Annabeth Chase POV

         "Eu estou ficando louca, eu estou ficando louca, eu estou ficando louca..." - repeti mentalmente está frase para mim após sair do elevador.

         Primeiro eu fico com raiva de vê-lo com Thalia, depois o Nico faz aquele trato e ele fica com raiva, então eu fico com raiva dele estar com raiva sendo que eu já estava com raiva dos professores, ou seja, sou expulsa de uma aula e os inimigos, por assim dizer, me querem como "Best Friend", isso mesmo com aspas, e então eu dou patada. Mas quando estou indo embora me aparece uma Silena dizendo coisas estranhos.

         Para completar o dia eu o vejo no elevador e decido seguir a coisa louca que Silena me disse, e por mais incrível que pareça, quando eu o beijo ele corresponde praticamente de imediato e parece querer aquilo tanto quanto eu.

         Antes que eu enlouqueça de vez sou salva pelo gongo, ou seja, pelo elevador apitando ao chegar no meu andar. Me separo completamente sem fôlego dele e saio rapidamente do elevador.

         E eis eu aqui, deitada com a cara no travesseiro querendo gritar por ter sido tão estúpida.

         - Filha, cheguei! - gritou minha mãe lá debaixo.

         - 'Tô com fome. - digo quando desço.

         - E quando não está? - pergunta ela na ironia e a mesma se responde. - Já sei! Quando está comendo.

         - Na verdade... - começo a dizer enquanto me sento na bancada da cozinha. - ...se eu estou comendo, é porque estou com fome.

         Nós duas rimos, até que ela chega em um ponto não muito legal.

         - Você está se dando bem com o filho dos Jackson? - ela pergunta.

         Eu pensei em várias respostas:

         Resposta 1: Obviamente, ele até está tirando minha sanidade mental.

         Mas não achei essa resposta boa, ela me colocaria no hospício.

         Resposta 2: Sim, estamos até tentando juntar um casal sendo que ele está quase ficando com a menina do casal.

         Entretanto, achei uma resposta com muita fofoca e ciúmes, sendo que eu não tenho ciúmes ou porque ter ciúmes.

         Resposta 3: Sim, oh se estamos. Até nos pegamos no elevador.

         Contudo ela não gostaria muito.

         Resposta 4 e a mais óbvia: Por quê?

         Acho ela boa, mas ainda falta algo ou ficaria que eu estava escondendo algo. E realmente estava.

         Então eu respondi:

         - É, estamos sim. Por quê?

         - Porque senão seria algo embaraçoso e desconfortável. - disse ela fazendo mistério, e eu ODEIO mistério.

         - O que seria embaraçoso e desconfortável? - pergunto.

         - Bom, vamos à um jantar na casa deles, e seria ruim ficar com pessoas de que não gostamos. - explica a minha mãe.

         - Quando é esse jantar? - eu perguntei.

         - Hoje à noite. - respondeu ela. - Venha, vamos almoçar.

         Deuses! Ainda não estou pronta para olhar na cara dele, que dirás na cara dos pais dele. Que os deuses me ajudem.

***

         Passei o dia na minha cama, mexendo no notebook, ouvindo as novas músicas do Ed "Divo" Sheeran, até que eu me toquei de algo: neste fim de semana é o teste da torcida.

         Eu não estava nervosa, até porque não tinha o objetivo de entrar na torcida, muito menos virar capitã. Mas acordo é acordo.

         "Faz muito tempo que eu não toco" - penso olhando para meu violão.

         Levanto e o pego, ligo a webcam do notebook e decido fazer um vídeo. Algo que eu nunca mencionei nem sob tortura, foi meu canal no Youtube com meio milhão de inscritos. Digamos que eu cantava e tocava nele, e em outros vídeos falava sobre livros e alguns tópicos da atualidade, mas não gosto que conhecidos vejam, pois é constrangedor.

         Fiz um vídeo cantando e tocando Stitches do Shawn "Lindo e Maravilhoso, Casa Comigo Por Favor" Mendes. Depois do vídeo, fiquei fazendo alguns "nadas" até cair no sono.

***

         - Acorda Annie! - chamava uma voz distante.

         O mais estranho é que a voz era feminina, e ali estávamos apenas nós dois, quem seria? Acordo e vejo minha mãe.

         - Hum? - questiono virando para o outro lado.

         - Você tem 15 minutos para tomar banho e colocar o vestido que está em cima da cadeira, para o jantar. - diz ela e depois bate a porta.

         - Como se eu me importasse em como vou me vestir para comer. - resmungo baixo para mim mesma, já me levantando.

         Tomo banho, ao sair vejo aquele vestido.

         - Ela só pode estar brincando. - digo ao ver aquela peça de roupa.

         Não sou ninguém do ramo da moda, e não entendo sobre. Mas aquilo era um horror para os olhos de qualquer um. Se Piper visse aquilo, ela e Silena queimariam na hora.

         - 5 minutos. - minha mãe grita.

         - Já basta eu ter tomado um banho rápido, lavado e desembaraçado essa bucha que chamo de cabelo em 10 minutos, e ela quer que eu vista... isso. - digo a mim mesma.

         Vou em direção ao meu guarda-roupa e fico o olhando, mas não tenho muito tempo.

Pego minha calça preta no estilo rasgada em algumas partes, uma blusa bege longa com um lindo desenho de coruja, meu colar de coruja, um brinco simples, solto o cabelo cacheado mesmo, só passo rímel e algo nos lábios para minha mãe não reclamar que eu não passei nada, apesar de preferir não passar nada.

         Pego minha touca bege e ponho na cabeça. O clima estava agradável a nível daqui, ou seja, friozinho para mim.

         - Annabeth Chase... - começa a gritar a minha mãe.

         - Estou aqui. - digo descendo com o meu all star em mãos. - Só falta o sapato.

         - Onde está o seu vestido? - pergunta ela.

         - Não vou colocá-lo nem recebendo 1 milhão de dólares por isso. - digo.

         - Está linda! - diz meu pai olhando minha roupa.

         - Ela está sem vestido. - diz minha mãe para meu pai.

         - E continua linda. Não é um jantar de negócios, e ela é uma adolescente, eles também tem filhos, vão entender. E da última vez ela também não usou vestido. - disse meu pai para minha mãe.

         Saímos do apartamento, para subir alguns andares. Ao tocar a campainha, somos recebidos por uma Sally, de vestido também, sorridente.

         - Entrem. A mesa já está posta. - diz ela nos dando passagem.

         Olho ao redor, era um belo apartamento, bem simples. Vejo dois meninos no sofá. reconheço o mais alto como Percy e o outro não dá para ver daqui.

         - Meninos, venham comer. - chama Sally.

         - Só um minuto, mãe. - falam ambos juntos.

         Ela vai até lá e desliga a tomada da televisão.

         - Mas... - eles começam.

         - Nada de mas, temos visitas. - diz elas.

         Eles olham para o lado e nos vêem.

         - Nico me chamou para ir na casa dele. - diz Percy rapidamente.

         - E Ella me chamou para fazermos o trabalho de Português. - diz o outro.

         - Perseu ficará em casa e irá jantar conosco, e Tyson fará o trabalho amanhã. - diz ela voltando.

         Os dois se jogam no sofá e logo levantam, vindo e cumprimentando as visitas.

         - Você é a Annabeth? - pergunta Tyson.

         - Sou, por quê? - pergunto.

         - O Percy fala muito de você, eu quase vomito arco-íris. Oh Annabeth, permita-me ser seu Perseu. - ele começa a imitar Percy que logo vem e tampa a boca dele, mesmo estando vermelho ele o arrasta para longe.

         Dou uma leve risada, pois estava corada também. Nos sentamos na mesa e Tyson vem puxar conversa. Será um longo jantar.