Segunda Chance - 2ª Temporada escrita por British


Capítulo 17
Ambos perdidos


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal :D Acredito que este seja o penúltimo capítulo da fanfic! Sim, está acabando! O próximo deve ser o último capítulo e depois devo postar um capítulo bônus. Obrigada a quem está acompanhando! :D



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Sasuke havia perdido algo dentro de si. Não, não perdera Sakura. Não ainda. Mas algo o levava a crer que algo errado estava acontecendo com eles. Já não pareciam mais o casal perdidamente apaixonado que eram anos atrás. Cada dia que passava, as brigas se repetiam. Sempre as mesmas brigas, os mesmos motivos. O beijo entre Kiba e Sakura só sentenciou para Sasuke o que ele já sabia: havia algo errado. Talvez fosse ele. Talvez ela. Quem sabe os dois? Precisava colocar os sentimentos, melhor, os pensamentos no lugar. Não cabia tomar nenhuma decisão com cabeça quente, afinal só magoaria Sakura dessa forma.

Quando pegou o avião rumo a Londres sem nenhuma despedida, ele sabia que estava desesperado, inseguro. Quando Sasuke Uchiha havia se tornado tão inseguro? Talvez fosse desde que viu Sakura criar asas e voar. Sim, ela estava voando e para longe dele. Sasuke fingia não ligar, mas sabia que Kiba era importante para a namorada. Tanto que Sakura o agradeceu por não pedir que ela se afastasse do rapaz. Embora Kakashi fosse um imbecil e não gostasse dele, o sogro tinha razão ao apostar no melhor amigo de Sakura como um rival à altura. Kiba era.

Nem Sakura tinha percebido ainda. Mas ela também estava encantada com Kiba, com o riso fácil e com a falta de pressa. Kiba queria construir uma carreira, queria conquistar o mundo e aí, só depois disso, pensar em família, em casar, em ter filhos. Sakura tinha pulado uma fase por causa de Sasuke. Para viver aquele amor, ela viveu uma rotina de casada quando ainda era muito menina. Não queria abdicar dos estudos, do sonho de ser médica. Sasuke concordava com ela nesse ponto.

No entanto, os planos de Sakura adiavam os seus. Sasuke passou a ser ver tão atormentado com a possibilidade de ser pai mais velho. Seis anos era o tempo mínimo que Sakura pedia, mas e se depois de se formar ela quisesse se doar ao hospital? Ou se quisesse fazer uma pós-graduação? Mestrado? Doutorado? Sasuke já imaginava os dois largando o futuro bebê com uma babá ou então com a vó para que trabalhassem. Pensar nas milhares de possibilidades do destino o agoniava. E se no meio do caminho Sakura o largasse? Se alguém como Kiba – por que não o próprio? – a levasse embora?

Assim que chegou ao apartamento, tomou um banho e parou de se atormentar com possibilidades. Deveria ser racional dessa vez. Aflito, ele ligou para Suigetsu e pediu que o amigo o socorresse. Bom amigo que era, o homem não demorou mais do que uma hora e meia para tocar a campainha do apartamento. Após cumprimentar Sasuke, Suigetsu notou que o amigo estava mais abatido do que num dia após plantão. Nem parecia que estava aproveitando suas férias.

— Sakura não voltou com você? – Perguntou assim que se acomodou no sofá.

— Como eu te disse por telefone, nós brigamos. – Confessou Sasuke.

— E aí você a abandonou em Konoha com o tal de Kiba? – Questionou Suigetsu.

— Não, ele também regressou a Londres. Ela está com a família lá.

— Bem, não acho que isso vá te ajudar. Afinal, o pai dela te odeia, certo?

— Acho que ódio é algo muito forte. Ele só não me acha o certo para a filha dele.

— Tanto faz. Vai te envenenar contra ela. – Revirou os olhos.

— Que seja.

— Sasuke, você ama essa mulher? Pare de agir como uma garotinha insegura! Lute por ela!

— Um relacionamento em crise é pior de salvar do que um que já acabou. – Pensou Sasuke.

— Por que?

— Quando algo acaba, tem sempre como recomeçar. Do jeito que tá, parece que estamos encurralados num beco sem saída. – Disse Sasuke frustrado.

— Você não sabe por onde ir? Quebre a parede ou pule o muro que os separa. – Sugeriu Suigetsu.

— Acho que eu nem sei exatamente o que nos separa.

— Eu acho que sei. Você não se acha bom o bastante. Não é a Sakura que quer outra coisa, é você! Foi você que ficou chateado por não ser pai agora. Foi você que se sentiu ameaçado por um outro cara. A Sakura tá lá. Sempre tentando ser paciente com as suas inseguranças, quando ela mesma deve ter as dela.

— O que eu faço Suigetsu?

— Espera ela voltar e decida. Quer essa mulher com tudo que ela pode te oferecer ou quer recomeçar sem ela? Quando eu digo “tudo que ela pode te oferecer” não quer dizer “tudo o que você deseja que ela ofereça”. Você tem que aprender a ceder, Sasuke!

—  Eu falei para ela que esperarei o tempo que ela desejar para termos um bebê.

— É um começo. Mas a briga final foi por causa do Kiba né?

— Foi.

— Você acha que ela tem algum interesse nele?

— Ela permitiu o beijo. Isso quer dizer alguma coisa não?

— Quer dizer que ela se importa com ele, mas não quer dizer que ela vai te largar, Sasuke!

— Quando ela voltar, eu vou resolver isso. Mas e quanto a você? Como vão as coisas com Karin?

— Ah, ela está bem! Está com três meses de gravidez e eu to muito feliz.

— Fico feliz por você. Acho que o mais me magoa em esperar é ver que os filhos dos meus amigos não vão ser amiguinhos dos meus. – Lamentou Sasuke.

— Ah, Sasuke, até lá eu obrigo a Karin a engravidar de novo só pra que nossos filhos sejam amigos está bem? Tenho certeza que Naruto vai gostar da ideia também!

— Obrigado pelo apoio moral, Suigetsu!

— Amigos servem pra isso! Agora, deixa de ser besta e se acerte com a Sakura! Todos os casais tem crises, vocês só precisam superá-la!

— Eu vou tentar!

[...]

Em Konoha, Sakura já estava tentando dormir há horas, mas não conseguia. Sua cabeça estava distante, seus pensamentos em Sasuke, em Londres, em como encontraria sua vida fora do lugar no dia seguinte. Após o namorado deixá-la, Sakura não procurou ninguém. Resolveu ficar quieta no seu canto, pois sabia que, se corresse para o colo da mãe, seu pai tentaria lhe dizer como agir. Tudo que Sakura menos queria era ver Kakashi interferindo em suas decisões. Cabia apenas a ela e Sasuke saberem qual seria o futuro daquela relação.

Após tantos anos ao lado de Sasuke, Sakura não imaginava que uma crise os afetaria dessa forma. Eles já tinham brigado antes, mas dessa vez era mais grave. Antes, Sasuke não se sentia ameaçado. Agora, Kiba parecia ser a maior de suas inseguranças tanto pela idade quanto pelo carisma. As qualidades de seu melhor amigo faziam Sasuke se tornar mais ciumento, mais ranzinza, mais desconfiado. Como ele poderia desconfiar de seu amor?

O beijo. Ah, aquele beijo que Kiba lhe deu custou muito caro. Se antes os dois tampavam os olhos e tentavam seguir mesmo em crise, agora ambos estava se sentindo perdidos. Sakura não soube responder direito a Sasuke porque consentiu o beijo de Kiba. Falou que havia sido por pena, mas, no fundo, ela sabia que não tinha pena no amigo. Foi o que então? Curiosidade? Ou será que Sasuke estava certo e Kiba era mais para ela do que um simples amigo? Sakura sabia que precisava descobrir essa resposta antes de encarar Sasuke. Só tendo certeza do que Kiba significava eles poderiam tentar de novo. Não era justo com Sasuke nem com ela permanecerem nessa agonia por mais tempo.

Quando o dia finalmente amanheceu, Sakura passou na casa de sua mãe para se despedir. Foi breve. Disse que Sasuke tinha ido na frente para resolver um problema do trabalho. Sim, mentiu. Era mais prático. Explicar sobre o beijo, sobre a briga, sobre a dúvida não cabia aquele momento. Só deixaria seus pais preocupados. Naruto, Hinata e Boruto ficaram encarregados de levá-la até o aeroporto. O casal de amigos sabia da briga. Eles tentaram colocar um pouco de otimismo para Sakura. A roasada parecia tão perdida no meio dos próprios sentimentos.

Após horas de voo, Sakura chegou ao apartamento e procurou por algum vestígio de Sasuke. Achou um bilhete colado na geladeira por um imã. No pedaço de papel, Sasuke havia escrito “Sakura, pensei muito sobre nós. Mas vamos deixar as conclusões para mais tarde, está bem? Te vejo a noite. Sasuke Uchiha”. Sakura dobrou o bilhete e guardou. Após seguir até o quarto, tomou um banho e decidiu que iria até a faculdade. Certamente, não conseguiria assistir a nenhuma aula, mas precisava falar com Kiba. Afinal, eles não tinham tido tempo para conversarem sobre os sentimentos dele também.

— Kiba! – Sakura o chamou.

— Oi, Sakura! Fez boa viagem? – Kiba se aproximou e abraçou brevemente.

— Sim, ocorreu tudo bem. Você tem um tempo pra falar comigo?

— Sim, todo o tempo do mundo. – Sorriu.

— Ótimo!

— Você não parece bem. – Analisou Kiba ao notar as olheiras de Sakura e a visível tristeza.

— Não estou.

— Minha culpa? – Chutou.

— Também tenho uma parcela de culpa, Kiba. – Suspirou – Sasuke foi embora depois de ver o beijo. – Contou Sakura.

— Sinto ter lhe causado esta dor de cabeça, mas eu queria deixar claro meus sentimentos por você. – Afirmou Kiba sem desviar dos olhos de Sakura.

— Eu pensei que você estava com a Konan. – Disse Sakura.

— Não era nada sério. Desde o início, eu estava apaixonado por você.

— Há quanto tempo?

— Acho que me dei conta após Neji, Obito e Hidan tentarem te atacar. Enfim, mas eu sabia que não tinha nenhuma chance. Aí, eu resolvi arriscar...

— Viajar pra Konoha?

— Sim, mostrar pra você que eu te amo, que eu posso lutar por seu amor.

— Eu não percebi. Quer dizer, acho que me neguei a ver seus sentimentos por temer perder a sua amizade.

— Não tenho chances?

— Desculpe, Kiba. Eu gosto muito de você, mas eu não sei viver sem o Sasuke.

— Eu seria mais compreensivo que ele, mais parceiro... Sei que ele não te entende de muitas maneiras! – Tentou argumentar.

— Eu só quero consertar as coisas com ele! Sabe, eu adoro você. Se eu não amasse o Sasuke, eu certamente estaria apaixonada pelo garoto incrível que eu sei que você é. No entanto, Sasuke existe e é tudo para mim. Kiba, por favor, não tente me separar dele. Pensei muito nas últimas 24 horas e eu vi que aquele beijo foi um erro. Agora, posso perder o Sasuke por causa disso.

— Ele não seria louco de fazer isso...

— Não sei! Sasuke estava no limite há algum tempo e o beijo que ele assistiu pode ter solucionado algumas das dúvidas dele ou até gerado novas dúvidas.

— Vocês já conversaram?

— Ainda não. Quando cheguei, ele já tinha ido para o hospital.

— Fale com ele de coração aberto e, se falhar, saiba que pode contar comigo. Com meu amor e com minha amizade! – Disse Kiba, enquanto puxava Sakura para um abraço.

— Obrigada, Kiba! Você entende como eu me sinto? – Respondeu já se afastando.

— Entendo. Eu já fiz tudo o que podia para te mostrar que você seria mais feliz comigo, mas, se você já tem sua decisão, só tenho que respeitá-la. Nunca faltaria com respeito a você.

— Você devia procurar a Konan. – Sugeriu Sakura.

— Pra que?

— Recomeçar, Kiba! Tá na hora de você recomeçar e passar a me ver apenas como amiga! Independentemente da resposta do Sasuke, só isso que eu poderei ser.

— Vou pensar no seu conselho! Agora, fique calma com o Uchiha! Certamente, ele estará nervoso na hora de conversar com você.

— Obrigada pelo apoio!

— Precisando de um ombro pra chorar é só liga! – Sorriu Kiba.


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