Caminhantes escrita por Serin Chevraski


Capítulo 12
Levando memórias secretas de Florea, para casa




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/685286/chapter/12

Laxus POV 

Acordei no pulo com um grito do quarto ao lado. Mas espera, o quarto ao lado é o da Lucy! Me levantei correndo e sai do meu aposento, indo bater na porta ao lado. 

— LUCY!? ACONTECEU ALGO!? 

Sem resposta... Tentei abrir com a maçaneta, está trancada. Bati mais uma vez. 

— Lucy? LUCY!? ME RESPONDE GAROTA! VOU ARROMBAR A PORTA! 

Escutei algo caindo no chão, eu me preparei para arrombar, mas então recebi uma resposta. 

— E... EU ESTOU BEM LAXUS! NÃO QUEBRE A PORTA! 

— O QUE HOUVE!? ME DEIXA ENTRAR! -fiquei mas aliviado ao escutar a voz dela. 

— A... Aaah... EU ESTOU DE PIJAMA... NÃO QUERO QUE VOCÊ ME VEJA ASSIM...! 

Pijama? É por isso que ela não quer abrir a porta? Porque está de pijama? Vai entender, garotas se preocupam demais com roupas... Mas ainda estou preocupado. 

— MAS O QUE ACONTECEU!? VOCÊ GRITOU DO NADA! 

— AH! É QUE TEM UM... UM... 

— UM...? 

— UMA BARATA GIGANTE E PRETA NO MEU QUARTO! MAS ELA SAIU PELA JANELA E FOI EMBORA, PODE FICAR DESCANSADO! OBRIGADA POR SE PREOCUPAR LAXUS! -a voz dela tremulava meio estranho. 

— TEM CERTEZA QUE VOCÊ ESTÁ BEM!? -perguntei desconfiado. 

— S... SI... SIIIIIIIIIIIM! ESTOU MA... MARAVILHOSAMENTE BEM! 

— LUCY, SUA VOZ ESTÁ ESTRANHA! DIGA A VERDADE, O QUE ESTÁ ACONTECENDO!? 

— L... LAXUS! PARA DE SER CHATO! -berrou ela- EU DISSE QUE É UMA BARATA! PARA DE ME ATAZANAR! ESTOU BEM! 

Essa é mesmo a razão do alvoroço? Ok então. A Lucy tem mesmo cara de que iria se assustar com uma barata... 

— LUCY, SE É SÓ ISSO, SE ARRUMA QUE EM UMA HORA ESTAMOS SAINDO DA CIDADE! 

— OK! 

E me distanciei da porta do quarto dela, entrando no meu quarto. 

Lucy POV 

QUE SORTE QUE TRANQUEI A PORTA ONTEM! MAS... QUE DROGA DE DESCULPA FOI ESSA LUCY!? LAXUS DESCONFIOU! TÁ DESCONFIADO! AAAH! SE ELE ENTRAR... ESTOU TÃO, MAS TÃO FERRADA! AAARGH! PIJAMAS E BARATAS!? SÉRIO!? 

Eu encostei o ouvido na porta, escutando com atenção o que se acontecia fora, prendi a minha respiração, escutei os passos se afastando e o baque de uma porta. 

— Ele... Se foi... 

Suspirei aliviada. Rogue que estava sentado na minha cama pareceu ficar aliviado também. Mas logo eu fiquei séria e encarei feio, me levantando e indo na direção dele. Vi os olhos dele se arregalando de receio.  

— O. Quê. Você. Está. Fazendo. Aqui. Rogue. Cheney!? -grunhi entre as palavras. 

— C... Calma... Eu... -respondeu ele assustado. 

— Calma o quê!? Responde!! Como entrou aqui!? -respondi no tom mais baixo possível, mas muito zangado. 

— E... Eu...  

— Desembucha Cheney! -ordenei. 

— Eu... -o moreno desviou o olhar e respondeu- Sou... O Bunny Boy... -num quase sussurro. 

O QUÊ!? O COELHO NEGRO!? ELE ERA BUNNY BOY CHENEY!? 

Mas antes que eu pudesse falar algo, um ser verde saltou no peito dele. 

— ROGUEEEEEE! -chorou ele todo feliz. Nós dois ficamos surpresos. Ficamos sem reação, muito sem reação. O moreno foi o primeiro a se recuperar, sorriu para o exceed. 

— Desculpa Frosch. Ficou muito preocupado? -perguntou Rogue acariciando a cabeça do exceed. 

Frosch se fez de forte, choramingando e escondendo o rosto na barriga do moreno, balançou a cabeça negativamente.  

— Parece que eu não vou poder cumprir a promessa de vermos as flores. Desculpa Frosch. -ele falou. O exceed ergueu os olhos lacrimejantes e respondeu: 

— Não... Ro... Rogue sumiu... Fro está feliz que achou Rogue de novo... N... Não precisa cumprir a promessa, Rogue... -e escondeu o rosto mais uma vez na camisa do moreno. 

Eu olhei para os olhos escarlates e ele me olhou de volta. Nós dois sorrimos. Aaahhh... Agora eu nem consigo mais ficar brava de matar... Os olhos de Frosch eram tão sinceros que eu poderia chorar junto... Me sentei ao lado de Rogue, ele parecia calmo. 

— E então? -perguntei, em tom meio autoritário. 

— Não está brava? -ele me perguntou me olhando de relance. 

— Mesmo se eu quisesse te esfolar vivo um segundo atrás, não consigo mais. -falei fazendo carinho na cabeça de Frosch, com um sorriso- Mas ainda quero a explicação. Foi salvo pelo Frosch, Rogue Cheney. Seja grato. 

Ele assentiu com a cabeça, engolido seco, provavelmente imaginando o que poderia ter acontecido com ele. 

— Eu, Sting, Frosch e Lactor pegamos uma missão de caçar magos que estavam arruinando campos de plantações de erva Lillut dos arredores. Mas Sting deixou escapar um mago e o perseguimos até Florea. Passamos a noite aqui. No dia seguinte fui em busca desse mago e o encontrei, mas por um imprevisto, esse mago me lançou um feitiço de me transformar em animal. 

Ficamos em silêncio. Ele se levantou e rumou para a janela. 

— Eu vou ir embora Lucy, tenho que achar Sting. Tchau. -ele não me encarou e eu não olhei para ele. 

— Ah... Tchau... -respondi em pura cara de paisagem. 

— Tchau, Fada-san. -disse o exceed em bom humor. 

E foram os dois saindo pela janela. Me deitei na cama.  

Pensei no que aconteceu e ruborizei, ruborizei muito! Meu deus! MINHA SANTA UVA PASCOALI DE JUDAS! ELE ERA O COELHO QUE DEI UM SELINHO, TOMEI BANHO E DORMI JUNTO! QUE QUE RAIOS ACONTECE COMIGO!? SÓ COMIGO ACONTECE ISSO!?  

Estava tão corada que peguei o travesseiro e tentei me sufocar colocando no meu rosto, minha mente está dando voltas e voltas. 

— AGH! EU DEVIA TER ASSASSINADO ELE! -gritei no travesseiro para abafar, já que não quero que o Laxus escute e venha perguntar sobre isso nem morta! Vai que ele descobre!? Ele dá medo de vez em quando mas não significa que ele seja burro! VOCÊ TEVE MUITA SORTE LUCY! LAXUS NÃO INSISTIU! TEVE MUITA, MAS MUITA SORTE! 

EU COM CERTEZA NÃO POSSO DEIXAR NINGUÉM SABER DISSO! PRINCIPALMENTE ERZA, GRAY E GAJEEL! 

Depois de um tempo me acalmei e me levantei para tomar banho. 

No meio do banho, como toda pessoa normal, comecei a pensar direito, mais calma. Então percebi, aquele garoto dos olhos escarlate que sempre vê tudo com calma e desinteresse, algumas vezes com raiva, por que me consolou? Por que se preocupou comigo quando chorei? 

Você sempre me deu uma resposta quando eu quase cai em grande depressão no casamento do meu melhor amigo, então o que é esse sentimento que bate em meu peito? Esse cálido e aconchegante sentimento? Um pouco diferente do que eu sinto por Natsu, que é acolhedor e brilhante. Sabe me responder isso, Rogue Cheney? 

Rogue POV 

Assim que saltei da janela do quarto de Lucy, senti meu rosto arder. Era como se tivessem ralado meu rosto e passado pimenta por cima. Espremi os lábios e comecei a correr para aonde fica o hotel em que eu e Sting nos hospedamos. Frosch me seguia voando.  

Assim que entrei no quarto que tem duas camas de solteiro, vi Sting dormindo como se nada anormal houvesse ocorrido e Lector tomou a cama que supostamente é minha. Caminhei desacreditando na folga de Sting. 

— Sting! STING! ACORDA! -balancei ele violentamente. 

— Anhum...? EU, O STING EUCLIFFE GANHEI DE NATSU-SAN HA HA HA SE AJOELHE E PEÇA PERDÃO!  

MAS QUE RAIOS ELE ESTÁ SONHANDO!? Eu o joguei no chão duro com tudo. 

— AI! ROGUE! SEU MALDITO! PARA DE FICAR ME JOGANDO NO CHÃO. 

Eu ergui as sobrancelhas e o olhei malignamente. 

— Sting... Você nem percebeu que eu e Frosch sumimos ontem? 

— An? Ontem? Não... Sumiram? 

Eu bati minha mão na minha testa, então escutei a voz de Lector:  

— Nós procuramos vocês... -falou ele bocejando- Para irmos embora... Aahwn... Sting-kun seguiu seu cheiro mas ele não te viu e como não tinha cheiro de sangue ou algo assim... 

— Aaah... Lembrei... -começou a falar Sting- Fala cara, aonde esteve? Eu te procurei, mas como não tinha cheiro de que você estava com problemas... -NÃO!? EU PENSEI QUE IA MORRER!- Deixamos de lado e esperamos você voltar... Pensando agora... Me deu FOME! HORA DE COMER!  

E lá vai ele correndo para fora do quarto gritando. 

— Espere por mim Sting-kun! -gritou Lector, mas antes de ir, ele me olhou e disse- Sting-kun parece ser o de sempre, mas na verdade ele ficou preocupado ontem, afinal, você é um dos poucos amigos dele. 

E saiu voando atrás do baderneiro.  

Dei um suspiro, Sting sempre será Sting, huh? Com sorriso de canto, me sentei na minha cama. Frosch pousou no meu colo e me olhou sorrindo. 

— Fro quer brincar mais com a fada-san, podemos ir depois Rogue? 

Eu corei na hora e ia falar não, mas os olhos de Fosch estavam tão cheios de esperanças... 

— Claro Frosch. Um dia vamos visitar ela, ok? 

— SIM! - falou ele todo feliz abraçando minha barriga.  

Olhei para o teto, pensativo. 

Sobre isso que aconteceu, tenho que tomar cuidado para que nem Sting, nem Minerva, nem ninguém descubra isso... Pensando agora, pelo que entendi, Lucy estava com Laxus, eles vieram em uma missão...? Espera. Isso tem nada a ver comigo, por que estou me importando com isso!? A vida de Lucy não deve ser da minha conta... Mas... Aaaaah... Nem sei o que pensar... Mas, espera... Por que ela parecia tão triste? Por que ela chorava...? 

Senti meu coração apertar. 

Quem é você garota loira dos olhos de chocolate? Que faz minha indiferença sumir? O que significam o brilho dos seus olhos que parecem nunca se apagar, como o brilho de uma estrela? Que consegue cativar meu exceed... E a você que chora com tanta tristeza em um sorriso forçado... Por que você me move fazendo com que eu deseje te confortar, Lucy Heartphilia? 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caminhantes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.