Amortentia escrita por Vivs


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoal!

Essa é minha primeira Oneshot do casal, espero que gostem!

Boa leitura! ♥



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Amortentia.

 

 

“Poção do amor –muito poderosa- capaz de criar uma paixão ou leve obsessão (para mais, consulte a unidade 9 do Preparo Avançado de Poções). Muito conhecida por sua aparência espiralada e brilho de madrepérola, a poção é especialmente famosa por sua capacidade de reproduzir o cheiro da pessoa amada.”

 

 

Todos sabiam que o forte de James Potter não era sua pontualidade. Mas mesmo assim, Lily Evans esperava que ele chegasse a tempo da aula. Não que ela se importasse com as idas e vindas do grifinório, mas naquela manhã ele seria sua dupla na aula de poções e precisava dele para garantir sua nota.

—Onde diabos ele está?! –ela resmungou, encarando a porta.

—Ei, dá para parar de sacudir a varinha? –Alice pediu, ao seu lado. –Você está fazendo o fogo do meu caldeirão se apagar!

—Ah, se eu pudesse voltar no tempo... Tinha mandado Slughorn colher mandrágoras ao invés de concordar com essa ideia estúpida! –a ruiva exclamou, largando a varinha dentro do seu caldeirão.

Duas tardes antes, depois de Potter ter causado mais uma explosão nas masmorras, Slughorn teve a brilhante ideia de decretar que, a partir daquele dia, James só poderia chegar perto de um caldeirão ao lado de Lily.

Nenhum dos dois gostou muito da ideia, porque Hogwarts inteira sabia do fato de que, assim como o céu é azul, e o sol é quente, Lily Evans e James Potter se odeiam.

A aula já havia começado, e a poção do dia era extremamente complicada. E muito intrigante.

—A poção Amortentia, –começou o professor Slughorn, caminhando de um lado para o outro, com as mãos em cima da pança. –é talvez uma das poções mais perigosas já inventadas!

Lily soltou um bufo de descontentamento, e sussurrou no ouvido de Dorcas:

—Claro, existem poções que podem te transformar num morto-vivo, mas essa é a mais perigosa para ele.

Dorcas deu uma risadinha e voltou sua atenção ao seu parceiro, Lupin, que diferente de seu amigo, já estava ali. Lily se inclinou para ele e sussurrou:

—Onde diabos James está?!

Lupin revirou os olhos.

—Por que todos acham que eu sou a babá dos garotos?! Não faço a menor ideia de onde James está, Lily. Provavelmente fazendo da vida de algum primeiranista por aí, um inferno.

O professor continuava seu monólogo.

—Vocês podem até discordar de mim nessa última observação. –ele acrescentou, encarando Lily com olhar de quem sabe mais. –Mas quando já se viveu muito, como eu, você aprende a não subestimar o poder de um amor obsessivo.

O único pensamento obsessivo de Lily naquele momento era esganar James Potter.

E foi exatamente naquele momento que ele chegou, entrando na sala como um furacão, correndo pela porta com Sirius ao lado. Slughorn se virou para os dois, e soltou um suspiro cansado.

—Por que não estou surpreso? –ele perguntou. –Dessa vez vou deixar passar, mas na próxima serão 20 pontos a menos para a grifinória.

James abriu seu famoso sorriso de lado e caminhou até o professor.

—Obrigado, professor! –então deu um beijo no começo de careca de Slughorn, o que fez Sirius se dobrar de rir. Sirius foi se sentar com Marlene, sua dupla e James caminhou até Lily.

—Bom dia, linda. –ele murmurou quando se aproximou, fazendo menção de ir abraçar Lily. A ruiva foi mais rápida, agarrou o livro de poções e começou a bater em cada parte visível do corpo do garoto.

Onde. Diabos. Você. Estava?!—ela rosnou entre os dentes.

—Ai! Para com isso, maluca! –ele conseguiu arrancar o livro de suas mãos. –Eu perdi a hora!

Ela revirou os olhos, e ele começou a folhear o livro violentamente.

—Ok, que poção eu irei dominar hoje? –perguntou, sorrindo.

Eu irei fazer Amortentia, enquanto você fica observando e tomando cuidado para não tocar em nada que possa explodir! –Lily respondeu, tomando o livro de volta.

—Ah, qual é Lily! Sou tão capaz quanto você! –James exclamou, o que fez Lily lhe dirigir um olhar descrente. Então acrescentou:

—Ok, quase tão capaz quanto você. Mas eu posso ajudar! Prometo que não vou explodir nada. –jurou, de mãos juntas.

A ruiva ponderou, por um instante, e então soltou um suspiro.

—Eu tenho escolha?

—Não.

—Ok, então só... tenta não fazer nenhuma besteira.

Então eles começaram o preparo da poção, lado a lado. James provocava Lily enquanto cortavam os ingredientes e ela o xingava sem piedade. Surpreendentemente, eles descobriram que, quando não estavam tentando se matar, trabalhavam muito bem juntos. A inteligência de Lily junto com a agilidade de James era uma combinação fatal.

Era uma aula excitante, e os estudantes não conseguiam evitar se perguntar:

—Que cheiro será que vou sentir? –Dorcas disse em voz alta. Sirius respondeu:

—Você, eu não sei. Mas sei exatamente qual será o cheiro da minha.

Todos pararam imediatamente o que estavam fazendo e encararam o garoto. Afinal, não é todo dia que o maior galinha de Hogwarts faz uma declaração dessas.

—Pelo que vi no jantar de ontem à noite, acho que seu amor verdadeiro é frango assado. –James comentou, o que fez todos rirem. Inclusive Lily. James largou os ingredientes e pôs uma mão no peito, se fingindo de chocado.

—Não pode ser! Esse é um dia histórico! Lily Evans riu de algo que eu disse! –ele gritou, para todos ouvirem.

Os grifinórios explodiram em risadas, e a garota cruzou os braços.

—Foi um reflexo involuntário! Mas voltando ao assunto, qual será o cheiro, Sirius?

Sirius fechou os olhos, fingindo uma cara de concentração. Então declarou, solenemente:

—Uma combinação do cheiro de todas as garotas gostosas de Hogwarts!

Todos riram, e Lily fingiu uma cara de nojo.

—Não se preocupe, Evans. Seu nome está na lista. –Sirius disse, dando uma piscadela para a ruiva.

Todos riram. Exceto James.

Sirius não deixou passar despercebido.

—Ciúmes, prongs? –O grupo ficou confuso com o apelido estranho, mas ninguém perguntou nada, ansiosos pela resposta de James.

—O que? Não! Eu só estou concentrado. –James murmurou, voltando os olhos para os ingredientes espalhados na mesa.

Isso sim é novidade! –Sirius exclamou.

Lily e James colocaram cuidadosamente os ingredientes no caldeirão e começaram a mexer. O vapor começou a se desprender da mistura, deixando os dois calorentos e suados.

—Toma aqui, continue mexendo. –pediu Lily, que aproveitou a pausa para levar as mãos as mechas vermelhas e as prender num coque, que não deu muito certo, e deixou algumas mechas rebeldes de fora. James observou o movimento, hipnotizado pelas ondas de luz que o fogo do caldeirão fazia refletir nos cabelos de Lily. Ele não podia negar que aquela era uma bela visão. Então se lembrou de que era ridículo ter pensamentos assim por Lily Evans, e voltou sua concentração para o caldeirão.

Mas havia algo de provocante naquela nuca exposta, com a pele clarinha e alguns fios rebeldes de cabelo ruivo que o impedia de se concentrar, e o deixava imaginando como seria depositar um ou dois beijos ali, naquele pedaço de pele macia.

—James. –Lily chamou.

—Sim?

—Por que você parou de mexer?

Ele ficou confuso por um instante e percebeu que a colher estava totalmente imóvel em sua mão.

—Eu... ãhn...

—Ah, me dá isso aqui. –Lily pediu, impaciente e eles trocaram de posições.

Mas então, o vapor começou a ficar mais intenso, e James afrouxou a gravata vermelha. O gesto simples, capturou a atenção de Lily. A camisa desabotoada, a gravata frouxa, havia algo nessa combinação que exigia sua total atenção. Logo estava analisando os braços fortes do garoto, devido aos jogos de quadribol, colados na camisa suada a todo instante. Tinha que se lembrar, a cada 2 minutos de que aquele era James Potter e de que ela, supostamente o odiava.

—Muito bem, crianças! –Slughorn exclamou, a despertando de seus devaneios. –Nesse ponto, a poção de vocês já deve ser capaz de faze-los sentir o cheiro de sua paixão. A não ser, é claro, que tenham feito algo errado.

Lily e James se inclinaram sobre o caldeirão, mexendo a poção mais rapidamente, esperando o tão aguardado e misterioso cheiro.

—Eu não sinto nada. –James reclamou, depois de um tempo.

—Impossível, tenho 99% de certeza que fiz isto certo! –Lily respondeu.

—Bem, obviamente não fez. –James voltou a reclamar.

—Talvez eu até pudesse sentir o cheiro de alguma coisa, se você não tivesse usado tanto shampoo forte no seu cabelo essa manhã! –Lily exclamou.

—Talvez eu conseguisse sentir o cheiro de alguma coisa se você não houvesse colocado tanto desse seu estúpido perfume de rosas! –James exclamou, em resposta.

Lily começou a mexer a poção mais inquietamente.

—Isso é impossível, eu tenho certeza que segui as instruções e... –então a ruiva começou a parar de mexer a poção, lentamente, até abandoná-la de vez.

—O que foi? –James perguntou.

Ela estava quase tão vermelha quanto seus cabelos.

—Meu... meu perfume acabou semana passada. –ela balbuciou, encarando-o, de queixo caído e bochechas coradas.

James arregalou os olhos.

—Eu... eu acordei atrasado hoje. Não tive tempo de lavar o cabelo.

Os dois trocaram um longo olhar, repleto de sentimentos que eles ainda não compreendiam. Perceberam que estavam muito perto um do outro, em cima do caldeirão, e se afastaram um passo. O silêncio permaneceu, até que Lily declarou:

—É, eu definitivamente fiz algo errado.

Porém, suas bochechas continuavam rosadas e seu coração muito acelerado.

Ela se afastou mais um passo.

James se aproximou mais um.

Estavam frente a frente quando ele murmurou:

—Não, não fez.

A garota o encarou.

—O que quer dizer com isso?

Ele só conseguia olhar para aquela boca pequena e delicada. Para o pedaço de pele macia exposto em seu pescoço. Para as sombras que o fogo dos caldeirões fazia no cabelo ruivo.

Ela era tão linda.

Ele não conseguiu se segurar.

Se aproximou mais um passo, pousando uma mão, muito suavemente na nuca da garota. Começou a alisá-la suavemente, enviando arrepios por todo corpo da ruiva. Sua outra mão agarrou sua cintura. Estavam a centímetros de distância agora. Haviam esquecido totalmente das outras vinte e poucas pessoas na sala.

Quando apenas milímetros separavam suas bocas, James sussurrou:

—Você nunca erra.

E finalmente a beijou, sentindo o peito se aquecer, e aquilo não tinha nada a ver com os caldeirões ao seu redor.


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Notas finais do capítulo

Muuito obrigado por ler até aqui!

Aceito comentários! ♥

Até a próxima!



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