É muita frustração, não é? Lidar com tanta coisa na cabeça que nem sequer consegues pensar nas coisas que queres fazer. Tens aquelas ideias extraordinárias que queres pôr no teu artigo, mas não consegue; as palavras que queres apresentar estão na tua língua e não as consegues expressar, nem dizer. É tanta coisa que tu achas que vai explodir de um momento para o outro; a dor de cabeça nunca acaba. Tanta pressão em algo que queres fazer, mas não consegues escrever porque te dá o branco na cabeça. Daí tu explodes, as tuas emoções vão todas para fora, ficas tão cansada que um fechar de olhos seria mais fácil para tudo.

Seria fácil, contudo não era nenhuma solução que se deveria tomar, porque isso seria fraco de nós próprios.

Era o que cabia na cabeça de Jane Brawn: desistir era fácil para ela que sempre olhava para trás em vez de olhar para a frente. Quando tinham algo na cabeça que a disturbava, nunca saia. Sempre procurava por algo para resolver, daí vinha a dor de cabeça que nunca saia. Jane tinha várias dúvidas e muito pensamentos num só dia, e não conseguia esquecê-los. Num estalar de dedos eles voltavam; minutos ou horas seguintes para nos chatear.

Não era fácil, não adiantava; acabávamos por perder o nosso senso humor de momento para o outro e acabávamos por gritar. Só gritar, tanto por dentro quanto por fora. Podia ser fácil, podia, mas não era.