Guerra dos mares - Duologia escrita por KhatySeraph


Capítulo 6
6° Mergulho - O príncipe


Notas iniciais do capítulo

Sentiram saudades do Hairu? Então ele chegouu o/

Boa leitura a todos e não me matem por ter demorado ehehehhe



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Pisquei, fitando na mesma direção para descobrir quem tinha falado. Hairu se levantou rapidamente ocultando minha visão, parecia que ele me escondia.

Levantando-me olhei à frente dele encontrando uma garota de cabelos incrivelmente negros e longos, onde caiam em camadas pelas suas costas. Ela usava um biquíni branco de bolinhas pretas, enquanto segurava alguma coisa que não conseguia definir o que era. A mesma garota encarava Hairu com um sorriso sínico.

— O que o príncipe dos mares faz com uma humana? Ainda depois de ter aceitado com o contrato de paz entre nossos clãs.

Clãs? Até mesmo sereias e tritões tinham clãs? Isso era novo para mim. Na verdade toda essa história de seres do mar era novo para mim. Nunca imaginava que sereias, aquelas contadas em história de fantasia, existiriam mesmo.

Nunca acreditei nem em Papai Noel e agora eu era salva por um tritão e uma sereia aparecia em minha frente, estava com sérias dúvidas se não existiria mesmo o Papai Noel. Ele moraria mesmo no Polo Norte?

Balancei a cabeça, tirando essas coisas desnecessárias, me focando na situação ali.

Ela tinha dito príncipe dos mares!

Hairu era um príncipe?

Arregalei os olhos observando-o de soslaio.

Não sabia o que ela tinha a ver com Hairu, mas parecia se divertir com aquela situação dele.

— O que faz aqui?

A garota apenas deu de ombros girando alguma coisa nas mãos, o que eu ainda não sabia o que era apenas vi que era dourado.

— O segui, porém, logo depois que você saiu da água, o perdi. Então tive que persuadir um homem para me dar um biquíni. – Ela olhou para seu biquíni com cara que não tinha gostado nada. – Queria saber por que você estava passando tempo demais fora da água...

Então era assim que eles conseguiam roupas? Mulheres persuadiam homens, e os homens seduziam as mulheres?

E por que estava pensando nisso numa situação daquelas?

— Quem você pensa que é para me seguir? Não somos nada ainda para me seguir e dizer o que posso ou não fazer.

Essa doeu.

Ri atrás de Hairu enquanto a mesma mulher cerrava os punhos, furiosa com a bela resposta dele. Teoricamente ela mereceu. Não sabia o que ela era dele, todavia agora não restava duvidas; era nada.

Entretanto, algo me dizia que esse nada não duraria por muito tempo.

Uma espécie de pontada surgiu em meu peito ao pensar nisso, estaria com medo de perdê-lo? Eu realmente o tinha?

— Você falou certo: ainda! – Berrou ela. – Lembre-se com quem você passará sua vida inteira. Você aceitou o tratado de paz e logo eu serei sua esposa!

Ela olhou para mim enquanto meus olhos se arregalavam; não sabia se isso era verdade, entretanto, após olhar para Hairu não precisei confirmar. Tudo o que ela tinha falado era verdade. Aquela mulher e ele estavam comprometidos.

Aquela mesma pontada atingiu novamente meu peito, todavia não tinha mais coragem de encara-lo. Nem sabia o motivo do por que.

Balancei a cabeça não querendo acreditar, e novamente meu mundo desmoronava. A pessoa que pensei que podia confiar e não me trairia pelas costas, é de outra.

Hairu me olhou por cima dos ombros, sua expressão era tristonha não sei se era por ter cometido o erro de se comprometer com ela ou de não conseguir me persuadir. Como ela fez com o homem. Talvez tudo até o que ele falou fosse mentira. Nenhuma verdade foi dita.

— Andar por aí com uma humana qualquer... Tem coisas melhores... – Disse ela esticando a mão para Hairu.

Cerrei os punhos, não aguentava mais ficar ali parada, escutando tudo aquilo. Queria sair correndo dali, voltar para casa junto com Milk e me abafar nas cobertas... Eu só seria fraca na frente dela, mas não queria vê-lo ir em sua direção... Não...

No entanto, ele não foi.

Ergui o olhar em sua direção vendo-o dar um passo atrás ficando ao meu lado.

— Eu não irei a lugar nenhum com você. – disse secamente – E meu pai aceitou isso, sem, ao menos, me perguntar se eu aceitava, Shaunne.

— Está declarando guerra contra o clã? Se for isso, ótimo eu vou...

— Chega!

Todos olharam em direção às águas. Uma mulher incrivelmente linda saía acompanhada de dois homens, seria seus guardas? Os dois se curvaram enquanto a mulher com aqueles olhos incrivelmente azuis, fazia lembrar-me os de Hairu. Seus cabelos negros e incrivelmente lisos caiam para frente tapando seus seios, e como ela, os dois homens estavam... Nus!

Eles poderiam fazer umas roupas especiais! Imagina se algum humano os visse, chamariam a polícia!

— Desculpe o incomodo. – Ela dirigiu essas palavras para mim enquanto sorria. – Shaunne, é melhor voltar. Já decidimos tudo, não há o que se preocupar.

Ela olhou para mim, furiosa. Seu olhar dizia que isso não tinha acabado e não seria ali que acabaria.

Tirando sua parte de baixo do biquíni se virou voltando correndo para água e dando um pulo, apenas vi uma cauda rosa fraco e depois apenas as ondas.

As caudas de cada um eram diferentes?

A dela parecia mais pontuda, enquanto a de Hairu pelo que lembre era muito diferente daquilo, isso significava algo?

Voltei a fitar Hairu que se curvou diante da mãe.

— Não fale nada, meu filho.

Ele desviou o olhar, cruzando os braços; não sabia sobre esse assunto, todavia, pelo visto Hairu não aprovava.

A mulher me observou brevemente e logo depois olhou seu filho de soslaio. Eu sabia que ela era algo de Hairu, mais preciso. Sua mãe, porém, nunca imaginei que a mãe dele seria tão jovem e linda. Ganharia de qualquer modelo humana.

Ela deu um passo em direção a nós até chegar ao rosto de seu filho, onde passou seus dedos finos pelas feições dele. Realmente Hairu era perfeito, seus olhos, cabelos, traços, músculos... Eu estava apaixonada? Ótimo. Estava apaixonada por um tritão! O que seria mais louco que isso?

— Sei que não aprova isso, mas seu pai não aguenta mais. Uma guerra o mataria agora.

Apenas o vi suspirar, vencido.

— Eu não quero perder meu pai, mas também não quero Shaunne.

— Pensamos que você iria gostar. Você sempre gostou dela. Lembro-me de vocês brincando quando eram pequenos.

Hairu apenas baixou a cabeça. Sabia que ele não queria fitar-me e não iria obriga-lo a me olhar; eu não pertencia o mundo dele mesmo. Suspirei, dando um passo e afastando-me deles, mesmo tendo o olhar da mãe dele sob mim.

Apenas vi o sorriso delicado dela e se voltou ao seu filho que estava com suas orbitas azuis fixos na areia escura.

— Tudo bem. – Anunciou ela. – Vamos voltar, resolveremos isso, porque pelo jeito será difícil separa-los.

Meus olhos se encontraram com os de Hairu, surpreso, todavia, depois entendendo que ela estava dizendo. Fiquei corada desvencilhando o olhar, apenas escutei seu riso enquanto se aproximava em mim.

— Eu poderei leva-la à nossa cidade?

Cidade? Eles tinham cidade? Certo. Isso é mais doido do que eu estar apaixonada por um tritão!

A mulher apenas me observou e suspirou.

— Irei falar com seu pai. Agora a leve para casa e volte.

Hairu assentiu para sua mãe e voltou-se para mim estendendo sua mão.

A mulher sorriu em minha direção fazendo-me ficar mais corada. Por que eu estava assim?

— Cuide dele. – Ela disse rindo.

Hairu resmungou olhando para ela fazendo-me rir. Uma cena típica de mãe e filho. Sorri voltando meus olhos ao meu salvador. Ele estendeu a mão em minha direção onde hesitei antes de colocar minha palma sobre a sua. Pegando meus calçados, o guiei até onde era minha casa.

— Sua mãe é legal.

— Ela só está com medo de perder meu pai, mas ela é mais legal ainda e ela nos entende.

Entende? Como? Por quê?

Quantas perguntas. Revirei os olhos para mim e voltei-me para ele.

— Ela era humana. – Sorriu ele, correndo.

Pisquei olhando de volta para o mar, vendo-a entrar na água com os dois tritões. Pisquei não sabendo como aquela mulher era humana!

Fitei em direção a Hairu que me esperava para correr atrás dele. Apenas dei de ombros e corri.

Realmente a família daquele tritão pervertido era cheia de mistério e será que descobriria eles? Seria fascinante.

Hairu segurou minha mãe enquanto voltava de meus devaneios.

Cheguei aos portões do meu apartamento me despedindo dele, o porteiro sorriu vendo-nos.

— Espero poder leva-la para conhecer meu mundo.

— Ainda quero saber como consegue roupas!

Ele riu de mim assentindo.

— Contarei. – Ele continuava a sorrir. – Um dia.

Malvado!

Fechei o portão sorrindo.

— Se vai ser difícil, também serei. – Dei as costas para ele girando a chave na minha mão.

O vi sorrindo de leve.

Podia estar gostando de um cara que não era humano? Pelo visto amor não escolhe nem raça agora. Sorri para mim mesma enquanto adentrava o elevador. Tinha que agradecê-lo.

Meus dias estavam cada vez mais interessantes desde que o conheci. Mas era claro, que meus problemas não tinham acabado. Ainda acho que isso é só o início deles.

Abri a porta sendo recebida pelo meu gatinho branco doido.

Sorri o pegando em meus braços.

Não sabia como funcionava o mundo daquele tritão, todavia queria descobrir um pouco mais. Era divertido.

Abri as janelas da sacada fazendo o vendo adentrar fazendo os meus cabelos voarem, logo adiante via o mar com suas ondas agitadas e a lua minguante tão bela no céu. Milk se juntou a mim e como de costume de um gato, sentou-se e começou a se lamber.

Ele era meu único amigo e gostava de sua companhia.

Sentei-me no chão ao seu lado não o interrompendo. Fitei o céu estrelado com um pequeno sorriso nos lábios, parecia tudo tão surreal. Nunca me sentira assim antes, desde que aquele esquisito tinha entrado na minha vida, não me sentia sozinha, não me sentia mais tão triste.

Isso era algo bom, certo?

Não sabia ao certo se estava apaixonada por um cara que mal conhecia, porém isso era bom, certo? Alguém para conversar, para sorrir, brincar. Alguém que poderia ficar ao seu lado.

Ele realmente poderá ficar ao meu lado?

Balancei a cabeça tirando isso da cabeça, não era hora de pensar nisso.

Talvez... não.

Abracei minhas pernas escorando minha testa em meus joelhos.

Não queria ficar sozinha novamente, apenas Milk não era o suficiente, queria alguém que eu pudesse acreditar confiar e amar.

Queria alguém para me amar.

Levantando a cabeça decidi que não iria chorar, eu estava mudando. Precisava mudar! E levantar a cabeça era a melhor escolha agora.

Eu seria forte!

Levantei em um pulo colocando a mão na cintura enquanto fitava o pelo branco de Milk.

— Vamos Milk.

Ele me olhou miando.

— Hora de levantar a cabeça.

Segui para a cozinha procurando algo para comer enquanto Milk pedia sua janta. Sorri colocando Whiskas em sua tigela e para mim a janta que tinha feito ontem.

— Amanhã será um novo dia e vamos ser forte, certo Milk?

O mesmo nem me olhou.

Sentei-me na cadeira olhando a papelada que tinha ainda da empresa de meus pais, era claro que eles contratariam um novo advogado já que estavam cheios de problemas, todavia era ótimo ter algo para descobri de sujo daquela empresa que nunca herdaria.

Milk subiu sobre a mesa sentando na mesma.

Balancei a cabeça voltando a observar aquela papelada jogada ali, precisava arrumar todo esse apartamento.

Ao ir para cama coloquei Milk em sua caminha antes de me deitar, todavia não consegui dormir. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram do capitulo? Milk é divo ne gente ehheheheheh pobre gato peludo, nem sabe o que ele vai aprontar....

Mas agora sabemos o segredo do Hairu e que ele não aprova... O que será que vai acontecer com a pobre Ameli se perder o tritão dela :(

Campanha, matem a Shaunne, vamos todos pro twitter gente eheheheheheh

Então, gostaram da mãe do Hairu? Ela vai ser um amor gente eheheheh E logo vai ter capitulos narrado pelo Hairu o/

e saberemos como ele consegue roupas, mas não me importaria em vê-lo nu ehehehhehe E vocês e.e



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