Won't You Marry Her? escrita por Bibs Elric


Capítulo 1
Capítulo 1 - Follow Your Heart


Notas iniciais do capítulo

Me inspirei nas cenas do episódio 12 da 1ª temporada de Shadowhunters, Malec, para escrever a fic. Os diálogos são praticamente todos da série (copiei a legenda da Netflix para ficar fiel), exceto uma fala do Magnus, e quem não leu os livros pode ficar um pouco confuso com algumas coisas da parte do Magnus, mas nada que realmente afete o entendimento da fic.
Enjoy xx



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Estava chovendo.

Magnus pensou no que o jovem caçador de sombras estaria fazendo; muito provavelmente, planejando o casamento com a bela Branwell.

Isabelle Lightwood havia mandado uma mensagem havia alguns dias convidando-o para o casamento, visto que a garota vinha acompanhando a difícil tentativa de relação entre o irmão e o feiticeiro. Bane precisava admitir que achava a caçula Lightwood interessante, para dizer o mínimo. Diferente de Alexander, a garota não tinha o menor pudor de admitir que se relacionava com integrantes do submundo, muito pelo contrário; talvez o fizesse de propósito.

Ele não sabia se deveria ir de fato. Já havia tentado, de todas as maneiras que podia imaginar, convencer o garoto a desistir da ideia absurda de se unir a Lydia Branwell pelo nome da família, mas mesmo assim terminou sozinho com uma taça de vinho cheia. Suspirou levemente.

O gato que andava rondando o local subiu em seu colo. Magnus considerou adotá-lo, talvez para lhe fazer companhia no lugar do jovem Ligthwood.

— Poderia chamá-lo de Presidente Miau – cogitou, recebendo do animal apenas um miado em resposta. Deu de ombros.

A verdade é que não se atraía tão seriamente por alguém desde Camille Belcourt, anos antes, e aquilo não acabara bem. Fez uma careta ao lembrar-se de como Ragnor gostava de criticá-lo por isso. O amigo esverdeado não tinha um pingo de compaixão. Mas havia algo interessante no filho mais velho de Maryse e Robert, algo que havia chamado sua atenção no dia em que Clarissa Fairchild o buscou por ajuda. Jamais imaginou se apaixonar por um caçador de sombras.

E isso o levou direto à lembrança de Will Herondale e Tessa Gray. Imaginou o que a feiticeira lhe diria se ele lhe contasse o que estava acontecendo. Ela o encorajaria, ele sabia. Se havia algo no qual Tessa acreditava, era o amor.

Sentia falta de Ragnor, apesar de não querer admitir. Pensou em como Raphael receberia a notícia de que o único feiticeiro de quem gostava tinha morrido e suspirou. A chuva parou. Levantou-se e buscou o velho álbum de fotos, encontrando uma esquecida foto retratando ele, o amigo verde e Camille, na época vitoriana. Sentia falta do amor que sentia antes de ter seu coração quebrado pela vampira.

E foi assim que sua consciência projetou Fell à sua frente, aconselhando-o do modo crítico que costumava fazer, mas não tanto como era normal. Talvez sua mente o fizesse amenizar as críticas do amigo e deixá-las mais parecidas com as tentativas amigáveis de aconselhamento de Catarina.

— E embora você não vá acreditar em mim, um dia, alguém vai aparecer e vai derrubar esses muros que construiu em torno do seu coração. E quando o amor voltar para você, deve fazer todo o possível para lutar por ele.

E foi com essas palavras que Ragnor o convenceu. Magnus se levantou. O gato, que há muito já tinha se afastado, se aproximou com um olhar curioso, quase como se perguntasse o por que do feiticeiro estar falando sozinho, apenas para logo em seguida ir embora novamente.

Magnus suspirou. Precisava interromper um casamento. E precisava fazê-lo com estilo.



Alec não conseguia parar de pensar nas palavras de Magnus, e vendo Lydia e Isabelle correrem pelo Instituto para organizar o casamento, sentir um pouco de culpa foi inevitável. Sabia que deveria parar de pensar no feiticeiro. Estava prestes a se casar com a bela loira, tinha decidido manter a honra da família, fazer o que era certo; afinal, “a Lei é dura, mas é a Lei”.

Magnus Bane tinha intrigado Alexander desde o primeiro momento. O modo como o feiticeiro falava e se vestia, como deixava tão claro o modo como pensava. Alec não sabia como agir perto de alguém tão aberto que nem Bane. Jamais admitira, até para si mesmo, o quanto gostava de Jace. O loiro era seu parabatai, tentava se convencer disso, pelo menos; e então Magnus simplesmente surgiu e o fez se questionar sobre tudo. E Alec odiava tal falta de controle.

Izzy era a irmão rebelde. Era ela quem saía com integrantes do submundo, era ela quem fugia escondida do Instituto para encontros e festas. Alec era o irmão mais velho, o correto, o que seguiria os passos dos pais (no bom sentido – não com algo como o Ciclo) e que era o garoto modelo. Não, Alec não se apaixonava por integrantes do submundo, em especial feiticeiros. Nem por homens. Ainda mais por feiticeiros homens. Que adoravam glitter.

Ao fazer as pazes com Jace, sabia que o amigo também o estava apoiando a ficar com Magnus, mas ele e Izzy não entendiam. Sabia que ficariam ao lado dele no casamento, mas estariam esperando que ele mudasse de ideia. Izzy, Jace, até mesmo Clary. No fundo, Alexander acreditava que os únicos felizes com a ideia do casamento eram Maryse e Robert – depois de um período de negação inevitável.

Não pensou em mudar de ideia em momento algum. Mesmo quando viu Lydia se aproximar, deslumbrante no vestido dourado de casamento, e não sentiu nada, Alec não pensou em mudar de ideia. Nem quando o Irmão do Silêncio os pediu para se marcarem. Foi só quando o feiticeiro interrompeu a cerimônia, cortando a fala de Maryse e parando no meio do corredor, que o jovem caçador de sombras pensou que talvez, apenas talvez, o casamento não fosse uma boa ideia. Naquele momento, o mundo parou, e só o que Alec conseguia pensar era que Magnus estava mais belo nas roupas pretas casuais do que Lydia em seu vestido dourado. Foi só quando a garota chamou sua atenção que ele percebeu que o casamento ainda continuava.

— Não consigo respirar – foi tudo que saiu de sua boca. Lydia abriu um sorriso, e ele pensou que talvez ela entendesse o turbilhão de pensamentos em sua cabeça.

— Eu sei. Está tudo bem.

— Não posso fazer isso – ele viu o sorriso dela se desmanchar. – Achei que estivéssemos fazendo a coisa certa, mas não é assim.

— Não tem que se explicar – ele percebeu que, apesar dela acreditar que ele seguiria seu coração, ela não queria ser deixada sozinha no altar.

— Lydia, eu sinto muito.

— Você merece ser feliz – mas ela não reclamou. Pelo contrário, estendeu a mão e tocou sua bochecha, num gesto quase fraterno.

— Eu vou ficar bem – ela continuou e, naquele momento, ele sabia que poderia contar com Lydia Branwell sempre que precisasse. Ela o ajudaria. E foi com essa certeza que ele se virou e encarou Magnus, que o observava fixamente como se dissesse:

— Vamos, Alexander, quero ver você se casar. Prove tudo aquilo que me disse.

Mas Alec não podia. E, por isso, desceu do altar e seguiu em direção ao feiticeiro, vendo o rosto da mãe se encher de dúvida.

— Alec, o que está fazendo?

— Chega – o garoto interrompeu Maryse sem que ela pudesse sequer terminar a frase. E foi automaticamente e sem pensar duas vezes que o garoto puxou Magnus pelo colarinho para um beijo.

Não viu o sorriso orgulhoso crescer no rosto de Jace, nem a expressão de trabalho cumprido de Isabelle. Não viu Clary e Simon sorrirem com genuína alegria e com certeza não viu o olhar horrorizado da mãe e o desconforto do pai. Não, Alexander estava muito ocupado com Magnus, a sensação dos lábios do feiticeiro nos seus, das línguas se entrelaçando, dos corpos tão perto, dos corações batendo juntos. Sentiu o leve hesitar do outro no começo, a insegurança de que aquilo não fosse real ou certo, mas Alec sabia, enquanto beijava Magnus, que era aquilo que ele queria. Aquele momento em que podia ser ele mesmo.

E quando se separaram por falta de ar e se encararam, o mais velho dos irmãos Lightwood viu o medo de que aquilo acabasse nos olhos do parceiro e investiu para outro beijo. Foi só então que tomou consciência dos olhares, das pessoas julgando e aceitando, dos murmúrios de surpresa que enchiam o salão.

— Você nunca para de me surpreender, Alec – Magnus disse, sorrindo, após se separarem, e o garoto reparou que fora chamado pelo apelido e não pelo nome. Era estranho ouvir o feiticeiro chamá-lo assim.

— É... O que eu fiz? –deixou escapar de sua boca e virou-se em direção ao altar, finalmente vendo as expressões nos rostos da mãe e do pai, que não demoraram a sair do local. Foi Isabelle quem chegou até ele apressadamente e lançou um grande sorriso aos dois.

— Alec, estou muito orgulhosa de você.

Ele sabia, pelo rápido olhar que Magnus lançou a ela, que havia sido Izzy quem convidara o feiticeiro. Antes que pudesse agradecê-la ou falar algo, o vampiro – Simon – se aproximou e começou a tagarelar.

— Gente. Isso foi incrível. Foi como ver A Primeira Noite de um Homem ao vivo – Alec não fazia ideia do que era aquilo, mas Magnus parecia estar se divertindo. – Sabem aquele filme incrível com o Dustin Hoffman?

Ele apontou subitamente para o feiticeiro, que foi para trás surpreso, mas com uma expressão divertida no rosto.

— Você era Ben. “Elaine!”. E você era Elaine – ele se voltou para Alec novamente. – Uma versão alta, masculina e elegante dela, mas no altar, você estava tipo... “Ben!”

O caçador de sombras não sabia se ria da péssima atuação do ex-mundano ou se o expulsava dali o mais rápido possível, mas tanto a irmã quanto o feiticeiro ao seu lado pareciam entretidos demais na história do garoto. Magnus parecia particularmente curioso para saber aonde aquilo tudo iria dar.

— E então agora estão sentados no ônibus no final do filme, ambos completamente chocados e pensando: “o que vamos fazer agora?”. Sabem? – era o suficiente para ele.

— Quem convidou o vampiro? – ele viu o rosto de Simon se fechar e o de Magnus se abrir em um sorriso, enquanto Izzy lhe lançava um olhar repreensivo, mas não estava de fato incomodado. Ali, com a irmã e o feiticeiro ao seu lado, estava bem. Sabia que teria de enfrentar os pais mais tarde, que seria julgado pelos outros caçadores de sombras, mas nada importava. O que importava era que, por alguns minutos, ele estava sendo ele mesmo. E, naquele momento, aquilo era suficiente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado XD xx Bibs



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