A Carta - MITW escrita por Naty Mitedabliete


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

queru acabar a fic ainda hj



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/686072/chapter/2

A Carta

Capítulo Dois

 

 

E é isso...

deixo a carta em cima da mesa de vidro do lado da poltrona e saio. Eu não tinha mais o que fazer, a não ser me suicidar. É. Não teria como Mike acordar do nada, e com as máquinas desligadas, ele iria morrer.

E seria o fim pra mim.

Saio do hospital e começo a vagar por aí, até que percebo aonde estou.

Eu estou na praça onde eu e o Mike costumávamos vir. Não.. Eu não vim aqui de propósito.

A chuva de lembranças despenca sobre mim, e começo a fungar e chorar, até que me sento no banco mais longe possível. Aquele que Mike sempre queria se sentar. Muitas pessoas passam por mim me olhando estranho e confusos, mas não ligo.

Por que tudo isso está acontecendo comigo, Gutin?

No outro dia...

 

Acordo com um estalo, dando de cara com um teto mais branco que o chão quando minha mãe limpava.

Onde estou? Se me lembro, a última vez que eu estive em um lugar...

Foi um...

Hospital.

Pac. Cadê ele?

—Pac? - chamo, mas não tem ninguém. Até que percebo a carta em cima da mesa. Foi um baita esforço alcançá-la, pois meu braço doía.

Começo a ler a carta e as lágrimas a virem.

Esse doente mental que eu tanto amo não vai...

Quando eu leio direito..

Ele não vai se suicidar por minha causa.

Segundos depois de eu terminar de ler, a sala se enche de enfermeiros e médicos perguntando, perguntando e perguntando. Dane-se as perguntas, vou atrás do Pac.

Levanto brutalmente da maca arrancando todos os bregueços de soro e negócios, doeu um pouco, mas dane-se. É pelo Pac.

—E-EI! - berra algumas enfermeiras - S-SEGURANÇA!

Quando consegui finalmente sair daquele maldito quarto de hospital, vejo que dois homens de preto, incrivelmente de PRETO mesmo, virem correndo em minha direção.

Começo a correr que nem doido, talvez nunca corri tanto assim em minha vida. Mas é por ele.

####

 

Acordo encarando o teto marrom da nossa casa. É hoje. Vão desligar as máquinas e aparelhos. Mike vai morrer... E eu também.

Suspiro, antes de morrer eu quero detonar tudo mesmo. Pego o travesseiro e jogo pela janela que estava aberta,  Taco meu celular no espelho, o quebrando em pedaços, me levanto e taco o pufe preferido do Mike na parede.

Engulo em seco, saio do quarto, desço as escadas e vou até a cozinha. Pego as panelas e jogo o mais longe o possível, pego os pratos e taco no chão, jogo os copos de vidro no balcão, quebrando-os em pedaços.

Procuro o maior pedaço de caco de vidro, e encontro um, do tamanho da minha mão. Pego ele do chão, e olho hesitante pro caco de vidro e meu pulso.

É agora.

Engulo em seco mais uma vez, fazendo um barulhinho, e começo a colocar o caco de vidro mais perto e mais perto.

Quando o vidro começa a encostar na minha pele e a forçar, ouço a porta se abrir do nada. Não creio que um bandido vai entrar na minha casa bem na hora que vou me matar.

Forço mais ainda o caco de vidro e vejo um pouquinho de sangue começar a escorrer, até que...

—PAC!

Só pode ser alucinação minha... Eu perdi muito sangue e estou tendo alucinações... É claro que não é o Mike ali parado na sala me encarando e berrando meu nome.

—PAC! SEU DOENTE MENTAL, PARA COM ISSO! - ele berra correndo na minha direção, tirando o caco de vidro das minhas mãos, me deixando atônito, ainda olhando confuso pra cara dele - EI PAC! TÁ ME OUVINDO?!

—É-É alucinação minha... - murmuro - Eu devo ter perdido muito sangue...

—ALUCINAÇÃO NADA, TARIK! SOU EU!

—V-Você morreu... - sussurro ainda em choque

—MORRI COISA NENHUMA SE TÔ NA SUA FRENTE - ele diz me abraçando desesperado - Eu tô aqui, Pac. Eu não morri.

—M-Mas...

—Eu tô aqui... - ele sussurra - E sempre vou estar...

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!