Desventuras Bueiristicas escrita por ChessusOficial


Capítulo 6
Capitulo 6 - Santuario




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Ademilson encara Edervilson assustado, não sabia bem o que fazer, apenas queria fugir dali. O bigodudo, que ate então estava com o olhar fixo na criatura, olha com o canto do olho para o mafioso, dando um sorriso, que lhe surpreendia mais ainda, e apesar de sua face tranquila e calma, era possível ver sua mao tremula conforme ele a estendia.

— Dê-me seu trem se segurar a calça. – Ademilson rapidamente retirava seu suspensório improvisado, que na verdade era feito com elástico de cuecas, de maneira que esticasse muito bem, ele o entregava para o bigodudo, que virava um pouco mais para poder olhar para o Kobold. Não era necessário dizer uma palavra, assim que Edervilson piscou para Sr Senhor Wilson, o mesmo mais uma vez bateu seu cajado no chão, chamando a atenção dos outros dois.

Mashasha ainda não entendia nada, muito menos sabia o que deveria fazer, apena via o cajado lindamente ornamentado do ancião vindo em sua direção, o apanhava e se aproximava de Edervilson. O mafioso era outro que estava confuso, apenas dava alguns passos lentos e discretos para trás até se aproximar do Kobold, ao fazer isso, sentia uma mao sobre seu ombro, talvez aquilo tenha sido uma cobrança, ou um gesto de apoio. Na sequencia ambos se voltavam contra o grande armário. E antes que Gersclei pensasse na sua próxima ação, o Mashasha e Ademilson já haviam invertido suas posições na sala.

O cajado combinava perfeitamente com seu novo dono, talvez aqueles ossos e penas realçassem seus inúmeros olhos ou criasse certo tom místico em sua aparência. Seus olhos piscavam alternadamente enquanto encarava Gersclei, suas pernas tremiam conforme a fera colocava seu corpo todo para fora da jaula. Edervilson corre para o canto da sala, deixando Mashasha e Gersclei frente a frente.  

A corrida do bigodudo chama a atenção do troll, que o segue com o olhar e após um breve momento, percebia então o plano do goblin, que corria em busca de uma vassoura que estava encostava ao lado de uma pazinha, que era usada para colher as necessidades de Gersclei, que não podiam ser feitas no penico. Finalmente Edervilson alcança a vassoura, sendo surpreendido pela fera surgindo ao seu lado com velocidade incrível.

O rosto de Edervilson demonstrava pavor enquanto a criatura sorria de maneira maníaca, e com razão, essa foi sua primeira chance de fuga depois de tanto tempo aprisionada. De longe Mashasha tentava gritar, mas sua voz era sufocada em sua garganta, como se alguém ou algo a suprimisse, sua tentativa de avisar o companheiro do soco que Geirslei começava a preparar era falha. O desespero começava a tomar controle de ambos, que estavam paralisados diante a situação. No momento que Mashasha tentava pela ultima vez gritar para Edervilson, uma brisa gélida tomava conta de todo o recinto, derrubando a pá que estava entre o troll e o goblin, que por enorme coincidência ia contra o braço peludo no exato momento do soco, desviando-o e fazendo passar ao lado do bigodudo, que finalmente conseguia coragem para apanhar a vassoura e estocar o peito de Geirslei, o afastando alguns passos, e também o surpreendendo.

Edervilson não titubeava, e assim que conseguia afastar o troll já começava a correr para o fundo esquerdo da sala, em direção a uma mesa com algumas gavetas (próximo ao grande armário), enquanto tentava prender o suspensório de Ademilson nas extremidades da vassoura, que parecia ser muito mais fácil em sua cabeça. Geirslei apesar de confuso sobre aquela situação estranha encara Mashasha e então podia ver certas marcas tribais de cor branca - em seu pescoço, parte de seu braço e contornando os olhos - que curiosamente não estavam por ali momentos anteriores, seus olhos então se arregalam e ele parte em direção ao goblin recém-tatuado.

Mashasha começava a correr em direção a porta por onde veio, apenas não queria ser pego pela criatura, que era rápida como uma ratazana raivosa, porem, antes que Geirslei pudesse percorrer metade do caminho em direção a sua nova presa, era atingido por uma pedra que vinha voando em enorme velocidade contra sua canela, quase o fazendo cair. Ao olhar para a direção de onde a pedra veio, podia ver Edervilson com um arco(estilingue) enorme, feito no improviso com a vassoura e os suspensórios de Ademilson, tudo bem que ele estava usando preciosas pedras de carvão como munição, mas nessa situação, tudo era valido, principalmente incendiar o carvão – nas chamas que Ademilson e Sr Senhor Wilson ainda pisoteavam e tentavam apagar - antes de atira-lo, e era exatamente isso que ele fazia nesse exato momento.

Caso Geirslei conseguisse fugir, ele deveria procurar uma psiquiatra, claramente podemos ver que ele tem algum déficit de atenção, já que ele novamente se volta contra o bigodudo, partindo freneticamente em sua direção a ele, mas antes sendo acertado por um carvão flamejante que acerta bem em sua barriga, tostando alguns pelos da região e deixando ali quase que depilado. Porem antes que fosse possível atirar outro carvão, o troll já estava em cima do goblin com o braço esticada, quando uma batida idêntica a que Sr Senhor Wilson fazia com sua bengala era escutada e então um clarão tomava conta da sala, um momento antes que um dos socos derrubasse Edervilson no chão que então começou a ser golpeado de maneira brutal enquanto ainda caido.

Ate que Geirslei se levanta de cima do goblin e se afasta, provavelmente para ver o estrago que havia causado, e curiosamente, nenhum ferimento havia sido feito. Muito pelo contrario, ele levanta extremamente disposto e sem entender a situação, começa então a olhar ao redor, percebendo não só que as chamas haviam se extinguido como também que Mashasha estava caído no chão, ainda com o cajado em mãos e com suas recém-tatuagens brilhando intensamente.


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