E se tudo mudar? escrita por Fuqboi


Capítulo 12
And we all fall down


Notas iniciais do capítulo

Heye! Muito obrigada à Nicoly Simarque por ter favoritado a fanfic ♥
Espero que gostem '^'
*Leiam as notas finais*



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Dan e Natalie interromperam o assunto quando escutaram a porta sendo aberta, dela foi permitida a visão da tal mulher que ficava de guarda. Ela tinha consigo duas pequenas caixas de isopor e garrafas d'água.

Os deixou perto da porta e fez menção de sair.

— Espera! — Dan se levantou rapidamente e se aproximou da mulher, ele não sabia o porquê, mas tinha uma certa curiosidade em relação à ela, talvez fosse a lacuna que precisava para escapar. A mulher se virou novamente e informou:

— Eu já lhe disse que não possuo autorização para lhe revelar o meu nome — mantinha uma postura rígida, mas pouco natural como se estivesse se esforçando.

— Eu sei — ele respondeu, apenas tentando testá-la. — O que faz aqui além de receber ordens e vigiar crianças indefezas? — Ou nem tanto..., pensou consigo mesmo.

— Continue á me fazer perguntas, que eu irei confirmar mesmo se vocês são "indefesos" — respondeu  firmeza semicerrando os olhos, e saiu trancando a porta.

— Certo, o que foi isso? — Natalie perguntou, um pouco confusa, tentado descobrir o que se passava pela mente de Dan, não sabia como, mas tinha certeza de que ele planejava algo, e uma sugestão do que seria.

Conforme as suspeitas dela, Dan realmente pensava em algo, poderia lhe ser útil.

Deu um meio sorriso ao cogitar algumas opções que teria de fuga, mas isso não seria feito de estômago vazio.

— Estou com fome! — sem pensar duas vezes foi até uma das caixas para abri-la, ignorando totalmente a pergunta, mas não se agradou com o conteúdo. — 'Pô, eles devem ter trocado nossa comida com a dos cachorros! — reclamou indignado ao ver um pão velho com alface não-tão-novo.

Natalie pegou a sua e se sentou na cama, ao perceber que havia recebido o mesmo que o garoto, não ficou nem um pouco contente.

— Ugh! Não é possível! — disse afastando o pseudo alimento imediatamente.

— O que foi? Ficou surpresa porque sua querida mamãe não mandou lhe prepararem um desses pratos com o nome mais difícil que latim? — perguntou, mas percebeu que havia falado demais, de repente a garota olha em sua direção incrédula.

— I-Isabel? 

— Hm... é — disse um pouco receoso, ainda sentado no chão e apoiado na parede. — Foi mal, não devia ter falado, mas ela também está controlando isso aqui — levantou as mãos num ato para generalizar o local.

— Então ela mandou lhe sequestrarem...

— Não... Sim, quer dizer mais ou menos. Parece que alguma coisa deu errado e você foi sequestrada no lugar da Amy... — parou a frase subitamente, ele sentia muita saudade de sua irmã mesmo que não demonstrasse, mas resolveu afastar os pensamentos tão rapidamente quanto vieram, afinal ele iria revê-la, não é mesmo? Talvez não estivesse muito seguro, porém se esforçava ao máximo para pensar em algo que o ajudaria a rever sua família.

— Hm... Você precisa terminar de me informar sobre o objeto que os Vesper tanto desejam — tentou mudar de assunto, pois falar de Isabel também não à agradava muito.

— É um anel. Além do soro.

— Eu já sei sobre o soro. Mas como é o anel, bonito, alguma joia?

— Se com "joia" você quer dizer uma engrenagem... — notou que ela não perguntou nada e continuou:

— É estranho.

— "É estranho", só isso?

— Quer que eu diga o quê? "Nossa o anel é fabuloso, ele só parece uma engrenagem velha e com uns rabiscos completamente estranhos, mas tirando isso é a joia mais perfeita que já vi"? — disse modificando um pouco a própria voz para parecer que era outra pessoa falando. Finalizou a frase com uma expressão estranha.

— Porque eu ainda acho que você tem salvação? — comentou para si mesma.

— Porque eu sou demais!

Tão modesto..., pensou ela irônicamente depois de suspirar com desinteresse.

***

"So what I'm really tryin to say is

And what I hope you understand

Is despite all the imperfections of who I am

I still wanna be your man

I know it hasn't been easy for us to talk with everyone being around

But this is personal, this is for me and you

[...]

And I know the seasons may change

But sometimes love goes from sunshine to rain

But I'm under this umbrella and I'm calling your name

And you know I don't wanna lose that"

(N/A: "Então, o que eu realmente estou tentando dizer é

E o que eu espero que você entenda

É que apesar de todas as imperfeições que tenho

Eu ainda quero ser seu homem

Eu sei que conversar não tem sido fácil para nós com todo mundo por perto

Mas isso é pessoal, pra mim e pra você

[...]

E eu sei que as estações podem mudar

Mas às vezes o amor vai de sol à chuva

Eu estou sob esse guarda-chuva e eu estou chamando seu nome

E você sabe que eu não quero perder isso" — Heartbreaker, Justin Bieber.)

Ian seguiu para o jardim da mansão após comentar com Amy que iria se retirar. Não suportou ficar escutando palpites sobre os casos e saiu, o motivo inicial seria espairecer, mas ao chegar no local automaticamente sentimento nostálgico tomou conta de si.

Ali, muitas lembranças retrocediam de maneira absurda, e foi ao se sentar num relevo do solo coberto pela grama precisamente verde que lembrou-se de Natalie quando criança correndo livre pelo gramado, talvez livre de preocupações, mas como sempre, Isabel a restringia do ato alegando não fazer bem para ele e que sujaria sua roupa.

Um passado ferido pela presença de alguém que deveria transmitir carinho, cuidado, atenção aos filhos, mas tratou de criá-los como máquinas. Ian e Natalie viveram na utopia de o amor de Isabel ser verdadeiro.

Muito mal foi desferido da mesma, e tudo por um "bem maior", como disse para os filhos há algum tempo. Afinal o que seria esse "bem maior"? A Vitória dos Vesper sobre os Cahill? O mundo temendo a organização? Talvez, mas seja qual fosse os planos dos Vesper, a família Cahill iria intervir, dessa vez sim por um bem maior: pelo futuro da humanidade. Tinham vidas em jogo, muitas.

Enquanto observava a copa da árvore à sua frente, Ian jurava que Isabel iria pagar por tudo que cometeu, todos os assassinatos, intrigas, tentativas de homicídio, e acima de tudo por ter existido. Afinal os Lucian não eram frios?

Nesse momento ele sentiu sobre sua pele, gotas, início de uma precipitação que se intensificou consideravelmente de maneira rápida.

Ele não se preocupou com sua roupa — que certamente sofreria algum dano —, nem com o cabelo, muito menos com o possível resfriado que teria. Só permaneceu ali, parado, observando tudo em seu campo de visão, sem mover algum músculo.

Até que por talvez raiva, angústia, um simples momento de vulnerabilidade, uma lágrima escapou seguida de outras poucas.

Não se sentiu receoso ou com medo por estar em tal situação — ninguém iria o repreender —, deixou ao menos uma vez em sua vida aquele peso se esvair de si.

— Afinal que irá perceber minhas lágrimas na chuva? — perguntou a si mesmo em baixo tom de voz.

— Eu — ele reconheceu a voz de imediato, o simples ato de Amy pousar a mão sobre seu ombro e se sentar ao seu lado, o fez se sentir mais reconfortado. Ela suspirou e direcionou o olhar às órbis de Ian. — O que faz aqui? — perguntou suave como se estivesse conversando com uma criança que altera de humor facilmente.

Ian nada respondeu, apenas a fitou por um instante, logo a puxando para um abraço — depois de se levantarem — que foi correspondido pela mesma, ele firmou os braços em sua cintura, e ela acima dos ombros dele, Amy pousou a cabeça em sua clavícula.

— Eu sei que não é fácil — ela disse num fio de voz.

— Te admiro muito Amy Cahill — respondeu.


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Notas finais do capítulo

1- O capítulo não ficou do jeito que eu esperava (um pequeno bloqueio me impediu de escrever mais, por isso está curto).
2- Talvez o próximo capítulo saia da rotina (sexta-feira) porque semana que vem iniciam as provas, então meu tempo livre faz puff! Mas vou ver se começo a escrevê-lo hoje.
Kisses, até. ♥ e.e