Pra que mudar? escrita por Manusinha Mayara


Capítulo 14
Capítulo 13: O feriado de Gustavo e Roberta. (Narrado por Roberta) - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoal,

Desculpem a demora, estava muito sem inspiração!
Mas agora voltei com tudo!
Divirtam-se.



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O barulho do violão me acorda. Olho em volta tentando localizar-me. Um quarto com paredes cor de madeira. Um guarda-roupa, um criado mudo cujo meu celular está em cima, uma escrivaninha e um Gustavo concentrado a tocar seu violão, sentado próximo a ela.

— Que aconteceu? – pergunto baixinho. Gustavo para de tocar e sinto seu alivio ao me encarar. Ele coloca seu violão sobre à cadeira e senta-se ao meu lado na cama.

— Encontrei você desmaiada na floresta. – ele respondeu, tocando meu rosto levemente de uma forma tão carinhosa que me deixou realmente surpresa.

— Como? – Pergunto, pensei que havia me escondido bem.

— Bom, seus pais estiveram aqui cedo procurando você. Fiquei preocupado e comecei a procurar. Entrei na floresta e continuei tentando te ligar, ouvi seu celular tocando e fui seguindo o barulho. – ele respondeu pensando em como havia feito aquela façanha.

— Meus pais sabem? – pergunto.

— O que? – ele pergunta confuso.

— Que estou aqui?

— Sim, disse a eles que quando estivesse melhor te levaria para casa. – ele responde. Levanto-me devagar espreguiçando. Meu corpo está um pouco dolorido, mas nada tão grave. – Como se sente? – Gustavo pergunta encarando-me.

— Horrível. – Brinco ironicamente. Gustavo sorri um pouco.

— Que aconteceu entre vocês? – ele pergunta. Ele não está curioso e sim preocupado comigo.

— É uma longa história. – Tento me esquivar da pergunta.

— Eu tenho tempo. – Gustavo retruca e deita ao meu lado pronto para escutar.

Dou um suspiro pesado e deito-me também e conto a ele toda história.  

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— Sua mãe não é uma mulher nada convencional. – Gustavo diz cheio de ironia.

— E você não é nada engraçado. – Retruco dando um tapa em seu peito.

— Desculpe, é que nem sei o que te dizer. Sério. Sinto muito. – ele diz e seu tom de sinceridade me faz encara-lo.

Estava conhecendo um lado de Gustavo que ainda não havia sido me apresentado. Não sei se era possível, mas acho que estava realmente me apaixonando por esse garoto. Percebi quando sua testa se franziu levemente, ele abriu um sorriso torto e fiquei me perguntando internamente qual seria a graça?!

— Costuma encarar os garotos assim ou é só comigo? – ele pergunta rindo de mim. Enrubesço e desvio o olhar imediatamente. Levanto-me da cama e percebo que que não estou mais com meu pijama. Ao invés disso estou usando uma camisa do AC/DC e nada mais.

Olho chocada para Gustavo, todo o encantamento se transformando em ódio.

— O que houve com as minhas roupas? – pergunto baixinho em um tom ameaçador. Gustavo parece perceber minha raiva, levanta-se da cama e se afasta de mim, em direção a porta de saída.

— Estavam sujas de barro. Coloquei pra lavar. Deixei umas no banheiro pra você. – Ele responde, apontando para a porta ao meu lado.

Ignoro a última informação, caminho em direção a ele. Empurro-o contra parede e o encaro novamente.

— Quem tirou as roupas? – Pergunto de forma sinistra. Só de imaginar que ele me viu quase pelada minha vontade era de morrer.

— Eu tirei, mas não foi nada demais, nem espiei muito. Não podia te deitar na minha cama toda suja. – ele disse, invertendo as posições e me colocando contra parede.

— Não espiou muito? – pergunto deixando toda a irritação latente em minha voz.

Gustavo parecia não estar me escutando, ele estava lá junto a mim, seu corpo pressionando o meu contra a parede. Um preso ao outro. Ele apenas me encarava, seu sorriso irônico deixando seus lábios e a seriedade tomando seus olhos. O que se passava em sua mente?

Não ouve tempo para descobrir.

— Filho, o almoço tá pronto. Vou pescar. Acorde a Roberta. – Ouço meu sogro ou melhor o pai de Gustavo gritar do andar debaixo.

Gustavo se aproxima mais de mim e deposita um beijo suave em minha testa.

— Tome seu banho e desça pra almoçarmos. – Ele sussurra em meu ouvido. Seu hálito é gostoso e me deixa calma. Por um momento pareço me esquecer de todos os meus problemas.

Ele se afasta e saí, fechando a porta atrás de si…

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Eu tinha que admitir que para um diretor, o pai de Gustavo levava o maior jeito para ser cozinheiro. Estava com mais fome do que podia imaginar, devorei tudo que havia em minha frente. Em meio a minha comilança, notei que Gustavo estava há me observar.

— Que foi? – pergunto de boca cheia.

— Gosto de te ver comer. – ele responde, dando de ombros, como se fosse uma coisa óbvia. Desvio meu olhar de volta para comida sem saber o que responder.

— Quer fazer algo diferente hoje? – Gustavo pergunta, obviamente mudando para um assunto mais normal e que não me deixasse tão tímida.

— O que? – Pergunto curiosa.

— Surpresa, quer ou não? – ele insiste.

— Ok. – respondo.

Gustavo dá um sorriso vitorioso que me deixa levemente sem ar.

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Eu sempre tive medo de cavalos, e até agora não entendo como Gustavo me convenceu a subir em um. Bem pra falar a verdade entendo sim. Ele me deu a opção de caminhar cerca de uma hora por uma trilha de terra ou ir a cavalo.

Lembro de quando tinha 15 anos e um cavalo me derrubou. Quebrei meu braço e meus pais me deixaram de castigo, por ter montado sem a permissão deles. Tive de passar as férias trancada no colégio. Nessa época foi a primeira vez em que notei Gustavo, ele estava realmente mudado. Não parecia nada com o garoto mesquinho que eu havia conhecido antes.

Ele para e desce de seu cavalo repentinamente. Eu o observo atentamente enquanto ele amarra o animal junto a uma arvore próxima. Ao perceber que está sendo observado, ele sorri e aproxima-se de mim.

— Vem. – Gustavo diz estendendo a mão para me ajudar a descer. Óbvio que minha falta de coordenação, quase me derruba, mas ele me segura com firmeza pela cintura. E mesmo após estar em segurança no chão, Gustavo não me solta.

Ele me surpreende ao começar a aproximar seu rosto do meu, eu só poderia estar imaginando isso tudo. Gustavo gosta da Alexia, mesmo ela sendo namorada do Diego, não era? Eu não queria ser a substituta, aquela que ele usaria para esquecer sua amada.

— Espera. – Digo repentinamente e mais alto do que realmente gostaria. Gustavo me encara, seus braços ainda envolvendo minha cintura.

— Não quer? – ele pergunta com um tom que me deixa confusa, parece magoado.

— Claro que sim, mas não quero ser sua segunda opção. – respondo.

— Eu sou solteiro. – ele responde sorrindo.

— Sim, mas você gosta da Alexia, não é? – Pergunto, olhando em seus olhos. Estava abismada com minha estupidez, eu tive a chance de ficar com ele, e agora podia estragar tudo. Mas tinha que fazer isso, não queria apenas ficar com Gustavo, eu queria que ele fosse meu, que ele gostasse de mim em primeiro lugar.

— Não vou mentir, eu gosto dela, mas não da mesma forma que antes. Alexia é minha amiga. Mas você tem estado comigo quase o tempo todo nos últimos meses, e considerando a quantidade de vezes que Alexia te deixa a sós comigo, conclui que você estava interessada. – ele respondeu.

— E você? Está interessado? – pergunto cansada de tantos rodeios.

— Considerando que tenho te perseguido até na floresta, creio que sim. – Ele responde em tom formal, e estás palavras me deixam sem ar. – Podemos? – ele pergunta e antes que eu posso entender, Gustavo me beija.

Um beijo que começa tranquilo, mal posso acreditar, sinto seu abraço forte a minha volta e permito que minhas mãos prendam-se em seus cabelos. Gustavo geme de satisfação, o que faz meu corpo inteiro se arrepiar. Seus lábios separam-se dos meus por um breve momento.

— Está convencida agora do meu interesse? – ele pergunta tão sem fôlego quanto eu.

— Ainda não. – respondo e recomeço nosso beijo. Gustavo era tão bom nisso de beijar que eu estava correndo o sério risco de ficar viciada. No momento era o que eu mais queria.


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Notas finais do capítulo

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