Pov Bonnie

Como assim Kai gostava de mim? E não estou falando de um gostar como irmão gosta, ou como amigos, mas como algo a mais. Não! Não podia ser!

Kai: Bonnie!- falou me tirando de meus pensamentos- o que foi?

Bonnie: não...

Kai: não?

Bonnie: por que Kai? Não! Não pode gostar de mim assim.

Kai: por que não?

Bonnie: somos irmãos!

Kai: não, somos praticamente irmãos.

Bonnie: por isso mesmo, não pode acontecer.

Kai: o que foi? É por que não sou Tyler?

Bonnie: não estou pondo Tyler no meio Kai, só que não dá.

Kai: não somos irmãos, podemos sim ficar juntos.

Bonnie: somos praticamente, já viu alguém dizer que casou com o irmão?

Kai: mas não somos. Só fomos criados juntos e agora eu gosto de você.

Bonnie: ai por favor não repita isso! Não podemos ficar juntos.

Kai: me diz, é só pelo fato de sermos “irmãos”?

Bonnie: claro, não podemos...

Kai: Bonnie, eu só quero que diga o que sente por mim- falou segurando minhas mãos.

Bonnie: gosto de você, mas não do mesmo jeito que gosta de mim.

Kai: então não gosta de mim?

Bonnie: não como pensa, gosto de você, sempre gostei, mas como um irmão- ele abaixou a cabeça.

Kai: então desculpe.

Bonnie: por que? Não fez nada.

Kai: eu não devia ter te dito, eu su um tremendo idiota!

Bonnie: não- levantei seu rosto- não é, só não nos gostamos da mesma forma. Mas podemos continuar como antes.

Kai: então me diz como continuar como antes se gosto de ti diferente?

Bonnie: Kai, por favor...

Kai: não- ele sorriu fraco- você está certa, temos que continuar como irmãos.

Bonnie: tudo bem pra você?

Kai: não. Mas, vai ficar- pude sentir s dor em suas palavras.

Ele saiu correndo e me deixou lá. Eu entrei e fui para meu quarto. Será que o machuquei tanto? Será que doeu tanto? Mas eu só deixei claro que não podia ficar com ele. Até por que, acho que iria doer bem mais se eu tivesse escondido. Deitei na minha cama, fechei os olhos e deixei que meus pensamentos me envolvessem por completo.

Pov Kai

Eu sei que fui um tremendo idiota. Eu sabia bem o que Bonnie achava entre nós, o que ela pensava de mim, mesmo assim deixei que meus sentimentos viessem à tona. Cheguei a meu quarto e deitei na minha cama. Eu não chorei, só fiquei ali, pensando em tudo.

Damon: Kai?- permaneci quieto.

Stefan: o que houve?

Kai: ela disse o que já sabíamos.

Jeremy: nossa.

Kai: tudo bem, eu que fui idiota.

Damon: por que? Por que disse o que sentia? Isso não te faz um idiota.

Stefan: pois é, só te faz mais forte.

Kai: como assim? Como um “não podemos ficar juntos” pode me fazer mais forte?

Damon: por que pôs isso pra fora?

Stefan: verdade, ficaria pior se tivesse abafado.

Kai: olha, tudo bem. Acabou.

Jeremy: olha irmão, um dia tudo isso acaba.

Kai: eu sei que sim. Dói, mas um dia acaba.

Stefan: é.

Damon: que tal um jogo de bola?

Jeremy: verdade, vamos lá.

Kai: vamos- falei me levantando.

Aquilo realmente doía. Nunca pensei em sentir esse tipo de dor. Na verdade, desde pequeno nunca pensei que essa dor pudesse existir. Pelo menos pus para fora, deixei que aquilo que me sufocava saísse. Já estávamos na quarta partida, quando Bonnie se sentou com as meninas para observar.

Damon: meninas parando para nos ver? Isso é novo.

Elena: não temos nada melhor para fazer.

Caroline: pois é.

Stefan: acho que tem louça para lavar, não?

Bonnie: não somos feitas somente para lavar louça.

Caroline: homens.

Elena: é.

Kai: verdade, deixem elas verem- olhei para Bonnie e a dor apertou ainda mais.

Continuamos nosso jogo e as meninas observando. Á noite chegou e nós jantamos, e depois nós meninos fomos para o quarto. Tomei banho, me enxuguei e vesti a roupa de dormir. Deitei na cama. Meus pensamentos não me deixavam em paz um minuto sequer, eu não conseguia dormir. Desci para pegar um copo de água.

Estava na cozinha, quando ouço um barulho lá fora. Abro a porta e vejo um cavalo muito desesperado, olhei e vi uma moça caída no chão.

Kai: ei garoto calma- falei acalmando o cavalo- moça?- olhei seu rosto e ela estava inconsciente.

Peguei-a nos braços e a levei para dentro. Pus ela em cima de uma das grandes mesas e fui até o quarto da tia Jo. Ela se apressou em descer e Flor veio com ela. Pus o cavalo no jardim, amarrado e ele já estava bem calmo. Entrei no refeitório e tia Jo e Flor estavam cuidando da garota.

Josette: Kai, me ajude a leva-la para o quarto certo?

Kai: sim.

A peguei em meus braços e a levei para cima. Pus ela na cama de tia Jo, como ela mesma mandou. A pus em cima da cama e tia Jo começou a passar um pano úmido em sua cabeça.

Kai: ela vai ficar bem?

Josette: sim, ela está respirando. Tenho certeza que pela manhã estará bem.

Kai: mesmo assim, não é melhor chamar um médico?

Josette: sim, chamarei.

Kai: ah...

Josette: vá se deitar querido- alisou meu cabelo- algo o incomoda?

Kai: não- menti.

Josette: então vá- ela sorriu.

Kai: boa noite tia Jo.

Josette: boa noite- beijou minha testa e eu saí.

Voltei para meu quarto e deitei na minha cama, um novo pensamento tomou conta da minha mente. Quem era a garota inconsciente?

Pov Bonnie

Acordei com a luz do sol em meus olhos, levantei devagar e fui até o banheiro. Tomei banho, me enxuguei e me vesti. Deixei meu cabelo solto, prendendo apenas duas mechas para trás, desci para tomar café e quando passei na frente do quarto da tia Jo, tinha uma garota deitada. Fui até ela e a olhei. Ela abriu os olhos e eu me assustei.

Bonnie: oi? Quem é você?

Xxxxx: onde eu estou?

Bonnie: no orfanato- ela olhou para mim.

Xxxxx: o que faço aqui?

Bonnie: não faço a mínima ideia.

Josette: oh, acordou!- ela falou entrando- olá querida!

Xxxxx: o que faço aqui?

Josette: calma, um de nossos garotos a encontrou desacordada, então resolvemos deixar você aqui.

Bonnie: quem é ela?

Josette: também não sei querida.

Xxxxx: desculpe- ela se sentou e fez uma careta- minha cabeça.

Josette: deve ter batido quando caiu do cavalo.

Xxxxx: onde está o floco de neve?

Josette: no quintal- ela relaxou- diga-me, o que fazia aquela hora da noite na rua?

Xxxxx: eu estava indo embora, meu pai é um homem mau. Ele batia em mim, então decidi que estava na hora de ir. Meu cavalo se assustou com algo e acabou me derrubando, só lembro disso.

Josette: seu nome- olhei para a garota atentamente.

Xxxxx: Selena.

Josette: um nome muito bonito- sorriu.

Selena: e você? Quem é?

Josette: sou Josette, diretora do orfanato. Essa é Bonnie, uma de nossas garotas.

Bonnie: oi.

Selena: oi- sorriu.

Josette: então, quer ficar aqui ou pretende seguir viagem?

Selena: isso depende.

Josette: de quê?

Selena: meu pai me encontrará aqui? Aliás, me deixarão ir com ele se ele me encontrar?

Josette: não, só se quiser.

Selena: então eu fico- rimos.

Josette: vou mandar preparar um banho para você. Quantos anos tem?

Selena: quinze.

Josette: nossa, é mais velha que as garotas- sorriu- vou te emprestar uma de minhas roupas, depois mandamos fazer para você.

Selena: certo- tia Jo se retirou- sabe quem me salvou?

Bonnie: não.

Selena: bom, podemos ser amigas.

Bonnie: podemos- sorrimos.

Ela foi tomar banho e eu desci para o refeitório. Tomei café e comentei com as meninas e os meninos sobre a tal garota.

Damon: pelo menos ela é mais velha.

Kai: quem?- falou chegando.

Bonnie: a nova garota.

Kai: ela acordou?

Bonnie: sim- ele saiu correndo.

Caroline: hum...

Elena: Caroline!

Caroline: o que foi? Kai salva a garota, Kai sai correndo ao seu encontro, tenho certeza que tem coisa.

Elena: não acho.

Caroline: deixa de coisa.

Bonnie: também não acho, ela chegou ontem.

Flor: meninas- nos viramos- venham me ajudar.

Fomos ajudar a Flor. Será que Kai estava tão interessado na Selena? Ah não, não devia ser isso. Será?