P.O.V. Lili.

Meu nome é Liliana White. Minha mãe e eu moramos numa cabana no meio da floresta.

Hoje é meu aniversário de 17 anos e a minha mãe disse que tem uma surpresa pra mim.

Eu ouço a minha mãe gritar e corro para ajudá-la. Ela está no chão e sangra.

—Mamãe.

—Fuja. Fuja!

Eu corri por vários dias até que eu dou de cara um uma mulher montada em um urso polar e que era seguida por um exército.

—Por favor,  ajudem-me.

—Quem é você?

—Liliana White.

—Liliana. A minha filha.

Ela desmontou e correu para me abraçar.

—Eu sou filha de Rosemary White senhora.

—De onde você veio?

—Morávamos numa cabana no meio da floresta. Aqueles homens de armadura, mataram a minha mãe.

—Você é minha filha. A Princesa Liliana do Reino Gelado. Está segura agora milady e indo pra casa.

—Meia Volta!

—Meia Volta!

Aquela mulher era a Rainha de Gelo da história da minha mãe e a Princesa que ela pensava ter morrido era eu. Ela me alertara do meu destino através de uma história de ninar.

Ela traiu minha tia a Rainha Ravenna que queria comer meu coração. Todos eramos personagens da história da minha mãe.

Depois de dias e dias de cavalgada chegamos á fortaleza gelada que ficava no topo da montanha.

Lá eu pude tomar um bom banho, me alimentar e vestir uma roupa quente e confortável. Pude também descansar e recobrar as forças.

Era tão estranho ter guardas na porta do meu quarto e dentro dele. Eles dormiam sentados um de cada lado da minha cama.

Sempre que eu entrava na sala do Trono era anunciada por um rapaz que batia a bengala do chão e dizia:

—Sua Alteza Real, a Princesa Liliana!

—Isso nunca vai deixar de ser estranho.

—Você se acostuma. Seja bem vinda de volta ao Lar querida.

—Obrigado. Mãe.

Vi o sorriso dela se alargar.

—Sei que ainda não me considera sua mãe e eu entendo. Para vós a vossa mãe está naquela cabana.

—Você sabia que eu existia esse tempo todo e só agora foi me procurar?!

—Sabia que existia, não que estava viva. Descobri que estava viva atrás de um pequeno, grande espelho.

—Você disse espelho?

—Venha comigo.

—Coloque-se diante do espelho e pergunte: Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?

—O que?

—Vá.

Eu entrei na sala e vi aquele negócio que mais parecia um escudo dourado gigante.

Pensei, pensei e decidi fazer o que a minha mãe mandou.

—Espelho, espelho meu existe alguém mais linda do que eu?

A superfície plana do espelho se moveu e virou uma coisa líquida que se transformou num homem dourado e sem face. Como uma criança vestida de fantasma só que sem os buracos para os olhos.

—Ai Meu Deus!

—Não minha Princesa. És de todas a mais bela.

—O que é você?

—Sou o espírito do espelho. Estou preso a este espelho devido a um feitiço e esse mesmo feitiço me impede de mentir.

—Existe uma forma de você ser livre?

—Claro. 

—Como?

—O espelho deve ser destruído.

—E como posso destruir o espelho?

—A espada vorpal. É a única coisa que pode destruir o espelho.

—Onde vou achar essa espada?

—Está escondida no Mundo Subterrâneo, no castelo da Rainha Vermelha.

—A Rainha vermelha do País das Maravilhas?

—Sim. A toca do coelho é a única porta conhecida para o mundo subterrâneo.

—E como vou chegar lá?

—Alice Kingsley tem todas as respostas que procura.

—Onde ela está?

—Ela mora em Oxford na Inglaterra.

—Eu lhe dou minha palavra espírito do espelho que vou libertar você para que possa finalmente descansar em paz.

Eu então parti para Oxford em busca de Alice Kingsley. Foram meses de viagem á bordo do navio real. Quando cheguei comecei a procurar de bairro em bairro. Cidade em cidade e quando finalmente a encontrei ela não era nada do que eu esperava que fosse.

Eu esperava uma idosa com muita experiência de vida, mas ela não passava de uma jovem que tinha a mesma idade que eu.