I Knew You Were Trouble escrita por Keilla de Amigo


Capítulo 3
Fight


Notas iniciais do capítulo

O QUE TÁ ACONTECENDO?!!!

"Calma, calma, não criemos pânico!"

Sim, eu mudei a capa da fanfic e o nome também.

Mas Keill, isso quer dizer que a história não vai ser mais o conto de fadas da Cinderella moderno?

— No geral ainda é a mesma ideia. Kim com a vida cinderelizada dela, os amigos, o irmão, a irmã que troca de lado, o Boy magia que era amigo e não é mais e a Donna sendo uma Queen Bitch estilo Regina George. Só que com umas alteraçõeszinhas. Vamos combinar que estava deixando muita coisa no ar e ao invés de informar vocês das coisas eu simplesmente jogava a informação em vocês.

Porque mudar o nome da Fanfic?

— Porque agora essa nova versão melhorada esta sendo mais realista. Eu realmente estou me esforçando pra não fazer parecer que isso aqui parecer um filminho ruim do Disney Channel e quis dar seriedade. Era Uma Vez: A Nova Cinderella passa alguma seriedade, gente linda que ta lendo isso?! Não. E eu sou Disnatica, não acho filmes da Disney ruim. Só pra constar.

Porque mudar a capa?

— Seriedade, my darlings, seriedade. Aquela capinha cor-de-rosa linda de bonita que tava aqui não se adequava.

Mudou a classificação porque? Você não disse lá na outra que era +13, mas era quase que livre de tão leve que era seu enredo?

— Antes de mais nada... NÃO VAI TER AQUELAS COISINHAS QUE PODEM - OU NÃO - TRAZER BEBÊS! Também não terão cegonhas. Esta +16 porque... -_- Realismo, néh? Ninguém vai beber até cair, mas vai ter gente bebendo. Não terá traição, mas tem gente achando que esta sendo traído. Podem ler sossegados. Não terá nada pesado não.

E MAIS UMA COISINHA!!!

Nessa semana foram 2 capítulos de I Knew Where Trouble, então semana que vem é a vez de Everything Has Changed. Atualizo uma e depois a outra.

Beijinhos, my Darlings! Aproveitem o capítulo!!! *-* O QUE TÁ ACONTECENDO?!!!



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“Não dependa de ninguém  neste mundo, porque até a sua sombra te abandona quando esta na escuridão”

Não consegui me focar em mais nada durante o resto do dia. A professora de Química havia me chamado atenção umas três ou quatro vezes.

Durante o intervalo passei uns bons minutos muda cutucando a comida no prato até perceber que meus amigos já haviam encerrado a sessão de piadas e imitações do Sr. Baker ( nosso professor de Biologia que cheirava a chá de camomila e só usava camisas com listras ) e me olhavam com preocupação.

 Não foi preciso que eu dissesse nada. A notícia sobre a volta dele havia se espalhado por toda a Seaford mais rápido do que quando Grace, minha ex-melhor amiga, havia pego seu namorado no flagra juntamente com Donna, a personificação da mais pura maldade usando saltos e roupas de grife, também conhecida como minha meia-irmã.

Passei a aula de Educação Física no banco e não saberia responder se alguém me perguntasse qual livro eu teria que ler no decorrer da semana para a aula de Literatura.

E o resto do dia havia se resumido a isso. Uma Kim muda e inerte em seus próprios pensamentos.

Não fui ao treino de Karatê naquele dia. Eu não havia nem mesmo esperado alguém quando o maldito sinal que indicava o término do horário escolar tocou. Ignorei o caminho que fazia pra ir pra casa e fui caminhando a passadas rápidas até a Morning Express.

Honda passou cerca de vinte minutos me encarando com uma das sobrancelhas arqueadas e um bico nos lábios. Em dois anos aprendi que aquela era a expressão que indicava “Você fez algo errado e eu irei descobrir o que foi”. Mesmo que realmente não tivesse feito algo ( tirando o atraso pela manhã, é claro ) não a culpava por desconfiar de mim.

Era a primeira vez em dois anos que eu havia conseguido de fato me adiantar – nesse caso me adiantar muito.

Após isso ela logo voltou a sua tarefa de encher a paciência de quem estivesse a sua volta.

Em um ato surpreendente até mesmo pra mim passei todo o resto do tempo que tive na cafeteria trabalhando no meu modo automático. Só respondendo com sim, não ou movimentos de cabeça.

Depois de quatro anos eu havia me convencido e me assegurado que ele não voltaria. Quem em sã consciência deixaria Chicago pra viver em uma cidade na Califórnia que não constava na grande maioria dos mapas? Era loucura. Mas ao que parece alguém conseguiu ser idiota o bastante.

No início foi muito, muito, difícil. Éramos melhores amigos amigos. Nós cinco éramos inseparáveis antes mesmo da vinda de Julie ou Mika pra Seaford, antes de eu ter tido uma briga que até hoje não sabia por quais motivos com Grace, antes de PJ ter se mudado pra cá com seus avós. Antes de minha família ter crescido com a vinda de minha madrasta e suas filhas e antes mesmo da morte do meu pai.

Eu nunca fui uma garota considerada muito "afeminada", mas naquela época eu realmente era terrível. Chegava em casa quase todas as vezes com os braços ralados, joelhos com machucados quase em carne viva e fora as várias idas constantes ao hospital. Meus cabelos loiros viviam emaranhados, na maioria das vezes presos em uma trança para evitar que bagunçassem.

Lembro da época em que Senhora Turnner, uma velha fofoqueira que morava ao lado da minha casa, costumava dizer aos quatro ventos que meu pai deveria me matricular na Academia Para Jovens Moças para que eu aprendesse a me portar como uma dama desde de cedo.

— Não é correto uma menina passar tanto tempo com meninos. - ela dizia.

Jack era meu amigo mais próximo. Ele sabia de coisas que ninguém mais – nem mesmo Grace – sabia. Erámos cumplices, confidentes e nada no mundo poderia abalar nossa amizade.

Foi um processo um tanto demorado e dolorido para a jovem Kim de treze anos.

 Nós não eramos mais amigos. Eu não o veria pelos corredores do colégio,  na rampa de skate próxima ao parque da cidade, nos treinos com Rudy depois do horário das aulas ou nas ruas de Seaford.

Honda me liberou mais cedo naquele dia. Provavelmente ela havia percebido que algo estava estranho ou simplesmente aproveitou o fato de eu ter comprido meus turnos algumas horas mais cedo.

Tive o que me pareceu ser o único golpe de sorte naquele dia assim que passei pelas grandes portas brancas de casa e percebi que não havia ninguém em casa.

Cade, meu meio-irmão caçula, já tinha me avisado antes que passaria a tarde treinando com o time de Lacrosse. Milagrosamente Katherinne, minha madrasta, não havia dado as caras em casa há três dias e suas duas filhas provavelmente estariam torrando dinheiro com compras ou qualquer outra coisa. O jardineiro só vinha uma vez na semana pela manhã para cuidar do jardim, o motorista particular da ex-mulher de meu pai fora dispensado durante aqueles dias e a governanta já deveria ter ido embora aquela hora.

Subi direto para o quarto e larguei minha bolsa em um canto qualquer do quarto próximo a porta assim que fechei a mesma.

Já entro no banheiro abrindo o cesto de roupas e jogando de qualquer jeito as que eu vestia ali dentro.

Assim que a aguá quente do chuveiro entra em contato com a minha pele sinto toda a tensão daquele dia esvair.

A pior quarta-feira da história.

Mas agora seríamos só eu, eu e eu mesma. 

Pelo menos eu pensei que seria até ouvir o espetacular som Work vindo do meu celular em algum canto do quarto.

— Se você vai sugerir um Happy Hour no Noctis pode esquecer. – digo ao atender enquanto me jogo em cima da cama.

Ela solta uma risada debochada do outro lado.

— Não estou propondo. Você tem meia hora até que Mika chegue aí com o carro.

Respirei  fundo na tentativa de evitar uma futura enxaqueca.  A última coisa que eu poderia querer nessa altura do campeonato era discutir com PJ pelo telefone.

— E não me venha com suspiros de cansaço e extresse. – ela prosseguiu – Não passei todo o percurso de volta pra casa convencendo Julie e Milton em vão. Esteja pronta quando ela chegar aí ou eu mesma te trago do jeito que esta.

— Não acredito que roupão de banho e toalha no cabelo sejam trajes adequados  para um pub.

— Concordo com você. Então vá se vestir e nos falamos depois.

Ela desligou antes que eu a mandasse ir para um lugar nenhum  pouco agradável.

[…]

Noctis era um pub estilo rústico-moderno localizado Leste de Seaford.

Não era muito conhecido e seus clientes eram quase em sua maioria os mesmos de sempre. Tranquilo demais para um pub, mas com um clima levemente agradável.

Logo na entrada era possível ver um balcão em formato de “L” ocupava ¼ do espaço do estabelecimento, com suas tradicionais banquetas amadeiradas altas de estofado vermelho-vinho.

Do outro lado do balcão, uma extensa estante ocupava toda a parede – por trás da bancada – com diversos tipos de bebidas. Haviam dois barman’s trabalhando naquele horário, atendendo a clientela ou limpando o tampo do balcão com seus panos de flanela.

A parede principal era composta por tijolos vermelhos onde pôsteres de bandas e filmes antigos ficavam espalhados e havia uma Juke Box que descontrastava totalmente com o estilo rústico do local no canto tocando alguma música que eu definitivamente. As outras duas eram de um tom claro de mogno. As mesas estavam, em sua maioria, cheias.

Mika chamou minha atenção com um estalar de dedos.

— Você tem ao menos noção do que estamos falando? – ela perguntou. Seus grandes olhos verdes claros contornados por uma fina, porém perceptível, camada de lápis preto me encaravam atentamente.

Mika estava como sempre impecável. Os cabelos castanhos levemente encaracolados estavam soltos, na altura do busto. Ela usava uma jaqueta jeans dobrada até os cotovelos cobrindo seu vestido branco de alcinhas com saia rendada.

— Dos falafels extremamente gordurosos que seu tio anda fazendo? – perguntei com o desinteresse claro e evidente em meu tom de voz.

Julie, que estava sentada ao seu lado, revirou os seus olhos. Pelo menos eu acho que foi isso. As vezes era um tanto difícil entender as expressões dela graças aos óculos que ela fazia questão de não tirar e sua franja cobrindo a testa não ajudava em nada.

— Eu me digno há vir até o outro lado da cidade só porque vocês tem preferência por esse barzinho e tudo isso pra ficarmos ocupando uma droga de mesa enquanto encaramos umas as outras? – ela disse ajeitando seu vestido azul florido.

De vislumbre pude vê-la batendo os pés calçados por uma sapatilha clara no pé da cadeira.

Julie havia se tornado um tanto temperamental com o passar do tempo. Acho que no fundo ela sempre havia sido assim. Julie era sobrinha de Katherine, minha madrasta, e consequentemente prima de Donna e Lorie. Lorie era uma garota tranquila. Nunca tive problemas, mas com Donna e Katherine já era o contrário.

Era um mal de família, porém Julie era mais controlada.

— Eu é que pergunto. Programei um Happy Hour estourando o horário pra nós e nem  os dois patetas deram as caras ainda?

PJ estava parada a nossa frente com seus típicos jeans escuros com um casaco xadrez vermelho, uma blusa de mangas curtas cinza e All Stars surrados. Os braços cruzados e sua bolsa, com sua câmera, filmes e outros equipamentos, pendia no lado direito do ombro.

Por um momento senti um certo alívio ao ver que não havia sido só eu a optar por roupas mais casuais.

— Minha avó me proibiu com todas as letras de sair de casa e eu tive que pular a janela do sotão. Tem noção do que é descer do terceiro andar por uma árvore? – ela perguntou, exasperada enquanto se sentava em uma das cadeiras vagas ao meu lado. -  A última coisa que pensei quando me mudei pra Califórnia foi que seria tão… monótomo.

Foi a vez de Mika revirar os olhos.

— Nos poupe do seu discurso de garota novaiorquina. Isso aqui não é a cidade grande.

—   Ah, por favor, isso aqui era pra ser uma noite divertida.  – ela disse por fim – Mika, ligue pra anta do seu namorado e diga que Wyatt só libera as bebidas pra maiores de dezoito. Então é bom que ele esteja aqui o mais rápido o possível.

Julie lhe lançou um olhar de reprovação.

— O combinado era que ninguém aqui iria se embebedar. Céus, nós temos aula amanhã!

Afundei um pouco mais na minha cadeira.

— Não vamos beber até cair, Julie. O único que atingiu a maior idade até agora foi o Jerry. Nós até podemos consumir as bebidas, mas só ele pode compra-las.

— E Wyatt já repetiu um zilhão de vezes que apenas Jerry poderia sair daqui sem saber o próprio nome. O resto de nós precisamos estar todos sóbrios. – Mika explicou enquanto digitava os números no celular – Fora que a Kim ainda tem dezesseis.

Bufei.

— Só até sexta, Mika.

Em torno de quase uma hora depois os garotos enfim chegaram.

As garotas discutiam sobre o que deveríamos fazer no meu aniversário enquanto eu respondia com “não”, “de jeito nenhum” e “nem morta”.

Até o instante em que Mika desviou sua atenção da tela do celular e focou em algo acima do meu ombro.

— Já não era sem tempo.

Giro meu corpo de maneira que posso encarar o mesmo que ela, então vejo dois garotos atravessando as portas da entrada.

Reconheci  Jerry, com os cabelos negros como petróleo e uma camiseta dos Beatles que lhe caía muito bem por baixo de uma jaqueta azul marinho. Os olhos castanhos escuros percorreram o local até nos encontrar em uma das mesas do canto. E bem ao seu lado estava Milton, alguns centímetros mais alto que o primeiro, os cabelos ruivos não contrastavam nenhum pouco com o suéter xadrez roxo, mas ele parecia nem ter percebido, a pele extremamente clara enquanto ele abria um sorriso adorável quando Jerry apontou para nós.

Mesmo após dois meses ainda era estranho ver apenas os dois sem a presença constante de Eddie.

— Debie, Loide. Finalmente decidiram compartilhar conosco a sua ilustríssima presença? – PJ se endireitou no assento na cadeira, a voz carregada de sarcasmo – Agora pelo amor de Deus, peça uma rodada de cervejas antes que eu arranque a cabeça de alguém.

[…]

A noite começou a desandar algumas horas depois.

Julie e Milton já haviam ido embora há um bom tempo. Graças há uma ligação repleta de xingamentos de Ty, o tio de Julie, e uma ameaça de ir até o pub ( mesmo que ele não fizesse ideia de onde ela estava ). Ao que parecia PJ não havia sido a única a sair escondida de casa e para evitar confusão Milton decidiu levar a namorada pra casa.

 Por algum motivo parecia que as pessoas resolveram explorar a cidade naquela noite de verão e acabaram encontrado o Noctis. O pub nunca me pareceu tão cheio nesse não exato um ano e meio em  que passei a frequenta-lo. Dois dos barman’s iam e vinham para todos os lados com bandejas nas mãos enquanto Wyatt, o dono, tinha um sorriso que quase rasgava seu rosto ao mesmo tempo em que atendia a clientela no balcão com a ajuda de um terceiro barman.        

Jerry e Mika haviam se perdido em meio ao vai e vem de pessoas e eu poderia apostar minhas gorjetas dessa semana na Mornig Express que eles estavam se pegando dentro do banheiro, e PJ estava ocupada tentando trocar a música da Jukebox enquanto ignorava sem muito sucesso um rapaz alto e de cabelos encaracolados que estava flertando com ela desde de o momento em que chegou.

Eu já estava no terceiro e último copo da noite quando enquanto listava mentalmente o que ainda me prendia ali, sentada em uma das mesas do canto com a companhia da bolsa de PJ e a jaqueta de Mika.

Até que a vida resolveu que poderia faltar uma hora para o fim daquele dia, mas ainda havia tempo para mais um terrível ocorrido. Mais um momento desastroso para me fazer odiar mais ainda esse dia.

As primeiras pessoas a entrarem em meu campo de visão foram as gêmeas Tobin, Donna e Lorie, que para o meu total desgosto eram minhas meia-irmãs.

Elas eram gêmeas, mas em nada se pareciam. Lorie tinha os cabelos loiros como os meus, porém mais volumosos, as pernas mais longas e um corpo escultural como o da irmã. Seus olhos eram como duas piscinas de águas verdes cristalinas no mesmo tom claro dos de Mika. O corpo coberto por uma camisa de listras vermelhas e brancas dobrada até um pouco abaixo dos cotovelos e shorts marrons claros de cintura alta. A pele clara fazia com que seus lábios cobertos um batom rosa claro se destacassem um sorriso um tanto inocente.

Já Donna com seus cabelos vermelhos e olhos escuros como a noite trajava uma blusa branca com um decote nada vulgar acompanhada de uma saia em tom de vermelho sangue. Ela se equilibrava perfeitamente em seus saltos finos, que em minha opinião eram armadilhas mortais para os pés.

As duas se dirigiram para uma das mesas mais próximas a entrada. Com certa dificuldade graças a quantidade de pessoas no local pude ver que um grupo as acompanhava. A distância não pude distinguir quem eram, mas pela jaqueta do uniforme do time da Seaford eu soube que pelos menos metade dos atletas estavam ali e não era preciso que eu olhasse por mais tempo para concluir que Donna e seus amiguinhos estavam todos ali. E isso não era nada bom.

Fui tirada dos meus pensamentos ao ouvir o som de uma cadeira sendo arrastada e logo PJ estava sentada ao meu lado me avaliando.

— Ta legal, Jerry já esta chapado e você até que parece estar legalzinha…

— Eu ainda estou sóbria.

— … Eu só bebi um copo e meio e Mika foi consciente o bastante pra ter optado a não beber nada já que ela vai dirigir. – ela listava enquanto guardava algumas moedas em um pequeno bolso localizado na frente de sua bolsa. – Que ótimo. Eu mal acabo de trocar a música e me livrar daquele babaca e tenho a bela visão desses trastes chegando aqui. Tem noção de que agora vamos ter que encontrar um outro lugar pra passar o tempo? Não bastava no colégio e em quase todos os lugares agora eles tem que vir ao Noctis? E credo! Deve haver meio Brooklyn aqui dentro…

Ela deixou a frase morrer no ar.

— É, incrível. Agora podemos, sei lá, virar madrugadas bebendo em um daqueles quiosques na praia. – eu realmente não estava tão bem quanto acreditava estar, mesmo que estivesse apenas tentando fazer piada com aquilo - E o que o Brooklyn tem haver com isso?

O refrão da música que ela havia escolhido ecoou por todo o pub em um volume bem mais alto.

— Droga, Kim, onde estão aqueles dois? – ela perguntou enquanto algo parecido uma expressão de desespero ( ? ) tomava sua face.

— Provavelmente se agarrando por algum lugar. Só deixe eles e ignore os outros.

— Que merda, você não viu isso? – mais uma vez ela perguntou, agora focando toda sua atenção em mim. A pele levemente parda ficando cada vez mais branca e destacando sua poucas sardas – Kim, ele ta aqui! Jack esta aqui e veio junto com as suas irmãs e os outros.

E é aí que eu repito. A vida resolveu que poderia faltar uma hora para o fim daquele dia, mas ainda havia tempo para mais um terrível ocorrido.

E outra situações eu teria dado um belo tapa com direito a deixar marcas das pontas dos dedos em seu braço ao ouvir “suas irmãs”, mas sabia que se esse fosse o caso ela não teria dito isso. Porém tínhamos problemas maiores.

— Ele foi em direção ao balcão. – ela já se levantando e pendurando sua bolsa novamente nos ombros enquanto revirava os bolsos da jaqueta de Mika até encontrar as chaves do carro e joga-las em minha direção. – Mika estacionou o carro no final da rua, vá até lá e me espere com os outros dois na porta. Eu vou pagar a contar e já trago os dois.

Mas antes que eu pudesse se quer me levantar o barulho de várias garrafas de vidro se quebrando se sobrepôs sobre o som da música.

Nos entreolhamos como que esperando um sinal divino de que havia sido um acidente ou eram outras pessoas.

No entanto alguém desligou a Jukebox e pudemos ouvir alguém gritando algo que não fui capaz de idendificar, mas eu conhecia aquela voz. Mesmo apesar das alterações que ela havia sofrido eu ainda era capaz de distingui-la.

PJ continuou me encarando como se esperasse um sinal da minha parte que confirmasse se era realemente isso.

Assenti em confirmação e nós duas nos dirigimos ao circulo que se formava em volta do balcão. Conseguimos afastar várias pessoas e ouvimos a voz de Mika gritando um “Pare”.

O único empecilho a nossa frente era uma garota de compridos cabelos castanhos mel e um vestido azul. Minha vontade era de tirar atenção da luta da noite, Brewer X Martínes, e arrancar a cabeça de Hearther Clarke por ela ter tido a brilhante ideia de atravessar a droga do sinal verde e ter me feito bater naquele maldito poste. Eu não estaria sem o carro, não teria me atrasado pela manhã e teria tido menos dor de cabeça naquele dia. Eu poderia passar a noite assistindo filmes em meu quarto enquanto pensava que Jack havia voltado e não haveriam motivos pra ter que ir até ali.

Era como um ringue formado bem ali. Parte do balcão formava um dos lado e a multidão em volta cercava não tão pequeno espaço onde eles se encontravam.

Mika estava de pé segurando Jerry pelo braço direito com força. A jaqueta azul de Jerry havia se perdido por algum lugar e sua camisa preta estava molhada assim como parte do braço. Haviam o que pareciam ser três garrafas, duas de vodka e uma de Jack Daniels, quebradas bem a frente dos dois.

Do outro lado estava Jack. Seus cabelos castanhos haviam crescido um pouco mais durante o tempo em que esteve fora e ele havia tirado a franja. E ele obviamente assim como todos crescerá, mas seu fisíco havia mudado e muito. Ele já não parecia mais tanto assim o garoto de 13 anos que eu me recordava. O corpo antes magro havia tomado forma e mesmo coberto por uma camiseta branca e uma camisa de flanela vermelha era possível ver os músculos se retraindo com sua respiração pesada.

Afastei Heather um pouco para direita de maneira que houve espaço o suficiente para que PJ e eu pudessemos passar e logo estavamos ao lado de Mika.

— É bem do seu tipo mesmo. Você s acha o fodão pra sair fazendo o que bem lhe convém e ainda acha que todo mundo tem que entender seus motivos? Não passa de um bastardo de merda que esta sempre fugindo quando não aguenta mais apanhar.

— Oh, Oh. E logo você vem se achar no direito de me dizer isso? Parece até que esqueceu quem é que estava com você em todas as você que alguém se quer te ameaçava.

Eu quase pude sentir minha garganta se fechando de maneira que bloqueasse a entrada de ar em meus pulmões e o coração parando. Jerry estava com um cheiro forte de acool devido a bebida entornada em si e ele havia bebido mais do que pensei que realmente pensei que beberia. Nem Mika com sua voz  doce havia conseguio tira-lo dali antes que os dois iniciassem a troca de elogios verbais. Ele estava sem freios no momento.

— Você sabe que não é disso que estou falando. A proposta de emprego da sua mãe foi só uma desculpa pra você ir pra Chicago, não? Nós dois sabemos que você não aguentou.

E Jerry havia tocado na droga da ferida.

— Não se meta no que não lhe diz respeito. – Jack fociferou dando um passo a frente.

Brody Carlson estava a sua direita juntamente com Carson Hunter e Tonny Willians. Era uma clara desvantagem se levando em consideração que Brody e Carson eram faixas preta assim como eu, Tonny era o Running Back do time da Seaford enquanto Mika sabia cozinhar comidas árabes muito bem e PJ tinha uma mão um tanto pesada e a habilidade de tirar ótimas fotos com sua Nikon.

— Grace sentiu tanta dor quanto você e nem por isso deixou a cidade. Meus parabéns, Brewer, sua prima é mais digna de respeito do que você.

Antes que Mika pudesse apertar o braço de Jerry com mais força sinto uma mão se fechar ao redor do meu braço e sinto meu corpo ser puxado com rapidez pra trás ao mesmo tempo em que o mesmo acontece com PJ. Mika tem sua cintura envolvida por braços finos, porém ageis e agora a uma distância mais segura vejo Jack se aproximar rapidamente e atingir Jerry com um soco de direita no nariz, em cheio.

Assim que os dois rapazes que nos seguravam se afastam um pouco Mika tenta ir ao auxílio do namorado, mas é impedida quando PJ e eu a seguramos novamente.

Jerry se afasta com três passos ainda cambaleando pra trás. As mãos foram direcionadas para o nariz que logo começara a sangrar. Era uma surpresa que ali ainda estivesse de pé depois de ingerir tanto alcool.

Contudo ele logo se recuperou e avançou em direção ao outro lhe atingindo com uma joelhada no estomâgo, fazendo-o se desequilibrar e cair sentado em um dos bancos acolchoados que rodeavam o grande balcão.

As pessoas gritavam diversos insentivos para que os dois continuassem, um dos barman’s estava em um telefone a fio atrás do balcão próximo a porta provalmente ligando pra a polícia.

E logo Jack estava de pé novamente e em um piscar de olhos este se lançara sobre Jerry. Os dois desabaram no chão em meio a tapas e socos.

Os telespectadores da briga que corria solta pelo pub se aproximaram ainda mais ao redor dos dois, mas ninguém parecia estar interessada a dar um fim naquilo tudo. Na velocidade de um relâmpago me lembro de Wyatt e me pergunto onde ele estaria em meio a tudo aquilo.

Mika se debatia com mais força do que eu achava que ela seria capaz de ter enquanto olhava em choque Jack ficar por cima de Jerry e distribuir vários socos em uma velocidade aterrorizante. Assim que o desespero inicial se esvai ela foca nos três garotos com expressões ainda perplexas em seus rostos e grita a alto o suficiente para que as veias em seu pescoço ficassem aparente.

— O que estão olhando?! Façam alguma coisa!

Quando finalmente se deram conta os três, com a ajuda de dois rapazes, que eu julgava serem os mesmos que nos afastaram de Jerry antes que Jack desferisse o primeiro golpe, conseguiram separar os dois.

O rosto de Jerry estava coberto por uma quantidade alarmante de sangue, o canto direito da boca inchado e os braços com vários cortes. Jack tinha o lado direito do rosto quase todo tomado pelo inchaço do olho e um corte que aparentava ser profundo no queixo. Sua camisa estava com várias manchas de sangue.

Brody e Carson levaram o amigo pra fora e logo a multidão havia voltado a suas mesas e algumas pessoas provavelmente bêbadas dançavam ao som de Elvis Presley. Como se a coisa mais sensata a se fazer após uma briga de bar fosse ligar a Jukebox.

Jerry, com o auxílio de Mika, havia se sentado em um dos bancos próximo ao balcão. Um dos barman’s, o  que estava ao telefone há alguns minutos atrás, fez um sinal com a cabeça chamando PJ.

— Eu já volto. – foi tudo que ela disse antes de afastar.

Me sentei ao seu lado.

— Jerry, qual o seu problema? Por que fez aquilo?

— Você nem tem noção das coisas que ele falou, do jeito que chegou aqui ou algo do tipo, Kim. – ele disse como se estivesse enrolando a língua. Só não sabia se já eram os efeitos do álcool o derrubando aos poucos ou se havia sido causado após os diversos socos desferidos no rosto.

Olhei pra Mika em busca de respostas, mas tudo que tive foi um mover de lados que formava “Conversamos depois”.

— Ãhn, gente, acabei de falar com Ian e já paguei pelas bebidas. – PJ disse enquanto se aproximava e devolvia a jaqueta de Mika que ainda estava pendurada em sua bolsa. – Ele chamou a polícia e eles devem chegar aqui em cerca de alguns minutos.

— Beleza, vocês duas conseguem leva-lo até lá fora sozinhas ou precisam de ajuda? – pergunto enquanto procuro pelas chaves do carro de Mika nos bolsos da calça.

— Vai indo, ele não pesa muito e do jeito que esta até que será fácil.

E com certa dificuldade as duas passam os braços de Jerry com por cima de seus ombros e o auxiliam para a saída.

Haviam vários carros estacionados pela rua, mas apenas algumas poucas pessoas andavam por ali a essa hora.

No caminho até o carro Jerry vomitou o suficiente para que eu acreditasse que ele faltava pouco por algum órgão interno pra fora e assim que conseguimos senta-lo no banco traseiro do carro ele apagou.

O combinado era que Mika iria dirigindo por não ter bebido, mas naquele momento nós nem havíamos lembrado desse detalhe. Ela foi sentada ao lado de Jerry enquanto eu fui no banco do carona e PJ foi guiando o carro pelas ruas quase que desertas de Seaford.

A última coisa que vi quando viramos a esquina foram as luzes vermelhas e azuis da viatura vindo pela avenida e parando bem em frente ao pub onde estávamos.


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Notas finais do capítulo

Vamos combinar, merece parabéns, né?! Eu sou de longe uma pessoa nada segura de si e já me mandaram para de encontrar defeitos em tudo que faço, mas pelo amor de Deus! Eu amei esse capítulo! Pra galera que deu uma lida naquela outra versão da história, sacaram a diferença da briga de uma pra outra?
Alguém aí já assistiu os trailers que foram liberados de Como Eu Era Antes de Você?! E o clipe?! Gente, ta muito perfeito! Eu estou ansiando pela estreia aqui no Brasil *-*!!!
E é amanhã o lançamento da nova série do Rick Riordan, The Trials of Apollo! Eu tô esperando há uns dois anos pra saber o que acontece após O Sangue do Olimpo e não vejo a hora de ter O Oráculo Oculto em mãos!

Então gostaram?
Favoritem e recomendem!
Sejam educados e deem um oi para a autora