Caiu de joelhos ao lado do corpo inerte, olhava com espanto e medo, sua respiração estava presa. Hesitando puxou-a para si, em seus braços.

Estava gelada.

Engasgou com a respiração. Seus olhos se arregalaram enquanto acompanhava os movimentos de sua subordinada:

A mão caiu no chão em um baque surdo, a cabeça pendeu-se para trás, o sangue escorria de seu corpo, manchava suas mãos e roupas e juntava-se a poça que formava.

A foice, que um dia representou todo o poder e orgulho da Shinigami, agora estava quebrada e esquecida, caída a alguns metros. Ela nunca mais seria usada, nunca mais seria empunhada.

— Komachi...?

A resposta não veio, não viria, sabia disso.

Ela não acordaria desesperada, desculpando-se.

Ela não inventaria mais desculpas esfarrapadas.

Ela não escutaria mais horas de sermão.

Apertou o cadáver em seus braços contra si, abaixou a cabeça, encolhendo-se.

Komachi era preguiçosa, Komachi atravasa o trabalho, Komachi vivia dormindo por aí, mas ela não merecia isso.

Sufocou um soluço, esse se tornou um rosnado assim que escutou passos se aproximando. Virou o rosto para o Algoz de sua subordinada. Encarava-o com raiva.

Ela era Shikieiki, a julgadora das almas, ela entendia melhor do que ninguém sobre justiça.

Aquilo não era justo, logo o julgamento também não seria.