Pra que mudar? escrita por Manusinha Mayara


Capítulo 6
Capítulo 5: Eu não fiz nada!


Notas iniciais do capítulo

Oii,

Espero que estejam gostando.
Divirtam-se.



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Decidi sair do quarto para não ter que ficar olhando pra cara da Ana a tarde inteira. Fui até o jardim, estendi um lençol debaixo de uma árvore e fiquei ali deitada escutando música e tentando ler um livro que a professora de literatura havia exigido.

Tentava me concentrar, mas estava pensando no que Diego havia dito. Gustavo seria tão falso assim? Posso perdoar muitas coisas, mas um fofoqueiro não. Mesmo ele sendo lindo e tendo uma boca perfeita.

— Terra pra Alexia! – Diego está deitado ao meu lado me chamando. Tomo um susto com a repentina proximidade dele de mim.

— Que isso! Parece até uma assombração! –reclamo me sentando com as costas apoiadas no tronco da árvore.

— Desculpe! Estava com a cabeça aonde? –Diego pergunta curioso. Deitado ali tão descontraído parece que estamos até de férias juntos.

Por mais que eu queira negar, Diego era muito lindo. Seus olhos azuis me hipnotizavam, seu corpo de jogador de futebol era perfeito e seu sorriso contagiante. Eu o estava encarando e ele me encarava de volta. Tentei me lembrar de o que ele havia me perguntado e respondi:

— Pensando no que o Gustavo aprontou com vocês, não suporto fofoqueiros. –respondo de modo frio. O sorriso de Diego some ao ouvir o nome de Gustavo. Ele deita com as costas apoiadas no chão, olhando para as nuvens do céu.

— Eu também não. Há uns anos atrás chegamos a ser melhores amigos, até ele me trair. – Diego diz pensativo.

— Como ele te traiu? –pergunto curiosa, deitando-me ao seu lado e encarando o céu também.

— Na verdade, ele traiu a minha irmã. –ele responde. Um sorriso involuntário brota em meus lábios. Diego vira seu rosto e me encara, ao ver meu sorriso, ele sorri de volta para mim.

— Como assim? –pergunto mais curiosa ainda.

— Bom, eu e Ana chegamos aqui há cinco anos. Eu e Gustavo fomos colegas de quarto e nos tornamos amigos. Depois de um tempo ele e Ana começaram a namorar. Nossa amizade ficou estranha depois disso, eu mudei de quarto e uns seis meses depois todo mundo descobriu que ele estava traindo minha irmã com uma novata.

— Nossa... –digo repentinamente decepcionada.

— Que foi? – Diego pergunta.

— Estou decepcionada com Gustavo, ele era amigo do meu ex-namorado e não imaginei que fosse capaz de fazer essas coisas. –respondo.

— Isso foi naquela época, depois ele começou a ficar mais na dele e mudou muito. Eu fiquei decepcionado por ele ter contado da festa, mas nada do que vem dele me surpreende. –Diego comenta.

— Complicado. Vocês foram punidos? –pergunto, tentando mudar o foco do assunto.

— Os garotos não, só as meninas. Terão que ser ajudantes da professora de educação física essa semana. – ele responde.

— Isso não me parece tão mal. – respondo.

— Porque você ainda não conheceu a professora, ela é a maior general. –ele responde dando uma risadinha travessa.

— Que saco hein. –digo entendendo a punição.

— Mas vamos mudar de assunto. O que vai fazer amanhã? –ele pergunta repentinamente.

— Nada, domingo geralmente é um dia morto. –respondo entediada ao pensar.

— Vamos sair? –ele pergunta. Desvio meu olhar para não demonstrar meu constrangimento com o pedido.

— Pra onde? –pergunto.

— Vou te levar à praia, quase todo mundo vai. –ele responde. Fico animada com a ideia, em minha cidade não tem praia e há muito tempo não vou a uma.

— Ok. –respondo. Diego me olha desacreditado.

— Vai dar pra trás como ontem? –pergunta receoso.

— Prometo que não. Que horas?- pergunto feliz ao ver o sorriso deslumbrante que ele abriu com minha resposta.

— Vou te esperar as 11, na entrada do dormitório das meninas. Almoçamos por lá. –ele responde sem disfarçar seu contentamento com a ideia.

— Ok. –respondo.

— Vou indo. –Diego despede-se e me surpreende com um beijo carinhoso na bochecha. Antes que eu possa me recuperar e me despedir, ele sai correndo em direção aos meninos jogando futebol ali perto.

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No final da tarde, eu estava com fome e com uma vontade louca de tomar um bom banho. Recolho meu lençol e caminho lentamente até meu dormitório. Reparo em algumas pessoas me olhando e dando risadinhas maldosas. Tudo que posso imaginar é que Ana já começou sua vingança, mas não estou ligando para a opinião de ninguém deste lugar mesmo.

Entro em meu quarto e ela e suas seguidoras estão conversando animadamente. Quando me notam se calam quase que imediatamente e saem do quarto, me deixando sozinha.

Pego meu celular em cima do criado mudo e vejo que tem chamadas perdidas de minha mãe e nenhuma mensagem dos meus falsos amigos de antigamente. Lucas sempre foi o único que prestou e eu estava ciente disto.

Entro no banheiro, tomo um banho quente. Sinto falta de Roberta para conversar, estou me sentindo incrivelmente solitária. Quando termino, visto meu pijama e saio do banheiro. Ali parado próxima a minha cama me esperando está Gustavo.

— O que está fazendo aqui? – perguntei enrubescendo ao perceber que ele me olhava de cima a baixo.

— Vim para esclarecer as coisas. –ele respondeu sentando-se em minha cama. Só o que faltava era Ana chegar e ver ele ali, seria como uma confissão da minha culpa.

— Podemos falar em outro lugar? –pergunto aflita.

— Te espero mais tarde no mesmo lugar de ontem. Lembra-se de como chegar? –ele pergunta. Aceno afirmativamente e Gustavo sai.

Droga! Não queria ficar sozinha com ele antes de esclarecer as coisas.

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Deitei-me cedo e fiquei ali na cama como se estivesse dormindo. Ana chegou mais tarde e depois de tomar banho e fazer mil coisas foi dormir. Assim que ela começou a roncar baixinho, levantei-me e sai do quarto em direção a nossa sala de aula.

Podia apostar que havia mais opções para chegar naquele lugar, mas eu só conhecia está. Os corredores estavam vazios. Cheguei à sala de aula e consegui encontrar o caminho para o esconderijo sem muitos problemas.

Quando cheguei, Gustavo estava próximo à janela olhando o horizonte noturno. Era noite de lua cheia e o céu estava lindo e iluminado. Ele não notou minha presença, então fiquei parada junto à porta somente o observando.

Ficamos assim por um breve momento, então ele soltou um suspiro profundo, se virou e se surpreendeu a me ver ali. Quase como um garotinho quando descobre que seu brinquedinho não está mais quebrado.

— Achei que você não viria? –ele disse se aproximando. Estendo minha mão dando um sinal claro para que ele não se aproxime mais de mim. Ele para e senta-se no sofá.

— O que tem a dizer? –pergunto ríspida.

— Sei o que estão dizendo, mas não fui eu que contei ao meu pai. –Gustavo começa. –Ele tem uma pessoa de confiança que o informa de tudo que acontece por aqui, e ele sempre diz que sou eu para protegê-la.

— Porque ele faria isso com você?- pergunto incrédula.

— Disciplina sempre foi o mais importante. Se todos desconfiarem de mim, o verdadeiro informante passará sempre despercebido. Meu pai diz que mais valem prêmios e reconhecimento do que amigos. –Gustavo responde.

— Isso tudo parece muito difícil de acreditar Gustavo. –digo me aproximando dele finalmente.

— Eu sei Alexia, mas acha mesmo que seria amigo do Lucas se fosse um falso? –ele me pergunta. E eu sei muito bem que isso era a única coisa que Lucas não tolerava próximo dele.

— Sei que não. –respondo e sento-me ao seu lado.

— Só confie em mim, vamos nos manter afastados na frente dos outros por enquanto. Vou descobrir quem é a pessoa e provar a todos que não sou eu. –ele diz, tocando levemente meu rosto.

— Amigos em segredo? –pergunto irônica.

— Sim. –ele responde e me dá um beijo terno na testa.

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Volto para o meu quarto e tento não acordar a Ana. Quando me deito, logo começo a adormecer. De repente sinto-me sufocada, muitas mãos ao mesmo tempo segurando-me. Abro os olhos, apavorada e vejo minha colega de quarto e suas seguidoras a minha volta me segurando.

— O que é isso? –berro, quando finalmente consigo entender o que está acontecendo à minha volta.

— Vingança coleguinha. – Ana diz irônica, enquanto outra garota se aproxima de mim com uma tesoura nas mãos. Logo percebo a intenção delas, cortar meu cabelo. Contorço-me furiosamente e quando sinto a tesoura chegando a meu couro cabeludo, a única coisa que consigo fazer é berrar:

— EU NÃO FIZ NADA!


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Notas finais do capítulo

Nossa!
Isso que é vingança hein!

Bjos



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