Entre a Bela e a Fera o amor surgira escrita por Ane rodrigues
Dentro da cela Victória estava sendo consolada por Nina.
Victória: em prantos – porque ele fez isso comigo e com meus filhos?
Nina: ele pensou que era o melhor para as crianças.
Victória: ele não devia ter feito isso – amassa um pedaço de papel – o que fala nessa carta me machuca muito.
Nina: eu sei Victória – a olha com carinho – você ainda não me falou quantos anos tem seus filhos – fala mudando de assunto.
Victória: Arthur tem nove anos, os gêmeos tem cinco e Manu ainda vai fazer um ano.
Nina: e você tem alguma foto deles?
Victória: tenho algumas fotos
Nina: eles vão crescer e você vai estar por perto logo logo.
Victória: vai ser uma eternidade Nina
Nina: você tem uma família lá fora – fala e se põe triste.
Victória: você não tem?
Nina: eu sou sozinha nesse mundo de meu Deus.
Victória: você acha ruim ser sozinha?
Nina: não achava até conhecer você
Victória: e porque?
Nina: você tem uma família filhos tudo que eu nunca tive.
Victória: só não te desejo um marido como o meu.
Nina: não me engana que eu sei que ainda deve existir algumas brasas acesas.
Victória: não sinto mais nada por aquele idiota do Damian.
Nina: me fala isso daqui a quinze anos e vou ver se acredito.
Em sete meses de prisão Victória recebia poucas visitas e foi em uma dessas que ela recebeu uma noticia que a deixou muito surpresa.
Eduardo já estava no pátio esperando a irmã com ansiedade e quando ela se senta na sua frente o sorriso brota em seus lábios.
Eduardo: Victória minha irmã – com a voz embargada – me desculpe não ter vindo antes.
Victória: não se desculpe Eduardo – suspira triste – Isadora sempre vem e sempre me fala dos meus filhos.
Eduardo: eu tenho que falar para você algo importante.
Victória: o que seria? Esta me deixando preocupada.
Eduardo: não sei por onde começar Victória.
Victória: diz logo irmão.
Nina chega por trás de Victória pisca para o lado de Eduardo e fala:
Nina: quem é o gato? Tá solteiro?
Victória: ele é meu irmão Nina.
Nina: que ótimo cunhada – joga um beijinho para Eduardo – não vai ser bom?
Victória: ele é padre Nina.
Nina: padre? Não pode ser verdade amiga.
Victória: eu posso conversar com ele?
Nina: claro Vic – sorri sem graça – ate outro dia Eduardo – sai de perto deles.
Victória: Nina é um pouco maluquinha mais é uma pessoa legal.
Eduardo: é bom ver que você não esta sozinha
Victória: eu gosto da companhia dela
Eduardo: você tem que saber algo.
Victória: o que seria?
Eduardo: não sou mais padre – abaixa a cabeça triste – aconteceram certas coisas.
Victória: me fala porque? – levanta o rosto do irmão e o olha nos olhos.
Eduardo: os motivos não posso falar agora, mas eu refletir a minha decisão por muito tempo e foi difícil para mim deixar o sacerdócio.
Victória: o que eu não entendo é que sua vocação era o sacerdócio e você deixa depois de todos esses anos?
Eduardo: isso vai além do que uma simples desistência.
Victória: e o que aconteceu realmente?
Eduardo: já falei que isso vai além do que você vê ou acha nesse momento – se levanta nervoso.
Victória: se acalma. Eu não vou te condenar por isso.
Eduardo: você vai saber um dia, mas quero falar que eu tive fortes motivos de desistir.
Victória: você tem certeza que isso não é uma crise?
Eduardo: eu perdi a fé na justiça
Victória: então foi porque eu fui presa?
Eduardo: não se preocupe com motivos
Victória: e por que não?
Eduardo: são motivos que estão em meu intimo e que não vão ser revelados por enquanto.
Victória: o que você esconde ai dentro que tanto te perturba? Quais são os seus segredos meu irmão?
Eduardo: prometo um dia revelar – se levanta e olha a irmã – no momento eu preciso sair do país e respirar em um novo ar.
Victória: espero que esse dia chegue e que tudo se revele – o abraça – só não some da minha vida.
Eduardo: não vou sumir Victória.
O horário de visita acaba e Eduardo vai embora deixando Victória pensativa e curiosa.
Victória: o que de tão forte aconteceu para ele deixar toda uma caminhada de sacerdócio?
[...]
O presidio estava de pernas pro ar por conta de uma tentativa de fuga de algumas detentas e entre elas estava Leona que forçou Victória a ir junto.
Pátio do presidio Victória mancava e tinha muitos machucados no rosto e estava sendo praticamente arrastada por Leona para fora da cela.
Leona: vem comigo ou te mato aqui mesmo
Victória: o que você quer Leona?
Leona: um bode expiatório
Victória: vai me fazer de escudo
Leona: quase isso minha cara.
Victória: deixa eu ir embora por favor
Leona: você já infringiu a regra de não sair da cela e aproxima vai ser sair da prisão.
Victória: eu não vou fazer isso sua louca
Leona: não vai por bem então é por mau novata
Elas foram ate o pátio onde as guardas já estavam as esperando.
Leona: você vai sair primeiro e levar as balas
Victória: acho que não Leona.
Leona tenta empurrar mais Victória é mais rápida e consegue colocar ela na mira das guardas que sem titubiar atiram ferindo a presa e fazendo Victória correr de volta para cela quando é contida e algemada.
Victória: desesperada – eu não quis fugir acreditem em mim.
Leona que passava do lado dela estava sendo carregada com a roupa melada de sague e inconsciente. Aquilo tudo parecia um pesadelo ela esteve bem perto da morte e novamente foi poupada e tudo isso lhe dava força para lutar a cada dia na prisão e sair inteira para seus filhos.
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