Pra que mudar? escrita por Manusinha Mayara


Capítulo 4
Capítulo 3: Amigos


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoal,

Desculpem a demora!
Espero que gostem do capítulo!



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Espero até que os mais desesperados terminem de sair correndo, levanto-me devagar e coloco meu material de volta na mochila.

— Olá. – escuto uma voz suave atrás de mim. Viro-me devagar e vejo o garoto que me encarava antes parado bem ali.

— Oi. – respondo com a voz fraca. Desvio meu olhar e fecho minha mochila. Ele continua a me encarar ali parado o que está começando a me irritar.

— Não se lembra de mim? – ele pergunta. E como eu já desconfiava, ele realmente me parecia familiar.

— Você me parece familiar. – respondo encarando-o.

— Sou Gustavo, nos conhecemos há uns dois anos, era amigo do Lucas. – ele diz com pesar. Quando ele diz isso, em minha mente vem à vívida lembrança de quando o conheci. Lucas e eu havíamos acabado de oficializar nosso namoro e ele me levou para acampar com seus amigos. Gustavo era o mais tímido, trocamos poucas palavras e mesmo assim ele ainda se lembrava do meu nome.

— Oi Gustavo, já faz muito tempo. –cumprimento-o sem graça.

—Sinto muito pela sua perda. – ele diz em um tom amargo. O encaro por um momento e não vejo pena em seus olhos. Fico grata por isso.

— Eu sinto também pela sua. – respondo cordialmente.

— Se precisar de alguém normal para conversar. – ele diz já começando a caminhar.

— Obrigada. – Eu respondo baixinho e o observo sair da sala.

Quando ele some pela porta, eu ainda fico parada ali um tempinho. Não podia ignorar que eu fiquei meio que apaixonada pelo jeito tímido de Gustavo na época, e agora vendo como ele parece mais confiante, confesso que me senti balançada.

Alexia não seja safada, você acabou de ficar viúva. Melhor aproveitar esse tempo para ficar sozinha e planejar como vai para de depender dos seus pais de uma vez por todas. Ideia que me agrada muito.

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O restante do dia passa tranquilo, não me envolvo mais em nenhuma confusão e de volta ao meu quarto no final da tarde, tomo um banho demorado. Quando saio tenho o desprazer de ter uma vaca parada em meu caminho.

— Uma hora de banho ridícula, pensa que o banheiro é seu por acaso? – Ana destila todo seu veneno pra cima de mim.

— Me erra cobra ridícula. – respondo e passo empurrando, torcendo para que ela caísse no chão. Escuto ela bater a porta do banheiro com força e logo em seguida Roberta ri.

— Você vai mata-la de raiva desse jeito. – Roberta diz entre risos.

— Essa é a intenção! – respondo enquanto coloco meu pijama. Roberta senta-se em minha cama e pergunta baixinho.

— De onde você conhece o Gustavo?

— Era amigo do meu ex-namorado. – respondo.

— Ele quase nunca fala com ninguém. – ela diz tentando atiçar minha curiosidade sobre o garoto.

— Por quê? – pergunto.

— Ele é o aluno mais inteligente, líder do grêmio estudantil, do clube de matemática e física. É muito focado nos estudos e filho do diretor. – Roberta me dá a ficha completa de Gustavo.

— Filho do diretor? – pergunto incrédula. O diretor me parecia jovem demais para ter um filho da minha idade.

— Sim. A Ana tem uma paixonite por Gustavo, mas ele nem sequer a olha. – Roberta diz satisfeita.

— Qual é a do Diego? – pergunto repentinamente. Roberta me olha confusa por um momento.

— Irmão da Ana? – ela pergunta, já com um sorriso malicioso nos lábios.

— Sim. – respondo.

— Além de ser irmão dessa bruxa, ele é o novo monitor dos alunos. Um aluno mediano e capitão do time de futebol. Ao contrário do Gustavo, ele é bem popular e conversa com quase todo mundo do colégio. – Roberta responde.

— Você sabe tudo sobre os garotos desse lugar. – digo me deitando na cama.

— A única coisa interessante para se fazer aqui é isso. Somos privados de TV e Wifi. – ela diz com tristeza.

— Nem me lembre. Temos algum tempo livre? Podemos sair? – pergunto. Roberta deita-se ao meu lado. Ana sai do banheiro e desliga as luzes sem ao menos se dar ao trabalho de perguntar nossa opinião.

— Somente finais de semana com autorização dos nossos pais. – Roberta responde baixinho.

— Que saco. – resmungo.

— Qual você vai querer? Diego ou Gustavo? – ela pergunta curiosa.

— Estou curtindo essa vida de solteira. Não quero nenhum homem me atormentando. –respondo seca.

— Aquilo que você disse sobre seu antigo namorado não é verdade, é? – Roberta pergunta baixinho. Fico pensando se devo responder ou não. Roberta me parece confiável, então opto pela verdade.

— Não, sofremos um acidente de carro. – respondo em um tom amargo. Ficamos em silêncio por um longo tempo até adormecermos.

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Quando o sinal toca logo cedo, me sinto incrivelmente descansada. Ontem dormi cedo como não fazia há muito tempo. Sinto braços em volta da minha cintura e abro os olhos assustada. Roberta está ali enroscada como um bicho preguiça.

— Isso tudo é amor? – pergunto quando ela abre os olhos. Ela dá um sorriso leve e levanta-se devagar espreguiçando.

— Bom dia! – ela responde me dando um abraço caloroso. Sorrio com sua atitude inesperada.

Levantamo-nos e começamos a nos arrumar preguiçosamente. Ana está enfiada no banheiro como sempre, então separamos nossos uniformes e arrumamos nossas mochilas. Depois de meia hora estamos prontas.

— Estou morta de fome! – digo estranhando essa minha fome matinal. Antigamente não tinha apetite para comer nada pela manhã.

— Eu também. – Roberta comenta.

Chegamos ao refeitório e nos servimos do delicioso café da manhã. A única coisa boa desse lugar são as variedades oferecidas nas refeições.

Procuramos uma mesa vazia e nos sentamos. Comemos em silêncio por algum tempo, até que somos interrompidas por um visitante indesejado.

— Aqui. – Diego estende dois papeis um para mim e outro para Roberta.

— Que isso? – pergunto.

— Convite para uma festinha sexta-feira no dormitório dos meninos. – ele responde convencido, sentando-se junto conosco.

— Não são proibidas? – pergunto já sabendo a resposta.

— Sim, mas na clandestinidade vale tudo. – ele responde.

— Quem vai? – Roberta pergunta.

— O pessoal da nossa sala, e alguns caras do time de futebol. – ele responde.

— Qual o motivo da comemoração? – Roberta pergunta curiosa.

— Boas vindas para a Alexia. – ele responde, dá um beijo em minha bochecha e sai andando antes que eu consigo reclamar. Olho para Roberta incrédula e ela limita-se a rir do acontecido.

O sinal toca novamente, alertando-nos que faltam dez minutos para o inicio da primeira aula. Roberta e eu guardamos alguns Cookies em nossas mochilas e saímos correndo para nossa sala. Chegando lá, sento-me do lado da Ana e Roberta vai para seu lugar.

— Bom dia a todos! – Um homem alto e bonitão adentra a sala nos cumprimentando. Ele me lembra do Ben Affleck e noto que todas as garotas o olham como tigresas prontas para atacar.

Professor lindo, mas matéria insuportável, matemática. A manhã foi relativamente tranquila e quando a hora do almoço chegou, eu estava novamente faminta.

Antes de ir para o refeitório, fui ao meu armário pegar o livro de história e de geografia para as próximas aulas da tarde. E deixas os outros livros que estavam pesando minha mochila. Estava concentrada em minha tarefa que me assustei com a presença inesperada de Gustavo ao meu lado.

— Desculpe, não quis assusta-la. – Gustavo desculpa-se envergonhado.

— Tudo bem. – respondo.

— Vai à festa do Diego sexta? –Gustavo pergunta.

— Não. – respondo seca, começando a caminhar. Gustavo surpreende á mim e a todos no corredor quando me segue.

— Vai perder uma festa em sua homenagem? – ele diz irônico. Olho para seu rosto e não consigo evitar o sorriso bobo que brota em meus lábios.

— Vou tentar. – respondo.

— Se quiser eu posso te esconder. – ele se aproxima sussurrando em meu ouvido. Sinto os pelos de minha nuca se arrepiar.

— Como nessa prisão? – pergunto.

 - Tenho meus segredos. Topa? – Gustavo pergunta abrindo a porta do refeitório para que eu entre. Ele parece não perceber, mas eu fico sem jeito ao sentir todos os olhares do salão em nós dois.

— Sim. – respondo baixinho. Caminhamos para fila da comida.

— Depois da última aula sexta, me espera sozinha na sala. – ele diz e se afasta.

Sirvo-me do almoço e vou até a mesa em que Roberta está sentada sozinha. Ela me espera cheia de perguntas noto.

— Que foi isso? – ela pergunta antes mesmo que eu me sente.

— Nada. – minto.

— Não parece nada para a Ana. – ela aponta para trás de mim. Eu me viro e vejo Ana fulminando minhas costas com olhar.

Parece que ficar amiga de Gustavo pode me trazer algumas vantagens.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??

Comentem por favor!

Bjos



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