Tempestta escrita por Krika Haruno


Capítulo 3
Capitulo 3: Conhecendo as origens




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/686389/chapter/3

Uma luz vermelha começou a piscar no canto esquerdo da mesa. Ele acionou o botão. Instantaneamente um holograma apareceu.

— Majestade. - fez uma leve mesura a figura feminina.

Chanceler Marius, como vai?

— Muito bem. Informo que em poucas horas estaremos em Ranpur.

Boas novas?

— Sim. - deu um leve sorriso.

Estarei aguardando.

— Majestade.

Outra mesura encerrou o contato. Marius levantou, olhando a paisagem azulada.

— Trouxe seu filho de volta Soren.

Shion confinou os cavaleiros até receberem o aviso que faltava minutos para estarem  na orbita de Ranpur. Foram conduzidos a sala de comando.

Área 36. Sem riscos aparente. Desligando os geradores seis e sete. Refletores fechados. Velas na posição correta, motores auxiliares sem anomalias.Sistema de alerta em verde. Acoplando na estação espacial Ranpur 1 em sessenta segundos.

— Chegamos. – disse Marius. – iremos para uma nave menor que nos conduzirá até a superfície.

— Ela não estaciona em "terra"? - indagou Mu.

— A Euroxx sempre fica em orbita, acoplada a estação. - disse Evans. -  Alteza. – Mask olhou para trás. – foi uma honra servi-lo, seja bem vindo ao seu lar.

— Obrigado. – disse sem jeito.

O grupo foi levado para o hangar das naves, Beatrice e Etah foram com eles.

A nave, de menor porte em comparação a Euroxx, assemelhava aos caças terrestres. Os defensores de Atena foram conduzidos até uma ala, de lá testemunhavam o grande tráfego espacial.

— São centenas de naves. – Aldebaran olhava impressionado.

— O espaço orbital de Ranpur é o mais movimentado da galáxia. – disse Etah.

— Pessoal vejam isso. - chamou Kanon.

Os olhares dirigiram para onde o geminiano apontava. Giovanni fixou o olhar, em sua mente as imagens viam e iam.

— Ranpur.... – sussurrou.

O planeta era do tamanho da Terra, esverdeado circundado por anéis iguais aos de Saturno. Em sua orbita circulava duas luas de tamanhos iguais.

— É bonito. – disse Saga aproximando da janela. – muito bonito.

— Ele se parece com a Terra. – Marius comentou. – tem belezas naturais parecidas. Irão ver de perto.

Enquanto os outros não paravam de elogiar, Giovanni continuava em silencio segurando fortemente a nave de brinquedo nas mãos. Afrodite aproximou.

— Você está bem?

— Não... – murmurou. – não sei o que acontece comigo. – disse sem desviar a atenção da janela. – me sinto como se tivesse em casa... mas...

— Você é o Eron, e está assim porque está voltando para casa depois de tantos anos.

— Não sei se quero voltar... - a voz saiu vacilante.

— Estamos aqui com você. – tocou no ombro dele. – não está sozinho nessa jornada.

A nave aproximou do planeta preparando para entrar na atmosfera. Os olhos arregalaram ao verem uma grande cidade.

— Por Atena... – murmurou Aioria. – Star Wars existe...

Ela sumia no horizonte, no céu dezenas de naves iam e viam em rotas pré determinadas. Viram algo que parecia ser um ônibus, tudo seguindo na maior ordem.  Grandes pontes conectavam os maiores arranha céus que pareciam tocar o céu todos na cor cinza, o céu estava azul e o sol brilhava. Shaka indagou:

— Vocês têm um sol aqui?

— Sim Shaka. É bem semelhante aos seus. O ciclo das horas, dias e meses é igual aos seus, inclusive as estações. Não terão problema de adaptação, só sentiram o corpo ligeiramente pesado por causa da gravidade. Ela é um pouco mais forte do que a da Terra.

Miro olhava tudo fascinado, viu que no topo dos prédios havia pistas de pouso para as naves, viu também grandes prédios em formato de cogumelo.

— O que são aqueles prédios?

— São terminais espaciais, deles decolam e pousam naves do planeta, e naves que ligam a outros planetas. – disse Beatrice.

A nave contornou pegando a via mais larga, todos grudaram nas janelas não perdendo qualquer detalhe.

— Não se vê o chão daqui. – Kamus olhou para baixo. -  tem ruas?

— Sim. É que estamos muito alto.

Mask acompanhava atentamente, veio lhe na mente algumas cenas daquele lugar. Beatrice o observava. Fisicamente ele era muito parecido com a rainha.

Passaram por um lugar onde a concentração de prédios era maior.

— Aqui é centro financeiro e político de Ranpur, aquele conjunto de prédios mais ao norte são as habitações. – dizia Marius.

— E aquela área? – indagou Aldebaran.

— É a parte baixa da cidade, também residencial.

Chanceler Marius estamos aproximando do palácio. – disse o piloto por um auto falante.

— Beatrice e Etah.

— Vamos ficar no prédio militar senhor. – disse Etah. – ate logo senhores.

Os dois jovens fizeram uma leve mesura e foram para a área de desembarque. Marius seguiu com eles.

— Preciso que me façam algo. - o tom de voz saiu baixo.

— Pode dizer senhor. – disse o rapaz.

— Não comentem sobre o teor da missão com ninguém. Ainda é cedo para que eles saibam que Eron voltou. Sei o que estou pedindo fere o regulamento, mas saibam que têm o respaldo da rainha.

— Então ele realmente é o Eron? - indagou Beatrice.

— Sim. E pelo fato de não se lembrar de nada é que ficaremos em sigilo. Posso contar com a discrição de vocês?

— Sim. Não seria prudente reforços? - indagou Etah.

— Isso só traria mais visibilidade.

A nave fez um leve pouso e os dois desceram. Novamente ela alcançou vôo e sentiram-na fazer uma curva e se antes estavam maravilhados ficaram ainda mais ao verem a construção a frente.

Ao longe parecia uma única estrutura, como uma torre, mas a medida que a nave aproximava perceberam que a "torre" era composta por outras nos mais diversos tamanhos. Semelhava aos tubos de um órgão. Em toda sua dimensão era cercada por uma grande lago, dando-lhe um aspecto de ilha. Toda a construção reluzia com a luz solar.

A nave diminuiu a velocidade, aproximando de uma pista de pouso que ficava no alto de uma das  "torres".

Ao desembarcarem sentiram na hora, a diferença da gravidade.

— Realmente me sinto pesado. -  Dohko tinha dificuldade em se manter ereto.

— Seu corpo logo vai se acostumar. - explicou Marius.

— A gravidade não é nada... – murmurou o leonino. – olha que vista! – dali via toda cidade.

— Realmente nunca vi um lugar tão bonito. - comentou Shaka.

A plataforma estava repleto de guardas vestido como os tripulantes da Euroxx.  Eles formavam duas filas em paralelo. Notaram que ao final dela havia três pessoas, dois homens e uma mulher. Marius tomou a frente.

— Majestade. – Marius curvou-se.

— É muito bom revê-lo Marius.

Os demais soldados que estavam na nave curvaram-se. Os cavaleiros fizeram o mesmo, inclusive o canceriano.

— Sinto-me honrado por conseguir cumprir a missão que confiou a mim.

— Tem minha eterna gratidão. - sorriu gentil.

— Fez um bom trabalho chanceler Marius. – disse um dos homens que trajava um uniforme militar com três insígnias no peito. Seus cabelos e olhos eram igualmente brancos, era jovem.

— Obrigado. – sorriu.

Os cavaleiros notaram na hora a semelhança entre ele e Marius.

— Faço das palavras de Ren as minhas. – disse o outro. Este trajava um uniforme militar todo negro, com muito mais insígnias do que a de Ren o que mostrava que era do alto escalão. Seus cabelos eram loiros curtos, olhos verdes, pelas linhas de expressão tinha mais que cinqüenta anos.

— Agradeço marechal Rihen.

Marius levantou olhando para trás. Segurou o riso ao ver os cavaleiros curvados.

— Giovanni.

O canceriano sentiu as pernas fraquejarem. Sua sorte, julgou, é que estava atrás de todos e assim não podiam ver sua expressão.

— Aproxime-se Giovanni.

Os dourados deram passagem a ele, que hora alguma levantou o olhar. MM passou por todos parando ao lado de Marius. Rihen arregalou os olhos, sem duvidas ele era Eron.

A rainha mantinha o rosto sereno, mas seu coração pulava e o coração de mãe nunca se enganava, aquele rapaz era seu querido filho.

O italiano não queria encará-la, em sua mente sua mãe era Liriana, de expressão suave, de cabelos e olhos azuis, que lhe preparava doces maravilhosos. Seu pai era Sorrento, um homem de porte, severo as vezes mas que o levava para passear na fazenda da família. Aquela ET não era a sua mãe.

—  Eron...

Assustou-se com a voz erguendo o rosto rapidamente, seus olhos arregalaram ao ver a mulher.

Mamma...?— aquela voz.

A mulher trajava um vestido negro a estilo medieval, os cabelos azuis estavam soltos e desciam ondulados ate a cintura emoldurados por uma tiara dourada. Os olhos também era azuis, a tez rosada e os lábios com um pequeno brilho. Tinha por volta dos cinqüenta anos.

Giovanni olhou para ela voltando o olhar para Marius.

— Que brincadeira é essa? Como trouxeram a minha mãe? Ela está morta.

— Não estou entendendo Eron. – Marius ficou surpreso com as palavras.

— O que foi Gio? – Afrodite aproximou.

— Minha mãe... o rosto delas...

— Temos o mesmo rosto não é? – a rainha sorriu. – pelo visto Soren não apagou sua memória apenas a modificou.

— Como assim majestade? – indagou o chanceler.

— Sua mãe terrestre era como eu, e de certo seu pai era como Soren. As lembranças que deve ter da sua infância devem ser as mesmas que tem de Ranpur, devem ter sido apenas adaptadas para a realidade terrestre.

Giovanni ouvia tudo calado.

— Pode provar isso? - indagou cético.

— Temos um palácio de verão. Você costumava passear com seu pai pelos campos.

O cavaleiro assustou-se. Lembrava de vários passeios pelo campo com seu pai, mas não era um palácio e sim uma fazenda.

— Então... – levou a mão a cabeça, agitando os cabelos. – meu passado não é de todo mentira...?

— Ainda precisamos entender como tudo aconteceu. – disse a mulher. – mas o que importa agora é que eu o tenho de volta. – estendeu os braços.

Ele recuou, sua mente dava um nó, as lembranças misturavam, já não sabia o que era verdade o que era mentira.

— Está tudo errado... – passou as mãos de forma nervosa pelo cabelo.

— Continua com a mesma mania.

MM a fitou, como ela sabia daquilo? E aquela voz? Era exatamente igual a da italiana.

— Vai me negar um abraço?

Ela não esperou uma resposta. Foi ate ele e o acolheu. A principio MM relutou, mas ao sentir aquele contato... era exatamente igual quando Liriana o abraçava.

— Meu pequeno... eu fiquei tão preocupada.

A forma como ela acariciava seus cabelos o desarmou, as vezes no meio da noite acordava em Câncer sentindo falta dos carinhos de sua mãe. Pensou em inúmeras vezes voltar para a Itália reencontrá-la, mas nunca conseguia.

Mamma....

— Também senti muito a sua falta.

Afrodite os fitava sorrindo. Flagrou inúmeras vezes o canceriano falar de sua mãe, só não imaginava que ela era de outro planeta.

— Como você cresceu.... – o fitou. – se parece tanto com seu pai.

Ele sorriu.

— Seja bem vindo Eron. – disse Rihen de forma cortês. – estou feliz que tenha voltado.

— Obrigado.

— Vem, vamos entrar. – ela abraçou novamente o filho - Temos muito o que conversar. – olhou pra os cavaleiros. – vocês também.

Os cavaleiros seguiram com Giovanni e a rainha.

— Parabéns Marius. - disse Rihen. - espero um relatório. - a voz saiu divertida.

— O terá. Com licença.

Marius acenou, saindo em seguida.

— Ren.

— Sim senhor.

— Coloque todos em prontidão. - Rihen tomava o rumo de uma pequena nave, estacionada na segunda parte da pista. - é uma boa hora para ocorrer atentados. Segurança máxima em Ranpur.

Ren bateu continências tomando o rumo do palácio.

Se o exterior impressionava por sua arquitetura, o interior era por sua beleza e similaridade aos grandes palácios da Terra. O estilo era semelhante ao renascentista, com mármores em variáveis cores, ouro e outros adereços.

— Eu queria morar num lugar como esse... - murmurou Dite impressionado. - digno da realeza.

Era a opinião de todos. O único que se mantinha em total silencio era Giovanni. Aquelas paredes, pinturas e decorações pareciam parte de um sonho. A rainha levou o cortejo para uma pequena sala, igualmente luxuosa.

— Por favor fiquem a vontade. - disse a rainha. - e me perdoem a minha falta de modos. Revê-lo... - a voz embargou ao fitar o filho. -  Meu nome é Lirya, é um prazer conhecê-los.

— De maneira alguma majestade. - disse Afrodite. - Meu nome é Gustavv.

— Muito prazer. Quando Marius me disse que havia atlantiks na Terra fiquei surpresa. – ela olhou para Mu e Shion.

— Eu sou Shion de Áries majestade. – o mestre reverenciou. – e agradeço em nome de todos a hospitalidade.

— Eu é que tenho que agradecer por ter cuidado do meu filho e ser enérgico com ele, Eron tem um gênio forte.

O ariano ficou rubro com o comentário. Um a um dos cavaleiros foram se apresentando.

— ... E Kamus de Aquário. - fez uma leve mesura.

A rainha apenas acenou. Quando recebeu o relatório de Beatrice, não imaginava que aqueles rapazes tivessem energias ligadas aos elementares puros. Seria interessante encaminhá-los a devidos planetas.

Giovanni não parecia participar da conversa, andava pela sala, olhando cada objeto, as vezes passava a mão em algum. Ele caminhou até a janela. De lá tinha-se uma vista esplendida da cidade.

Duas batidas a porta interrompeu a contemplação e as apresentações.

— Majestade. - Marius fez uma mesura antes de entrar acompanhando por Ren.

— Acomodem-se. Estávamos nas apresentações.

— Sou Ren Kaimah, superintendente da área 36 e filho de Marius.

— Ele em breve explicará a vocês o funcionamento da área de segurança da nossa galáxia. – Lirya olhava para o filho. - Célica e Hely.

De uma porta lateral surgiu duas garotas. Elas trajavam a mesma roupa, uma túnica que cobria todo o corpo na cor branca.

— Rapazes, essas são minhas damas reais e guarda costas. Meninas...

— Me chamo Célica. Prazer. – ela era bem alta, bem acima de 1.80, pele morena, cabelos castanhos cacheados ate o meio das costas, olhos negros, traços finos.

Deba deu um pequeno sorriso.

— Meu nome é Hely. Prazer em conhecê-los. – era tão alta quanto Célica. Possuía longos cabelos loiros e olhos azuis e pele alvíssima.

Shion indicou para os cavaleiros se apresentarem e na vez do canceriano...

— Giovanni. - nem fez questão de olhá-las.

Lirya franziu o cenho, mas resolveu deixar para lá. Talvez fosse o cansaço da viagem.

— Devem está cansados. Providenciei quartos para todos, dentro de uma hora mandarei servir uma refeição.

— Majestade, desculpe o atrevimento... – interrompeu Shion. – mas posso pedir algo?

— Sim.

— Ao invés de um quarto para cada um, seremos quatro grupos. Se não se importar.

— Seja como quiser. – sorriu.

— Senhores, - Marius levantou. - preciso voltar ao trabalho.

— Obrigado pela oportunidade senhor Marius. - disse Saga.

Ele apenas sorriu, saindo acompanhado por Ren.

— Majestade, - Hely aproximou. - as acomodações já estão prontas.

— Perfeito. Por favor venham comigo. - olhou para Mask. - Eron.

Hely e Célica olharam imediatamente. Haviam reparado naquele rapaz, mas não imaginavam que ele fosse o Tempestta desaparecido.

— Senhora...? - Célica a fitou.

— É ele. - sorriu satisfeita. - explicarei depois. Vamos.

O.o.O.o.O.o.O

A área estava vigiada por homens armados. Acesso ali era extremamente restrito, contudo um homem avançava sem qualquer dificuldade.

Os guardas da porta permitiram a sua passagem, a sala era pequena, com diversos monitores acesos.

O homem caminhou até um painel, apertando um botão. No centro do salão apareceu um holograma de um homem sentado numa cadeira.

— E então?— disse o homem sentado.

— É ele. - a voz saiu firme.

— Já o viu?

— Apenas por foto, tudo correu em segredo de Estado mas a rainha pretende realizar hoje uma pequena cerimônia para apresentá-lo á alguns membros do conselho.

— Precisamos desestabilizar o conselho e a policia. Só assim teremos a galáxia em nossas mãos.

— Com ele de volta não será fácil. Muitos esperavam o retorno do príncipe.

— Usaremos essas armas primeiro se não funcionarem temos um ultimo recurso.— sorriu de maneira sinistra. — mantenha-me informado.

— Sim.

A transmissão foi encerrada.

O.o.O.o.O.o.O

Marius e Ren tomavam o rumo da pista de pouso.

— Pai, quem mais sabe sobre Eron?

— Lirya, Evans, Rihen e eu. Ninguém do conselho, ou dos nossos aliados. Era uma informação sigilosa.

— Entendo...a senhora Lirya está muito feliz.

— Eu acompanhei todo o sofrimento dela desde aquela época. - o olhar estava perdido no horizonte. - a perda de Soren e o desaparecimento de Eron a abalaram muito.

— Felizmente as coisas terminaram bem. Sei que as lembranças de Eron irão voltar e tudo vai se resolver.

— Eu não tenho tanta certeza. - a voz saiu grave.

— Por que diz isso pai?

— Você sabe que Lirya e eu trazemos a duras penas o conselho. Ele só foi possível de se formar por causa da devastação que a guerra nos causou, mas agora depois de tantos anos, está enfraquecendo. Ainda temos a maioria dos conselheiros a nosso favor, contudo temos muitos contras.

— Mas com a volta de Eron ele tomará a frente.

— É um longo caminho até isso acontecer. - disse com pesar. - quando a noticia se espalhar é que teremos noção do tamanho do nosso problema. Filho, - Marius parou, tocando no ombro de Ren. - ainda temos S1, não acredito que eles admitiram a derrota.

— Mas estão tantos anos sem nos causar um ataque direto...

— O momento que eles esperavam chegou. Quero que coloque Ranpur em alerta máximo, vou conversar com Evans, o palácio deve ser protegido a todo custo. Eu não tenho dúvidas que S1 está preparando algo e pronto para dar o xeque-mate.

Ren ficou em silêncio.

— Vá. - Marius apontou para a nave. - e tome todas as precauções.

— Sim senhor. - fez uma mesura.

O.o.O.o.O.o.O

Era um dos pontos mais freqüentados pelos cidadãos a margem da sociedade. Piratas, mercenários, pessoas de vida fácil, todos paravam ali. A música alta parecia não incomodar. Estava sentado num canto do bar, preocupado apenas em apreciar a sua bebida e não chamar a atenção.

— Posso pagar uma bebida?

O homem ergueu o rosto, afastando um pouco capuz para confirmar a voz conhecida. Com o gesto indicou para ele se sentar.

— Duplo. - o recém chegado acenou para o balcão.

Não trocaram uma palavra enquanto não foram servidos.

— Faz tempo que não o vejo. - disse o recém chegado levando o copo a boca. Tomou a bebida esverdeada num gole só. - não é bom uma pessoa de alto cargo andar num planeta como esse, num estabelecimento como esse, mesmo sobre sua responsabilidade.

— Não havia necessidade da minha presença, Dara. - também tomou num único gole. - mas também não estou na companhia de um qualquer.

Dara sorriu.

— Você não muda.

— Digo isso a você. Entra ano e sai ano e tem a mesma aparência. Será que se deve a sua raça? - sorriu.

O homem de mais ou menos cinqüenta anos, cabelos loiros longos presos num rabo de cavalo e olhos extremamente azuis claros fechou a expressão.

— Brincadeira velho amigo. - disse o outro sabendo que tocara num ponto delicado. - alguma novidade nesse fim de galáxia?

— As mesmas de sempre. - relaxou um pouco. - assaltos, mercenários, assassinatos. Ranpur pouco se importa com esse lado de cá.

— Os Tempesttas deixam a desejar.

— Não são eles.

— Está defendendo a família real? - a voz saiu com uma falsa surpresa.

— Só estou dizendo a verdade. Os problemas desse setor da galáxia não chegam como se deve aos ouvidos do conselho. Sei que minha posição é neutra, mas no tempo de Soren, aqui existia mais ordem.

— O rei está morto. - a voz saiu seca. - os tempos mudaram e para piores.

— Realmente espero que não. - acomodou-se na cadeira. - estou esperançoso.

— E ao que se deve?

Dara ficou por alguns minutos em silencio, analisando o companheiro. Em seguida simulou arredar a cadeira para mais próximo da mesa.

— Eron.

O outro permaneceu em silêncio por alguns segundos, absorvendo a informação.

— Como é? - aquilo era absurdo.

— Eron voltou.

— Do que está falando? Dizem que está desaparecido, mas para mim está morto. Ele era uma criança, não tem como ter sobrevivido.

— Então quem está no palácio é um impostor.

— Dara... - o homem aproximou o rosto. - não brinca com isso.

— Ele voltou Iskendar. E você sabe o caos que isso vai causar.

O homem voltou a posição original. Aos poucos tirou o capuz que envolvia seu rosto, revelando os cabelos brancos e olhos azuis escuros.

— GS entrará em guerra novamente. - murmurou.

O.o.O.o.O.o.O

O cortejo seguiu por um longo corredor, com Lirya explicando sobre a localização dos cômodos no palácio. Pararam em frente a uma porta de madeira branca. Shion tomou a frente.

— Aioria, Afrodite e Shaka ficaram aqui. – ordenou Shion.

— Preparamos diversas roupas, podem escolher a que preferirem. – disse a rainha. - fiquem a vontade.

— Agradeço a hospitalidade senhora. - Shaka fez uma mesura.

— Quando for a hora os chamarei. – rematou o mestre.

Os três entraram.

— Uau! – exclamou Aioria ao ver o quarto.

— Digo de um palácio. – disse Dite.

— Olha só para isso! – Aioria pulou sobre a cama. – é muito macia.

— Aioria... – murmurou Shaka.

O quarto era típico de um quarto renascentista em toda a sua pompa e beleza. Era espaçoso e muito bem dividido.

— Vejam aquilo. – o sueco apontou.

Os três cavaleiros dirigiram até a varanda.

— Que vista... - murmurou o leonino.

— Esse lugar realmente é bonito. – Shaka debruçou sobre o parapeito. – quem diria que Giovanni é dono disso tudo.

— Quem diria que ele era um ET. -  brincou Dite. - muito rico por sinal.

— Se ele não escolher ser um príncipe podemos interna-lo. - disse Aioria.

— Não será uma decisão fácil. – Shaka olhava os jardins que haviam ao redor do palácio. - ser um cavaleiro ou um príncipe. Vamos nos aprontar, não queremos deixar Shion esperando.

— A mãe dele disse que tinha roupas....- o leão olhava ao redor. – onde será que está?

— No closet leãozinho. – Gustavv abriu uma porta lateral. – Por Atena! Isso é maior que meu quarto.

— Escolham qualquer roupa. – Shaka suspirou entediado. – devem ser todas iguais.

— Não é mesmo. – Afrodite olhava as roupas penduradas. – são diferentes e estranhas, um estilo... sei que lá o que é isso.

— Escolham qualquer uma. - Shaka apareceu na porta.

— Vou ficar com essa. – Aioria pegou uma. – lembra muito roupas de Et’s.

— Eu quero essa. – Afrodite pegou um cabide.

Shaka balançou a cabeça negativamente. Olhou rapidamente para as roupas, pegou a que mais agradou.

A solicitação de Shion tinha sido realizada a risca. Tanto que a segunda porta, já era mais um quarto para Saga, Kanon e Shura.

Despediram-se entrando.

— Eles sabem agradar os hospedes. – Kanon espreguiçou. – temos ate varanda.

O quarto seguia aos moldes do primeiro.

— E pior que aquele macumbeiro é dono disso tudo. – Shura foi ate a varanda. – tirou a sorte grande.

— Cuidado com as palavras Shura. – disse Saga. – ele é o príncipe. Não queremos problemas para Shion.

— Eu sei.

— Vou tomar um bom banho. – o geminiano mais novo caminhou para o banheiro. – e escolher uma roupa bacana. Essa festa promete.

— Kanon... - murmurou Saga prevendo que teria que ficar de olho no irmão.

O terceiro quarto foi ocupado por Miro, Kamus e Dohko. Quarto semelhante aos demais.

— Local legal. – Miro andava pelo ambiente.

— Todos os quartos devem ser assim. – disse Kamus.

— Não sei por que o mestre disse para ficarmos em grupo. – o escorpião jogou o corpo na cama.

— Não é obvio? – indagou Kamus ironicamente.

— Ate parece que não conhece aquele velho. – Dohko sentou no sofá. – ele quer nos vigiar.

— Imaginei...

— Bom, eu vou para o banho. - disse Kamus.

O cortejo parou no ultima porta.

— Senhor Shion. - Lirya indicou.

— Obrigado majestade.

— Célica irá chamá-lo. Fique a vontade.

A jovem fitou o ariano mais velho para depois olhar para Aldebaran. Ele correspondeu.

— Esse lugar é fantástico. - Deba abriu a porta da varanda.

— Concordo. – Mu olhava a vista.

— Só espero que não arrumem confusão. – Shion sentou-se numa cadeira. – já basta essa reviravolta.

— Nunca poderia imaginar que Giovanni não era da Terra. – Aldebaran acomodou-se numa cadeira carmesim.

— Não só ele... – Mu sorriu. – de forma indireta também não somos.

— Será interessante conhecer mais lemurianos. – Shion relaxou. – poderão responder as minhas duvidas.

— A senhora Lirya falou que tinha roupas... – Deba dirigiu-se para o banheiro. – vou escolher uma.

— O que será dele agora mestre? – indagou Mu referindo-se ao canceriano.

— Ele terá que aceitar sua nova condição. E escolher qual caminho vai seguir.

Lirya seguia na frente repassando as ultimas ordens a suas ajudantes, MM seguia atrás apenas observando o palácio. As vezes vinha em sua mente imagens daquele local.

As meninas despediram-se com uma pequena reverencia.

— Eron.

A voz da mãe o trouxe de volta. Ela apontou para uma porta.

— É seu quarto.

Ainda hesitante o canceriano aproximou e lentamente abriu a porta. A cabeça foi invadida por imagens. O quarto era enorme. Havia uma pequena sala, uma pequena sala de jantar, uma das portas dava acesso a um escritório, a outra a suíte ricamente decorada e a outra um banheiro enorme.

— É muito grande... – deu um meio sorriso. – maior que a casa de Câncer.

Andou calmamente ate uma porta de vidro, ao abri-la sentiu a brisa sobre si. A varanda deveria ser do tamanho do quarto de tão grande e a vista sumia do campo de visão. Dali via todas as principais construções de Shermie.

— Sei que está confuso. – Lirya parou ao lado dele. – mas vai acabar se lembrando...

— Espero que sim... - a voz não saiu muito feliz.

— Tudo que seu pai fez foi para protegê-lo, não pense que foi fácil todos esses anos sem saber onde estava. – tocou o rosto dele. – estou muito feliz por vê-lo novamente.

— Obrigado. – sorriu.

— Descanse um pouco. Teremos muito tempo para conversarmos.

Giovanni ainda ficou por muito tempo na varanda, admirando a vista. Algumas horas atrás era apenas um cavaleiro e agora era um príncipe de uma galáxia distante. Foi para o banho deixando o corpo repousar na água morna da piscina.

— Dite que iria gostar. – riu. – e eu achando que só o Saga tinha piscina...- riu. – eu tenho dinheiro.

Silenciou-se, aquilo fora dito apenas da boca para fora, trocaria tudo aquilo por sua vida anterior. Pegou seu pingente passando a observá-lo.

Cerca de meia hora depois estavam prontos. Aioria olhava-se no espelho. Pensava que estava vestido à maneira do lugar, pelo menos supunha.

— Gostei. - sorriu.

Aioria usava uma roupa normal para os padrões terrestres.

Uma calça preta, blusa de manga cumprida preta com a gola. Uma linha branca ligava o primeiro botão ao final da blusa. O material era duro, mas não parecia couro e sim emborrachado.

— Que isso criatura? - indagou Dite ao vê-lo. - Mad Max?

— Legal não é? - estava empolgado.

— É... - torceu a cara.

— Sua roupa... - Aioria a achou muito séria para os padrões do pisciano.

— Menos é mais. - piscou.

Ele trajava uma calça preta e blusa de manga cumprida vermelha com detalhe nos punhos em preto.

— Se diz. - o grego deu nos ombros. - Shaka que roupa escolheu?

— Essa.

Aioria e Afrodite o fitaram surpresos. Shaka usava o que parecia ser uma túnica longa. As mangas compridas e justas, a gola bem justa ao pescoço, a “saia” da túnica era mais solta dando mobilidade. Era toda lisa, sem desenho, botão, enfeite e na cor branca.

— Que roupa estranha... - disse o leonino.

— O que importa é que estou confortável.

— Você que sabe. - Dite também achou estranha. - Bom... agora é só esperar Shion nos chamar.

No quarto ao lado, Shura também mirava o espelho. Trajava uma calça azul escuro e botas pretas que batiam na canela. Um sobretudo de gola rente ao pescoço e comprimento até a coxa na cor branca. As mangas eram compridas e do cotovelo ao punho era do mesmo azul da calça. Uma faixa azul de mais ou menos dez centímetros de largura ia do pescoço ao final da roupa.

— Parece roupa de gente importante. - disse para si mesmo.

— É meio parecida com a minha.

Ele virou-se para trás deparando com Kanon.

— Ficou bom. - comentou.

— Saga! - gritou o marina.

— Já estou indo.

Um tinha se trocado no closet e outro no banheiro. Shura ao ver Saga segurou o riso.

— São idiotas mesmos! Escolheram a mesma roupa.

Os gêmeos fitaram-se.

— Kanon!

— Eu peguei a roupa primeiro! Por que gosta de me imitar?

— Pelo menos os detalhes são de cores diferentes. - Shura balançou a cabeça negativamente.

Saga e Kanon trajavam uma calça branca, botas pretas e um colete branco sem mangas e de comprimento ate a canela. A gola era alta e tinha uma faixa estreita que começava  na gola e ia ate o final do comprimento, sendo que em Kanon esse detalhe era verde e de Saga azul.

No penúltimo quarto...

— Não muito diferente dos da terra. - Dohko fechou o botão do punho esquerdo. Usava uma calça preta e blusa de manga comprida marrom em gola redonda.

— Roupa social? - indagou Miro assim que o viu.

— Pois é. Também achei estranho encontrar por aqui, mas foi a que mais gostei.

— Se não fosse pelo cinto falaria que está de pijama. - o grego tocou na blusa. - pano grosso.

— E essa sua? - Dohko o fitou.

— Achei interessante. - foi até o espelho. A roupa dele era igual ao de Shura,  contudo ao invés do azul os detalhes eram em preto. - não se pode dizer muito do senhor gelo. - o viu através do espelho.

— Sem comentários. - disse o francês.

Ele usava uma calça e blusa mangas compridas na cor branca. No peito e nas costas era decorada com um circulo na cor verde escuro. A bota era preta.

— Não achei tão diferente das roupas da Terra. - Dohko o  fitou.

— Mudando de assunto como será que o Gio está? – Miro deitou na cama.

— Com a mãe dele. - a resposta de Kamus saiu seca.

— E ele vai ficar aqui para sempre? – indagou o grego.

Ficaram calados, pois não sabiam a resposta.

Aldebaran fitava a paisagem, quando Mu surgiu na porta.

— Que roupa é essa? - indagou o ariano assim que viu o amigo.

— Legais não são? Também foi a única que me serviu. Acho que Dohko iria gostar, parece roupas chinesas...

Aldebaran vestia como mesmo ele havia dito roupas chinesas antigas. Por baixo usava um conjunto de calça e blusa de manga cumprida na cor cinza escuro. Por cima algo semelhante a um quimono, contudo sem mangas e cumprimento aos joelhos. A cor era vinho e no meio, era preso por um cinto também cinza. A bota era da cor do quimono.

— E essa túnica ou toga? - Deba o fitou de cima a baixo.

— Eu gostei... - disse meio sem jeito.

Mu usava uma toga de mangas curtas e até o joelho na cor branca. Por sobre um dos ombros usava um pano branco que contornava o corpo.

— Parece grego. - o taurino coçou a cabeça.

— Acho que sim.

— Estão prontos? - Shion chegou na porta.

Deba olhou para os dois.

— Saga e Kanon as vezes se vestem iguais... - murmurou. - mas vocês...

— Está ótimo. - disse Shion olhando pupilo. As roupas eram iguais. - vamos aguardar o chamado.

Há quase uma hora, Giovanni estava dentro da banheira. Consultou o relógio, vendo que era hora de sair. Procurou por suas roupas encontrando apenas uma vestimenta que estava sobre a cama. Não tendo alternativa vestiu. Olhou-se no espelho não se reconhecendo.

Era uma túnica preta bem folgada tanto na saia como nas mangas. Para marcar a cintura, usava um cinto dourado. Na parte superior, ombreiras de material semelhante a metal também douradas.

— Parece a ombreira de Câncer... - Mask tocou no objeto.

— Está lindo.

Virou-se para trás deparando com a mãe.

— Bati na porta. - caminhou até ele.

— O quarto é muito grande... não ouvi. Desculpe.

— A roupa ficou perfeita. – ajeitava a ombreira. – minha intuição de mãe não falhou quando mandei fazê-la.

— Ficou certa.

— Só falta...

Ela foi ate um armário tirando uma caixa de madeira.

— Também mandei fazer isso... ficou por três anos guardado. – aproximou dele. – espero que sirva. - Lirya depositou a caixa sobre a cama.

Abriu a caixa, MM ficou sem entender.

— Me ajude a tirar as ombreiras.

O canceriano retirou colocando sobre a cama.

— Eu não sei como é na Terra, mas aqui temos alguns detalhes... - sorriu divertida, pegando uma faixa azul escuro nas mãos. - essa faixa é uma das insígnias que representam nossa casa real. Sempre que tivermos um compromisso oficial temos que usá-la.

— Na Terra tem essas frescuradas.

Ela riu.

— Sempre do ombro direito na transversal. - colocou no filho. - a ombreira irá manter a faixa no lugar. - ajeitou o objeto. - segundo item. - pegou na caixa um broche dourado. - a estrela de quatro pontas representa nosso reino.

— Representa as quatro pessoas que fundaram nosso reino. - disse sem perceber.

Lirya o fitou curiosa.

— Apesar de não parecer, eu prestava atenção nas suas aulas. - ficou sem graça.

— Eu sei. - sorriu satisfeita, pregando o broche no peito direito dele. - e por ultimo... sua coroa. Ainda é um príncipe por isso ela é mais simples. – colocou nele. – mas não menos importante. Veja.

Giovanni olhou-se novamente agora com a “coroa” na cabeça. Era uma tiara de metal que circundava a testa.

— Está como um verdadeiro Tempestta. - afastou um pouco. - Longa vida meu filho. Longa vida ao futuro rei da galáxia.

— Gala-xia? – gaguejou.

— Sim. Hoje a noite deve usar essas insígnias. Agora venha, seus amigos o aguardam.

Célica encarregou de chamar os cavaleiros, seriam levados para a sala de jantar.

— Que roupa é essa Shaka? – indagou Miro. – alias cada um está com uma roupa... ei por que sua roupa é igual a minha?

— Você que me copiou. - ralhou Shura. - com tanta roupa...

— Já chega. – disse Shion de maneira enérgica. – vamos.

— Arrumou uma roupa legal, mestre. – Dite deu um sorriso cínico. – mas igual a do Mu?

O ariano de cabelos lilases suspirou entediado.

— Podíamos ter usado nossas próprias roupas. – apesar de sentir confortável Shaka preferia suas próprias roupas.

— De jeito nenhum. – Aioria olhava a si mesmo. – só está faltando os óculos escuros.

— Idiota. – Kanon deu um pedala nele.

— Kanon!

— Rapazes por favor... – Aldebaran tentou apaziguar.

—  Vão achar que estamos no carnaval. – Saga olhava os demais.

— Vão mesmo. – Dohko riu.

— É melhor irmos.

Foram conduzidos a uma ampla sala, Marius também estava lá. O senhor ao vê-los segurou o riso. A analise de Beatrice estava correta. Eles tinham certas particularidades.

— Espero que tenham descansado. – disse.

— Levará um tempo para acostumarmos senhor Marius. – Shion o cumprimentou.

— Sei que sim. – olhou para a roupa. – como de se esperar a raça falou mais alto.

— Por que diz isso?

— Essa roupa são roupas típicas dos Atlantiks.

— Sério? – Mu ficou surpreso.

— Sim, alias todos, - olhou para cada um. – fizeram uma boa escolha.

Célica também havia notado isso, principalmente o rapaz que escolhera as roupas tradicionais de sua raça. Estava curioso a respeito dele.

— A que se refere senhor Marius? – indagou Shaka.

— De...

O chanceler foi interrompido, a porta principal abria-se dando passagem a Lirya. A rainha ficou surpresa ao vê-los vestidos daquela maneira. Olhou rapidamente para Marius que apenas sorriu.

— Boa tarde rapazes.

— Majestade. – Shion curvou-se, assim como os demais.

— Eron, entre por favor.

Os cavaleiros voltaram a atenção para a porta, MM surgiu com cara de poucos amigos. Fez um minuto de silencio para depois Kanon, Shura, Aioria e Miro caírem na gargalhada.

— Podem parar! – ralhou o canceriano, vermelho.

— Você está uma graça com essa roupa. – disse Deba o que fez as risadas aumentarem.

— Deba! E vocês, já chega! Não sou palhaço.

— Você está ótimo com essa roupa. – Aioria ironizou.

— E você uma bicha com essa roupa colada. – rebateu.

— Ora...

Lirya não se incomodou com a pequena discussão, estava feliz por seu filho ter amigos que mesmo brigando pareciam ser unidos. Ao contrario de Shion que estava vermelho de raiva.

— Aioria, Shura, Kanon, Miro e Giovanni já chega! Não quero discussões!

Os cinco calaram-se.

— Desculpe majestade. - Shion ficou pálido. Mandou o príncipe calar a boca.

— Tudo bem. - achou o fato interessante. -  Por favor, sentem-se.

Sentaram ao redor da mesa, logo apareceu muitos empregados colocando a mesa. Os cavaleiros olharam ressabiados, pois nenhuma daquelas comidas eram iguais as da Terra. Dite foi o cobaia, pois se ele gostasse, todo mundo iria gostar. O pisciano pegou algo que parecia um pão porem na cor verde.

— Isso é bom. – disse. – muito bom.

Diante do aval do paladar exigente do sueco, começaram a comer. A refeição seguiu em silencio, com apenas algumas trocas de palavras.

O.o.O.o.O

Duas naves de vigilância da policia galáctica estavam na orbita de um planeta desabitado. Faziam a ultima patrulha do turno.

O piloto estava sentado de qualquer modo na poltrona. Trazia um copo com alguma bebida quente, uma pequena tela diante do painel de controle transmitia uma corrida de animais.

— Vai belezinha! - torcia para o número 5 que estava em terceiro lugar.

Elgin!— o rádio chamou.

— O que é? - respondeu sem desviar a atenção.

Pare de ver essa corrida sabe que somos vigiados.

— Não amola! Vai, vai, vai!!! - gritou entusiasmado, o número do 5 ultrapassou o segundo colocado.

— Está na hora da ronda.

— Quebra esse galho, Singer, a corrida está quase acabando, pago uma bebida para você quando voltarmos.

— Está bem...

Elgin viu a nave do amigo partir para ronda, o olhar voltou para a tela.

— Isso!!! Ganhei!!! - berrou. - minha viagem está garantida!

Elgin voltou a posição, desligando a tela. Olhando pelo pára-brisa procurava a outra nave.

— Singer. - chamou-o pelo rádio. - Singer. - tentou novamente, mas estava mudo. - para de bancar a esposa com raiva e atende essa porra! - nada. - saco.

Ele ligou a nave, indo em direção onde o amigo tinha ido.

— Juro que peço transferência, cansei de trabalhar nesse fim de galáxia.

A nave fez a curva, circundando o planeta, os olhos arregalaram quando teve o campo de visão ampliado. A nave de Singer estava de frente para uma nave muito maior e sem emblema de identificação.

— Droga! - começou a apertar todos os botões. - central, nave não identificada. Coordenadas X589,Y697, H193, área 85, planeta Drima. - apertou o botão do rádio. - Singer!

Chamou o amigo, mas não teve tempo de fazer nada. Um forte clarão ofuscou a visão dele. Em segundos a nave de Singer estava em chamas.

— P@%&!

Ligou os motores auxiliares, para uma manobra evasiva, contudo... um raio azul veio em sua direção...

O.o.O.o.O

Após a refeição seguiram para um dos jardins internos. Acomodaram-se nos muitos bancos de mármores. A temperatura estava agradável e o perfume das flores brindava o olfato.

— Que comida gostosa. – Shura fitou a mãe de MM. – sempre imaginei que comida de ET fosse uma gororoba viva e cru.

— Também achava. – disse Kanon. – retiro todos os meus pensamentos.

— Temos hábitos semelhantes aos seus Kanon. – comentou Marius. – com a comida não seria diferente.

— É boa mesmo. – Mask  manifestou.

— Fico feliz que tenham gostado. – Lirya estava contente.- quero que se sinta em casa. Todos vocês.

— Agradecemos. –  Shaka disse por todos.

— Não sei se Marius contou a vocês sobre o nosso mundo...

— Disse coisas superficiais.

— Tentarei não ser chata no meu relato. – tomou fôlego para continuar. – GS é composta por vários povos. Todos têm governos próprios, mas de duzentos anos para cá, a família Tempestta por descender dos elementares puros foi coroada como reis. Mesmo assim preservarmos certas autonomias a esses povos e ate hoje eles possuem sistemas administrativos próprios, mas vinculados a nós.

— Podem ser considerados como os países da Terra. - Marius queria exemplificar.

— Alem disso - retomou Lirya. - quando conquistamos o espaço há cerca de setecentos anos implantamos um sistema único de defesa, a policia galáctica que tem como funções proteger civil e militarmente toda a galáxia, de controle de trafico aéreo ate guerras. Para facilitar a administração dividimos a galáxia em 143 áreas e na hierarquia da policia temos os diretores de áreas, o diretor geral e o presidente.

— Alguns detalhes Ren vai explicar para vocês depois. – disse o chanceler.

— Nós sempre tivemos problemas com a galáxia S1, a mais próxima de nós, a ultima foi a quinze anos atrás. Foi uma intensa mobilização que causou diversas mortes, mas felizmente vencemos.

— Foi uma guerra generalizada?

— Sim Shion.

— Envolveu todos os povos. Tivemos perdas humanos e materiais. Os hadrens os quais viajaram, muitos foram inutilizados.

— E meu pai? – MM ate então permanecia em silencio. – o que houve com ele e comigo?

— Seu pai era antes de mais nada, um piloto da policia. Ele exercia o cargo de chefe de governo civil e militar.

— Seu pai sempre combateu Eron. – disse Marius. – ele, Rihen, Samir e eu estudamos juntos na academia de policia. Na época da guerra assumimos tropas.

— Isso mesmo. – iniciou a rainha. - O conflito tomou tamanha proporção que ele achou melhor enviá-lo para um local remoto para protegê-lo.

— Então parei na Terra.

— Sim. Soren sabia que havia Atltantiks em VL19-3 e com a ajuda de Samir o enviou para lá..

— E como ele morreu?

— A Euroxx. – respondeu Marius. – ela foi atingida por um canhão de plasma. Essa Euroxx de hoje é completamente nova.

— Entendo... – abaixou o rosto. – lembro que estava nela, ouvia muitas explosões... ele me levou ate o compartimento das naves e me colocou numa. – a voz saia melancólica. – eu não queria ir, mas não conseguia parar a nave... só lembro que quando cheguei ao espaço era um caos... dezenas de naves... de repente abriu-se um hadren, nessa hora todas as naves de Ranpur abriram um canal de escape para mim...

Marius acompanhava a descrição, fora daquele jeito que lhe foi relatado. Para que os inimigos não seguissem Eron, Soren determinou a toda tropa que protegesse seu caminho ate ele entrar no hadren.

— Ouvi um som ensurdecedor, quando olhei para trás vi a Euroxx sendo acertada, depois tudo ficou claro...

Lirya tocou o ombro do filho.

— Já acabou.

— Eu sei... – deu um meio sorriso.

— Depois da vitoria. – Lirya voltou a falar. – houve o problema de sucessão. O único que poderia assumir era Eron, mas ele tinha desaparecido. Todos os lideres da galáxia reuniram-se e chegaram a conclusão que um conselho formado por todos os representantes dos planetas deveria governar. Passados quinze anos o reaparecimento de Eron tornava-se remoto então deliberou-se que se Eron não aparecesse a monarquia da galáxia seria abolida e instaurado um regime republicano.

— O senhor Marius faz parte desse conselho. – disse Kamus.

— Sim, sou representante de Ranpur. Como é praticado na Terra, sou o chefe de governo de Ranpur e a rainha chefe de Estado.

— Como assim? – indagou Shura.

— O “país” tem dois governantes. – iniciou Saga. – chefe de Estado representa o país perante os outros países e chefe de governo, governa.

— Como é em muitos países da Terra. – completou o aquariano.

— Por isso essa busca por mim. – a voz de MM soou fria. – precisam de alguém para garantir o poder.

— Claro que não Eron. – Lirya o fitou. – sempre quis encontrá-lo.

— Não digo pela senhora. – a fitou. – digo pelos outros. – levantou. - Sei muito bem como são esses jogos políticos. Alguns querem que o conselho permaneça outros vão desejar que ele acabe e suas ambições dependem do aparecimento ou não do príncipe.

— Eron...

— Pouco me importo com isso.

Disse saindo.

— Eron. – a rainha o chamou. – Eron.

— Deixei-o majestade. – disse Dite. – ele é assim mesmo.

— Sim...

— Senhor Marius. – Kamus queria mais detalhes sobre o assunto. – qual a conseqüência se o conselho desaparecer?

— Os danos são grandes. Na época de criação houve prós e contras. Desde então ele vem caminhando por uma linha tênue. Nosso maior medo é que S1 aproveite-se desse racha e ataque.

— Existe essa possibilidade? – indagou Saga.

— Sim. Soren conseguia manter todos os planetas unidos, sem a figura dele... alem da ameaça de S1 poderemos entrar numa guerra civil. Temos aliados fortes, assim como temos inimigos fortes.

— Em todo lugar a ambição sob a cabeça das pessoas. – disse Aldebaran.

— Infelizmente Aldebaran. – a rainha o fitou. – tenho tentado manter todos unidos, mas é difícil.

— Senhora Lirya, - Shion tomou a palavra - desde que entramos na Euroxx, notei que existe muitos jovens de vinte e poucos anos e pouquíssimos acima de trinta anos. É uma espécie de seleção?

— Também notei isso nas ruas. - observou Dohko.

— É por que perdemos grande contingente de pessoas na guerra. - a voz de Lirya saiu triste. - Em todas as raças houve esse problema. Nossa população ativa decaiu bastante e inúmeras crianças cresceram órfãs. Agora que estamos conseguindo nos recuperar, por isso se tivermos uma nova guerra...

— A linhagem dos Tempesttas é muito antiga? - indagou Shaka.

— Sim. Eles são do ramo mais próximo do elementares puros. Ranpur é governada por eles há séculos,  eles começaram com a vinda de quatro elementares puros. Claro que com o passar do tempo houve uma mistura, mas conservam a maior parte do Dna. Um Tempestta sempre gera um Tempestta.

— Como assim?

— Eu sou uma Tempestta apenas por casamento, Miro. Eu sou humana. Não importa a modalidade de um casamento de Tempestta, seja com humanos, Eijis, Atlantiks, o Dna dos Tempesttas são dominantes. Eron tem muitos traços da minha família, como a cor dos cabelos, mas geneticamente ele é noventa por cento Tempestta e dez por cento humano. O nascimento de homem ou de mulher não é relevante. Se eu tivesse uma filha ela seria uma Tempestta.

— Pelo jeito que fala, não há outros membros? - observou Kamus.

— Há um controle muito rígido para nascimentos. Normalmente é um filho por casal. Os últimos reis que tiveram dois filhos foi a duzentos anos atrás. Foi um casal, o rapaz por pertencer a policia foi morto numa guerra e a menina assumiu o trono.

— Giovanni é o único descendente vivo?

— Sim Shion.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mask chegou ao seu planeta natal e agora que a aventura começa para ele e para os demais santos de Atena.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tempestta" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.