Caminhos escrita por TAYAH


Capítulo 21
Extra I


Notas iniciais do capítulo

Eu me esqueci completamente de postar esse extra aqui. Desculpa D:
Mas aqui vai duas pequenas cenas extras.

Boa leitura!



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Regina

 

Dois meses haviam se passado desde a partida das meninas. A vida sem elas diferente de como eu achei que seria, estava maravilhosa e cada dia mais gostosa e cheia de surpresas boas.

Na teoria Emma morava com os Charmings, mas na pratica não era nada parecido... Swan dormia mais em minha cama no que na dela e é claro que eu amava tê-la o tempo todo, então por mais que ela não vivesse comigo de fato, ela vivia.

Nove da noite e eu estava no conforto da minha cama lendo alguns documentos da cidade para uma reunião na manhã seguinte, já Emma estava deitada de bruços entre minhas pernas, hora fingindo ler um livro, hora tentando puxar assunto comigo.

 

— Emma...? – Chamei sua atenção sem tirar os olhos do documento ao sentir sua mão levantar levemente a blusa do meu pijama. – O que pensa que está fazendo? – Tive que abaixar os papéis e olhar para ela que dava leve tapinhas em minha barriga como se fosse um tambor.

— Tem alguém ai? – Ela falou com minha barriga e eu tive que sorrir ao ver seu sorriso ao colocar o ouvido sobre meu ventre. – Como que a gente sabe se elas estão aqui dentro? – Eu ri e me desmanchei com a carinha que ela fez.

— Eu não sei.

— Porque as meninas não nos contaram como isso ia funcionar? Será que tem uma técnica diferente para você ficar gravida? Ou será que... – Ela fez uma pausa para pensar, mas deu de ombros.

— Eu não sei...

— Vamos fazer um teste de gravidez! – Levantou quase num pulo.

— São nove da noite, Emma, as farmácias estão todas fechadas.

— Então a gente faz com magia! Não, você faz com magia.

— Claro, você vai até meu cofre, estuda as magias e procura por uma poção ou um encanto para eu descobrir se estou gravida, quando você encontrar, traga até a mim que eu faço. – Emma murchou já eu tive que rir. – Vem cá... – Ela sentou entre minhas pernas a contra gosto. – Amanhã a gente faz, está bem?

— Mas eu... – Ela ia começar a argumentar, eu apenas sorri e beijei seu ombro, o que a fez soltar o ar e revirar os olhos – Está bem, amanhã a gente faz.

 

Quando as meninas se foram elas falaram na mensagem que já eram sementes aqui, mas por mais que eu quisesse acreditar que aquela primeira noite com Emma tenha as gerado, eu tinha meus motivos para ter duvidas e para achar que aquilo não aconteceria comigo. E por mais que eu tenha reparado em pequenas mudanças em meu corpo e a falta da menstruação nas últimas semanas... eu tinha tomado aquela poção há muitos e muitos anos para não poder engravidar... e bem... por mais que eu quisesse ter Sarah e Elise junto a Emma para nossa família ficar ainda maior, aquele medo de não ser capaz de engravidar ainda era grande em mim.

Eu queria ter falado com Emma sobre aquela poção que tomei, mas toda vez que ela vinha com o assunto de eu já estar gravida ou não eu via a felicidade em seus olhos e a última coisa que eu queria era ver aquele brilho se apagar.

 

A reunião na prefeitura acabou mais tarde do que eu gostaria. O horário de almoço já havia passado e Emma e Henry já deveriam ter comido, então sereia só eu naquela quinta-feira.

Pensei em pedir comida, pensei em ir comer no Granny’s, pensei em ir até a delegacia e roubar um dos sanduiches de Emma, mas o que eu realmente fiz foi ir até a farmácia.

Comprei o teste e fui correndo de volta para prefeitura.

Eu estava tão nervosa com aquele teste em mãos que eu estava a ponto de explodir. Cheguei a cogitar a hipótese de jogar fora e esquecer aquela ideia maluca... mas ao lembrar do sorriso e da empolgação de Emma eu tomei a coragem que precisava para tirar logo aquilo da minha cabeça... eu tinha que me libertar daquela angustia.

 

Aqueles foram os minutos mais longos de toda a minha vida, meu coração palpitava mais rápido em mim a cada segundo, eu só queria ter Emma ali comigo para me confortar, mas ao mesmo tempo não queria que ela passasse por aquilo caso fosse apenas ilusão da minha cabeça.

 

O tempo se esgotou e o resultado estava a minha frente, o ar me faltou de uma forma que achei que fosse desmaiar, respirei com força para tentar voltar a mim, peguei meu celular e liguei para Emma me tremendo da cabeça aos pés, eu estava literalmente tremendo.

 

— Emma? Onde-onde você está?

— Regina? Aconteceu alguma coisa?

— Onde você está?! – Perguntei com urgência.

— Eu tô no Granny’s com-

 

Eu não esperei ela terminar me transportei imediatamente para lá.

 

— Com meus pais e Henry. – Completou surpresa ao me ver a sua frente. – Você está bem, Regina? – Emma veio em minha direção. – O que aconteceu?

 

É eu não estava nada bem... estava extasiada a sua frente com aquele teste em mãos. Eu queria gritar, mas nada saia da minha boca... então eu permaneci ali olhando para ela como uma louca.

 

— Isso é o que eu estou pensando – Snow tentou tirar o teste de minha mão, mas eu o segurava com tanta força que ela não insistiu.

— É? – Emma sorriu largo ao olhar para o teste, mas voltou a olhar para mim. – Você fez? – Eu ainda estava em choque então não consegui dizer e nem esboçar nada. – Deixa eu ver, meu amor... – Pediu com carinho ao pegar em minha mão.

 

Soltei o teste olhando em seus verdes, que o pegou animada junto a sua respiração alterada. Emma encarou o objeto por alguns segundos, que foi o suficiente para seus olhos se marejarem.

Antes de dizer qualquer coisa seu olhar me mostrou toda a sua felicidade com aquele positivo, que me fez conseguir voltar um pouco daquele transe ao sentir minhas próprias lagrimas descerem.

 

— Estamos gravidas! – Emma falou com a voz falha ao me abraçar e fazer eu finalmente ter pelo menos uma reação, que foi chorar e abraça-la forte.

— Deu positivo!! – Snow celebrou fazendo todos olharem para nós. – Oh meu Deus, eu nem acredito que isso está mesmo acontecendo! Vamos ser avós de novo, Charming!

— É sério mães? – Henry perguntou fazendo-nos separar do abraço.

— É sim meu filho... – Eu consegui dizer ao pegar em seu queixo.

— Então deu certo! Toda a Operação Coruja deu certo! Mais que certo! E-eu! Obrigado! – Ele nos abraçou feliz.

 

Ao separar daquele abraçado maravilhoso, Snow, Charming e várias pessoas que estavam no Granny’s vieram nos parabenizar.

Diferente de como achei que seria, a maioria das pessoas da cidade se acostumaram logo com Emma e eu juntas, algumas pessoas ainda olhavam estranho, mas nada que nos afetasse.

Depois de ficamos um tempo no Granny’s conversando sobre bebes e sobre como as coisas iriam mudar bruscamente, todos tivemos que voltar para o trabalho.

Cheguei em casa, louca para abraçar meu filho e beijar minha Emma e para minha surpresa ambos estavam sentados a sala de jantar com a mesa pronta.

 

— O que é isso?

— Fizemos o jantar para comemorar. – Henry respondeu.

— Vocês fizeram? – Fiquei emocionada com aquele pequeno gesto, era só um jantar, mas talvez os tais hormônios estivessem falando mais alto.

— Sim! – Emma veio até mim. – Não é nada demais, mas fizemos macarrão. – Ela deu de ombros, me pegou pela cintura e beijou minha boca. – Prometo que se não tiver bom eu vou correndo comprar qualquer coisa que você queira comer.

— Eu tenho certeza que está ótimo, Emma. – Selei seus lábios feliz ao me separar e ir até Henry. – Se os dois fizerem eu tenho certeza que é o melhor macarrão do mundo! – Beijei a cabeça de Henry. – Eu vou só lavar as mãos e já volto.

 

Estava mesmo muito gostoso, o que fez minha alma e meu coração também ficarem felizes e alimentados.

Fazia mais de um mês que eu estava vivendo aquele conto de fadas e a cada dia que se passava eu me sentia mais feliz, mesmo quando Emma e eu nos desentendíamos.

 

— Eu tomei uma poção há muito tempo... – Comecei a falar após todos terminarmos. – Uma poção para nunca engravidar....

— O que? – Emma ficou surpresa.

— Eu só... achei que seria o melhor para mim... e depois de um tempo eu acabei me arrependendo, mas já era tarde... não tinha jeito... e eu sempre achei que... bem... que eu nunca iria engravidar em minha vida... e um dos motivos que me fez ter evitado esse assunto foi o medo de partir o coração de vocês dois... de não ser capaz de dar o que vocês tanto queriam...

— Mas porque você não me contou?

— Porque eu tive medo, Emma... medo de não ser suficiente... mas ai novamente o meu destino bateu na minha porta para dizer: hey, Regina, pare de achar que você não é merecedora, você é sim... e para te provar mais uma vez que você merece esse final feliz, Emma quebrou a maldição que tinha no seu ventre e juntas ainda foram capazes de criar vida...

— Olha... eu sei que algumas coisas são difíceis, mas nós estamos juntas... – Ela olhou rapidamente para Henry - Juntos nessa... Somos uma família e você não precisa mais ter dúvidas de nada...

— Não tem mais como ter dúvidas... não depois do que fizemos... – Eu disse ao colocar a mão em minha barriga e sorri para ela. – Desculpa não ter contado sobre a poção para vocês dois... desculpa...

— Está tudo bem, mãe, mas como minha mãe falou, você não precisa mais ter dúvidas, nós somos uma família e nosso final feliz está entrelaçado para sempre. – Eu sorri orgulhosa para ele, que sorriu de volta.

— Falando em família... acho que você já pode se considerar oficialmente moradora desse lar, Emma.

— Está convidando minha mãe que já mora aqui para morar aqui? – Henry achou graça.

— Sim, estou.

— Eu não moro aqui, garoto, eu moro no loft, ok? – Emma rebateu com um sorriso na voz. – Mas acho que posso pensar na proposta de passar mais tempo com vocês... – Henry e eu revíamos os olhos o que a fez prender o riso. – Tá bem, eu aceito morar aqui... – Ela riu envergonhada. – Eu amo muito vocês. – Emma falou espontânea. – E eu vou ser mãe de novo! Eu nem acredito que fizemos elas... a gente... eu e você... juntas... – Emma era a felicidade em pessoa – Eu preciso de uma bebida!

 

~~~~~~~~

 

Emma

 

Regina estava no quarto mês de gestação, já minha mãe quase chegando ao sexto. E eu, bem eu era a pessoa mais feliz do mundo.

Era quinta feira e depois de termos tomado o café, Henry foi direto para escola, já eu e Regina subimos para terminar de nos arrumar.

Como Regina havia pedido na semana anterior, eu não tentei beija-la ou qualquer coisa do tipo naquele meio tempo em que tínhamos que nos arrumar para irmos trabalhar. Eu sabia que os hormônios dela estavam diferentes e que de alguma forma seu apetite sexual ficou ainda mais intenso, mas eu não achava que aquilo era realmente necessário, eu na verdade gostava de toda aquela intensidade... porém, por outro lado eu entendia que nossos momentos muitas vezes saiam do nosso controle.

 

— Emma... – Regina me puxou pelo braço me impedindo de sair do quarto. – Olha, eu preciso que você... – parou de falar quando seus olhos encararam meus lábios e engoliu a seco antes de dar quase um pulo para trás. – Se controla... – Falou baixinho para si. – Emma, você está me distraindo demais e eu vou precisar trazer trabalho para casa hoje mais tarde, então seja uma boa companheira e vá dormir na casa dos encantados.

— Imagina se eu tivesse nua... – Brinquei, o que a fez me olhar da cabeça aos pés e sorrir de canto e afirmar com a cabeça, mas logo se irritou consigo e negou ao se afastar de mim.

— Está vendo! Você está me distraindo muito e eu preciso mesmo trabalhar... então até amanhã e nem pense em entrar em contato comigo, nem mesmo uma mensagem. – Eu ia argumentar, mas apenas respirei fundo.

 

Eu entendia aquilo, eu já tinha passado por uma gestação antes e muitas das coisas que acontecem não são tão simples quanto imaginam. E por eu amar tanto Regina eu iria sim passar uma noite com meus pais, mas querer?! Eu não queria, eu queria mesmo era chegar do trabalho e distrair Regina por horas até cansarmos como todas as noites.

Dei de ombros e suspirei meio chateada, o que a fez negar com cabeça e sorrir ao mesmo tempo, como se desistisse de algo.

 

— Como eu te amo. – Ela invadiu meu espaço me segurou pela cintura e beijou minha boca. – Só vai embora antes que eu tire sua roupa. – Exigiu ainda me abraçando forte.

 

Eu sorri e selei seus lábios, a empurrei com delicadeza e sai do quarto quase correndo. Ela achava que era difícil para ela, mas mesmo eu não estando gravida de fato era como se eu pudesse sentir o que ela sentia, então de alguma forma toda aquela tensão entre nós era sentida por ambas... e deixa-la era muito difícil para mim também.

A noite no Loft... eu e meu pai tentávamos montar o berço do meu pequeno irmão Levi. É claro que eu queria estar e casa, mas estar com meus pais também era bom.

 

— Olhando esse manual eu acho que ir para Guerra é mais fácil que montar esse berço. – David reclamou ao meu lado.

— Deixa eu ver... – Peguei o de sua mão no mesmo instante em que meu celular começou a tocar. – Espera só um pouco. – Devolvi o manual para ele.

 

É claro que eu sorri largo e senti aquelas incansáveis borboletas no estômago ao ver que era Regina. De algum jeito eu sabia que ela não ia conseguir, na verdade eu estava torcendo para ela me ligar ou mandar uma mensagem, pôquer eu mesma não sabia que ia acabar não conseguindo.

 

— Alô... – Atendi como uma adolescente com um sorriso na voz e no rosto.

— Onde você está, Emma? – sua voz era baixa.

— No loft, ué... – Respondi fazendo-a soltar o ar e ficar em silêncio por um ou dois segundos. – Tá tudo bem?

 

Minha pergunta terminou no exato instante em que ela se materializou ali na minha frente, sorriu como quem se rende, negou com a cabeça, invadiu meu espaço com aquele sorriso maravilhoso, segurou em meu rosto com uma das mãos e me beijou.. um beijo calmo, mas cheio de saudades, como se há tempos não nos víssemos... bem, não faziam nem 24h, mas meu coração sentia como se não fosse há muito tempo.

Nos separamos no beijo e nos abraçamos, quando o abraço finalmente matou um pouco da saudade olhei para meus pais que estavam nos observando como se fossemos um filme de romance.

 

— É... boa noite. – Regina os cumprimentou meio envergonha, eles apenas sorriram de volta. -  Desculpem, mas vou ter que levá-la para casa. – David e Mary se olharam, sorriram e deram de ombros. – Até. – Disse ao nos levar direto para o nosso quarto.

— Você quer me explicar agora, ou prefere que eu te beije antes? – Me aproximei encarando sua boca.

 

Ela não respondeu de imediato, ficou me encarando com aquele brilho no olhar junto ao seu sorriso de canto, um misto de prazer e amor em todas as suas feições, eu amava demais aquela mulher e amava ainda mais o jeito que éramos... a forma com que sempre tudo era como se fosse a primeira e última vez.

 

— Me beija, Swan.


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