Tudo começou em uma noite de lua cheia durante o que foi dito o pior inverno dos últimos tempos, e lá estava eu um ser magro com cabelos negros, usando um jeans surrado e uma jaqueta de motoqueiro com uma caveira em chamas nas costas, sim, quase esqueci meu nome é Derek Solaris. Estou sentado em uma poltrona no ônibus, indo pra a casa do meu avô na cidade de Kentucky nos Estados Unidos, quando de repente escuto um uivo e acordei assustado da poltrona, mais de uma vez nessa semana tive pesadelos com eles, neles estava sempre correndo em uma floresta, e correndo atrás de mim um lobo, não era um simples lobo e sim um lobo branco, alvo como a neve, seu tamanho era fora dos padrões , eu tentava correr e correr mais nunca conseguia me afastar dele. 

Com os olhos arregalados, sussurrei em voz baixa quase falando pra mim mesmo e me arrepiando por causa do frio que estava fazendo, achei que não tivesse lobos por essas bandas.  

Logo após de sussurrar escutei uma voz grossa e estranha vindo atrás de mim que disse: 

—Existem coisas mais estranhas por ai do que um lobo em Kentucky, rapaz você deve ter cuidado pois coisas estranhas acontece a pessoas estranhas. 

Me assustei com o comentário do sujeito e em um impulso quase descontrolado me virei para o ver, um velho que pela cara parecia que já estava morto as tempos, olhando para mim com uns olhos negros que pareciam que iriam sugar minha alma, ele estava usando uma boina que combinava com o suéter vermelho e estava segurando uma bengala que pela cor parecia ser feito de marfim, e me perguntou olhando diretamente para os meus olhos: 

—Algum problema rapaz?  

Fiquei sem fala não sabia o que me assustava mais o comentário dele ou sua fisionomia que parecia um zumbi só que sem o mal cheiro, e decidir responder: 

—Nenhum, queria só ver que teria coragem de me chamar de estranho. E dizer a essa pessoa que é ela que tem que quer cuidado pois está falando com líder do grupo de motoqueiros Red-Skull dos Kansas. 

Ainda olhando pra mim um sorriso malicioso apareceu em um dos lados da boca, disse: 

—Você tem coragem rapaz isso tenho que admitir, tentar mentir para uma pessoa como eu, já sobrevivi a coisas que você nem ousaria a imaginar ,e pra inicio de conversa um motoqueiro nunca deixaria sua moto para poder viajar de ônibus e ainda mais viajar para essas bandas.... 

O interrompendo, iria começar a inventar uma historia de como minha moto tinha quebrado e minha única alternativa foi pegar o ônibus porem antes que eu começa-se a falar novamente, o velho disse: 

—Sem falar que o grupo de motoqueiros Red-Skull foram desfeitos de em 1980 quando toda a gangue foi presa. E soltou um sorriso de quem estava se divertindo com a conversa.  

Na mesma hora que ele acabou de falar o ônibus tinha acabado de chegar no terminal, então sem mais nada que eu pudesse dizer peguei minha mochila a única coisa que tinha trazido do Kansas e dei as costas ao velho, saindo do ônibus meio atordoado com a conversa.  

Após sair do terminal avisto meu avô, escorado na lateral do carro e não era um carro qualquer e sim um opala 64 preto, lindo e bem cuidado, estando junto do carro nem parece que ele tem 78 anos de idade ele usando um jeans preto e uma blusa original dos Beatles o qual era fã e é por causa disso que ate hoje usa um óculos no estilo John Lennon. 

Quando meu avô me ver dar um sorriso,  sempre foi a vontade dele que eu fosse morar com ele, porem meus pais nunca tinham deixado ate hoje, quando  perguntava o porque eles sempre desviavam do assunto e sempre diziam ,você ainda não está preparado, e não adiantava continuar perguntando, nunca obtinha a resposta que queria. Aproximando-me do carro, meu avô notou que eu estava um pouco pálido e perguntou-me: 

—Derek meu neto o que foi que aconteceu, vocês está mais pálido que o normal? 

Virando minha cara para baixo disse: 

—Vô, não foi nada, foi apenas um velhote chato com uma conversa meio estranha. 

Levantando o rosto vejo meu avô com o rosto fixo em direção ao ônibus me virando noto que não era o ônibus que ele estava observando e sim o mesmo velhote o qual tive a discussão, então pergunto ao meu avô:  

—O senhor conhece esse velhote? 

Como se tivesse saindo de um transe ele olha pra min e responde: 

—Digo apenas um coisa fique distante dele. 

Com a curiosidade atiçada pelo que eu avô disse, pergunto: 

—Porque? 

Observando os olhos do meu avô pareciam que brilhando como se uma velha chama tivesse sido acesa dentro dele e responde: 

—Isto e uma longa historia ficará para outro dia temos coisa mais importantes para conversar. 

A terminar a frase, sua feição era tão seria que parecia que ele estava pronto pra dizer que estava com alguma doença terminal e então preocupado com sua saúde perguntei: 

—Vô? O que foi que aconteceu? O senhor está bem? 

Olhando ao nosso derredor para ver se tinha alguém nos observando me disse: 

—Não podemos conversar sobre isso agora, aqui não é hora nem lugar, vamos deixar pra conversar quando chegarmos em casa.