Pov Bonnie

Acordei e abri os olhos devagar. Me vi em um local estranho e não era meu quarto nem o quarto do orfanato.

Stefan: Bonnie?- olhei para o lado e Stefan estava lá.

Bonnie: Stefan?- minha voz saiu fraca.

Stefan: tudo bem?

Bonnie: o que...- então eu lembrei o que tinha feito e foi quando o local de minha barriga começou a doer- ai!

Stefan: calma Bonnie, não faça esforço.

Bonnie: está doendo.

Stefan: vou chamar o doutor- ele saiu.

O local não doía tanto, mas doía. Por um momento pensei estar morta, foi então que acordei. Não! Eu não voltaria pra lá de jeito algum! Meus pensamentos foram interrompidos pela porta se abrindo.

Doutor: olá Bonnie, sou o doutor Steven, tudo bem?

Bonnie: dói- falei por fim.

Doutor: vai doer mesmo querida.

Bonnie: por que... por que não me deixou morrer?- falei com um pouco de raiva.

Stefan: Bonnie!

Doutor: por que o meu trabalho é salvar vidas, senhora Everson- me deu vontade de vomitar quando ele falou o nome.

Bonnie: quando poderei ir embora?

Doutor: quando estiver melhor, e temo que será tarde. A perfuração foi funda demais e vai demorar a cicatrizar.

Bonnie: então... ficarei aqui por muito tempo?

Doutor: temo que sim- uma alegria invadiu meu peito, deu vontade de pular.

Bonnie: poderia... poderia me deixar sozinha com o Stefan?

Doutor: tudo bem- ele saiu.

Stefan: o que deu em você? Por que queria se matar Bonnie?

Bonnie: Stefan, eu prefiro a morte do que ficar com o Charles.

Stefan: a morte não é a única saída.

Bonnie: que saída eu tenho? A morte é a única saída.

Stefan: vamos achar outra.

Bonnie: não. Só existem dois caminhos, mas nós vamos fazer um atalho, não é?- respirei fundo- desculpe.

Stefan: tudo bem.

Bonnie: e como andam as coisas?

Stefan: lá no orfanato está tudo indo. Caroline, Elena, Damon, Jeremy e Flor são os únicos que sabem disso.

Bonnie: e Emily? Como ela vai?

Stefan: ela sente saudades de você. Nós dissemos a ela que você estava doente e ela entendeu.

Bonnie: descobriu alguma coisa dela?

Stefan: perguntei a ela sobre a família dela. Ela só lembra do nome de sua mãe e de seu pai, nada mais.

Bonnie: como era?

Stefan: Abigail Bennett e Silas Bennett.

Bonnie: será que tem algo na sala da Josette falando sobre... sobre mim?

Stefan: não. Eu procurei e nada.

Bonnie: droga!- um longo silencio se fez no quarto- Kai respondeu a carta?

Stefan: nada ainda.

Bonnie: quanto tempo passei desacordada.

Stefan: um dia todo.

Bonnie: como me encontrou?

Stefan: Jacque foi lavar a louça e te encontrou desacordada no chão, ela não pensou em nada só nos ligou. Eu atendi e fui correndo, literalmente, até sua casa. Charles fez pelo menos o favor de te trazer aqui.

Bonnie: ele não está aqui, não é?

Stefan: não.

Bonnie: ótimo.

Stefan: então prefere o hospital?

Bonnie: claro que sim. Aqui ele não pode fazer nada e eu vou ficar em paz.

Stefan: como eu queria matar ele- segurei sua mão.

Bonnie: obrigada- ele sorriu um pouco.

Stefan: só o que quero é que Kai volte logo.

Bonnie: nós queremos.

Ficamos um bom tempo conversando. Stefan teve de ir embora quando estava anoitecendo. Eu achava bem melhor estar aqui do que naquela casa que só me trazia dor. Comecei a ficar um pouco preocupada com Kai, ele já devia ter respondido.

3 meses depois...

Pov Bonnie

A minha alegria durou pouco. Os meses se passaram rápido, e com o tempo minha ferida foi cicatrizando. O doutor me liberou para ir para casa e eu estava aqui novamente. Charles tinha pelo menos o senso de me deixar em paz, já que estava ferida.

Três meses! Três meses e nada da resposta de Kai a minha carta. Será que ele ficou com raiva? Será que ele ficou tão magoado assim? Ou pior, será que... não! Não era nem uma opção pensar que Kai havia morrido na guerra.

Jacque: senhora?- seu chamado interrompeu meus pensamentos.

Bonnie: entre, Jacque- ela entrou trazendo uma bandeja.

Jacque: como se sente?

Bonnie: melhor- sorri um pouco.

Jacque: preparei a sopa de carne que a senhora gosta.

Bonnie: obrigada- ela pôs a bandeja na mesinha ao lado.

Jacque: deseja mais alguma coisa?

Bonnie: não Jacque. Obrigada!

Jacque: de nada- ela saiu.

Tomei um pouco da sopa e estava saborosa. Após um bom tempo Jacque veio buscar a bandeja e as coisas e eu fiquei lendo um pouco. A noite chegou e Charles entrou no quarto. Meu coração bateu mais acelerado quando ele entrou.

Charles: não se preocupe- ele falou vendo meu choque- você está machucada, eu não vou fazer nada. Pelo menos, não enquanto estiver doente- senti vontade de vomitar.

Bonnie: o que você quer de mim?- falei firme.

Charles: por enquanto nada- ele começou a tirar os sapatos- sabe, meu amigo Edward teve um filho com sua esposa.

Bonnie: e?

Charles: e que eu notei que não tenho herdeiros- meu coração bateu ainda mais forte- quando estiver melhor, nós cuidaremos desse caso.

Bonnie: não...

Charles: é melhor não contestar querida. Acabou de sair do hospital.

Fiquei calada, pois achei bem melhor. Charles deitou e logo dormiu, sei disso pois escutei seu ronco. Eu não vou ter um filho com Charles Everson! Não vou mesmo. Eu tinha que arrumar um jeito de ir embora, e eu vou!