P.O.V. Nick.

Ser um Grimm implica em ser diferente e ver coisas que os outros não conseguem. Nós temos uma terceira retina que nos permite ver as espécies dentro da raça humana.

—Você está bem Nick?

—Estou Hank. Só estava pensando.

—Em que?

—Em como nada muda. Vocês só tem esperança porque não vivem o suficiente para perde-la.

—O que isso quer dizer?

—Exatamente o que eu disse. Nada muda Hank, os homens ainda fazem guerra, agridem e violentam mulheres, mas agora já melhorou bastante. Agora elas são tratadas como vítimas e não como acusadas.

Minha mente vagueou para a época em que fiz a minha escolha e aquela foi a escolha mais difícil que já tive que fazer.

—Sinto muito Anna, mas Lili é a escolhida.

—Eu acho que eu já sabia.

—Tá tudo bem entre a gente?

—Claro. Vocês foram as pessoas que me trataram com mais gentileza e que me fizeram sentir amada.

—Se você não estiver confortável eu deixo pra lá.

—O que?

—Nick, nós fizemos um voto de que estaríamos juntos os três. Sempre e para sempre.

—Se você a magoar, vai apanhar como nunca apanhou na vida.

—Obrigado. 

—Sei que fariam o mesmo por mim. Especialmente você Lili, se ele me escolhesse me deixaria ser feliz ao lado dele.

—Com certeza.

—Nick? Terra para Nick!

—O que? Que houve?

—Temos um caso.

—Certo.

Meu parceiro e eu fomos até o Jardim Botânico e a vítima estava estendida lá.

—Vamos ver o que a Lili tem a dizer sobre isso.

—Lili?

—Quer dizer, Sarah.

—Cara, você tá traindo a Sarah?

—Não! Nunca!

—Eu sei que você tem necessidades cara, mas a Sarah é uma mulher maravilhosa e não merece ser traída.

—A Sarah é a Lili! A Sarah é a Lili, Hank.

—Peraí, essa mulher de quem você fala é a sua mulher?

—Exatamente.

—E porque chamá-la de Lili?

—É uma coisa que temos entre nós. Como ela se parece muito com uma personagem de televisão que ela gosta eu a chamo de Lili ou minha Lili.

Ligaram no meu celular.

—Burckhart.

—Nick, atacaram a delegacia e levaram a sua mulher.

—O que?! Quem foi?

—Sei lá, era uma coisa. Uma mulher loira.

—Ravenna. Como pode ainda estar viva? Tenho que desligar.

—O que aconteceu?

—Ela levou a Sarah. Vai arrancar o coração dela e comer.

—O que?! Me desculpe Hank, mas é a minha mulher.

Liguei para o Monroe e logo ele estava me pegando na cena do crime pra me levar até o trailer onde eu peguei todas as armas que eu tinha e o meu preferido o machado de duas lâminas.

Assim que abri a porta o cheiro veio como um tapa na cara. Era o sangue da Sarah.

Entrei na casa ouvi o barulho de algo se quebrando.

—Sarah!

Entrei no quarto derrubando a porta. E foi chocante ver a minha esposa ajoelhada diante do corpo da jovem, ela se parecia com Ravenna, mas não era Ravenna.

—Sarah?

—Ela tinha uma filha. Eu matei ela e a filha dela.

—Sarah, você só se defendeu.

—Uma linhagem inteira acaba de morrer aqui neste quarto. Eu levei uma linhagem á extinção!

Ela chorava desesperadamente.

—Calma.

O meu celular toca.

—Burkhart.

—Achou ela Nick?

—Sim. Ela foi atacada Hank dentro de casa e a mulher que atacou a Sarah morreu.

—O que?!

—Exatamente Hank. A Sarah está muito abalada, ela ta catatônica Hank.

—Nós já chegamos ai.

O Wu e o Hank vieram correndo e quando chegaram me ajudaram a tirar a Sarah de cima do corpo da vítima.

—Melhor você dar um banho nela Nick, mas temos que ficar com as roupas sujas de sangue.

—Eu sei. Vamos Sarah.

—Eu matei. Eu matei ela Nick. Foi mia culpa, mia culpa, minha máxima culpa.

—A sua mulher fala latim?!

Como não podia dizer que ela era uma imortal de 147 anos simplesmente respondi:

—Fala. A Sarah é intelectual. Aprende as coisas com uma facilidade impressionante.

Ela ficava repetindo aquilo. Dizendo que era culpa dela.

—O que ela tá dizendo?

—Que é culpa dela.

—Você também fala latim?!

—A minha mulher me ensinou algumas coisas. Principalmente coisas que estão escritas na Bíblia.