Sting POV 

Hoje acordei de bom humor, me levantei e me espreguicei. Olhei em volta, hué? Aqui não é meu quarto!  

Cocei a cabeça sem compreender. 

— Finalmente te achei, Sting-kun. -vem Lector, voando porta adentro. 

— E aí Lector! -sorri. Olhei em volta mais uma vez- Estranho, por que estou aqui? 

— Hum? -ele se sentou ao meu lado- Ontem você disse que ia bagunçar um pouco e não voltou mais. -me reportou, um pouco pensativo. 

Ontem... Aaah! Verdade, me lembrei.  

Ontem saí do meu quarto de madrugada, percebi Lucy saindo do quarto dela também, se separando de Yukino, então... Quando Blondie desceu as escadas, eu tive um plano! Quebrar todas as camas dos outros quartos vazios, se bem que fiz isso por estar um pouco com raiva que todos saem resolvendo morar aqui, se eu quebrar as camas e bagunçar os quartos, provavelmente não teremos mais intrusos, certo?  

Meio que fiz um barulhão, mas com tantos trovões, ninguém percebeu. He he. 

Depois me apossei da cama de Blondie. Ela teria que buscar outro lugar para dormir. Acabei soltando um sorriso cretino. 

— Ainda está aqui? -perguntou alguém na porta do quarto, olhei e vi um Rogue me encarando reprovador. 

— Bom dia para você também -respondi. Ele ergueu as sobrancelhas, cruzando os braços. 

— Vamos Sting, que tara toda é essa pelo quarto da Lucy? -ele questionou secamente, eu me levantei bambamente. 

— Sting-kun fez nada de errado -Lector me protegeu, então esboçou um sorriso maroto, escondendo os lábios nas patas e ao meio de risos murmurou auditivamente- Lucy-san saiu do seu quarto essa manhã. Devia agradecer ao Sting-kun! 

Lector dedurou, Cheney corou e eu sorri caçoando. 

— Aaaah... Então é isso? Devia me agradecer mesmo -me aproximei e passei o braço nos ombros do meu amigo, sussurrei atormentando-o- Consegui com que a liiiiiiinda Blondie passasse a noite no teu quarto. Aproveitou bem? 

— C... Cala a boca Sting -então ele recompôs a cara de paisagem, mas continuou meio vermelho- Talvez Yukino venha te procurar, perguntando sobre o que significa isso. -o mago das sombras encarou furtivamente para a cama da loira, aonde agora o meu calor ainda se impregnava. 

Engoli seco e parei de me apoiar no moreno. 

— Vem Lector -chamei, o exceed se aproximou. Fui destemido e sorri para Rogue- Estou falando! Ainda vai me agradecer!! 

Ele suspirou inconformado. 

— Seja o que você fez ou não fez, vou te avisar. Hoje estou saindo em uma missão com a Lucy -então me encarou firmemente apertando os olhos- Não. Destrua. A. Casa! 

O fitei por alguns segundos, congelado. Meu corpo tremeu dos pés para a cabeça, por me dar conta de uma coisa terrível. 

— QUÊ!? VOCÊ VAI MESMO ME DEIXAR!? -então minha voz falhou de horror- C... COM AQUELAS DUAS!? 

— V... Você não pode nos deixar!! -apoiou Lector, trêmulo, perdendo as forças até para voar, ficando no chão. Nos lembramos do inferno que passamos quando estávamos só eu e Minerva naquela missão de derrotar magos... Não foi legal. 

— E FROSCH!? -perguntei arregalando mais os olhos, sentia uma corrente fria de medo passar por mim. 

— Não seja idiota, eu vou levar Frosch comigo. -ele respondeu calmamente. 

— NOS LEVE JUNTO!! -implorei, já me jogando aos seus pés, ficando de joelhos- SOMOS OS DRAGÕES GÊMEOS!! SOMOS QUASE IRMÃOS! NÃO ME ABANDONE ROGUEEEEEEE!! -choraminguei, já imaginando a comida assustadora que Minerva nos obrigaria a comer. 

Ele apenas me fitou sem dó ou piedade, deu meia volta e foi caminhando pelo corredor. Antes de sumir descendo as escadas, me disse: 

— A comida está na mesa Sting, vem comer. 

Eu apenas cambaleei, me apoiei na parede fazendo drama, Lector me imitou e resmunguei desacreditado: 

— Rogue seu traidor... 

— Demônio sem coração... -murmurou meu exceed no canto da depressão. 

— ... Que aura depressiva é essa? -perguntou Laxus aparecendo do nada, parando no meio do corredor, bem na frente do quarto que eu estava. Eu espremi os olhos e o encarei, respondi dentre os dentes: 

— Blondie e Rogue armaram abandono contra a minha pessoa e a do Lector. 

— Aah, eles vão em uma missão? Pensando agora -o loiro do raio vez uma careta- Eu tenho que ir cumprir a minha missão também... Não posso ficar fazendo tanta hora aqui na cidade da Saber, ou o Raijunshuu vai vir atrás logo, logo... Haaa... -suspirou ele, então abaixou a voz para um sussurro- Nem acredito que eu peguei uma missão qualquer só por causa do lugar! O pessoal perguntou nada, mas desconfiou. 

Eu me recuperei, aproximei mais da porta e perguntei: 

— Verdade, o que veio fazer por aqui de verdade, Dreyar? Percebi que você sabe de alguma coisa do Rogue. Essa coisa que você veio fazer uma missão me cheira a desculpa esfarrapada. 

Ele sorriu de canto. 

— Vim a pedido de... Um conhecido meu, digamos assim. 

Um conhecido, huh? Eu sorri. Ele com certeza está planejando algo. 

— Então as fadas estão aprontando algo -comentei. 

— Tanto quanto um certo Dragon Slayer da Luz -respondeu misterioso. 

— Sei -observei- Tem a ver com a Blondie, certeza. 

Lector olhou para mim e para Laxus como se acompanhasse uma bolinha de ping-pong. 

— Do que estão falando? -apareceu Minerva curiosa, comprimindo os olhos- Parecem duas velhas fofoqueiras aí no corredor. 

— Acho que não está muito longe disso -observou o loiro do raio- Estamos falado sobre Lucy. 

— Ei!! -exclamei indignado- Não sou uma velha fofoqueira!! Mas bem, estamos falando de Blondie -confirmei sorrindo para a morena. 

— Huuummm... -ela fez pensativa- Qual é o plano? -perguntou esboçando um sorriso. 

— Então a Princesa vai se juntar ao bando de cá? -ri. 

— Digamos que é muito interessante o lance de Rogue e Lucy -respondeu ela, misteriosa. 

— Concordemos -sorriu Laxus, cúmplice- Primeiro, precisamos saber qual é o nível de relação que eles tem. 

— Bom, eles dormiram juntos, já aconteceu muita coisa, como Rogue salvar ela e outras mais coisas -falei. 

— He he -riu a morena- Emocionante, o pequeno Cheney está evoluindo. Estão a um passo de começarem a namorar -ela confirmou, me deixando um tanto surpreso, ela explicou- Eles já tem um bom progresso, mas não posso contar exatamente o quê. 

— QUÊ!? -abismei surpreso, lembrei de antigamente.  

Rogue é tímido, mas sabia esquecer a timidez conseguindo zanzar com as garotas com facilidade. Ele saia com umas garotas... Eu não deveria estar tão surpreso assim... Mas depois, ele parou de ver as meninas, mais ou menos no tempo dos Jogos Mágicos... Ele é um cara estranho... Muito estranho... O que será que a Blondie fez para mudar isso? 

— Isso facilita tudo -sorriu Laxus- Por enquanto não tem plano, mas um será criado em pouco tempo.  

— EI! VÃO DEMORAR!? -gritou a voz de Blondie no andar de baixo. 

— JÁ VAMOS!! -berrei de volta- Escutaram, hora de ir. -sorri. Eles acenaram com a cabeça e descemos as escadas. Mas fiquei estático, vi Rogue na porta prestes a sair, Frosch flutuava perto do moreno e Blondie com as mão na cintura ao lado do moreno. 

— Demoraram, já estamos saindo -falou ela prontamente. 

— MAS JÁ!? -fiquei estupefato- V... Vocês... Vã... Vão... -engoli seco e dei uma olhadela para trás, para a Princesa- Me leva com vocês!! -implorei, numa última tentativa de misericórdia. 

— Hã? -incompreendeu a loira- Mas que Abelha mais chata. Não, não vai vir conosco. A comida está na mesa. Vão comer enquanto está quente. 

Ela se virou e foi atrás de Rogue, o moreno me lançou um olhar de “Cuide-se, não morra e não destrua nada”. 

— TRAIDORES!! -fiquei indignado, mas a porta se fechou. Eu tentei ir atrás, mas uma mão forte com unhas comprimas me agarrou. 

— Aaaaoooonndeee vaaaai? -sussurrou. Me arrepiei- Nem pense em fugir Sting Eucliffe. Podemos ser cúmplices no caso romântico de Lucy Heartphilia, mas não me esqueci da nossa linda aposta -a voz dela era emburrada e rancorosa- Vai pagar. Hoje. Agora. 

— P... Princesa? Não... Não podemos rever isso? 

Eu olhei nos olhos verdes dela, ela sorriu e foi me arrastando. 

— NÃÃÃÃÃO!! -fiz drama. Tentei me soltar mas Minerva é forte demais!! Ergui minha mão pro cara do raio e implorei- DREYAAAAAAR!! ME SALVAAAA!! 

Mas ele apenas me olhou. 

— Foi mal Eucliffe, nem eu acho que posso ser páreo pelo o que você vai passar... E eu tenho que ir cumprir minha missão logo -e continuou a caminhar rumo à sala de jantar, fez uma saudação com a mão de significado “Tchau, não morra, estou torcendo por você”. 

Olhei para os lados e até o Lector de escafedeu. Minerva me puxava escada acima, sem remordimentos, concentrada em um planejamento que eu não gostaria de saber. 

FUI ABANDONADO!! MALDIÇÃOO TODOS ME ABANDONARAM!! VOU PASSAR POR UMA TORTURA HUMILHANTE SE DEPENDER DESSA DEMÔNIA!! 

Ela me puxou até um quarto. Yukino estava sentada na cama, parecia meio nervosa e corada. 

— Chegamos, Yukino. -sorriu Minerva, a assustadora. 

— T... Tem certeza que podemos fazer isso? -a albina perguntou, meio temerosa. 

— Claro que podemos! -riu a morena, em bom humor. 

— Não! Não podem! -fiquei chocado com a liberdade que a Princesa tinha. 

Minerva abriu um sorriso maior. 

— Yukino, pegue o avental.  

A albina assentiu e pegou um avental todo rosa, de babados e corações! Fitas douradas criavam laços e pequenas pedrinhas transparentes faziam os toques finais dos bordados. Fiquei horrorizado ao ver aquilo se aproximando e percebendo o quanto aquele objeto era pro meu tamanho. 

— Não!! NÃO VOU USAR ISSO!! -já exclamei percebendo o que iria acontecer. 

Os olhos da morena faiscaram. Eu estremeci. Ela tem algum poder mental que faz as coisas acontecerem só com um olhar! Não é possível... NÃO É POSSÍVEL QUE ISSO ESTEJA ACONTECENDO! 

No final... Lá estava eu... de avental... e espanador fofinho. Me virei para o espelho de corpo que tinha da parede do quarto. Caminhando feito robô, me olhei. 

... 

Estou horrível!! 

Escutei umas risadinhas atrás de mim, dei meia volta no calcanhar, fiquei com raiva e taquei o espanador no chão. 

— JÁ CHEGA!! EU VOU EMBORA!! 

Minerva ficou com uma feição pacífica, se sentou na cama de pernas cruzadas como uma princesa e ergueu a mão, exclamou sem mais, nem menos: 

— TERRITORY: PRISÃO DA CONDIÇÃO!! 

E entregou uma lácrima de gravação para Yukino, a albina pegou o cristal e se sentou ao lado de Minerva. O cristal tremulava nas mãos dela, o rosto da maga celestial estava meio corado. Meu queixo caiu, desacreditando. 

— Acho que já sabe o que significa minha magia, certo? -perguntou a morena- A condição é limpar todo o quarto com o espanador. E.... Ah! Com o dedo mindinho levantado. -sorriu como se nada grave estivesse acontecendo. 

Mordi meu maxilar, nervoso e suando frio. 

— E.... Essa magia de novo? -tentei ser valente- N... Não me importo em ficar aqui para sempre. 

— Ah, é mesmo? -ela ergueu as sobrancelhas, estalou os dedos e um buraco dimensional se abriu no teto do quarto, uma corda saiu do buraco e em sua ponta, um exceed laranja amarrado. 

— S... Sting-kun... Des... Desculpa... -chorava ele. 

— L... Lector! -exclamei, então me virei para Minerva, mal percebi que minhas pernas tremulavam- Q... Quando você...? 

— Isso não importa –ela cortou, então ordenou- Limpe. 

— Um refém é covardia!! 

— Hum... Trituradores, água fervente, piscina de piranhas. Pode escolher, tenho muitas coisas interessantes guardadas na minha magia de Territory. Posso mostrá-los para o Lector -ela virou o rosto num sorriso malvado pro exceed- O que acha? 

Fechei meu punho, o gato alaranjado choramingou: 

— S... Sting-kun... 

Com a mão trêmula, peguei o espanador. O exceed murmurou: 

— S... Sting-kun... Não... Não precisa... 

— Lector -chamei e sorri confiante- Só aguente mais um pouco. 

Me virei de costas e comecei a retirar o pó. 

— Sting -escutei a voz de Minerva. Dei um pequeno salto de susto- O mindinho levantado. 

Levantei o dedo mindinho. Senti a lácrima de Yukino me gravar. 

— D... Demônio -resmunguei emburrado. 

— Não -ela contradisse- Isso é para você aprender a não me subestimar e cumprir com suas apostas. Ainda estou sedo legal e vou deixar isso ser apenas por um dia, em vez de um mês, como prometido. 

Continuei a retirar o pó. Quanta humilhação... Isso deve ser o inferno, se alguém vir isso, o nome do Grande Sting Eucliffe vai estar manchado. Para sempre.