Tempestta escrita por Krika Haruno


Capítulo 32
A destruição de Obi




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A Euroxx gastou apenas dez minutos de Ranpur a Obi. Evans estava bastante impressionado com o hadren vermelho. Com o aumento deles, as viagens ficariam mais rápidas.

Niive não seguiu com Kanon, indo para Clamp e Kamus permaneceu no hospital acompanhando o estado de saúde dos amigos. Eron e os demais foram levados para a sede do governo de Obi. Noah os aguardava.

— Majestades. - reverenciou Eron, Lirya e Alisha, que acompanhou o grupo.

— É um prazer revê-lo senhor Noah.

— Por favor entrem.

Mask deu passagem a Marius e sua mãe. Os dois entraram sem nenhum problema. Assim como Dara, Urara e Evans, mas quando os cavaleiros pisaram no salão, a Enraiha começou a brilhar.

— O que está acontecendo? - Endah olhava para a bola azul, assim como os demais conselheiros.

— Estranho... - murmurou Shaka. - nunca aconteceu antes.

De repente, as armaduras, que eles traziam dentro das urnas, começaram a ressoar, assimcomo seus cosmos.

— Eu não entendo.... - Noah olhava para a Enraiha, para as urnas e o brilho dourado em torno dos rapazes. - será que... são as vestimentas que usam para proteger a elementar de VL?

— Sim. - respondeu Shion.

— A Enraiha nos foi dada por um elementar. - disse um dos anciãos. - de certo reagiu a energia deles que procede de um elementar.

— GS está em boas mãos. - Endah deu um sorriso.

 - Disse que tinha uma visão para mim? - indagou Mask.

— Sim. - o rosto de Noah ficou sério. - aproxime-se.

O grupo ficou em torno da Enraiha.

— Normalmente não deixamos pessoas fora do circulo do conselho aproximar da Enraiha, - Noah voltou a falar. - mas ela, - apontou para a bola. - mostrou seu rosto, dando a indicação que era para estar aqui.

O olhar de Mask foi de Noah para a bola azul. Aquilo não parecia algo "mágico."

— Como assim senhor Noah? - indagou Shaka.

— A Enraiha quer mostrar uma visão para Eron, e talvez para vocês também.

Ele terminou de falar e a bola brilhou. Os cavaleiros aproximaram-se mais para ver.

No inicio a imagem era difusa, mas aos poucos foi ficando mais clara... ela mostrou duas insígnias da família real. Uma completamente negra exceto por um ponto dourado e outra dourada exceto por um ponto negro. Um segundo depois a insígnia dourada começou a ser tomada pelo ponto negro, até se tornar totalmente escura. A outra que ainda tinha um ponto dourado foi perdendo-o até desaparecer. As duas insígnias se chocaram, destruindo uma a outra...

A Enraiha se apagou. Todos os olhares foram para Mask.

— Eu não entendo muito bem... - murmurou olhando para Shion. - o que acha mestre?

Shion ficou por alguns segundos em silêncio, os anciãos de Obi o fitavam atentamente.

O grande mestre pensava preocupado. Era claro que a visão mostrava o que Torin havia dito em Ikari.

— As duas insígnias são você e Iskendar. A toda negra é ele, a dourada é você. Devido ao seu passado ainda restou um ponto negro e por algum motivo deixou-se levar por esse ponto negro. Ele tomou conta de você, destruiu o ponto dourado de Iskendar e ambos se destruíram.

A sala ficou em silencio absorvendo as palavras de Shion. Dohko que tinha esse receio ficou ainda mais preocupado. Mask era uma caixa de surpresa.

— Eu vou destruir meu irmão? - indagou receoso.

— Ambos vão se destruir se deixarem levar pelas emoções negativas.

Noah sorriu. O atlantik tinha grande habilidade de interpretação.

— Tudo depende do caminho que escolher alteza. - Noah falou. - sei que é uma grande responsabilidade para uma pessoa tão jovem, mas carrega o fardo de proteger milhões. Não só os habitantes de GS, mas de seus amigos e de VL. A Enraiha lhe mostrou o futuro, cabe a você alterá-lo.

O.o.O.o.O

Tomando todo o cuidado, Jhapei pousou numa pequena lua, na divisa de GS e S1. Era um local inóspito e dificilmente alguém da policia iria até lá. Seguindo as informações coletadas em Bellji, traçou uma rota. A lua era de difícil acesso com terras áridas e em algumas partes cobertas por gelo. Havia muitos vales e não poderia usar uma nave para aproximar do local. Levaria algum tempo até chegar.

O.o.O.o.O

Uma pequena esquadra de naves de S1 aproximavam da área nos arredores de Obi. O alerta havia sido dado e as batalhasaconteciam. A bordo da Nau 3 Haykan também se dirigia para lá.

Dentro do planeta...

Diante das palavras de Noah, Mask ficou em silencio. Com o mundo desmoronando sobre si, como poderia salvar GS?

A Enraiha emitiu um brilho, na hora todos os eijis sentiram um calafrio. Shaka também sentiu mesmo não pertencendo a raça.

Endah e Noah trocaram olhares, subitamente lembraram se da visão anterior da bola.

— Vocês precisam ir. - disse o conselheiro. - não estão seguros fora de Ranpur, inclusive a princesa Alisha.

— Vamos voltar. - Evans concordava com o Noah, ainda mais que recebeu o aviso de uma batalha perto dali.

— Senhor Noah, senhora Endah. - Urara aproximou. - escoltarei a família e voltarei o mais breve.

— Virei junto. - disse Shaka.

Noah fitou o casal. Por serem unidos pelo sentimento, certamente teriam força para os pós vir. A raça Eiji dependia disso.

— Cuidem-se.

Urara sentiu que havia algo no ar, mas não quis questionar o conselheiro, que surpreendente dera um abraço amoroso nos dois.

— Rendendo-se ao jeito dos humanos? - brincou Dara aproximando.

— Estou apenas me despedindo deles. Fique de olho nos dois e peço a vocês, - olhou para o casal. - que cuidem desse imprudente. Dara as vezes não pensa antes de agir.

— Sou muito prudente. - devolveu.

— Dara, - Noah o fitou de forma séria. - Iskendar vai precisar muito de você. Viu o ponto dourado em meio as trevas, ele ainda pode ser trazido para nós.

— Farei o possível para que isso aconteça.

— E seja um bom líder. As vezes precisamos pegar em livros.

Dara ficou sem ação quando Noah o abraçou. Quando crianças eram mais sentimentalistas, mas agora usavam apenas um aceno.

— Está querendo me convencer de alguma coisa? - indagou correspondendo o gesto.

— Não. Apenas um abraço fraternal. - o soltou. - meu irmão.

O governador de Sidon arqueou a sobrancelha.

— Está ficando um velho. Precisa tirar férias. Quando essa guerra acabar iremos para Sidon.

— Eu gostaria muito. - sorriu.

— Senhor Noah. - Eron e Lirya aproximaram. - obrigado por tudo. Prometo não decepcioná-lo.

— Sei que não Eron. Tem a força dos Tempesttas e da elementar de VL. Espero que o ajudem. - olhou para os demais cavaleiros.

— Pode contar conosco senhor Noah. - disse Aioria.

O grupo saiu sobre o olhar atento de Noah e Endah.

— A hora chegou não é? - a conselheira fitou o amigo.

— Sim. Mas estou tranqüilo. Cumprimos nosso dever de ajudar o jovem Tempestta. Agora em diante é por conta deles.

Do lado de fora, Urara organizava juntamente com Evans a volta de todos.

— Majestade. - Hely aproximou da rainha. - posso ficar?

— Claro. Está dispensada, mas lembre-se temporariamente. - sorriu. - cuide-se está bem? - deu um abraço.

— Em breve estarei de volta.

— Assim espero Hely. - brincou Mask. - minha mãe precisa de proteção. - sorriu.

— Será uma honra alteza.

O.o.O.o.O

Depois de algum tempo, o aparelho que Jhapei trazia nas mãos apitou. Era o sinal que estava perto. A ruiva pegou sua arma, pois atrás do morro estaria o segredo de Haykan. A ruiva aproximou com cautela e então viu... os olhos verdes arregalaram. Havia uma cordilheira de montanhas que formavam um semi circulo. No centro erguia-se uma estrutura a metros de altura. Tinha quatro pequenas torres e vários metros de cumprimento e largura. Dezenas de naves estavam pousadas ao redor, assim como um grande contingente de soldados. Mas o que mais chamou a atenção dela foi uma construção no centro da estrutura. Parecia uma pirâmide.

Usando suas habilidades conseguiu entrar na estrutura. Eram corredores e mais corredores e a cada vez que via alguém escondia-se. Entrou no compartimento de ventilação. Sabia que os tubos de ar levavam a todos os lugares do prédio. Como eram largos, conseguia engatinhar. Ela andou por algum tempo, até atingir seu objetivo. Parou perto de uma saída de ar. Tirou do bolso uma pequena caixinha. Eram seus instrumentos.

Rapidamente Jhapei livrou-se da portinhola e pulou. O lugar parecia deserto.

— "Estou perto." - olhou para o mapa que trazia.

A garota caminhou por cinco minutos, até atingir uma grande porta de aço. Não havia jeito de transpassá-la. Procurou no mapa algo que indicasse uma entrada de ar, ou algo parecido. Encontrou o local onde ficava a distribuição elétrica do prédio.

Correu para seu lado esquerdo e desativando uma porta saiu em outro corredor. Quase deu de cara com soldados tendo que se esconder dentro de um compartimento.

Depois do perigo, atingiu seu alvo, saindo dentro da tubulação de energia e dados. O local era amplo, parecendo mais um corredor do que uma tubulação. Jhapei correu por sua extensão e abrindo um sorriso chegou ao seu alvo. Tirou a portinha e suspirando aliviada encontrou a sala vazia.

Foi para um dos painéis e usando suas habilidades de hacker acessou o sistema. Empalideceu quando encontrou o que queria...

— Isso é impossível...

Gravava as informações mas escutou um barulho vindo da entrada principal. Sem pensar muito voltou para o local onde estava.

Sentou-se, respirando ofegante. Se aquilo era verdade, GS não teria chance. Precisava ver a estrutura de perto. Subiu alguns andares, usando as tubulações de ar, dados e energia. No ultimo teve que se arrastar, porém não teve dificuldades de tirar a portinhola. Ela dava numa espécie de passarela que circundava o local. Jhapei arregalou os olhos. Era um local amplo, que ocupava milhares de metros de altura, largura e cumprimento. Havia uma grande estrutura no centro.                                    

— Isso é.... - murmurou. Pegou seu aparelho, lendo novamente os dados roubados... - seremos exterminados...

Precisava avisar imediatamente a Ranpur.

Conseguiu sair do prédio, voltou para sua nave e sairia sem ser notada, porém uma nave de S1 a viu. A perseguição foi implacável e a nave de Jhapei foi almejada... Experiente como ela era conseguiu escapar, mas sua nave tinha sido acertada e ela se ferido.

Há milhares de quilômetros dali, Haykan estava sentado na sua poltrona. Tinha na tela principal a imagem de um planeta azul.

— É uma pena. Poderia ser útil no futuro.

— O que pensa em fazer? - em nenhum momento lembrou-se de Dara, mesmo vendo Obi na sua frente.

— Meu triunfo. - voltou o olhar para frente. - Orrin dê a ordem.

— Sim senhor.

Em Obi, Mask e os demais tinham acabado de entrar na Euroxx. Evans dirigia-se para a cabine de comando.

Área quinze, divisa com S1...

Sirenes ecoavam por todo o recinto, indicado que ficar naquele local era perigoso. Protegidos por paredes triplas os soldados de Haykan acompanhavam a bola que ficava no ponto mais central da construção ser energizada. Ela começou a girar, aumentando ainda mais o brilho. As hastes que ficavam na lateral começaram a se mover formando uma espécie de ponta de lança. Uma bola de energia azul saiu da bola de aço, concentrando-se na ponta e segundos depois partiu num disparo.

A Nau 3 estava devidamente protegida tanto de disparos, quanto de ser descoberta. Apesar de ter testemunhado o poder de destruição de sua arma, Haykan sabia que o efeito seria ainda maior.

Em Obi, a Euroxx estava afastando do planeta preparando-se para entrar num hadren. Dara estava num canto silencioso. Com um mal pressentimento.

— Algum problema senhor Dara? - indagou Alisha.

— Não. - sorriu. - só pensando nos próximos passos. Está tudo bem. - mas não estava. Algo dizia que alguma coisa de muito grave iria acontecer e que o irmão sabia o que era. Por isso a atitude estranha no salão.

Do outro lado...

Urara observava seu planeta natal. Sentiu uma forte angustia.

— O que foi? - Shaka acariciou o rosto dela.

— Deve está sentindo também. - fitou a palidez no rosto do amado. Ela ainda continuava.

— Sim. Quando saímos do planeta, lembrei mede um sonho que tive.

— Qual?

— Milhares de cosmos desaparecendo. Eu não sei ao certo. Você quer ficar? Eu peço ao Giovanni. Ele não vai se importar.

— Fica comigo?

— Claro. Vou falar com ele.

Em Obi, os conselheiros estavam em volta da Enraiha. Já sabiam que a batalha deles tinham chegado ao fim.

A Euroxx ligava seus motores vandreds.

— Preparem-se todos. - Mask que já trazia os cabelos brancos, entrou na cabine. - vou abrir um hadren e...

Alerta! Alta concentração de energia!

— Capitão, detectamos algo no radar. - disse um controlador.

— Hadren? - indagou Giovanni, a coloração voltou ao normal.

— Não. Não é o vermelho e nem o azul, mas tem muita energia concentrada. - Evans checava o painel.

— Direção? - pediu Marius.

— Passa a seiscentos mil quilômetros a estibordo. Não conseguimos detectar as coordenadas de origem, mas...

Os sinais de alerta começaram a tocar freneticamente.

Viram um raio azul passar por eles e ir de encontro ao planeta Obi.

Na superfície, o raio azul atingiu o centro da cidade de Bhaskara. O efeito foi na hora. Varias fendas surgiram a partir do ponto do impacto alastrando por toda a cidade, espalhando fogo. O raio inicial continuou sua jornada rumo ao núcleo de Obi, quando o atingiu,as rachaduras se espalharam por todo o planeta elevando aos céus, magna. Do espaço, as pessoas que estavam em outras naves e na Euroxx, olhavam o planeta azul ser manchado de amarelo e vermelho.

Na sede do conselho, Noah lembrou-se da previsão. Era a destruição do seu lar. Voltou a atenção para as grandes janelas, vendo uma luz amarela incandescente ir em sua direção...

— O momento chegou... - murmurou Noah. - Dara, tome conta de tudo.

Quando o raio azul cessou, uma grande onda de fogo eclodiu propagando no planeta como uma onda. Em várias partes, torres de luz amarela ascendiam, sendo vistas por quem estava no espaço. Obi ficou todo vermelho e depois foi encoberto por uma luz amarela. De repente, a luz ficou tão forte, que Mask e os demais na Euroxx tiveram que tapar os olhos, vendo o planeta se tornar uma enorme bola amarela. Os escudos de proteção da nave foram ligados automaticamente. Do amarelo, Obi passou a azul claro, explodindo, propagando luz em todas as direções. Na Euroxx, todos foram ao chão devido ao impacto, mas graças aos escudos a nave não sofreu maiores danos.

Dara foi o primeiro a levantar, voltando a atenção para o espaço. Ficou pálido. A medida que os demais olhavam pela janela, as expressões eram de atordoamento.

— Cadê o planeta...? - indagou Deba. Vendo pedaços de rochas passarem pela nave.

Os olhos de Urara encheram de água. Seus companheiros, amigos, Noah...

— Não pode ser... - teve que se apoiar a Shaka para não cair, que também trazia os olhos arregalados e lembrando-se imediatamente do sonho que tivera.

Dara estava paralisado, Obi não estava mais ali, o que significava? Deixou o corpo ir de joelhos.

— Noah...

— Relatório... - murmurou Evans pálido.

Os controladores estavam em choque. Um deles voltou a atenção para o painel, digitando... ficou lívido.

— Relatório. - a voz do comandante saiu mais séria.

— Capitão... Obi... Obi... não consta mais nos arquivos. O planeta foi destruído.

Todos olharam para ele.

— Pelos dados coletados, o planeta... explodiu.

Ninguém ainda conseguia acreditar.

— Tem certeza disso soldado? - indagou Marius.

— Absoluta senhor.

Lirya começou a chorar, não só por Hely, mas por todas as vidas.

Os cavaleiros estavam assustados. Como um planeta tinha sido destruído? E pior, minutos atrás estavam nele. Foi sorte não terem morrido.

Marius assombrado tentava processar a informação. Obi tinha sido eliminado?

Rastros de luz ainda podiam ser vistos, assim como pedaços de rochas que vagavam pelo espaço.

— Que poder é esse? - murmurou Shura perplexo.

Etah entrou as pressas na sala de comando.

— Senhor... Obi... - nem sabia se expressar. - está confirmado, Obi não existe mais.

— Naves inimigas? - Evans estava nervoso. Por pouco eles escaparam do ataque, mas ainda estavam no espaço na mira da arma.

— Nenhuma no rastro de milhas.

Giovanni estava paralisado. Nem nos seus sonhos mais loucos imaginou aquilo. Testemunhara guerras espaciais e guerras contra deuses, em nenhuma delas um planeta foi destruído por completo. Ficou apavorado. Sem dúvidas, aquele ataque partiu de S1, mas como eles tinham aquele poder? Qualquer planeta estava a mercê deles. Olhou, para onde antes estava Obi.  Milhões ou pior bilhões de pessoas haviam sido exterminadas. Praticamente a raça eiji havia sido extinta. Ficou imaginando se fosse a Terra. Imaginou a vila de Rodorio sendo eliminada. Imaginou Asgard sendo varrida... os olhos marejaram.

— Não...- foi de joelhos ao chão, ficando de quatro. - não... - lembrou-se dos primeiros planetas destruídos, Ox, Eniac, Orion, Alaron, Clamp, Ranpur, Lain, Maris...

O italiano começou a chorar. Como líder da galáxia deveria ter evitado isso. Bilhões de inocentes morreram num segundo... Lembrou-se de quando matava.. Vidas ceifadas sem chance de defesa. Sentiu-se um monstro.

As lagrimas aumentaram. Na cabine, apenas o choro de Eron era ouvido. Lirya agachou ao lado do filho.

— Eron...

— A Hely mãe... o senhor Noah... todos eles...

Os cavaleiros olhavam uns aos outros. Ainda tentavam digerir o desaparecimento de um planeta. Shaka amparava Urara que não parava de chorar. Dara continuava parado sem emitir som algum.

— Algumas naves podem ter agüentadoa onda de impacto. Procurem e traga os sobreviventes para cá. - pediu Evans, tentando permanecer forte. - emita uma nota a todos os planetas. Não existe mais o grupo dos nove.

Há milhares de quilômetros dali...

— O alvo foi eliminado com sucesso, senhor.

— Excelente. - Haykan sorriu. - Obi foi o primeiro. Faltam oito.

Iskendar estava surpreso. Na sua ida a Bellji, não tinha visto tal coisa. Era o poder de uma nave?

— Tem poder para eliminar um planeta? - indagou surpreso.

— Não sabe de toda a minha capacidade meu neto. GS já entrou na guerra derrotada.

A noticia da destruição de Obi espalhou-se rapidamente, levando uma onda de terror a toda GS. Sttup, Dianeira e Yahiku estavam reunidos quando receberam a noticia.

— Isso não é possível! - exclamou a capitã.

— Infelizmente sim capitã. - disse um policial. - não há mais nada no local onde ficava o planeta, apenas poeira e rochas.

— Foi uma nave? - indagou o presidente.

— Nenhuma foi detectada num raio de quinhentos mil quilômetros.

— Ao menos a direção do ataque?

— Sudeste de GS, mas não conseguimos precisar.

— Se foi S1, - disse Yahiku. - todos somos alvos.

— Droga! - Sttup deu um soco na mesa. - foi retaliação ao que fizemos a Bellji. Já contaram ao príncipe?

— Ele... estava em Obi. A Euroxx escapou por minutos...

O.o.O.o.O

Jhapei despertou ao som das sirenes de emergência. Sua nave estava bastante danificada e tinha sido um milagre não ter explodido. Ela tentou se mexer, mas seu corpo não obedeceu. Sabia que estava sangrando muito e que a qualquer momento perderia a consciência. Antes que isso acontecesse traçou a rota de Ranpur. Precisava contar a Eron sobre a arma de Haykan.

O.o.O.o.O

Na Euroxx, o clima era de consternação.  Dara estava trancado num quarto, assim como Shaka que tentava consolar Urara. Mask tinha sumido. Os dourados estavam pasmos com a capacidade de destruição de S1.

— O que será de agora em diante? - indagou Deba.

— Sttup irá realizar uma reunião de emergência. - disse Marius. - estamos a mercê deles.

— Não imaginava que S1 teria esse poder. - murmurou a rainha. - eles podem nos exterminar.

— Também temo isso senhora Lirya. - disse Alisha.

— Levantaram alguma informação sobre o que pode ter provocado? - perguntou Saga.

— Ainda não. - o chanceler olhou para o hadren azul. Mask estava bastante abalado para abrir um vermelho. - precisamos investigar.

— Senhor Marius, majestade, - Evans entrou. - precisaremos fazer um pouso, recebemos um pedido de ajuda de um planeta e também precisamos abastecer.

— Será seguro? - Lirya temia que houvesse outro disparo.

— Pode pousar. - Mask apareceu na porta. - no espaço ou em terra não estamos mais seguros.

Dando prosseguindo, a Euroxx saiu do hadren, aproximando-se de um pequeno planeta de nome Seddya. A maioria da população tinha fugido para outros planetas mas ainda restavam pessoas.

A Euroxx raramente pousava, entretanto como Seddya estava com problemas seria impossível abastecer em orbita. Dara e Urara estavam juntos consolando um ao outro. Marius, Lirya e Alisha ficariam dentro da nave,pois a rainha estava abalada com a perda de Obi e de Hely. Mask resolveu explorar a única cidade que tinha. Os dourados acharam prudente ir atrás dele.

O canceriano rejeitou segurança e cabisbaixo entrou na cidade. Ela estava totalmente destruída. Onde existia prédios e casas havia só ruínas. Parecia uma cidade abandonada.

A mente de Mask estava perturbada. As dezenas de mortes, a traição de Rihen, a descoberta e depois traição do irmão, o extermínio de Obi, era demais para ele.

Os dourados acompanhavam-no um pouco atrás.

— Independente do lugar, uma guerra sempre trás sofrimentos. - Aldebaran via a destruição.

— Enquanto elas existirem o sofrimento não acabará. - disse Shaka.

— O poder de S1 ultrapassou nossa expectativa. - disse Shion. - não há lugar seguro.

— E o que poderemos fazer? - indagou Aioria. - como podemos usar nossos poderes para impedir isso?

— Não tenho essa resposta. - o grande mestre observava atentamente o canceriano. - temos que lidar com ele também.

Os olhares foram para Mask.

— Ele não está bem. - falou Shura. - muitas coisas e de uma vez só.

— Acha que a previsão da Enraiha pode acontecer? - indagou Saga a Shaka.

— Ela nunca erra, contudo dessa vez ela mostrou algo que tem a possibilidade de acontecer e não um fato concreto.

— Tudo vai depender da forma que Mask vai reagir. - afirmou Kanon.

— Sim.

Mask parou de andar, ao se deparar com um prédio destruído. Era o que tinha restado de uma escola. Ele deu um passo, mas parou ao sentir que o pé tocara em algo. Ficou surpreso ao ver uma boneca feita de pano. Achou que com toda a tecnologia que sua galáxia tinha, aquilo não existiria. Ele pegou a boneca, dando pequenas batidinhas para tirar a poeira.

Pensava o que tinha sido feito da dona. Estaria viva? Estaria machucada? Os olhos encheram de água. Um sonho de uma vida feliz havia sido interrompido. Enxugou as lagrimas voltando a andar. Atravessou mais algumas ruas e então começou a ver pessoas. Eram os sobreviventes que tentavam seguir sua vida. As pessoas faziam seus afazeres quando perceberam quem o jovem era. Mask não tinha coragem de encará-los, pois sentia-se envergonhado. Tinha muito poder, mas não conseguiu protegê-los.

— Alteza. - um jovem casal aproximou, trazia um bebê no colo. O ato encorajou outros de se aproximarem.

— Há quanto tempo estão assim?

— Uma semana.

Mask sentiu um aperto no peito. Mesmo com todo o plano de evacuação que havia feito, ainda havia pessoas presas e necessitando de tudo.

— Há muitos?

— Não. Somos o que restou.

Mask teve a visão chamada por uma menina que agarrava-se a perna da mãe. O canceriano agachou.

— Oi.

Ela não respondeu um pouco ressabiada.

— Está um pouco suja, mas prometo te dar outra. - mostrou a boneca.

A menina ainda o fitou um pouco desconfiada, mas abriu o sorriso ao ver a boneca, pegando-a.

— Obrigado alteza. - disse a mãe.

— Me chame apenas de Eron. - levantou. - serão levados para Ranpur. Todos vocês. - voltou-se para os amigos. - será que podem ajudar?

— Nem precisava pedir. - Aioria se prontificou.

O canceriano queria andar mais um pouco. Discretamente Shion pediu a Shura que o seguisse. O italiano andou por mais um tempo até chegar numa região ainda mais destruída pela guerra. Como ser que lidava com a morte, sentiu uma sensação mórbida naquele lugar. Andou mais um pouco, vendo dezenas de placas no chão.

— Um cemitério? - murmurou surpreso, pois não era costume do povo enterrar e sim cremar. Começou a olhar as lapides. As datas de morte eram de uma semana atrás.

Lia os nomes e as datas de nascimento. Sentiu a garganta ficar seca, quando começou a ver lápides de jovens. A maioria de quinze e dezesseis anos.

— "Os órfãos da primeira guerra..."

De longe Shura o observava. Mask sentou no chão. Os habitantes de Obi nem teriam uma cerimônia digna.

— "Que espécie de rei eu sou... não consegui salva-los..."

— Não se culpe tanto.

Mask ergueu o rosto rapidamente.

— Shura?

— Você está fazendo o melhor que pode. Já salvou várias vidas. - o fitou.

— Mesmo que eu tente nunca é o suficiente. Veja o que aconteceu a Obi. Imagina a Terra sendo exterminada. - o fitou. - consegue imaginar Rodorio sendo varrido do mapa?

— Consigo.

— Eu não sou apenas o cavaleiro de Câncer, Shura. Eu sou um rei e sou responsável por bilhões de vidas. Eu não sei se consigo. Eu não consegui nem salvar meu irmão. Nem a Helena...

— Você não é deus Mask.

Mask ficou surpreso com a frase.

— Não é onipresente, onisciente... Infelizmente sempre há baixas em guerra. O que tem que fazer é tornar os danos os menores possíveis. Precisa acreditar que vai conseguir derrotar S1. Você é um líder, precisa manter a esperança.

— Obrigado.

— Vou ajudá-los. - levantou. - não demore muito.

— Está bem.

Shura o deixou sozinho. Mask sentiu-se confortado com as palavras do espanhol, entretanto não durou muito. A cena de Obi explodindo veio lhe na mente. Jamais esqueceria aquela cena.  Instintivamente levou a mão a correntinha que usava. Usava a do irmão também. Sentia-se responsável pela ida dele para o lado de Haykan. Iskendar nunca contou com a proteção de alguém da família e agora havia perdido-o. O líder de S1 poderia ser até seu avô, mas temia pela vida dele. Sua mente trabalhava rápido. E se Ranpur fosse o próximo alvo? A simples idéia de perder seu planeta o deixava desnorteado.

— Não... não... - levou as mãos a cabeça. - isso não...

Ele não percebia mas seu cosmo queimava ao redor.

— Não vou deixar isso acontecer... eu vou exterminar Haykan. Eu vou me vingar. Ele vai pagar por todas as vidas que tirou. Vai pagar... vai pagar...

Toda a angustia que tinha passou a ódio. Exterminaria cada sloani, não teria piedade. Eles veriam a face de Máscara da Morte de Câncer. E quanto a Iskendar... ele tinha escolhido o lado dele. Se ele viu a destruição de Obi e não fez nada para impedir, não merecia ser um Tempestta. Nem ao menos se preocupou se Dara estava no planeta. Ele não merecia compaixão. Eliminaria todos os contrários a GS.

— Vou me vingar deles... – a armadura o revestiu.

Shura tinha voltado para junto dos amigos.

— E o Mask? - indagou Shion assim que o viu.

— Ele está melhor. Ele precisa pensar.

Sentiram uma explosão de cosmo. Olharam na direção vendo o céu escurecer.

— O que está acontecendo? - indagou Kanon.

— Esse cosmo... - murmurou Dohko.

— Giovanni. - completou Shion. - Dohko, acione o senhor Evans e peça para decolar assim que possível. Kanon, Aioria e Aldebaran e eu vamos tirar todos daqui e levar para a Euroxx. Saga, Shaka e Shura, parem-no.

Rapidamente foram cumprir as ordens. Dentro da Euroxx ouviram o forte estrondo.

— Eron... - murmurou Lirya. - aconteceu alguma coisa a ele...

Usando a velocidade da luz Saga e os outros chegaram ao local onde o canceriano estava. Ficaram assustados ao vê-lo. Os cabelos estavam brancos e uma aura negra circundava-o. No céu acima dele, apareceu uma mancha negra.

— É o Sekishiki? - Shura não tirou o olhar da mancha.

— Não tenho certeza... - murmurou Shaka. - não sabemos como é a manifestação desse golpe aqui...

— Temos que pará-lo.

— Como Saga? - indagou Shura. - ele não nos deixará chegar perto.

— Primeiro precisaremos isolar o local ou ele, - Shaka pensava em como faria isso.

O cosmo de Mask elevou mais um pouco.

— Sua barreira consegue isolar essa região? - o espanhol fitou o indiano.

— Talvez...

Shaka tomou a forma de meditação começando a liberar seu cosmo. Uma barreira surgiu isolando eles do resto do local, mas Giovanni ainda era um perigo.

— Vou tentar derrubá-lo.

Saga ascendeu seu cosmo e disparou o Explosão Galáctica, contudo o ataque parou numa barreira. Giovanni havia criado uma entorno de si.

— Não vai adiantar... - Shura estava temeroso pelo amigo.

O ataque de Saga teve um efeito contrário, o cosmo do canceriano explodiu e tudo que estava ao redor foi levado pela onda de choque. Até objetos maiores, como pedaços de naves e construções foi levado. Os três cavaleiros seriam acertados por uma asa de nave, quando por impulso, Shura levou as mãos na altura do rosto para se proteger. O pedaço de metal parou no ar. Shaka arqueou a sobrancelha. Outros pedaços de metal também pararam no entorno de Shura.

— O que você fez? - Saga o fitou. - tem telecinese?

— Sei lá!

— Aponte para o Giovanni e comece a espremê-lo! - gritou Shaka.

— O que?!? Como assim?!

— Amasse-o, como uma lata!

Shura ainda não acreditava no indiano.

— Agora Shura!

Nem Saga e ele entenderam os dizeres de Shaka. Ainda não muito convencido do que estava fazendo Shura apontou a mão para o canceriano e começou a fechá-la. O efeito foi na hora, o príncipe começou a ter o corpo pressionado pela armadura.

— Ahh! - gritou.

— Agora Saga! - Shaka gritou novamente.

O geminiano obedeceu, soltando uma versão mais fraca do Explosão Galáctica. Giovanni foi atingido indo ao chão desmaiado. O cosmo extinguiu e seus cabelos voltaram ao normal. Shura correu até o amigo.

— Mask!

— Está apenas desacordado. - disse Shaka aproximando.

— O que eu fiz? - o capricorniano fitou-o

— Depois eu explico, precisamos voltar.

Depois do ocorrido, a Euroxx seguiu para Ranpur, com o canceriano desacordado.

O.o.O.o.O

Afrodite dormia profundamente. O veneno tinha sido controlado e as manchas negras sumido, mas o estado do cavaleiro ainda era delicado. A cada três horas seu sangue era colhido para exames. Kamus desdobrava para dar atenção aos três e naquele momento dirigia-se para o quarto do sueco.

Já estava entardecendo e sol de Ranpur batia brandamente no local. De repente começaram a surgir no quarto, rosas nas cores vermelhas, azuis, brancas e negras. Pequenas trepadeiras saiam da cama, percorrendo todo o local. Sobre o pisciano e ao redor do travesseiro apareceram rosas azuis. Kamus girou a maçaneta e entrou.

— O que... - recuou ao ver várias rosas no chão. Olhou todo o quarto, ele estava tomado por elas. - Afrodite? - olhou para a cama, o cavaleiro parecia dormir.

Kamus entrou, tendo o cuidado de não tropeçar nas trepadeiras.

— Gustavv. Gustavv.

Aos poucos o sueco mostrava sinais que iria despertar. Ele abriu os olhos fitando primeiramente o teto.

— Gustavv.

— Kamus...? - murmurou. - o que... - tentou levantar.

— Calma. - o segurou. - não se esforce. Está no hospital.

— O que aconteceu?

— Ranpur foi atacado, inclusive o palácio. Você salvou todos. Como se sente?

— Bem. Me ajude a sentar. - O francês o ajudou. - obrigado e... - notou as rosas. - o que é isso?

— Eu ia te perguntar isso. Quando entrei seu quarto estava tomado por elas. Parece que elas se deram bem com a rosa azul.

— Eu sabia que poderia sugar veneno, mas não imaginava que tivesse tamanho alcance.

— Salvou todos Dite. Vou chamar um médico.

O médico não tardou em chegar. Fizeram novos exames e foi constatado que o corpo do sueco estava livre do veneno. Vendo-o que estava bem o liberou. Beatrice encarregaria de levá-lo, já que Kamus acompanhava Miro e Mu. Dite ao saber do incidente com os amigos preocupou-se e ficou ainda mais alarmado quando chegou ao palácio. Beatrice que também não sabia ficou chocada com a noticia da destruição de Obi.

O.o.O.o.O

A viagem até Ranpur seguiu tranquila na medida do possível. Alisha e Marius estavam num escritório. Num outro quarto os dourados estavam reunidos. Em poucas horas, o jogo tinha virado. Haykan poderia destruir qualquer planeta e Mask manifestando seu poder de forma descontrolada era um problema a mais. Dara e Urara ainda em estado de choque e Lirya cuidando do filho.

Urara estava sentada num canto de um quarto olhando sem foco pela janela. Estava encolhida abraçando as pernas. Seu lar tinha sido destruído e perdeu inúmeras pessoas queridas. Aquilo era injusto, eles nem tiveram chance de defesa. Shaka deu uma batida antes de entrar. Ficou com dó ao ver a diretora num canto.

— Urara. - agachou diante dela.

— Eu não tenho mais para onde ir Shaka. Meu planeta foi destruído. Minha raça praticamente extinta.

— Vem cá. - ele sentou e a puxou para um abraço. - infelizmente não temos como revertera situação, mas S1 será destruída e poderemos recomeçar em outro local.

Ela o fitou.

— Poderemos? - usou o verbo no plural.

— Quando tudo isso acabar eu não vou deixá-la. - segurou o rosto dela entre as mãos. - vamos construir nossa vida em algum lugar. Os eijis restantes fundarão uma nova Obi e nós vamos ajudá-los.

Ela não segurou as lágrimas.

— Shaka... - afundou o rosto no peito dele, chorando ainda mais.

— Tudo vai ficar bem. - alisava os cabelos loiros. - estaremos juntos.

xxxxxx

Apesar de desacordado a mente de Giovanni estava acelerada. Imagens da destruição da Euroxx, a morte de Helena, Célica, do Ren, o estado de Miro, a traição do irmão e a destruição de Obi passavam e repassavam. Ele era culpado de tudo. Sentiu muito ódio de si e dos causadores. Subitamente seus cabelos ficaram brancos. Deixando a rainha em pânico.

— Eron. Eron! - Lirya o chamava. - Eron acorde.

O cavaleiro abriu os olhos.

— Mãe...

— Não me assuste assim. - o abraçou.

— O que aconteceu? - sentou na cama.

— Não se lembra? - notou que a coloração azul aos poucos voltava.

— Paramos num planeta. Evans conseguiu resgatar todos?

— Sim. - preferiu não mencionar o que tinha acontecido no cemitério. - estamos a caminho de casa.

— Estamos num hadren?

— Azul.

— Vou abrir um vermelho.

Do quarto mesmo o cavaleiro desapareceu. Rapidamente Lirya avisou Evans sobre o ocorrido. Os cavaleiros também foram para a sala de controle.

— Ele pode abrir um hadren dentro de outro?  - indagou Alisha.

— Não sei as conseqüências... - murmurou Evans.

Voltaram a atenção para a janela, vendo a coloração azul ser substituída pela vermelha. Depois de feito, Giovanni voltou.

— Eu preciso dormir um pouco. - disse retirando-se.

— Mask...

— Deixe-o Shura. - Shion o segurou. - ele precisa de descanso.

Lirya olhava temerosa para o filho. Sentia que havia algo de errado.

Vendo que não poderia fazer nada para ajudar o amigo, Shura chamou Shaka e os outros para um conversa. Shura contou para todos o que tinha acontecido , Shaka e Saga apenas concordavam. Diante deles, a armadura de Câncer com alguns amassos.

— Parece ser telecinese... - murmurou Dohko. - Shion e Mu conseguem fazer isso.

— Até o próprio Iskendar. - disse Deba.

— É diferente. - Shaka olhava ao redor do quarto a procura de algo. Pegou uma cadeira, colocando próxima a si. - entorte essa cadeira.

— Como?

— Apenas entorte a cadeira Shura. Faça como fez com Mask.

O espanhol olhou para amigos que deram nos ombros. Ele apontou para a cadeira e começou a fechar a mão. No primeiro segundo nada aconteceu, mas depois as partes que tinham metal começaram a entortar. Um minuto depois não era mais uma cadeira.

— Que coisa louca foi essa que fez?? - Kanon arregalou os olhos.

— Não faço a menor idéia. - estava assustado.

— Agora puxe ela em sua direção. - pediu Shaka.

Shura fez como se tivesse uma corda puxando-a. A "cadeira" moveu-se até ele.

— Shaka poderia explicar? - pediu Aioria impressionado.

— Shion e Mu têm poderes mentais. Podem controlar qualquer objeto através de sua telepatia.  - colocou a cadeira num canto. - Iskendar e você têm poderes semelhantes.

— Eu não estou entendendo nada Shaka. - o leonino coçou a cabeça.

— Confesso que nem eu... - murmurou Shura.

— É uma espécie de campo de força não é? Campo magnético? - indagou Shion, deduzindo.

— Sim mestre. Iskendar pode criar campos de força que segura objetos. Dara me disse que com o devido treinamento Iskendar poderá repelir qualquer coisa. De objetos sólidos a líquidos e gases. Você usa o magnetismo para controlar metais e isso se estende a oricalco. Pode repelir ou atrair qualquer tipo de metal. Numa comparação simplicista você é um imã.

Shura piscou os olhos algumas vezes.

— Faz sentido já que Torin disse que controla o metal. - disse Dohko.

— Levanta as cadeiras. - Deba apontou para as duas cadeiras restantes.

Ainda meio ressabiado pelos dizeres de Shaka, Shura apontou para as cadeiras. Elas não se mexeram a principio, contudo elas começaram a entortar e tremerem. O espanhol sorriu. Os objetos ergueram - se no ar, começando a girar.

— Isso é legal... - murmurou Kanon.

De repente as cadeiras começaram a girar rapidamente e foram lançadas contra uma parede.

— Eu não quis fazer isso! - Shura escondeu as mãos.

— Ainda não tem controle, Shura. - disse Shion. - será como os demais, aos poucos conseguirámanipulá-lo.

— Agora com tudo isso acontecendo, deu para entender o que aconteceu no palácio... - o espanhol contou sobre a mesa partida e torta.

— Foi seu poder manifestando. - disse Saga.

— Assim que chegarmos a Ranpur irei reparar a armadura. - Shion a recolheu.

— De toda forma bem-vindo ao time dos elementares. - brincou Aldebaran.

Cerca de quarenta minutos depois chegaram a Ranpur.

Desde que soube do ocorrido, Sttup tinha agendado uma reunião com todos os lideres do grupo dos nove. Os capitães da Antares e Genesis haviam sido chamados, assim como a diretora Niive. Os que puderam aguardavam a chegada do príncipe no palácio.

Assim que chegou Mask teve a noticia da saída de Dite e quis imediatamente vê-lo.

— Está realmente bem?

— É preciso mais veneno para me derrubar, canceriano. - o fitou. - o que houve com você?

— Já sabe de Obi? - indagou um pouco seco.

— Sim...

— Preciso resolver isso. Agradeço por ter salvado todos.

— Fiz o que um cavaleiro faria. - notou a expressão fechada do canceriano. - Giovanni aconteceu alguma coisa? - não era apenas seriedade, havia outra coisa por trás do olhar dele e sentia que era negativo.

— Estou bem. Recupere-se.

Saiu sem dá-lo chance de resposta. Afrodite ficou preocupado, ele estava muito esquisito.

Sttup só esperou o príncipe chegar para começar a reunião.

— Agradeço a presença de todos, - iniciou. - como todos sabem Obi não existe mais. Sinto muito Dara e Urara.

A sala silenciou-se por alguns segundos.

— Nossa inteligência está tentando obter dados sobre o ataque. Nossos radares não detectaram nenhuma nave nos arredores, mas tudo é possível.

— Isso nos torna alvo fácil.— disse Stiepan por holograma. - qualquer planeta pode ser destruído.

— Estamos trabalhando para que isso não aconteça.

— Qual é o plano? - a voz de Mask saiu fria, arrancando troca de olhares de todos.

— Haykan queria nos dar um recado com o ataque de hoje. A destruição de Bellji não o abalou e mostra que ele tem outros locais bélicos e precisamos descobrir onde estão.

— E o príncipe Iskendar? - indagou Radesh. - desculpe alteza, mas um Tempestta ao lado do inimigo... a origem materna não é o problema e sim sua aliança a Haykan.

Todos os olhares dirigiram para Mask.

— O que tiver que ser feito será feito. Até as ultimas conseqüências. - a voz soou ainda mais fria.

— Que conseqüências filho? - Lirya não gostou do tom.

— Ele escolheu o lado dele. - a fitou. - precisa arcar com as seqüências da escolha. - voltou a atenção para Sttup. - vamos enviar uma equipe para descobrir sobre esses lugares?

O presidente ficou em silencio. Eron estava diferente. O olhar dele estava mais frio.

— Sim alteza. - respondeu.

— Não meça esforços para isso presidente. Já perdemos vidas demais.

— E iremos perder mais se esse conflito não acabar. - disse Beatrice, carregando o sistema com informações. - S1 conseguiu acabar com o nosso principal fornecedor de alimentos. - olhou para Radesh. - Lain era responsável por oitenta por cento da produção. Em pouco tempo não teremos comida para todos.

— Temos prisioneiros de guerra? - Eron indagou ao presidente.

— Sim. Piratas e de S1.

— Não precisamos gastar comida com traidores. Distribuía a comida deles para as famílias.

A frase deixou todos perplexos.

— Vai matá-los de fome? - indagou Alisha. - podem ser prisioneiros, mas isso é desumano.

— E o que fizeram a Obi foi o que? - a fitou de forma fria. - mas se está incomodada, posso mandar que mate todos. Poupará até água. - deu um meio sorriso.

Saga sentiu um frio na espinha. Ele melhor do que ninguém conhecia a personalidade do Mascara da Morte e era justamente ele que estava a sua frente. Lirya estava chocada com os dizeres do filho. Assim como Alisha. Ela levantou de onde estava indo até ele.

— Está brincando não é?

— Não. - disse sério.

Alisha o conhecia bem. Bondade e altruísmo nunca foram os pontos fortes de Eron, mas ele não era cruel. Fixou o olhar nos olhos azuis. Eles estavam diferentes, havia um brilho estranho neles.

— Eron...

— Volte para Alaron, Alisha. Shion irá com você.

— Não vou deixar que mate os prisioneiros que estão em Alaron.

— Não tem o que deixar Alisha. Alaron é autônomo, mas está sob a insígnia de Ranpur. Portanto sob minhas ordens. Niive ficará encarregada de trazê-los para cá.

A diretora estava tão atônica que quase caiu da cadeira.

Os olhos da princesa encheram de água. Eron nunca falara com ela daquele modo.

— Você não é assim...

— Agora serei. Vá para Alaron. - olhou para Niive. - certifique-se que Alaron seja bem protegido. Alias quero todos os planetas que sobraram bem protegidos.  O que eu disse na sede, dias atrás, continua valendo. Não terei misericórdia com traidores. Farei como fiz a Athos e Rihen.

Os lideres olharam entre si, assim como os capitães.

— Seja como quiser alteza. - disse Sttup de forma séria. - faremos como nos pede.

A reunião acabou.

 Mask pediu licença saindo. Lirya ainda tentou segui-lo, mas foi parado pelo próprio.

— O que ele tem...?

Era a pergunta de todos os naturais de GS.

— Saga. - Shaka o chamou, levando todas as atenções para o geminiano.

— Temo o pior.

— Como assim? - indagou Dara.

— O que quer dizer Saga? - perguntou Aioria.

— Que é possível que o velho Máscara da Morte de Câncer, tenha voltado.

— O que isso significa? - retrucou Yahiku.

— Vocês precisam saber sobre o ocorreu de fato com ele na Terra. - disse Shion. O grande mestre começou a narrar. - Apenas de um ano para cá é que ele melhorou.

— Isso é verdade? - Urara estava surpresa.

— Sim. Os últimos acontecimentos foram o estopim para que essa faceta voltasse. Nos perdoe senhora Lirya, - Shion a fitou. - mas se for preciso precisaremos pará-lo.

A rainha lembrou-se das palavras de Torin. Iskendar ao lado de Haykan e o filho com o instituto assassino era o prenuncio para o fim de GS.

As pessoas dispersaram. Na sala só ficaram Evans, Marius e Sttup.

— O que faremos se o que Saga disse se confirmar?

— Os únicos que podem pará-lo são os próprios amigos. - disse Marius. - precisamos monitorar as ações dele e agir em último caso.

— Como o que? - indagou o presidente da policia.

— Não temos poderes, mas temos leis. - Marius fitou a janela. - Eron pode se tornar um déspota e levar Gs a destruição.  Se isso acontecer, teremos que acionar o conselho e votar aquela lei que extingue a monarquia dos Tempesttas sobre GS.

— Mas isso é golpe! - exclamou Evans.

— Não se tivermos a maioria. Teremos oito votos, mais o meu como chanceler de Ranpur. Não podemos permitir que os esforços de Sorensejam destruídos. Se Eron é incapaz de governar, que seja destituído.

— Vamos trair a família Tempestta? - Evans estava perplexo.

— Se for necessário sim.

Sttup e Evans trocaram olhares.

A Nias partia em direção a Alaron. Em seu quarto Alisha chorava. Shion tentava acalmá-la.

— Ele vai cometer crueldades Shion.

— Vamos pará-lo antes disso. Além do mais, amanha é um novo dia. Ele só pode está consternado com tudo que está acontecendo.

— Acha isso? - o fitou.

— Sim. - respondeu, mas sabia que não era bem assim. - amanha tudo se resolverá.

Enquanto isso, Niive partia para Clamp. Estava perplexa pelos dizeres do príncipe.

— Acha mesmo que ele agirá de forma... - calou-se.

— Prepare-se para tudo. - respondeu Kanon, que seguia com ela. - eu não convivi diretamente com ele, mas sei dos seus atos. A risco de fome?

— Nossos suprimentos estão em níveis aceitáveis, mas depois do que aconteceu a Lain, teremos racionamento.

— Então prepara-se para vê-lo se tornar um demônio.

A diretora engoliu seco.

O.o.O.o.O

Iskendar estava recolhido em seu quarto ainda impressionado com a força de destruição de Haykan. Ele facilmente poderia destruir o grupo dos nove. Não havia como GS escapar, a guerra estava ganha.

O príncipe imaginou os planetas sendo destruídos um a um. Eniac, Orion... Alaron e Ranpur.  Se o planeta dos Tempesttas fosse destruído tudo se resolveria. Não dava a mínima para o trono, nem de GS ou S1. Apenas queria que tudo deixasse de existir.

Ele pensou em Dara. Será que estava no planeta? Se não estivesse, certamente depois do ocorrido em Obi, desejaria sua morte. Não só ele, como todos em GS. Eron deixara claro sobre traição. Depois de Haykan, ele seria o próximo. 

— Descansando meu neto?

O policial nem se virou.

— Deveria está comigo na sala de comando, será meu sucessor um dia.

— Quer alguma coisa?

— Nada em especial. - sentou numa cadeira próxima. - parece que a Euroxx já voltou para Ranpur.

— Por que não usou a arma neles? - o fitou. - teria terminado a guerra.

Haykan sorriu.

— Ainda não. Quero que GS chegue ao fundo do posto. Quero que clamem por misericórdia.

Foi a vez de Iskendar sorrir.

— Do conselho até poderia ouvir isso, mas não de Eron. Não pense que ele vai se render.

— Eu sei que não. - levantou, caminhando até a janela. - E seria decepcionante vê-lo implorar por GS. Quero um combate até as ultimas forças.

— Você tem vantagem.

— É capaz de abrir um hadren vermelho? - indagou, mudando o assunto.

— Não..

Por segundos Haykan ficou calado, se ele conseguisse abrir seria uma grande vantagem.

— Então preciso exterminá-los antes que possam usar isso contra mim.

— E o que pensa em fazer?

— Ferir de forma mortal o coração da galáxia. - o fitou.

— Vai usar a arma?

— Não. - deu um sorriso cruel. - usá-la é abreviar a morte, eu quero que Ranpur sangre lentamente...

O.o.O.o.O

Como Beatrice havia predito, o cerco a Lain começava a trazer efeitos negativos. Os principais planetas montaram uma esquema de distribuição de comida. Os grandes centros e planetas usados como refugio teriam prioridade no abastecimento. Mask não voltaria na resolução de deixar os prisioneiros recebendo apenas a água, mas depois de uma longa conversa, Lirya havia convencido a dá-los pelo menos uma refeição por dia.

O.o.O.o.O

Soldados corriam em todas as direções pela Nau 3. Haykan havia ordenado um grande ataque e o tempo era curto. Dessa vez, todo aparato militar de S1 concentraria num único alvo.

Em sua sala de operações o líder de S1 ditava as ordens. Serioja e Iskendar estavam presentes. O chanceler de Yumeria olhava com ódio para o policial. Ele tinha feito todo o serviço, no entanto quem estava sendo preparado para governar era o garoto. Se durante o conflito percebesse que sairia ainda mais prejudicado, não hesitaria em matá-lo.

— Serioja.

A voz de Haykan o trouxe de volta.

— Espero que entenda de comando. Quero a frente de uma esquadra.

— Eu?

Orrin fitou seu líder imediatamente.

— Sim. Espero que corresponda as minhas expectativas.

— Claro. - ficou surpreso com o convite. Internamente deu um sorriso. Era a oportunidade de matar Iskendar em meio a batalha.

— Siga para o hangar. Partirá em breve.

— Sim senhor. - fez uma mesura e saiu.

Mal passou pela porta...

— Senhor... deu uma esquadra para ele? É um inseto traidor. - reclamou Orrin.

— Não fique tão indignado Orrin. Eu tenho planos para Serioja.

— Quais? - indagou Iskendar curioso.

— Ele fará um bom combate, mas resolvi aproveitar para dar um presente a Eron. Quero ver o que o príncipe fará com ele.

— Vai entregá-lo a Eron?

— Claro. - sorriu. - Ele já serviu aos meus propósitos. Iskendar, você ficará no comando da Nau 3.

— Eu não tenho experiência.

— Por isso Orrin será seu capitão. - fitou o comandante. - está de acordo?

— Sim. - respondeu, pois não poderia ir contra.

— Vá Iskendar e dê seu melhor. Será a sua oportunidade de acabar com os Tempesttas.

— Não vou desperdiçá-la. - ele deu um sorriso. - até logo.

Novamente Orrin só esperou ele sair...

— Sei que é seu neto, mas é muito jovem e a Nau...

— Você será o capitão, mas quero que Iskendar seja o líder do ataque. Ranpur levará um susto ao vê-lo. Orrin, - sorriu. - é sempre um espetáculo irmão contra irmão. Ainda mais Tempesttas.

— Acho que entendo... acha que Iskendar matará Eron?

— Sim. A chance dos dois morrerem nesse ataque será enorme, mas acho que meu neto levará a melhor.

— Por que?

— Eron não terá coragem de matar o irmão. - deu um sorriso cruel. - já Iskendar...

— Mas e os amigos do príncipe?

— Eles também terão um tratamento especial. - caminhou até a janela. - os tais cavaleiros vão se arrepender de terem vindo para GS.

Depois dos últimos detalhes uma poderosa esquadra preparou-se para partir. A Nau 3 seguia a ponta liderando o grupo.

— Iskendar chegou a sua vez. - disse Haykan, sentado numa poltrona simples.

O policial desapareceu da vista de todos indo para o exterior da nave. Olhava a imensidão do espaço e pensava como poderia abrir um hadren, já que naquela região não existiam. Novamente sentiu ódio de Eron. Essa habilidade era simplesmente inata nele.

— Maldito...

Iskendar sentiu algo dentro de si, como se seu corpo fosse preenchido por alguma energia. Subitamente os cabelos brancos tremularam e então...

.... Haykan abriu o sorriso ao ver uma luz azulada aparecer... em segundos toda tropa de S1 entrou no hadren.

 

 


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