porta. Porta essa que Regina fechou e trancou em seguida... Tomou banho, trocou de roupa e foi dormir, estava cansada porém feliz. E aquela noite sonhara com Emma novamente.